Dangan Ronpa - Interativa escrita por Sarah Rockbell


Capítulo 3
Capítulo 2: Ray of Hope in Despair


Notas iniciais do capítulo

Eu vou responder os reviews assim que puder, eu estou sem tempo. Só isso, mas segui seus conselhos, espero que esse tenha menos erros. Esse cap está maior, por isso demorei pra postar.



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Quando alunos entram em uma nova escola, principalmente uma tão prestigiada como a Hope’s Peak Academy, nunca se sabe o que esperar com apresentações especiais, mas, um urso de pelúcia falante aparecendo misteriosamente no palco do ginásio não era o que qualquer pessoa esperava, eu acho.

Tsubasa Aiko ainda estava tentando assimilar o que estava acontecendo. Ela vagamente notou que Tachibana Aya, a única pessoa com que tinha simpatizado agora, e Hanamura Rin, um tal de mestre das marionetes, foram para seu lado. Tudo estava quieto, talvez pelo fato de todos ainda estiverem surpresos com o que estava acontecendo. A salva-vidas quase não notou Tachibana-chan havia pulado para frente de todos, apontando para o bicho de pelúcia monocromático.

– Ai, meu Deus!  Que bicho de pelúcia mais fofinho! – Tachibana-chan gritou, seus olhos cor de avelã brilhando e sua bochechas coradas.

– Ei, não sou bicho de pelúcia! Chamo-me Monokuma! – O bicho de pelúcia, aparentemente Monokuma, gritou indignado. Então, ele corou. – E., sobre eu ser, fofo, eu já sabia disso, mas é sempre bom ouvir alguém falar.

– Ah, Monokuma-san. – Kono Amaya falou, tímida como sempre. – Não quero soar rude, mas o que está fazendo aqui?

– Boa pergunta, Ko-no-san! – Ele silabou e cantarolou o sobrenome de Kono-san, que ficou ainda mais vermelha. – Eu sou o diretor desse colégio, claro! Prazer em lhes conhecer! Principalmente vocês, Kono-san e Tachibana-chan!

– Diretor? – Aiko perguntou baixo, cerrando os olhos. Não era possível “Monokuma” ser o diretor da Hope’s Peak Academy.

– Exatamente, Tsubasa-san! – Monokuma exclamou, assustando Aiko. – Sou o diretor, então um pouco de respeito! Reverência e “bom dia”!

– Bom dia, diretor Fofo-san! – Tachibana-chan foi a única que fez reverencia e disse “bom dia”. – É ótimo ter um diretor tão fofo como você!

– Aff, mais uma classe sem nenhum pingo de educação, tirando por uma aluna muito gentil! – O “não-bicho de pelúcia” falou, parecendo um pouco irritado, mas logo voltou a falar. – Então, todos estão aqui por seus talentos promissores e, com tais talentos,  se tornam a esperança do mundo. Para preservamos a esperança que vocês representam, todos viverão suas vidas colegiais apenas dentro desse colégio.

– O-o que... ? – Ela ouviu a voz assustada de Juniper Swinx falar e, de certeza, a menina parecia que estava a ponto de desmaiar, sendo socorrida por Mogami Takuro e, surpreendentemente, pelo menos para Aiko, por Harper.

– Você não pode estar falando sério! – Harper-teme (maldita) exclamou, deixando Swinx-san nas mãos de Mogami e dando ameaçadores passos para frente.

– Toda... A vida colegial... – Kono-san murmurou nervosa, dando passos para trás e esbarrando em Harper, que apenas colocou as mãos em seus ombros que tremiam.

– Também, sobre o período de tempo de sua vida colegial, ele é... – Todos ouviram com atenção, querendo boas notícias. – Indefinido, ou seja, pode durar para sempre!

– Não pode ser... – Tachibana-chan nem sequer parecia mais animada com a fofura de Monokuma, ma extremamente pálida. Aiko automaticamente se pôs na frente dela, junto com Hanamura, querendo dá-la o mínimo de segurança possível.

– Para sempre? – Yami Kyouko, a química, falou e parecia que ia vomitar, se apoiando em Namura Ryo, que também parecia em choque.

– Mas não se preocupem! – Ele continuava doentiamente feliz, algo que estava começando a deixar Aiko com nojo. – Temos a verba e o suporte para mantê-los aqui! Não são nenhum fardo!

– Não é com isso que estamos preocupados! – Aizawa Hinata, uma mangaká, gritou raivosa.

– Então, todas essas placas de ferro no ginásio e o fato de nossos celulares terem sumido era para nos prender e não conseguirmos pedir ajuda... – Aiko falou. Todos pareciam surpresos com isso e meteram as mãos em seus bolsos, como se tivessem acabado de pensar nisso. Por suas expressões de pavor, eles devem ter percebido que seus celulares não estavam lá.

