A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, desculpa >< Bom, esse capítulo está maravilhoso. Pela primeira vez Igor vai passar por um fenômeno paranormal ou seria coisa da cabeça dele? Huuum... tire as suas próprias conclusões. Esse é o primeiro de muitos momentos de tensão que Igor passará.



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A semana passou mais rápido do que ele imaginava, quando menos imaginou o fim de semana tinha chegado. A evolução no colégio não se desenvolvia muito, continuou sendo discreto. Laura era a única pessoa que tentava puxar um assunto com Igor. Ele não se sentia muito a vontade, mas aos pouco ia cedendo as suas conversas.

Laura passou a acompanha-lo pelo caminho de casa. Ela andava por uma rua paralela a sua casa, e não se incomodou em acompanhá-lo e entrar em uma rua mais adiante. Aos poucos ele sentia que ela era tão parecida com ele, gostava mais de ficar no seu canto quieta e privada. Claro, ela gostava de sair com suas amigas, mas ela tinha se apegado a Igor. E estranhamente ele a ela.

A cidade chegou no “Período do Nevoeiro”, a cidade já estava em alerta sobre. Todos os anos os cidadãos são orientados por esse período, apesar de todos já saberem como se comportar. Mas, no caso de Igor, ele não sabia.

– Como vocês sabem – tinha iniciado o professor de geografia – Estamos entrando numa época bem complicada aqui em Arvoredo. É o período de nevoa e como vocês sabem é muito perigoso. Estaremos sempre em alerta em relação a esse fenômeno. O colégio já está preparado para esse evento. Estejam preparados também.

A sineta tinha tocado e todos saíram. Por ser discreto e quase invisível na sala, Igor acreditou que o professor tinha se esquecido de detalhar melhor o que ele queria dizer “Estejam preparados”.

– Nós dormimos aqui – falou uma voz feminina as suas costas. Igor as vezes se assustava com as suas aparições.

– Quê? – perguntou ele sem entender o que Laura quis dizer.

– Amanhã traremos materiais, no caso roupas, para dormimos no colégio, caso o nevoeiro vem com muita violência.

– Dormir? – espantou-se

– Sim. Nesse momento a diretoria do colégio já está comunicando aos pais dos alunos, com certeza está dando prioridade aos novatos. Ou seja, ao chegar em casa sua mãe já vai está ciente disso.

...

Igor encarava o nevoeiro pela janela. Era pior do que imaginava. Não conseguia ver absolutamente nada na sua janela. Apenas a imensidão cinzenta. Os moradores eram obrigados a se agasalhar melhor dentro de casa. Devido ao extremo frio que sentia nas extremidades do corpo, Igor usava luvas dentro de casa.

Ele se divertia soprando o vapor de ar, que fazia com a boca, sempre fingindo que estava fumando. Boa parte do fim de semana ficava assim: largado na cama. Ele não se incomodava em ficar assim, mas gostava de vagar no meio da rua... Pelo menos na outra cidade ele fazia isso e com amigo... poucos, mas eram os suficiente para ele.

Sua mãe estava no trabalho. Assim como no colégio, os funcionários também estariam preparados para um eventual nevoeiro muito forte... Que era o que estava acontecendo naquele momento. De hora em hora Isabela ligava para Igor para saber se estava tudo bem ou se ele já tinha feito todas as coisas que ela havia mandado fazer. Igor se irritava com cada ligação de sua mãe.

Percorria a casa de um lado para outro, olhando as mesmas coisas. Em uma de suas idas e vindas, foi pego pela ideia de dar mais uma olhada no porão da casa. Lá embaixo, viu que as coisas estavam mais limpas. Os jornais e o montante de caixas que tinham ali foram jogados fora ou sua mãe tinha dado destino. Igor decepcionou-se. A estante de madeira avermelhada ainda estava lá. Isabela tinha a organizado colocando revistas e objetos de modo decorativo.

Ali estranhamente era mais gelado do que qualquer outra parte da casa. Igor sempre se abraçava quando visitava o porão. Deu uma ultima olhada no cômodo e caminhou-se para subir o lance de escada.

