–Entre. –Ela disse me dando passagem e eu entrei. –Bom, sente-se e eu contarei a minha parte da história. Aposto que o seu pai só contou a versão dele.

–Sim, mas então me conte. –Eu pedi sentando ao seu lado no sofá.

–Como seu pai disse, eu fiquei grávida de você ainda adolescente. Eu fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Seu pai me deu apoio e eu aceitei a gravidez. Assim que te tive seu pai passou por uma crise financeira e eu não conseguia cuidar de você pela minha inexperiência, então eu fui embora. –Ela dizia e lágrimas escorriam dos seus olhos, e dos meus também. – Eu tentei por muito tempo te ver, mas seu pai havia mudado de estado e seus telefones também. E agora eu finalmente te achei.

–Mas você tem algum motivo para ter me procurado tanto? –Perguntei secando as lágrimas que ainda desciam pelo meu rosto.

–Na verdade, sim. Além da saudade, eu queria te ter por perto porque talvez eu não tenha muito tempo de vida. – Ela fez uma pausa. –Eu estou com leucemia.

Apesar de todo aquele rancor que eu sentia por ela, eu desabei no choro. Ela era a minha mãe e tinha chances dela morrer antes mesmo de eu conhece- na de verdade. Eu queria mais tempo para passar com ela.

Abraçamo-nos e ficamos chorando uma no ombro da outra.

–Você me perdoa? –Ela perguntou se afastando um pouco para ver melhor o meu rosto e secou-o.

–Claro. –Eu sorri e ela também.

Nos abraçamos novamente e logo um choro de bebê fez com que nos separássemos. Madison levantou-se e caminhou até um quarto. Depois de um tempo ela voltou com uma criança no colo.

–Nat, essa é a Safira, sua irmã. –Ela me entregou a bebê.

Ela se parecia muito tanto com a minha mãe como comigo. Seu nome fazia jus à cor dos seus olhos, azuis como safiras. Ela tinha por volta de 1 ano.

–Oi, Safira. –Eu disse à criança, que sorria.

Eu e Madison ficamos conversando por várias longas horas. Descobri que ela precisava do transplante da medula e combinamos de ir ao hospital para ver se a minha batia com a dela. Tiramos bastantes fotos e algumas com a Saf também. Falei sobre Timmy pra ela que disse que queria o conhecer o mais rápido possível.

Eu simplesmente acabei me apaixonando pela minha mãe e vi que nós éramos bem parecidas, não só fisicamente, mas também nas personalidades. Ela era bastante estilosae gostava muito de filmes e coisas assim, assim como eu. E na parte física, eu era a sua cópia tirando o fato de ela ter olhos mais claros que o meu, mas não azuis como os de Safira.

Saí de sua casa mais feliz, mas ainda com pena por talvez só ter mais um pouco de tempo com ela. Assim que cheguei a casa liguei para Timmy e contei tudo e assim como eu ele ficou feliz.

Dormi rápido e tive bons sonhos. Acordei no outro dia e fui escolher minha roupa. Tomei o meu banho, me arrumei e fui para a escola.

–Amiga! –Eu disse para a Demi assim que a encontrei.

–O que?

–Eu conheci a minha mãe. –Eu disse feliz.

–Sério? Me conta como foi. –Ela estava animada e ouviu a história palavra por palavra.

Logo o Timmy e o Matt apareceram.

–Meninas, novidades. –O Matt disse.

–Diga. –Eu falei.

–Minha mãe nos liberou ir para nossa casa de praia nas férias. –Eu e a Demi comemoramos assim que o Matt terminou de falar.

–E onde é essa casa? –Demi perguntou e Matt a abraçou de lado.

–Miami!