Elinor escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei um pouco mais do que devia, porém, eu estou lidando com mais de dez roteiros de histórias e mais de seis histórias começadas, isso torna tudo mais demorado e eu não posso deixar de me dedicar ao resto das coisas que fazem parte dessa vida. Quem dera se eu pudesse apenas escrever viu!



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De fato o sr. Carter começou a fazer um retrato de Elinor, mas o progresso foi lento, eles usaram o tempo que tinham para conversar sobre afinidades e bons assuntos, variaram de arte, literatura à hobbies e opiniões sobre mais assuntos do que caberia enunciar. Em uma destas tarde receberam o senhor e a senhora Rochester que traziam um convite para o baile que realizariam no jardim para comemorar o início do verão. Segundo ele, era um costume próprio e da esposa e ao depositar tamanha carga emocional no convite, foi indelicado recusar.

Os três partiram de Woodhouse em uma tarde ensolarada, o sr. Rochester não teve dia mais feliz para um baile ao ar livre como aquele. Todas as moças vinham trajadas de branco com uma única exceção, Elinor jamais usava branco, não era ela mais um menina pura e sensível para lhe permitir a cor. Vinha então a ser a única jovem em um tom profundo de vinho, se igualando a algumas senhoras, porém, mais elegante que todas.

Recebeu comentários e apresentações de todos os convidados, pensou ter andado mais segurando o braço do sr. Rochester que a esposa. No fim, quando teria que escolher de que grupo de conversas participaria viu se aproximar aquele único ser que esperava não ver durante toda a tarde e a noite. O sr. Wymer, Edgar se aproximou pela curiosidade que teve do cavalheiro que se posicionava ao lado de Elinor.

- Srta. Anneberg, um prazer vê-la. - Por maior que fosse a inconformidade dele, Edgar se mostrou cheio de uma amabilidade que só ela poderia lhe fazer ter, mesmo que ao fundo ele repudiasse o motivo para isso.

- Obrigada, sr. Wymer. - Respondeu mais secamente, estava farta de saber que aquele homem andara o mundo todo e tinha que ali estar depois do que fizera a ela.

Um breve momento de silêncio se estendeu e o sr. Wymer permaneceu ali sem menção de ir cumprimentar outro grupo e Elinor foi obrigada a apresentar o acompanhante.

- Acredito que não conheça meu acompanhante, sr. Wymer, este é meu primo, sr. Carter, se ficar posso lhe provar que ele tem a conversa mais agradável que conheci.

Os senhores se cumprimentaram e o primo agradeceu o elogio lisonjeado, disse que Elinor tinha olhos muito bondosos com ele. Poderiam ter trocado mais elogios, enquanto o sr. Wymer disfarçava sua impaciência pelo agradável relacionamento que Elinor adquiria com um homem observando os outros grupos. Então subitamente lhe surgiu uma ideia.

- Srta. Anneberg, pelo que me lembro, era uma bela dançarina, me daria a honra de duas danças? - Disse ele quando viu que os casais começavam a se formar.

- Sr. Wymer, eu não danço mais e mesmo se dançasse, teria que cumprir uma dívida com o sr. Carter, ele está me fazendo um retrato e acho mais que justo que ele reivindique estas primeiras danças.

O desprezo que passou pelos olhos dela foi frio, era por aquele homem que encerrara suas danças e ele que nunca parou de dançar como visto pelo convite, pedia algo como uma conferência particular. O sr. Carter então perguntou sobre a disposição dela em pagar o que ela chamara de dívida e mesmo a dança não agradando mais a Elinor como antigamente, ela aceitou e ambos se retiraram deixando o sr. Wymer sozinho em meio aos grupos.

- Devo avisar sr. Carter que sou uma péssima dançarina e que terá que encobrir meus erros ou pode abandonar-me quando não suportar mais.

- Vou lhe dizer duas coisas srta. Anneberg, a primera é que eu jamais deixaria uma mulher, qualquer que fosse a mulher, e eu não poderia deixar a senhorita aqui em meio aos casais. A segunda é que eu acredito piamente que nenhuma senhorita, ou senhora que seja não saiba dançar, é apenas um charme das damas, mas vocês são incapazes de mentir de forma um pouco convincente.

-Sr. Carter, espero que possa então não se enganar dessa maneira. - Disse ela dando um passo em falso - mas acredito que o senhor tem uma sorte não muito boa. - Ela sorriu querendo se desculpar pelos passos desajeitados.