– Exatamente, não importa o que façam: gritem, entrem em pânico, tentem arrombar portas e janelas... – Aiko jurava que se um urso de pelúcia pudesse, ele estaria rindo macabramente. – Ninguém virá ajudá-los.

– Mas... Eu não quero viver para sempre nesse colégio... Ainda tem alguém que quero amar... – Os olhos róseos de Nanase Kye pareciam enevoados e suas palavras provavam seu título como Yandere.

– Não se preocupem, há uma regra especial para quem quer sair daqui. – Monokuma disse feliz.

– Eu vou fazer de tudo para sair daqui... – Harper-teme falou e, Aiko tinha que admitir, ela parecia determinada.

– O ato de matar! – O bicho de pelúcia exclamou. Ele deu um bela cambalhota, parando logo na frente dos alunos ainda em choque.

–... Menos isso. – A Vocal completou.

– Você tem que matar alguém para sair desse colégio! Espancamento, esfaqueamento, decapitação, esmagamento, sufocamento, estrangulamento, esquartejamento, tiro. É adrenalina demais, como se um salmão começasse a atacar vocês humanos! As esperanças do mundo em vão começar uma matança entre si em Super Duper High School Level! É muito empolgante!

Todos ficaram em silencio, nem sequer conseguindo demonstrar sua indignação. Matar pessoas? Mas Aiko sempre foi uma salva-vidas, ela salva vidas, não termina com elas! Ela não conseguiria... Mas, então ficaria naquele colégio para sempre? Mas e Takai? Seu irmão precisava dela... Takai precisava dela... A Life Guard sentia que iria vomitar, com sua mente trabalhando a mil por hora. Todos ao seu redor estavam na mesma situação e ela podia sentir Tachibana-chan esconder seu rosto em suas costas.

– Mas isso não faz sentido! Se nós somos esperanças, por que teríamos que nos matar? – Namura gritou irritado, ainda reconfortando Yami-san, que estava chorando.

– Isso é muita besteira, Monokuma! – Reclamou Koyama Isao, cujos olhos pareciam tentar analisar o bicho de pelúcia, como se quisesse achar algo de errado com ele.

– Eu sabia que tinha direito de odiar esse lugar. – Henrique Melo, como sempre, reclamou, mas dessa vez com bastante motivo.

– Eu quero ir para casa! – Kono-san chorou nos braços de Harper-teme.

– Parem de choramingar e ajam como adultos! – Monokuma respondeu, fazendo todos se calarem. – A partir de agora, essa é escola é tudo que vocês têm e você, alunos, são família! Vamos deixarem fazer o que quiser enquanto estiverem aqui! Claro, a menos que matem alguém.

– Pare já com essa brincadeira! – Aiko falou corajosa, dando alguns passos para frente e deixando Tachibana-chan aos cuidados de Hanamura.

– Isso não é brincadeira, Tsubasa-san! – O bicho de pelúcia falou e Aiko avançou contra ele, mas o pequeno desviou e pulou para trás. – Sugiro que não faça mais isso, violência contra o diretor é contra as regras! Lembrem-se, qualquer violação das regras levará a punições corporais severas.

– Mas... Matar pessoas... – Yami-san falou, escondendo seu rosto no ombro de Namura, o único amigo que fizera até agora.

– Não é tão difícil, Yami-san, venha aqui! – Monokuma falou. A Química hesitou, o que era compreensível, já que era um bicho de pelúcia psicopata que a estava chamando. Namura a encorajou com o olhar, provavelmente não querendo que o pequeno castigue ela caso não lhe obedeça. – Venha, eu não mordo nada além de peixe, upupu!

Corajosamente, Yami Kyouko caminhou em direção em direção do “diretor” de Hope’s Peak Academy. Assim que parou na frente dele, ele fez menção para ela se agachar, o que a mesma realizou. Monokuma tirou um pequeno frasco de cor azul-esverdeada de lugar nenhum e colocou na frente da menina, que o segurou cuidadosamente, esquecendo quem estava na frente dela e analisando o composto químico com energia de uma criancinha.

– Então, Kyouko-chan, o que é isso? – A Yami nem percebeu a troca de sufixo e de seu sobrenome para nome, apenas analisando o ácido em sua mão.

– É o CN, mais popularmente conhecido como cianeto. – Ela disse alegre, olhando para o pó.

– Sabia que ele também é usado como veneno, Kyouko-chan? – Aiko jurava que, novamente, o sorriso do urso monocromático era mais macabro do que feliz.

