Separei-nos, mesmo eu não querendo sair dali, olho para ele, deixando transparecer a minha enorme felicidade e digo:

_ Agora temos que resolver uma coisa! – Ignoro o seu olhar confuso e o puxo em direção a sala teria que falar com os pais dele, não poderia continuar daquele jeito.

Os pais deles estão sentados, seguro no braço de Christopher para que ele fique do meu lado, pois eu tinha percebido que ele estava com medo do que poderia acontecer.

_ Bem, antes de tudo eu quero dizer que vocês têm um filho maravilhoso, então eu quero deixar avisado que eu estou completamente apaixonada por ele, desde a primeira vez que o vi, e quero aproveitar cada momento junto dele, mas para isso ele tem que ficar feliz, e essa felicidade começa dentro casa, o que ele não tem muito. – Olho para ele que está me fitando admirado. – Então o negócio é o seguinte, ou vocês param de tratá-lo assim, ou terei que denunciar vocês por agressão e danos morais. – Estava me sentindo naquele momento, só que não.

_ Eu posso saber o que você irá fazer? – Pergunta o pai me desafiando.

_ Ano e anos convivendo com uma advogada em casa, não será difícil. – Falo dando um sorriso de triunfo, tinha certeza que a minha mãe iria me apoiar.

A mãe dele se levanta, com lágrimas correndo pelos olhos, se aproxima de mim, segura em minha mão e diz:

_ Lara, eu te agradeço por tudo que você me fez, ou melhor, nos fez enxergar, o filho que temos, eu nunca me perdoarei por tudo o que eu o fiz passar em todos esses anos, mas tenho certeza que irei fazer de tudo para melhorar daqui para frente. – Ela termina de falar e me abraça, eu estava sem palavras, já com lágrimas em meus olhos, ela se separa de mim balançando a cabeça com gratidão e vai em direção a Christopher, fica alguns segundos parada, então o abraça, no começo ele fica meio receoso, mas acaba cedendo e retribui o abraço, ela sussurra um “desculpe” e um “eu te amo filho”, e isso foi a gota d’água para o seu pai, que se aproxima e abraça a sua família, chorando e murmurando coisas indistintas.

Fico olhando aquela cena, sentindo como se tivesse cumprido alguma coisa, além de ter ajudado uma família, agora eu estava namorando o garoto dos meus sonhos. Então uma dúvida veio em minha cabeça, a gente estava namorando?

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A minha cabeça estava tentando assimilar as coisas, isso significava que a Lara estava gostando de mim desde o primeiro dia que tinha me visto, o meu coração estava a mil por horas de tanta felicidade.

Quando a minha mãe veio me dar um abraço, murmurando que me amava, pedindo mil desculpas pelo que tinha feito, eu acabo acatando ao pedido, eu não iria conseguir ficar com raiva dos meus pais, mesmo eles tendo feito tudo aquilo, eu os amava.

Pensei que meu pai não iria vim, já que ele era uma cabeça dura, mas para minha surpresa ele vem e me dá um abraço que eu nunca tinha recebido dele.

Logo após termos chorado lágrimas, nos abraçado, recuperando o tempo perdido, corro os olhos à procura de Lara, mas vejo que ela não está lá, ela tinha feito mesmo isso, com tanta coisa que eu queria falar para ela? Com tantos beijos que eu queria lhe dar, agradecer por tudo o que ela tinha me proporcionado, a minha família de volta, e a coisa mais importante, ter ela só para mim.

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Resolvo deixar eles terem um momento familiar, e saio de fininho em direção a minha casa, tinha certeza que eles teriam muita coisa a resolver ainda.

_ Já ia ligar para a polícia, a onde você estava? – Pergunta a minha mãe preocupada, me dando um abraço de arrancar as costelas.

_ Mãe, calma, eu só fui tomar um ar por aí. – Respondo rindo com o seu comportamento exagerado, e massageando o locar que ela tinha machucado, o mesmo local quando “alguém” tinha me empurrado para cima do Christopher.

_ Como assim “eu fui tomar um ar”? Você só tem 14 anos, não tem juízo.

_ Mãe, meu Deus, daqui a pouco eu faço 15 anos, além do mais, eu tenho muito mais juízo do que muitas pessoas por aí. – É eu realmente tinha muito juízo. – Agora eu preciso tomar um banho, estou muito cansada e feliz, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.

_ Como assim feliz, o que aconteceu? – Pergunta a minha mãe curiosa, ignoro os seus protestos de querer saber e corro para o chuveiro.

Umas das melhores sensações que existe, é quando você chega cansada em casa, e tem o luxo de poder banhar em uma água quentinha, escorrendo pelo seu corpo, e lavando até a sua alma, de todas as impurezas, e era essa sensação que eu estava me beneficiando naquele momento.

Sem enxugar o corpo, coloco um pijama, deito em minha cama e resolvo ligar para Isadora, tinha certeza que ela iria ficar ainda mais feliz do que eu com os acontecimentos do dia.

Isadora: Oi.

Lara: Você estava dormindo?

Isadora: O que posso fazer? A cada dia que passa as tarefas aumentam, é um martírio.

Lara: Tenho que te falar uma coisa.

Isadora: Hum?

Lara: Eu e Christopher nos beijamos!

Isadora: ...

Lara: Isa, cadê você?

Isadora: Deixa-me terminar de pular aqui na cama, agorinha a gente continua, ai meu Deus, me conta tudo.

Então eu explico tudo o que aconteceu, sem deixar de lado nenhum mínimo detalhe.

Isadora: Deve ser por isso que ele é anti-social, com os pais que tem.

Lara: Não mais, já que tudo voltou aos conformes.

Isadora: Ok, agora tchau, até amanhã!

Lara: Tchau mal educada, até!

Jogo o celular de lado e fico olhando para o vazio, o que era totalmente diferente do estado da minha cabeça.

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Depois de termos conversado a beça, vou para o meu quarto, tomo um banho, e deito-me na cama.

Em todas as noites, eu sempre dormia apenas com os fones de ouvidos, mas dessa vez eu iria dormir com Lara em minha cabeça.

Eu não via a hora de poder vê-la, de poder falar, de poder tocá-la amanhã.