Rose abriu os olhos e estava novamente no seu quarto, na sua casa, mas infelizmente ela sabe que nada daquilo era um sonho. Primeiro, pelo fato da sua cama está arrumada, o que sugere que ela fora colocada ali há pouco tempo ou se mexeu, e uma coisa que ela sabe sobre ela é que não para de se mexer durante toda a noite. Portanto, quando era ainda uma criança não podia dormir com os pais, pois se mexia tanto que fazia ambos acordarem com dores em todo o corpo.

Ela levantou e seguiu até o quarto do pai, como o imaginado ele estava dormindo, mas algo parecia errado, estranho, quando ela chegou perto ela viu algumas marcas de lágrimas o que sugere que ele esteve chorando, o quer dizer que ela esteve realmente fora por algum tempo. Sim, tem a hipótese da morte da sua mãe, mas ele prometeu a ela que não iria mais chorar por Lexi, já que isso fazia Rose ficar ainda pior e fazer coisas nada agradáveis.

– Pai... – ela o chamou apenas uma vez, o homem abriu os olhos rapidamente e sorriu ao perceber que a sua menininha ainda está viva.

– Você ficou por dois dias desaparecida e uma menininha disse que você entrou... Esqueci o nome daquele lugar, e não saiu mais. – ele falou dando um abraço muito apertado na filha. – E ninguém te achou lá, não falei para a polícia porque você já sumiu uma vez e no fim estava na casa do namorado.

– Eu acabei me perdendo, caindo e uma mulher me ajudou, e ela me colocou e tals. – ela nunca foi muito boa em inventar uma boa desculpa, mas não pode simplesmente falar que vampiros “loucos” a querem. – Ela não me levou no médico porque já é enfermeira, e acho que eu só precisava descansar... E desculpa não ter vindo para casa, mas queria colocar minhas ideias melhor na cabeça.

– Existe uma coisa chamada celular, sabia? – seu pai falou e ela o abraçou ainda mais forte, está com medo de perder seu pai também por causa dessa história toda de poderes, clã e vampirismo. – Ainda é três horas da manhã, nem quero saber o porquê de ter chegado tão tarde, vai para o seu quarto dormir mais um pouquinho que daqui uma semana irá começar na escola.

– Se eu não estivesse cansada eu estaria brigando com você por estragar este momento fofo por causa da escola, mas como resolvi ser uma boa gatinha vou sorrir e dormir com você esta noite, como costumávamos fazer quando mamãe viajava.

Logo seus pensamentos foram para outro mundo, o dos sonhos, ou pelo menos é isso que ela acredita. Ela se viu em Volterra á 20 anos atrás, com pessoas com roupas engraçadas, e que não ficam no celular 24 horas por dia. Rose viu seu pai indo na direção de uma mulher, sua mãe, mesmo estando bem diferente do que se lembra, porém ela pode reconhecer os pais em qualquer época ou lugar.

– Posso me sentar aqui? – o homem perguntou com um sorriso, ela não entendeu o sorriso, pois é impossível imaginar seu pai tentando seduzir alguma pessoa.

– O banco é público não posso controlar quem senta e quem não senta ao meu lado. – Lexi respondeu indiferente folheando o seu livro, ela tinha um humor mais salgado nessa época.

Seu pai perguntou alguma coisa em Italiano que Rose não conseguiu compreender, viu os lábios da sua mãe se transformar em um sorriso. A conversa continuou em italiano, e Rose acabou sentando na grama para observar os seus pais no momento em que ambos se apaixonaram.

– Entendi você quer sair daqui e ir para Londres, eu sou de lá... – se isso foi uma indireta? Imagina. – Claro, sem nenhuma segunda intenção ou algo do tipo, como amigos, apenas amigos.

– Rosemary Scodelario se você não acordar neste momento eu vou jogar um balde de água fria no seu rosto. – Rose acordou rapidamente quando ouviu a voz do seu pai irritado. – Finalmente, eu achei que tinha morrido, pois estou tentando te acordar faz meia hora e você nem mexe um músculo.

– Estou viva. – falou simplesmente puxando o cobertor até a sua cabeça. – Agora que já sabe disso pode me deixar dormir por mais meia hora no mínimo?

– Rose já é uma hora da tarde e nem vem falar de fuso horário que nem é tão distante assim. – ele falou puxando a coberta deixando a filha descoberta e morrendo de frio. – Agora acorda porque nós vamos comprar coisas para a casa.

“Me dê um tiro neste momento, antes que eu faça eu mesmo” é esse pensamento que está passando na cabeça de Rose, a última coisa que ela mais odeia fazer é ir ao supermercado e não poder comprar nem um pote de Nutella, ou qualquer coisa que um adolescente normal possui em sua geladeira.

Tudo isso porque o seu pai é contra produtos que podem fazer mal a saúde, então ele só compra frutas, verduras e vegetais. Tudo que um adolescente normal não costuma comer no café da tarde. Rose está ali apenas para não deixar o pai falando com o vento, mesmo que ela só balance a cabeça mal humorada.

