A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Weeeeee e aqui estou eu de volta e mais uma vez estou postando o capítulo mais cedo porque estarei de viagem novamente amanhã, então não daria tempo para eu postar >< O capítulo está bem lento, mas sombrio. Finalmente Igor conhecerá alguém do colégio o/



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O silencio era tão estranho naquele espaço. Apenas o atito das canetas nos papeis eram audíveis. Nas salas de aulas de onde morava sempre havia conversas e interações uns com os outros, mas ali era diferente. O foco era total no que havia no quadro e no caderno. Fora das salas, parecia um colégio normal, mas ao entrar nas salas, os alunos calavam-se e sentavam-se em suas cadeiras sem questionar.

Igor não anotou metade do que o professor falou, estava distraído olhando para a vista da janela. Os professores chamavam sempre a sua atenção, pois nunca esta olhando para o quadro.

– Algo de interessante na janela, Igor? – perguntou o professor de história, fechando o livro em suas mãos com violência.

– Não, professor – respondeu ele voltando a sua atenção para frente. Incomodou-se ao perceber que todos os olhares estavam para ele.

– Talvez saiba a história da nossa cidade – falou ele dando alguns passos em sua direção.

Igor se incomodou, não estava fazendo nada de mais, não se sentia animado e nem interessado por esta ali. Fazia de tudo para se manter oculto, acreditava que dessa forma não teria preocupações.

– Não, professor, não a conheço. – respondeu envergonhado.

– Como previsto. Pois bem, Arvoredo foi fundada por americanos exploradores, quando vieram aqui para o Brasil. A cidade tem esse nome por ela ter crescido entre as árvores, além disso, a meta deles era comercializar a madeira brasileira para fora. Com a comercialização a cidade foi crescendo. A cidade começou a se “quebrar” com a chegada da revolução industrial.

“Mas também com a revolução industrial veio a modernização de nossa cidade, tanto é que Arvoredo é dividido em Cidade Nova e Cidade Velha. Nós nos localizamos na Cidade Velha, isso dá para perceber pelas estrutura de nossas casas e prédios. A tendência é que aos poucos essa parte suma, mas lutamos para que seja preservada, já que faz parte da nossa história.

“Esse prédio, antes, muito antes de ser o colégio de vocês era a prefeitura, aqui foram feita as leis dessa cidade, algumas ainda existem, mas outras, devido ao tempo, foram descartadas.

Igor teve que agradecer, no fundo, pelo professor ter lhe chamado a atenção. A história da cidade era fascinante. Achou bem curioso que o fato de que a sala onde se encontrava naquele momento já foi responsável por criações de leis e que homens importantes discutiam a política da cidade. Lógico, sabia que também foi ali que a corrupção pairava. Arvoredo também estava sujeito aquilo. Um rápido olhar pela sala e ele conseguia ver as sombras do passado passeando pelo presente.

Ao termino da aula, Igor enrolou para que todos os alunos saíssem da sala. Juntou suas coisas e estava prestes a sair, mas deteve-se por um instante ao perceber que havia uma garota na porta da sala, olhando para ele. Ela tinha em seu rosto um leve sorriso. Igor não entendeu o que ela fazia ali.

– Oi – disse ela acenando de leve.

Igor continuou imóvel, mas dessa vez sem graça. Não planejava conhecer ninguém ali. Não acreditava que fosse ficar muito tempo ali. Porém ele sabia que tinha que respondê-la, não poderia ignorá-la. Não queria ser mal educado.

– Oi – respondeu ele finalmente, fechando a sua bolsa e jogando-a em suas costas.

– Percebi que você ficou bem incomodado com o professor chamando a sua atenção – observou a garota.

– Todos nós ficamos quando nos chama a atenção – retrucou Igor ainda parado com sua bolsa nas costas.

– Dês que você chegou você ainda não falou com ninguém e ninguém veio falar com você... Já faz uma semana que você entrou. Resolvi falar, então.

– Obrigado – respondeu Igor.

Um silêncio constrangedor pairou sobre eles. Ele percebeu que nada mais seria dito, então adiantou-se para a saída. Ao passar por ela, deu um leve aceno com a cabeça.

– Laura.

– O que? – parou subitamente e olhando para trás.

– Meu nome é Laura – respondeu ela.

– Igor – apresentou-se.

– Eu sei – disse ela sorrindo.

Igor sorriu de volta e seguiu o corredor deserto.

Na rua, fechou o casaco e pôs o capuz. Afundou as mãos no bolso do casaco e andou pelas ruas cinzentas. Às vezes se impressionava com o céu sempre nublado e o clima frio dali. Nós nos localizamos na cidade velha, ecoou as palavras do professor em sua cabeça. Durante a sua caminhada, pode perceber que todas as estruturas dali eram muito antigas. Perguntava-se como aquela cidade poderia se sustentar, não havia movimentações nas ruas... Parecia estar abandonada. Ao olhar para trás, viu que boa parte do seu caminho já havia sido engolido pelo nevoeiro.

Nevoeiro estranho...

Era sorrateiro, perigoso e silencioso. Quando se deu conta o céu estava mais escuro do que pensava. As nuvens carregaram-se numa velocidade assustadora. No meio do caminho ele via o nevoeiro invadindo a sua rua, como se fosse uma cobra se rastejando, pronta para atacar a sua presa. Ao seu redor, viu algumas sombras apressadas, como se fosse pessoas correndo. Ouviu som das janelas se fechando com violência. Igor correu.

A cada passou que dava ele conseguia ouvir o latido do cachorro que havia no terreno baldio ao lado da sua casa. Quando o latido se tornou alto o suficiente, diminuiu a velocidade, voltando a andar normalmente. O cachorro latia nervosamente para a rua, como se de fato tivesse alguém ali, mas estava deserta. Quando Igor se tornou visível para o cachorro, ele grunhiu, abaixou as orelhas e se recolheu para umas tabuas velhas, que lhe servia de abrigo. Por algum motivo o cachorro avia se assustado com a presença de Igor.

Ao entrar em casa, foi acolhido pelo calor do ambiente, mas também pelo vazio.


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Notas finais do capítulo

Iai pessoal gostaram?

Até a proxima



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