– Claro, uma dose de 0,5 à 1,0 ml disso pode matar um adulto quase instantaneamente! – Ela disse excitada, não parecendo se importar que estavam falando sobre veneno.

Tem algo errado nisso... Aiko pensou nervosa.

– Tsubasa-senpai... – Ela ouviu Tachibana-chan murmurar. – Eu acho que a Yami-chan está em perigo.

– Eu também. – Ela podia não ser uma psicóloga renomada, mas reconhecia perigo. E Yami Kyouko estava em perigo.

–Eu sei, mas, há outros jeitos de matar pessoas. – Monokuma riu. – Como esse.

Foi tudo rápido demais para os olhos da salva-vidas acompanhar. Ela havia piscado e, logo em seguida, vira uma cena grotesca em sua frente e os gritos de seus companheiros nessa situação desesperadora ao seu redor. Uma grande barra de metal havia atravessado a cabeça de Yami Kyouko, cujo corpo ainda tinha que cair no chão. Assim que finalmente o corpo de Yami-san caiu no chão, eles fizeram algo.

– Kyouko! – Namura gritou, correndo imediatamente na direção dela, segurando o cadáver de sua amiga para perto dele. – Kyouko!

Otomiya Yukio foi para o lado de Namura, observando o corpo de Yami-san. Kono-san desmaiou e Swinxs-san vomitou, logo sendo socorridas por Harper (nessa situação, a mente da Life Guard nem conseguia simula o “teme”) e Mogami-kun. Hina parecia muito perturbada e caiu no chão de surpresa, tendo Sakai Aya ao seu lado, escondendo seu rosto em seu ombro. Nanase-san estava olhando fixamente para o corpo de Yami-san, seus olhos róseos enevoados. Kurama mal havia olhado de seu vídeo game e ainda jogava, mas Aiko jurava que ele tinha murmurado algo como “morte sem graça, Jeff The Killer está decepcionador”. Henrique Melo estava simplesmente encarando o cadáver na menina que estava viva a poucos segundos atrás. Tachibana-chan chorava no colo de Hanamura, que tentava a reconfortar com tudo o que podia.  Koyama-kun colocou a mão no ombro de Nanase-san, prevendo que ela poderia fazer algo ruim no estado em que estava.

– Obrigada, Koyama-kun. – Nanase-san murmurou para ele, desviando seu olhar do corpo de Yami-san. – É o primeiro que vejo em um tempo.

– Eu entendo. – Koyama-kun disse, virando Nanase-san para o outro lado para que não veja o cadaver.

– Você... – Namura disse irritado para Monokuma, traumatizado com o corpo de sua amiga. – É tudo culpa sua! – Ele começou avançar contra o bichinho de pelúcia, mas Otomiya-kun o parou.

– Não, Namura. – Ele falou, encarando intensamente a “coisa” que havia acabado de matar Yami Kyouko. – Você vai ser punido por atacar o diretor, e acho que esse castigo vai ser igual a “demonstração” da Yami-san.

– Que cara inteligente, Otomiya-kun! – Monokuma disse, rindo doentiamente. – Eu não planejava manter Kyouko-chan por muito tempo mesmo, mas, como é necessário dezesseis estudantes, sua nova colega estará cafeteria desacordada, por favor, sejam bom samaritanos e expliquem a situação para ela. Nossa cerimônia de abertura está encerrada. Hanamura-kun, você está com os bonecos que eu pedi?

Hanamura jogou a bolsa para Monokuma, que olhou para dentro dela e sorriu, vendo replicas perfeitas de madeira dos estudantes da Despair’s Peak Academy.

– Perfeito! Agora, todos vocês malditos podem sair, menos, é claro, Tachibana Aya-san! – O bicho de pelúcia falou e Aiko se enrijeceu.

Tachibana-chan... ? Aiko pensou, olhando para a garota atrás dela. Ela estava pálida, mas logo seu rosto se tornou determinado.

– Aya-chan... ? – Hanamura falou o que a Life Guard pensou, o que fez a mesma questionar quando haviam começado a se chamar pelo primeiro nome.

– Não se preocupem, eu vou ficar bem. – Tachibana-chan falou, sorrindo fracamente, mas falhando.

– Como a Yami-san ficou “bem”? – Aiko não conseguiu segurar essa frase.

– Ei, eu não vou matar a Tachibana-chan! – Monokuma gritou. – Eu sou quero falar com ela. Venha, Tachibana-chan.

Com isso, o bicho de pelúcia monocromático guiou a garota para trás das cortinas do palco, deixando os quatorze alunos sozinhos.