Quando terminaram voltaram para casa, logo em seguida ele teve que sair para trabalhar e Rose ficou sozinha. Mesmo que negasse Rose não gosta de ficar em casa sozinha, ela se sente desprotegida, ainda mais neste momento que tem um monte de problemas se acumulado em sua vida. Até que Rose queria ver Alec novamente, ele pode ser certinho demais para ela, mas mesmo assim ela foi com a cara do vampiro.

Pegou um Doritos – pegou escondido do pai. – e foi até a sala ver alguma coisa na televisão já que não tem internet, colocou em um programa que não sabe nem o nome e nem o que as pessoas estão falando. Ela precisa realmente começar a aprender italiano, pois daqui a pouco vai parecer uma depressiva aluna na escola.

– Rose Scodelario... – uma voz a chamou, ela tinha adormecido novamente, mas dessa vez não teve nenhum sonho estranho, talvez porque não teve tempo suficiente para isso. – Seu pai realmente está certo de querer jogar um balde na sua cabeça.

– Quem é? – ela levou um susto quando se deparou com um par de olhos vermelhos vindo em sua direção. – Porcaria, mais vampiros, será que podem ficar no castelo bem longe de mim?

Ela não queria ser grossa... Mentira, ela queria ser grossa sim e quando acorda do nada seu humor é pior de que um cachorro pitbull. Ela levantou da cama ficando quase da mesma altura que Alec. É, é o Alec que está ali... Novidade.

– Eu fui mandado ficar de olho em você. – ele falou fingindo uma respiração. – Para o caso de você querer fugir, se matar ou cometer algum crime, tecnicamente serei o seu anjo da guarda.

– Bom saber disso, muito bom, mas nossa deve existir milhares de outras pessoas com meu suposto poder. – Rose falou indo até a cozinha para tentar arranjar alguma coisa pra comer, nem que seja uma maçã horrível. – Tipo, eu consigo ver o passado, nos sonhos... Certo? Eu ainda não entendi muito bem.

– Temos apenas o conhecimento de uma vampira que pode ver o futuro, e se estivermos certo futuramente seu poder também será prevendo o futuro. – Alec falou pousadamente dando tempo para a menina processar o que acabou de falar.

– Bem... O passo não é importante mesmo, mas se existe essa vampira porque vocês não vão lá e a pegam para ficar no seu grupinho? – Rose falou tentando olhar fixamente para os olhos de Alec, o que infelizmente não conseguiu, de uma certa forma olhar os olhos vermelhos por muito tempo a deixavam confusa e com vontade de se imaginar com o mesmo olhar. – Tpo ela não pode recusar, qualquer coisa mata ela ou não sei.

– Ela faz parte de outro Clã e nós tentamos algumas aproximações, mas ela simplesmente não quer fazer parte do clã Volturi nem pagando, de qualquer forma tendo você não precisaríamos bater em um combate com os Cullen novamente. – Alec explicou tudo sem respirar, claro, vampiros não respiram, ela se sentiu teimada a perguntar o motivo do “combate com os Cullen novamente”, mas preferiu não se envolver ainda mais.

– Tudo bem então. – falou deitando no sofá e fechou os olhos ignorando o vampiro que está bem na sua frente; que pode muito bem à morder quando está dormindo, mas se ele não fez antes não irá fazer agora. – Quando eu estiver com vontade de perguntar alguma coisa eu acordo e pergunto tudo bem?

– Okay, irei ficar aqui a noite inteira.

– Como?

– A noite inteira, sabe é uma das regras te vigiar durante toda a noite e quando seu pai não está perto, mas pode relaxar que não irei me apresentar todas as vezes que estarei do seu lado.

– Emocionante, mas agora eu vou realmente dormir e se eu tiver alguma visão do passado eu te aviso. – Ela foi sarcástica, mas ou ele não percebeu ou simplesmente foi irônico demais ao ponto de aceitar o que a menina falou. – Bons sonhos meu anjo da guarda.

Ela não sonhou com nenhuma visão do passado, á não ser que um lenhador cortando uma árvore seja alguma coisa importante, na realidade o sonho não foi bem assim pois em certas partes ela via ele correndo de alguma coisa desconhecida sem nenhuma explicação coerente. Quando acordou pela manhã não teve nenhum sinal de Alec e estava na sua cama, seu pai provavelmente não a colocou ali, pois não aguenta mais peso, provavelmente foi Alec.

Cinco dias passaram rapidamente já que ela decidiu conhecer a cidade inteira, as pessoas, aprender um pouco de italiano, ficar olhando para todos os lados para ver se encontra Alec em algum lugar, mas ela infelizmente nunca o encontrou. A única hora que ela sentia sua presença era durante a noite onde ele ficava deitado ao seu lado sem fazer nenhum barulho, e de certa forma ela sente realmente que a palhaçada dele ser como seu anjo da guarda faz muito sentido, mais sentido do que ela queria.