A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, tudo bem... atrasei um dia, mas aqui está o capítulo ^^ Bom ainda esta lento, mas faz parte da história. Vc's tem que entrar no clima da cidade *-*



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O céu ameaçava chuva, como grande parte do dia, mas Igor percebeu que as nuvens estavam mais carregadas e escuras. Ele pegou um casaco com capuz e o vestiu, não gostava de usar e ficar levando guarda-chuva na mão. Ao passar pela porta de casa, percebeu os olhares das pessoas ao seu redor, que não eram muitas. Sabia que seria assim quando botasse o pé fora.

Alguns eram simpáticos e acenavam para ele, outros sorriam levemente, mas a maioria o olhava mesmo. Alguns não conseguiam ser discreto nos olhares, chegava a incomodar.

Poucos carros passavam nas ruas, grande parte dos moradores se locomoviam de bicicleta. Não era uma cidade muito grande, mas também não era uma cidade tão pequena que Igor imaginava. Em algumas ruas, havia uma placa com o mapa da cidade, era uma ideia interessante para quem quisesse pegar um atalho ou saber onde estava... Era o caso de Igor.

Ele tinha visto a biblioteca no jornal e não fazia ideia de onde ela ficava. Não se preocupou em se perder, pois achava que a cidade era pequena e seria fácil encontrá-la. Enganou-se. Na placa dizia nomes das ruas e principais prédios da cidade, como: prefeitura, escola, hospital, delegacia, tribunal, a biblioteca e outros prédios que fossem de importância pública.

Decorou o caminho e continuou a andar pela calçada cinzenta e úmida. As casas, a maioria delas, eram semelhantes a que ele morava. Era estranho ver que algumas pessoas andavam e conversavam ao ar livre, de portas abertas, sem se preocupar com nada. Algumas folhas passearam junto com ele durante o caminho. Chegando numa parte mais aberta da cidade, Igor envolveu-se melhor em seu casaco, a brisa que batia ali era fria. Fez os cabelos do seu pescoço se arrepiar.

Não dava para ver muita coisa ali, havia um leve nevoeiro pairando sobre aquela grande área aberta, circundada por uma grade alta. Havia grandes arvores ali dentro, logo concluiu que ali era um parque ou uma praça onde as pessoas poderiam se divertir quando o bom tempo aparecia. Alguns passos mais adiante, encontrou a entrada do parque, onde no topo estava escrito “cemitério”.

Um sino pesado tocou ali por perto, o que fez Igor dar um pulo para trás. Havia uma Igreja bem ao lado do cemitério. Não havia percebido porque a copa das arvores tinham-lhe empatado a visão. Ele sabia que estava perto da biblioteca agora. Lembrava que no mapa alguns metros depois da igreja ficava a biblioteca.

A cada avanço que Igor fazia, percebia que ia ficando mais escuro. Os postes acenderam mais cedo. Consultou o seu relógio e viu que ainda não eram quatro da tarde. A rua que seguia era mais escura, pois era cercado de grandes casas e árvores grandes, que quase bloqueavam a visão do céu. Uma chuva de folhas secas caiu sobre a rua, quando um vento mais forte passou por ali. Igor protegeu seus olhos.

- Preciso de uma bicicleta – comentou consigo mesmo parando diante da biblioteca.

O prédio era mais magnífico a cores e ao vivo. Tinha uma arquitetura antiga e bem cuidada. O tempo úmido e a escuridão do lugar caiam muito bem com aquela estrutura, apesar de parecer um ambiente mórbido e sombrio. O prédio tinha um vermelho fechado, com alguns detalhes brancos ao redor de suas numerosas janelas. Entrou e admirou com o lugar bem iluminado.

Vários corredores e prateleiras surgiram diante de si. Viu que duas escadas de madeira bem trabalhada levavam para o andar superior. Apesar das grandes janelas, o lugar era iluminado pelos grandes lustres e as luminárias que havia ali nas mesas cumpridas. Nunca antes Igor tinha visto uma biblioteca com aquela estrutura.

Não havia muitas pessoas por ali, afinal, quem fariam alguma pesquisa na biblioteca sabendo que poderia fazer isso na internet? De fato Igor preferia, mas não poderia negar que ter as informações, literalmente, em mãos era mais significativo. Era palpável, capaz de sentir até o cheiro e o gosto de cada palavra.