– Matar alguém... como ele fez com a Kyouko-chan... Pra sair daqui... ? – Namura murmurou, olhando para os outros.

– Ei, ninguém acreditou nessa besteira, né? – Mogami perguntou, mas ninguém respondeu. A maioria por não ter como responder isso e Aiko estava preocupada com Tachibana-chan.

– Temos que achar outro jeito de sair daqui! – Swinxs-san, já recuperada, exclamou.

– As placas de metal são fortes demais para o que quer que tenhamos. – Otomiya-kun falou e os outros assentiram, o ginásio não era a saída.

– Temos que procurar por brechas na segurança desse colégio. – Koyama-kun disse calmamente. – Eu vou procurar junto com a Nanase-san.

– Eu vou com a Swinxs-san. – Mogami disse, apoiando a menina.

– Eu vou procurar os quartos e levar a Kono-san para o dela. – Harper-teme falou, colocando a atriz desmaiada em sua costa.

– Eu vou com a Sakai-san. – Hina disse suavemente, vendo que a Matemática ainda estava com a cabeça apoiada em seu ombro.

– Eu vou com o Kurama. – Otomiya disse. – Alguém tem supervisioná-lo.

– Então, eu vou com o Hanamura, ele é tolerante. – Melo falou.

– Eba! Vamos nós dois! BFFs! – Hanamura gritou feliz, pulando em Melo.

– Eu vou levar Namura-kun para a cafeteria e dar um pouco de água para ele. – Aiko falou, observando o menino que ainda tinha lágrimas correndo por seu rosto. Tinha que se lembrar de pedir a Tachibana-san para ter uma conversa com ele depois. – Eu vou esperar a Tachibana-san para acordar a décima - sexta estudante, ela vai saber lidar com isso melhor do que eu, sabe, como psicóloga e tudo.

– Ótimo, então estamos todos prontos. – Otomiya-kun falou. – Agora, vamos nos espalhar.

Levou bastante tempo para Tachibana-chan voltar, Aiko notou. Enquanto isso, ela estava sozinha com Namura na cafeteria e com uma menina desmaiada. O garoto com um copo de água com açúcar nas mãos, não tem bebido nada e apenas olhando para o líquido. Ele ainda estava tremulo no banco da bancada, provavelmente ainda pensando no corpo morto de Yami-san. A Tsubasa não conseguiu deixar de tremer, aquilo também tinha a traumatizado.

Suspirando, ela se virou para a menina que estava caída no chão. Seus cabelos cor de caramelo estavam presos em duas maria-chiquinhas lindas, que tiravam os fios de tom claro de caramelo de seu rosto perfeitamente pálido e delicado. Ela usava um simples vestido cinza e sapatos de boneca brancos, assim como longas meias pretas. Aiko tinha que admitir que ela era muito linda, de um jeito um pouco coreano.

Depois de um tempo (Aiko havia parado de olhar para o relógio, a lembrava demais de quanto tempo estava naquela prisão e que não sairia tão cedo se aquele bicho de pelúcia psicopata pudesse fazer algo sobre isso), Tachibana-chan finalmente chegou a cafeteria. A psicóloga estava extremamente pálida e com as mãos apertadas, como se segurasse algo que não queria que ninguém visse. Monokuma vinha atrás dela, seu rosto ainda com aquele sorriso que seria para sempre macabro para Aiko.

– Tachibana-chan, você está bem? – A Tsubasa perguntou, olhando a amiga preocupada. Até Namura levantou a cabeça de seu copo, seus olhos procurando desesperadamente para que a menina não esteja no mesmo estado de Yami-san.

– Sim, eu estou bem, Tsubasa-san. – Tachibana-chan disse com um sorriso fraco e, subitamente, Aiko jurava que ela teria metido algo em seu casaco. – Nós realmente só falamos.

– Tem certeza? – Namura questionou, se levantando e colocando a mão no ombro da menina.

– Ah! Nenhum de vocês malditos confiam em mim! É por isso que prefiro a querida Aya-chan! – A Life Guard jurava que tinha visto Tachibana-chan recuar quando ouvir Monokuma a chamando tão informalmente e, pelo cerrar dos olhos de Namura, o artista também deveria ter percebido. – Bem, isso não importa no momento, só quero saber se já foram na cozinha?

Aiko assentiu, não prestando muito atenção em Monokuma, mas tendo uma conversa silenciosa com Namura. Sim, ela havia ido para a cozinha mais cedo, para pegar a água com açúcar do Super Duper High School Artist e tinha notado que a geladeira e dispensa estava cheia de comida e bebidas, tudo o que ela podia imaginar. Haviam refrigerantes, bebidas energéticas, sucos, água Tonica e normal,tudo mesmo, assim como comidas como ingredientes para cozinhar, ou coisas simples como pães, quijo, presunto e geléia. Também como pão para torrada.