–Psiu...

Ele parou no terceiro degrau e olhou para trás. Estava tudo limpo e tinha certeza que alguém tinha lhe chamado a atenção. Ignorou achando que pudesse ter sido o som do vento entrando em alguma brecha das minúsculas janelas dali de baixou. Virou-se e subiu mais alguns degraus.

–Psiu.

Dessa vez o som foi mais claro e nítido. Alguém estava lhe chamando. Igor manteve-se imóvel achando que pudesse ter sido alguém lá em cima, mas quem seria? Sua mãe não o chamaria daquela forma. Porém o pior era que ele ouvia lá de baixo, como se mais alguém estivesse no porão. Estava tudo claro, o porão era um grande cômodo aberto. Não havia objetos grandes suficientes para alguém se esconder atrás. Se tinha alguém ali, era perfeitamente visível.

Desceu os degraus e olhou ao redor. Não havia ninguém. Ele manteve-se imóvel por mais alguns instantes e em silencio, queria ouvir novamente o som que o chamava ou se tudo não passava de impressão dele. Nada. Aproximou-se das janelas e sentia a fraca brisa passando pelas falhas que havia nelas, mas não ouvia nenhum som vindo. A luz piscou e voltou fraca, deixando o ambiente levemente escuro. Igor não pensou duas vezes e saiu correndo o lance de escada e fechando a porta atrás de si.

A casa estava escura, apesar de ainda ser dia. Ele acendeu algumas luzes da casa, mas as lâmpadas estavam fracas, deixando o ambiente fantasmagórico. Sentou-se a cadeira perto da janela, olhando a rua – ou o que conseguia ver – esperando a sua mãe chegar. Odiava ficar isolado, mais ainda a força por causa daquele nevoeiro. Enquanto observava a rua, ouviu um som leve, suave e longínquo tocar. Era a caixa de música que havia dado para a sua mãe.

Sua mãe havia chegado? Ele teria ouvido a porta se ela tivesse chegado... Ou talvez não? Igor ficou confuso e ficou observando o topo da escada, de onde vinha o suave som. Ficou a espera que sua mãe aparecesse ou falasse algo, mas a musica continuou a tocar sem o sinal de Isabela.

Levantou-se e andou devagar, como se tivesse tomando cuidado para qualquer coisa que viesse. A cada passo o som se tornava mais alto e nítido. Ao subir o lance de escada, tomou todo cuidado para o degrau não rangesse. Chegando ao corredor, encontrou a porta do quarto de Isabela entreaberta.

– Mãe? – perguntou ele parado diante da porta.

Isabela não respondeu nada. A música continuou a tocar.

Ele abriu o restante da porta e esperou que sua mãe falasse algo. Nada. Entrou e viu que a cama estava arrumada e a roupa do trabalho não estava jogada em cima da cama, como ela sempre fazia quando voltava do trabalho nos finais de semana. A caixinha de música estava tocando logo ao lado da cama, em cima do criado mudo. Igor andou até a porta da suíte, que estava fechada e deu algumas batidas.

– Mãe? – perguntou novamente. E mais uma vez não teve resposta.

Igor teve receio, mas abriu a porta do banheiro e constatou que o banheiro também estava vazio. Nesse momento a caixa de música parou de tocar. O cômodo mergulhou num silencio ensurdecedor. Igor teve medo de olhar para trás, mas não teve escolha. O quarto continuava vazio. Enquanto olhava as coisas com mais atenção, ouviu lá de baixo o som da porta se abrindo. Ele correu até a escada.

– Oi Igor, Cheguei! – disse Isabela anunciando.

– Mãe? Pensava que estava em casa! – disse ele descendo as escadas.

– Claro que não filho, acabei de chegar. Com esse nevoeiro me atrasei um pouco. Vou tomar um banho e preparar alguma coisa para a gente comer, tá? – disse ela subindo as escadas e dando um beijo em sua testa.

Igor ficou imóvel olhando para o vazio.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal, gostaram?
Esse capítulo representa muito o que acontecerá daqui por diante.

Até a próxima ;)



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