A primeira dança terminou e a segunda começou sem que o sr. Carter protestasse.

- Sr. Carter, vejo que quer continuar a ser o centro das piores atenções, e como disse que não me deixaria antes da música acabar, acredito que deva merecer algo a mais, consideraremonos íntimos a partir desde momento, se passa pela vergonha ao meu lado, é mais que um simples amigo para mim.

- Acredito então que começará a me chamar por meu nome de batismo.

- Sim, devo isso ao senhor, George.

- Poderia eu então trocar a dádiva de poder chama-la pelo nome por um pedido pouco discreto.

- Quão indiscreto é este pedido? - Disse ela apertando os olhos de desconfiança.

- É uma pergunta indiscreta e receio que precise de algo a mais que coragem para fazê - la, talvez sua permissão seja o suficiente para que eu possa dizer. Permite-me então?

- Se me permitir não responder se me sentir incomodada com a pergunta.

 - Todos, independente das circunstâncias temos o direito de não responder a uma pergunta srta. Anneberg. Primeiro digo que não me é de orgulho nenhum perguntar, mas vejo o fato com mais que uma simples curiosidade...

- Diga.

- ... Há algo a declarar sobre um relacionamento passado com o sr. Wymer?

- Não sei se poderia declarar algo - ela corou - mas acredito que deva dizer algo já que o seu envolvimento nesta vergonha que o faço passar é fruto disse. - Ela respirou fundo escolhendo as palavras - Meu relacionamento passado com o sr. Wymer tinha sido muito agradável a favorável a ambos, mas a partir de um acontecimento decisivo em minha vida, acontecimento que partiu das escolhas deste senhor, nosso relacionamento foi desfeito em algo como o senhor mesmo presenciou hoje.

- Não sei quão bem compreendo esta resposta, talvez eu tenha outra oportunidade para pensar nela, quando não houver um belo par de olhos me mirando, não é srta. Anneberg? - Disse ele soando atrevido.

- Oras, deixe este assunto passado para trás, e mesmo reivindicando a liberdade que nossa amizade declarada dá por uma pergunta, quero que use meu primeiro nome como chamamento a partir deste momento.

- Mesmo na presença de seu pai? - Ele perguntou lembrando que entre eles ainda existia decoro.

- Especialmente quando estivermos na presença de meu pai, o agradará muito saber que o belo moço que herdará suas propriedades tem um bom relacionamento com sua única filha.

A música deu seus acordes e fez o casal formado pelos primos tinham se juntando a um grupo de vizinhos amigáveis da propriedade de Woodhouse. Passaram várias horas a falar antes que Elinor precisasse de uma pausa e se distanciasse um momento do grupo caminhando a margem do baile.

O sol se punha e os raios que batiam em seus olhos a chegavam e foi assim que topou com um alto senhor.

- Deve perdoar-me. - Disse ela colocando a mão sobre as sobrancelhas para ver o homem a sua frente.

- Em absoluto. - Respondeu o homem que ela confirmou pela voz ser o próprio Edgar Wymer.

- Sr. Wymer. - Disse Elinor se afastando.

- Este é todo o cumprimento que recebo de você, Elinor? Mesmo longe dos demais?

- Sim, senhor. - Respondeu tentado se distanciar dele.

- Então se eu renovar meu pedido para duas danças devo ser novamente brutalmente rejeitado?

- Se é que eu fui brutal com o senhor, poderia eu falar algo diferente? Ainda quando mais o senhor sabe bem o que me fez?

- As vezes não sei se realmente sei o que fiz a mim ou a senhorita.

- E eu serei a última pessoa a dizer-lhe. Adeus, sr. Wymer.

Elinor se distanciou a passos largos até onde George e em pouco tempo convenceu ele e ao pai de voltarem para casa mais cedo. Mesmo com as insistências dos Rochesters, ela continuou irredutível, queria ir embora no momento mais próximo que pudesse sem levar em conta qualquer oposição dos demais. Estava farta, triste, enraivecida, angustiada e profundamente indignada.


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Notas finais do capítulo

Porque só a Vi lê e comenta?!?!?! Eu amo escrever essa história, mesmo ela estando já quase na metade, mas pelo jeito não é lá muito atrativa. Ou meus leitores foram sequestrados por ETs?!?!