– Ótimo, toda aquela comida irá ser reabastecida diariamente. – O urso de pelúcia falou, e logo depois se virou, indo em direção a saída. – Ah, eu acordaria logo essa menina aí, é melhor saber o que está acontecendo. – Com isso, ele desapareceu.

– Ah, então essa é a décima sexta estudante? – Tachibana-chan perguntou, já tendo voltado ao normal.  Ela se ajoelhou ao lado da menina desmaiada. – Por ainda não acordaram ela?

– Esperamos você chegar, achávamos que lidaria com isso melhor, sabe, como psicóloga e tudo... – Namura falou desconfortável, provavelmente se sentindo culpado por terem esperado Tachibana-chan para fazer todo o trabalho. Aiko se sentia assim, também. – Claro, se quiser.

– Tudo bem, é minha especialidade. – Ela colocou uma face determinada e balançou a menina gentilmente. – Hum, olá, acorde.

– Hum... – A garota gemeu, mas começou a acordar. Ela abriu levemente seus olhos que pareciam ser de um lindo tom de chocolate, enquanto Tachibana-chan a ajudava a se sentar. A menina piscou mais algumas vezes, olhando ao seu redor e se acostumando com a luz. – Ah? Onde é que eu estou?

– Bem, isso vai ser um pouco difícil de explicar, mas você está na Hope’s Peak Academy. – Tachibana-chan disse com uma voz reconfortante, escolhendo suas palavras com calma. Para Aiko, isso era mais uma prova de que a menina era uma psicologista. – Eu sou Tachibana Aya, Super Duper High School Level Psychologist. Poderia me dizer o seu nome?

– Prazer, Tachibana-sensei. – A menina sorriu, usando o termo para médica. – Eu me chamo Akimi Nami.

Akimi Nami: Super Duper High School Level Ulzzang.

– Bem, Akimi-chan, eu tenho más noticias para você... – Tachibana-chan colocou o braço ao redor de Akimi-san e começou a explicar a situação cuidadosamente.

Aiko tinha que admitir que se tudo tivesse sido explicado para ela desse jeito, não estaria tão perturbada quanto estava agora. A voz de Tachibana-chan era gentil e Akimi-san, enquanto parecia horrorizada com a situação, não estava reagindo mal como eles estavam antes. Tachibana-chan realmente estava fazendo seu trabalho. Assim que a psicóloga acabou, Akimi-san estava olhando para eles, parecendo tentar compreender o que eles estavam sentindo.

– Sinto muito por tudo isso, Tachibana-sensei. – Akimi falou para Tachibana-chan, que apenas lhe deu tapinhas na cabeça.

– Não é nada, Akimi-chan, você também está nisso. – A psicóloga disse a última parte tristemente.

– Eu sei, mas não acho que vou compreender a experiência de ver um cadáver na minha frente como aconteceu com vocês. – A Ulzzang disse.

– Talvez você viva essa experiência, afinal, nós temos que matar para sair daqui... Não é? – Veio a voz de Harper-teme da porta. A garota de cabelos negros entrou no cômodo, sendo seguida por uma pálida, mas acordada Kono-san.

– Não aja assim, Harper-san! – Swinxs-san falou, chegando junto a Mogami.

– Mas, ela está certa, alguém aqui pode acabar mo-morrendo... – Sakai-san disse vermelha, com Hina-san colocando a mão nos ombros da garota.

– É melhor começarmos logo essa reunião, antes que acabe em briga. – Koyama-kun disse sábio, fazendo Nanase-san sorrir para ele.

– Exato. – Otomiya-kun disse, arrastando Kurama para se sentar ao seu lado. O Writer se virou para Namura. – Ei, Ryo, você está bem?

– Bem, não, Yukio. – Namura respondeu. – Mas, estou melhor.

– Tudo bem, então, é hora de compartilhar nossos resultados de busca. – Sakai-san falou, parecendo mais composta.

– Todas as janelas e portas estão estreitamente fechadas, sem nenhuma brecha ou fraqueza. – Hanamura falou, mas ele parecia mais focado em Tachibana-chan, que falava conversava baixo com Namura, tentando ver a profundidade de seu trauma.

– Achamos um computador em cada sala. – Kurama falou, nem sequer tirando os olhos de seu vídeo game. – Mas, nenhum tinha sinal e o meu vídeo game também está sem sinal de internet.