- Você é novo na cidade – comentou uma voz de alguém não visível.

Igor olhou ao seu redor não encontrou ninguém dono daquela voz, até o sujeito aparecer entre as prateleiras de livro. Um homem, de aparentemente quarenta anos vinha em sua direção segurando um livro. Tinha os cabelos curtos e levemente grisalhos. Usava um óculos preto, que se apoiavam na ponta do seu nariz.

- Sou – respondeu Igor quando ele finalmente tinha parado diante de si.

- Prazer, Arthur – apresentou-se – Sou o bibliotecário da cidade e também historiador – disse ele sorrindo e estendendo a mão.

- Igor, sou estudante – falou ele um pouco descontraído.

- Prazer Igor. O que deseja? Alguma pesquisa escolar?

Igor sorriu por dentro e Arthur riu. Percebeu em sua expressão que ele não estava por ali para fazer nenhuma pesquisa. Muito menos escolar.

- Não. Estava em casa e decidi da uma olhada na biblioteca. Vi numa reportagem, em um jornal velho, que havia sido realizada várias doações de livros.

- Sim, é verdade! A coleção está no ultimo piso. Porque você não dá uma olhada? Está na seção de Coleções – disse ele indicando para Igor subir uma das escadas.

Arthur acompanhou-o até o pé de uma das escadas e pediu desculpas por não acompanhá-lo, disse que adoraria mostrar as coisas que havia ali, mas estava ocupado organizando alguns livros que as pessoas estavam devolvendo e vendo quem estava faltando devolver os livros. Igor não se importou muito.

- Basta seguir as placas – disse ele, antes de sumir em alguma das prateleiras.

Igor assentiu e subiu as escadas. Se tinha pouco movimento no térreo, no primeiro piso não havia quase ninguém. Assustava-se quando via alguém passando pelas prateleiras. Estava tudo muito silencioso. Percebeu que o primeiro piso era mais aberto, onde as prateleiras se concentravam mais nas paredes, deixando uma grande área para as mesas cumpridas. Atravessou aquelas mesas e encaminhou-se para o segundo piso.

Ali estava deserto, percebia que os livros ali eram mais antigos e havia uma área isolada escrita: área restrita. Percorreu entre as prateleiras e via pela janela que estava tudo escuro. As nuvens carregadas pareciam mais o céu da noite. Em uma das paredes, Igor viu que havia um grande mapa da cidade, datada em 1873. O mapa estava amarelado com o tempo, mas estava armazenado em um quadro de vidro, provavelmente protegido a vácuo.

Perto da li estava a seção de Coleções. Os livros eram mais antigos, isso era notável. Outros as capas foram substituídas, com certeza foram destruídas pelo tempo, mas mesmo assim acessível ao povo da cidade. Igor pegou um livro qualquer, onde mostrava a história da cidade e sua evolução. Havia mapas desenhados a mão e fotografias da cidade. Havia outros livros bem mais recentes, contando melhor a história da cidade e reunindo as fotos da cidadã ao longo dos anos.

Enquanto se distraia, o céu tremeu e trovão rasgou o silêncio. Igor olhou para a janela e viu que não iria demorar muito para a chuva cair. Merda, pensou fechando o livro bruscamente e colocando-o de volta no lugar. Correu e desceu as escadas, atrapalhando-se entre os degraus. Por pouco não caia. Agradeceu brevemente a Arthur pela atenção e saiu sem esperar uma resposta.

As ruas ficaram mais úmidas do que nunca. Se havia pouco movimento antes, agora não tinha nenhum. Os moradores se esconderam da chuva que estava por vir. Igor saiu correndo, passando pela igreja e o cemitério, onde agora o nevoeiro já começava a invadir a rua, mas pouco se importou.

Mais um trovão foi lançado e sentiu tudo tremer. Por um instante achou que tudo tinha ficado mudo, mas logo depois ouviu o som da chuva. Igor correu sem parar. Estava quase chegando perto ao terreno baldio, cercado por uma grade, quando a chuva o alcançou. Avançou para a porta de casa e fechou rapidamente. Suas costas estavam toda molhada.

- Droga! Preciso mesmo de uma bicicleta – resmungou.


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Notas finais do capítulo

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até a proxima ;)



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