A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu de volta! Estou postando hoje porque amanhã estarei de viagem e não vai dar para eu postar o capítulo amanhã. Bom esse capítulo ta bem legal, super interessante! Uma leve tensão no ar *-* Espero que gostem!



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Ele jazia ainda incrédulo no seu quarto. Com a mudança para a nova cidade, a nova escola e as pessoas que continham nela, Igor tinha esquecido completamente do aniversário de sua mãe. Pior que isso é que não estava com dinheiro e nem conhecia as lojas da cidade para comprar um presente. Por alguns instantes ele lá ficou, até se lembrar de um detalhe.

Abriu a porta com violência e quase cai da escada, ao descê-la com tanta pressa. Invadiu o porão ascendendo às luzes e avançou para as caixas. Não foi preciso mexer em todas elas, o objeto que procurava ainda se encontrava no chão. Igor pegou a pequena caixinha de música e tirou a chave, que ainda se encontrava encaixada no pequeno trinco. Levou-a para cima, em direção a cozinha. Com um pano húmido, ele limpou a caixa até que ela ficasse brilhosa. Havia algumas falhas na caixa, mas deveria ser devido ao tempo. Naquelas alturas, Igor pouco poderia exigir. Aquela caixinha veio a calhar.

Sua mãe voltaria em torno das 18h e ele queria manter a ideia de que tinha se esquecido do seu aniversário. Subiu até o quarto dela e colocou a caixinha no criado mundo, em cima do livro que ela estava lendo. Ele sabia que ela só iria perceber a caixinha quando fosse ler. Fazendo isso, ele voltou para o seu quarto e por lá ficou, olhando o tempo passar pela janela ou simplesmente fazendo a melhor coisa que conseguia fazer: dormir.

...

Um frio o invadiu e fez com que ele despertasse. A sua janela se encontrava aberta e a cortina dançava de acordo com o vento. Fechou a janela e deparou-se com o vidro totalmente embaçado. A porta se encontrava entreaberta.

– Mãe? – Perguntou ele olhando para a porta.

Ninguém respondeu, apenas o uivo do vento.

Andou nervosamente para a porta e a abriu de modo que pudesse ver o que havia atrás dela. Estava tudo escuro. Tentou ligar a luz, mas ela não acendia. Tentou procurar seu celular, mas também não encontrou. O silencio era profundo. Percorreu os poucos metros do seu quarto até o da sua mãe, mas a cama se encontrava arrumada. Ela não estava ali.

– Mãe? – perguntou ele saindo do quarto e parando diante a escada.

Havia uma fraca iluminação vinda lá de baixo, mas provavelmente era da iluminação precária que vinha das janelas. Desceu as escadas devagar, prestando a atenção no que tinha a sua volta, ou o que conseguia enxergar. Ao chegar no fim da escada, olho para os lados. Conseguia ver as sombras e os contornos dos objetos dos aposentos. O silencio foi quebrado pelo latido de um cachorro. O latido se tornou constante e não muito longe dali.

Igor encaminhou-se para uma das janelas da cozinha. O vidro estava tão embaçado tanto quanto a do seu quarto. Com a mão ele limpo o vidro e pode observar a cena. O cachorro estava amarrado na grade do terreno baldio, estava ali para assegurar que ninguém fosse invadir. O mesmo nevoeiro que tinha enfrentado no cemitério, estava ali presente, mas mesmo assim dava para ver a silhueta do cachorro.

O cão latia numa direção, como se tivesse alguém na pista. Igor esticou o pescoço e percebeu que ela estava vazia. Não havia ninguém e nada por lá. No mesmo instante, ao voltar a atenção ao cachorro, viu uma sombra surgir no meio do nevoeiro. Uma forma humana, ao que parecia. Na mesma velocidade que a sombra surgiu, ela se dissipou no meio do nevoeiro. O cachorro não era mais visível. Os latidos pararam. O vento parou de uivar.

O silencio era ensurdecedor.

Igor manteve-se imóvel da janela, esperando ver mais alguma coisa, ou que pelo menos o cachorro voltasse a latir. Silencio. Afastou-se da janela com cuidado e olhou para trás. Continuava tudo deserto e escuro. Igor suou frio. Teve medo de dar um passo e algo surgir na sua frente. Avançou com cuidado, tentando fazer o menor barulho possível. Parando diante da escada, a porta de entrada, que estava as suas costas, fechou-se com violência.

O eco da porta percorreu a sua mente por alguns instantes, logo em seguida um som longínquo de uma chave sendo depositada em cima da mesa. Igor levantou-se da cama, agitando a cabeça, tentando se livrar de seu pesadelo. Ouviu os passos pesados de sua mãe lá embaixo, depois nas escadas e a porta se fechando. Estava mal humorada, nem perguntou por ele. Depois de longos minutos ouviu a porta se abrir novamente e os passos descendo as escadas.

– Jantar esta na mesa! – gritou ela. Igor não queria encará-la, mas fez questão de descer e fingir que ainda estava incrédulo por ter esquecido o aniversário dela.

Ela dava garfadas em seu prato com força, mostrando totalmente a sua raiva por ele ter esquecido seu aniversario.

“Você nunca se lembrava do meu aniversário! Tinha que colocar no seu celular como lembrete!” Ecoou a voz dela raivosa em sua mente. Ela tinha dito isso para o pai dele, quando estavam em processo de divorcio. Ele sabia que ela iria se prender aos pequenos detalhes. Isso era importante para ela.

– Quando terminar, lave os pratos – disse ela secamente, jogando o guardanapo dentro do prato e saído da sala de jantar, já em direção ao quarto.

Igor sorriu de leve, esperando a reação que ela teria ao ver o presente, mas logo o seu sorriso sumiu. Poderia haver a possibilidade dela não gostar do presente, ou perceber que ele estava dando aquele presente por ela ter dito que hoje era o seu aniversario. Tentou não pensar no assunto e levou os pratos para a pia e lavo-os. Subiu a escada silenciosamente e entrou no seu quarto, deixando a porta aberta, para que pudesse ouvir a musica assim que ala abrisse a caixinha de musica.

Não demorou muito e ele ouviu a musica tocando. A musica pairou no ar como se fosse um delicioso perfume. Ainda com a musica tocando, a porta foi aberta e Igor se assustou com o movimento rápido da sua mãe. Ela avançou tão rápida que não deu tempo de fingir que ele estava fazendo outra coisa.

– Obrigada, querido. É linda – disse ela abraçando-o tão forte que ele teve medo que a cabeça salta-se do corpo. Ela depositou um beijo no meio de sua testa e desejou uma boa noite. – Va dormir para não se atrasar – disse ela antes de fechar a porta e lançar um sorriso.

Ele entendia a sua emoção. Igor se tornou a única fonte de orgulho para ela. Além disso, era o seu primeiro aniversario divorciada.


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Notas finais do capítulo

Iai, pessoal, gostou?
Quando voltar de viagem postarei o próximo capítulo, que já está pronto kkkkkkkk'

Até a próxima ;)



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