– Achamos uma escada para um segundo andar. – Hina-san falou, ajustando seus óculos. – Mas o bloqueio nos impediu de passar. – Ela disse, deixando todos decepcionados, estavam esperando por pelo menos uma boa notícia.

– Estamos limitados, acho que Monokuma quer que... – Koyama pausou e curzou seu olhar com Tachibana-chan. Os dois pensavam a mesma coisa. – Nós provemos que podemos andar soltos por mais um andar. – Um silêncio desconfortável predominou.

– Ano... – Kono-san tentou quebrar o gelo. – Pelo menos os quartos eram muito confortáveis e eles são personalizados! Levaram nossas malas para lá!

– Mas, há câmeras por todo o lugar. – Harper-teme completou com o lado ruim.

– Isso não serviu pra nada! Não temos como escapar! – Nanase-san exclamou.

– Não, agora sabemos que Monokuma-san está falando sério. – Tachibana-chan falou, suas mechas cobrindo seus olhos. – Se quisermos sair daqui, teremos que matar alguém.

– Não diga isso! É loucura! – Hanamura exclamou, seriamente preocupado com a garota.

– Então aceite essa loucura. – Nanase-san falou com seus olhos novamente enevoados, fazendo todos olharem para ela. – Olhem para vocês sãs, são os alvos mais fáceis da loucura. E quem ficar louco primeiro, mata primeiro. – Ela se levantou, indo em direção à porta da cozinha. – Eu vou tomar chá! Você vem, Ryo-kun? – Ele assentiu hesitante e a seguiu, entrando na cozinha e deixando todos em um silêncio desconfortável. A voz de Nanase-san ecoava pela mente de todos.

“Quem irá enlouquecer primeiro?”

Não acredito que já se passou dois dias... Aiko pensou, olhando para a omelete feita por sua melhor amiga, Aya-chan. Não só era psicóloga, como uma ótima cozinheira.

Todos estavam naquele colégio maldito há dois dias e nenhuma nova pista havia aparecido. Ela olhou ao redor de si para contemplar o que acontecia na cafeteria. Eles quase pareciam estudantes normais. Aya-chan e Rin conversavam animadamente. Nanase-san conversava com Koyama enquanto ambos tomavam chá, Hina-san e Sakai-san conversavam sobre mangás, o que deixava Hina-san completamente animada. Swinxs-san falava animadamente com Kono-san e Harper-teme (não importa o quanto Aya-chan falasse sobre como só não se davam bem por suas personalidades fortes, Aiko não conseguia se dar bem com a Vocal). Mogami observava Swinxs-san de longe, enquanto ignorava Otomiya-kun reclamando com Kurama. Yami-san falava calmamente com Namuro, já que os dois pareciam se dar bem.

– Algo de errado, Ai-chan? – Aya-chan perguntou, olhando para a amiga preocupada.

– Eu... Eu só quero sair daqui. – Aiko admitiu para a psicóloga. As palavras “sair” e “daqui” chamaram a atenção de todos, que logo pararam o que faziam e a olharam.

– Todo mundo quer sair daqui, babaca. – Harper-teme revirou os olhos.

– Ela sabe, Hacchan. – Kono-san falou, tentando acalmar sua amiga. – Mas, o que ela quer dizer, é que a polícia já deveria ter vindo atrás da gente, não?

– Sério mesmo? Polícia? – Veio uma voz do colo de Aya-chan e, com certeza, lá estava Monokuma, comendo das panquecas da menina, que estava congelada de pavor. O urso a perturbava muito, a Tsubasa notou. – Não se pode confiar na polícia para isso! Se quiser sair daqui... Mate alguém! Upupu!

– Não. – Nanase-san falou firmemente, se levantando. – Ninguém aqui tem nenhum motivo para matar alguém.

Monokuma piscou algumas vezes, como se tivesse acabado de perceber alguma coisa. Então, ele começou a rir muito. Todos os estudantes engoliram o seco. Isso não podia ser coisa boa, vindo de Monokuma.

– Ah! Entendi! Nem sei como me esqueci! – O bicho de pelúcia monocromático começou a rir loucamente novamente, rolando no cola da assustada Aya-chan. Aiko queria poder jogá-lo do colo de sua amiga, mas também estava assustada com o que ela faria se ela tentasse. – Se é isso que querem, aqui está seu motivo! – Com isso, tudo ficou escuro.

Quando Aiko acordou novamente, ela estava em um corredor branco.

Ah, então que motivo tosco seria esse do Monokuma? Não há nenhum jeito de eu matar alguém! Aiko pensou, continuando a andar confiantemente pelo corredor. Isso poderia ser uma ilusão, mas era refrescante estar em outro lugar que não era Hope’s Peak Academy, o lugar que estava começando a soar como uma prisão para ela.

Logo, ela percebeu que era um hospital. Haviam médicos, enfermeiras, pessoas desesperadas procurando por seus entes queridos e, com isso, caiu a ficha de Aiko. Aquela era a ala Terminal, onde as pessoas que já não podiam mais ser ajudadas estavam. Ela engoliu o seco, esse lugar a deixava completamente apreensiva, sendo que tinha apenas uma pessoa que tinha chance de estar nesse lugar, mas que ela nunca queria ver...

Takai.

Como se tivesse sido atingida por um raio, ela deu um pulo e começou a correr, vendo as placas nas portas dos hospitais. Ela ficou vendo as letras: A... D... R... Z... Sim, ele não podia estar lá! Não havia nenhum jeito que seu irmãozinho poderia estar lá! Sim, Takkun nunca desistiria tão... Rápido... Assim... Ela parou na frente de uma placa que fez seu sangue gelar e seu coração querer pular para fora.

Tsubasa Aiko.

Com mãos tremulas, Aiko abriu a porta do quarto e quase desmaiou ao que viu lá. Takkun, seu irmãozinho, estava confinado em uma cama, pálido e com um olhar sem vida. Sem pensar, ela começou a andar para frente, vagamente notando sua mãe ao lado da cama chorando e sendo abraçada por seu pai, que parecia tentar ser forte, mas não estava se saindo muito bem.

– Mama... Papa... – Takai falou e seus pais pularam, junto com Aiko. – Cadê a Oneechan?

– Takkun! Eu estou aqui! Takkun! – Ela tentou tocar nele, mas sua mão passou por ele, como se fosse um fantasma. – Takkun...

– Não sabemos, Tacchan. – Sua mãe falou. – Ela não voltou da escola ainda...

– Não, mama, eu estou aqui! – Aiko exclamou, mas, pelo que parecia, eles também não conseguiram a ouvir. – Mama...

– Eu queria... Dizer... Tchau... – Ele começou a ficar mais pálido e seu coração estava desacelerando. – Pra... Oneechan...

– Não... Takkun... Não! – A Tsubasa já tinha lágrimas escorrendo por seu rosto, vendo seu irmão mais novo perder a vida.

– Eu queria... Dizer... Tchau... – Takai falou, uma lágrima solitária caindo por seu rosto. – Tchau... Oneechan...

– Não! Takkun! Takkun! – Ela tentou tocá-lo novamente, mas, as mãos o atravessaram. Ela não podia fazer nada. – TAKKUN!

Aiko acordou novamente sentindo lagrimas de desesperado caindo por seu rosto e já com voz rouca e com garganta ardendo. A Tsubasa colocou as mãos em sua cabeça e sentiu algo nela, tirando-a e vendo que era apenas um capacete de realidade virtual. Um capacete que Monokuma usou para simular seu pior pesadelo.

Mas tudo parecia tão real... Aiko pensou, lembrando do corpo sem vida de Takai.

– Não... Por favor... Não... – Apenas agora a Life Guard notara que estava em uma sala escura com todos os seus colegas em cadeiras reclinaveis. A maioria gritava e berrava, mas poucos deles faziam uma suplica quieta e desesperada.

Uma dessas pessoas era Tachibana Aya.

– Não... Mama... Papa... Eu estou aqui! – Aya-chan falou, lágrimas caindo por seu rosto. – Eu estou aqui...

– Eu não agüento mais! – Swinxs-san gritou, tirando seu capacete com violência, seus belos olhos com desespero evidente. – Eu tenho que sair daqui! – Ela começou a bater nas placas de metal desesperadamente, logo obtendo auxilio de outros que estavam desesperados com o “motivo” de Monokuma.

– Aiko. – Ela se virou e viu Rin, que tirava Aya de sua cadeira e retirava seu capacete. A psicóloga ainda tinha lágrimas caindo por seu rosto, mas o mesmo estava neutro e imóvel. – A Aya-chan parece estar traumatizada, acho que vou levá-la para o quarto dela. – A salva-vidas assentiu e o menino se foi, carregando sua amiga em seu colo.

Tsubasa Aiko ficou encarando o capacete de Aya-chan, o rosto traumatizado de sua amiga quase lhe espantou as imagens do corpo morto de seu irmão. Segurando o capacete da psicóloga, ela viu um botão de “reiniciar”. O que aconteceria se ela... ? Respirando fundo, a garota colocou o capacete de Aya , deitou-se, fechou os olhos e apertou o botão de reiniciar.

Aiko agora estava em uma festa de gala.

Haviam várias figuras importas do mundo médico que Aiko apenas reconhecerá pela incessante fala de sua melhor amiga sobre eles. Todos eles estavam conversando entre si, lhes promovendo comprimentos, sorrindo um para o outro, cada um mais popular que o outro e mais bem-vestido. A Tsubasa nunca soube que festas de hospitais eram assim, que sequer festas de gala eram assim, afinal, nunca estava em uma. Mas, o que mais lhe chamou a atenção, foi o casal no meio da pista.

A mulher, com seus longos cabelos castanhos e olhos verdes estava com um elegante e discreto vestido verde. O homem, com seu perfeito terno negro e sapatos italianos estavam bem conservado para sua idade, mas Aiko só sabia disso porque os conhecia. Ela já os vira em uma foto: eram os Tachibana, os pais de Aya-chan. Ela não entendia como a cena de seus pais felizes poderia traumatizar a garota, mas quando se aproximou deles finalmente entendeu.

– Então, Tachibana-sensei, soube que sua filha entrou na Hope’s Peak Academy. – Uma mulher vestida de amarelo falou para a mãe de Aya-chan. – Devem estar muito orgulhosos dela.

Ao invés de entrar em um longo discurso sobre como estavam orgulhosos da menininha deles ter entrado para uma escola tão prestigiada ou algo do gênero, como seus pais sempre faziam com ela, o rosto dos Tachibana se deformou em algo que Aiko reconhecia, mas não queria acreditar: desgosto.

– Oh, aquela garota... – Sr. Tachibana falou, balançando a cabeça. – Não entendo como as pessoas ainda insistem chamar aquela falha de nossa filha.

Aquilo atingiu Aiko como uma flechada. Era obvio que Aya-chan sempre amara muito seus pais, já que sua razão de querer sair da Hope’s Peak Academy era para vê-los novamente, pelo o que ela sabia. Fazer eles falarem isso dela era tão... Cruel...

– Eu sei, querido. – Sra. Tachibana falou, concordando. – Eu não quero nada mais do que esquecer daquela... menina.

– E-Ei! – A Tsubasa gritou, esquecendo que eles não a podiam ouvir. – Não falem isso! É a sua filha de quem vocês estão falando!

– Upupu! Pode gritar o quanto quiser, Tsubasa-san. – Ela ouviu a risada macabra novamente e, de certeza, lá estava ele atrás dela... Monokuma. – Eles não vão te ouvir.

– Como pode fazer isso com a Aya-chan? Os pais dela amam ela! – Aiko gritou para o bicho de pelúcia que tomava uma taça de vinho e estava de gravatinha borboletas.

– Tem certeza disso, Tsubasa-san? – O urso de pelúcia brincou com a taça;

– Tenho! A Aya-chan me contou! – Ela disse exasperada, querendo pisar nele.

– Mas, Tsubasa-san, você e Aya-chan são amigas há apenas dois dias. Como sabe que ela está dizendo... A verdade? Upupupu... – Ele riu e Aiko congelou. – Exatamente! Tachibana Aya mentiu para você! Tudo o que eu mostrei para ela era... A realidade.

De repente, a cena mudou para uma criancinha pequena brincando sozinha em seu quarto, sem ninguém perto dela. Aiko logo notou quem era.

Aya...

– Tachibana Aya sempre foi algo ruim para seus pais. Um estorvo. Então, claro que ela ficou feliz ao receber sua carta para Hope’s Peak Academy! – Agora, a cena mudara para uma Aya-chan feliz, segurando a sua carta. – Ela queria um novo começo! Longe de seus pais, mas acho que não era isso que ela esperava! Upupu! Tachibana Aya é a aluna mais desesperadora que há em Hope’s Peak Academy... Eu também acho que ela deveria existir, não há esperança para ela! Upupu!

Aiko olhou para baixo. Era mesmo verdade? Não havia nenhuma esperança para Aya-chan? Ela não queria mesmo sair? Então, Aiko estaria fazendo um favor para as duas se ela mata... ? Sua linha de pensamento parou ao observar a imagem de Aya-chan com a carta. Seus olhos brilhavam tanto... Estavam cheios de... Esperança.

– Você está errado! – Aiko gritou, olhando determinada para Monokuma. – Aya-chan... É uma esperança também! E, mesmo se ela não tiver esperança fora daqui eu... Não, eu e Rin vamos fazer esperança para ela! Nós vamos sair daqui! Vivos!

– Eu não acho que vai conseguir cumprir essa promessa, Tsubasa-san. – Monokuma falou, agora estando bem sério, mas Aiko ainda estava determinada.

– Vamos ver, Monokuma.


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