A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá pessoal, digo que o próximo capítulo dará o início do suspense da história uhuuuuuuu. Esse capítulo é lento, mas é importante para dar início do suspense *-*



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– Arranjei um emprego – anunciará a sua mãe enquanto tomavam café da manhã. Não havia muita coisa em cima da mesa, apenas café, alguns pães e frutas. Igor escutou calado – arranjei uma vaga como auxiliar administrativa, não é grande coisa, mas pelo menos vamos colocar dinheiro para dentro da casa – disse ela assoprando a sua xícara de café e tomando um gole.

Igor achou aquilo bom, na opinião dele aquele emprego era melhor que o outro que ela trabalhava, que era da área de finanças. Claro que o antigo era melhor, mas sempre deixava a sua mãe estressada e muitas vezes comiam os seus fins de semana, tentando colocar as contas da empresa em dia, pois eles sempre atrasavam nas contas e jogavam tudo para ela resolver.

– Isso é bom – disse Igor para que não deixasse sua mãe sem resposta.

Isabela deu uma mordida numa maçã e ficou observando o seu filho. Seu comportamento tinha mudado um pouco, percebia que ele andava mais quieto do que o normal. Claro que ele ainda não tinha se acostumado com a ideia da separação, muito menos ela, mas ela queria que ele tentasse superar aquilo.

– O que há com você? – perguntou ela finalmente. Não poderia deixar as coisas acontecerem sem ela saber.

– Nada – disse Igor dando um gole de café e dando uma mordida no pão, sem dar a mínima no que sua mãe realmente estava perguntando.

– Querido, não é fácil o que estamos passando, mas queria que você superasse isso. É só uma faze. Logo, logo isso se resolverá, está bem?

Igor não respondeu. Continuou mastigando o pão e fitava a sua xícara de café. Isabela sabia que ele a havia escutado e deu um beijo no topo de sua cabeça, quando se levantou recolhendo as coisas em cima da mesa.

– Eu marquei uma hora para você aparecer no colégio – disse Isabela começando a lavar os pratos.

Igor parou no meio da escada e voltou.

– O quê? – disse ele perplexo.

– Não imaginou que iria ficar aqui sem fazer nada, não é?

– Mas eu não sei onde estão os documentos do meu outro colégio, nem material. Não posso aparecer lá assim... – tentou encontrar argumentos para que pudesse fugir daquilo, pelo menos o máximo que pudesse.

– Isso não são desculpas. Os seus documentos estão comigo. Já liguei para o colégio da cidade, já falei com a diretora. Ela já está ciente que você aparecerá lá as 14h. Não se atrase! Eu deixei os documentos dentro de uma pastinha azul em cima da mesa da sala. – falou enxugando as mãos.

– Mãe, por quanto tempo vamos ter que ficar aqui? – perguntou seguindo-a pelas escadas.

– Eu não sei, filho, chegamos a pouco tempo aqui – disse ela começando escovar os dentes. Igor aguardou que ela terminasse. – Igor, por favor, dê uma chance para nós. Essa pode ser uma boa oportunidade de começarmos de novo. A cidade é pequena, a chance de dar tudo certo aqui é grande.

– Mas a senhora pretende ficar aqui? – disse ele parando no pé da escada, observando a sua mãe pronta para sair de casa. Isabela olhou longamente para ele sem saber a resposta que dar. Igor entendeu o sinal e balançou a cabeça tentando aceitar aquela nova situação.

– Por favor, não se atrase hoje, ok?

– Ok.

Isabela sorriu para Igor e foi embora, deixando-o ali sozinho.

...

O sol resolveu aparecer entre as nuvens úmidas, deixando o clima levemente abafado. Igor terminava de arrumar o seu cabelo e olhava-se pela ultima vez no espelho antes de ir. Olhou para o céu e sabia que não iria demorar muito para o sol se esconder entre as nuvens novamente. Saiu de casa.

O caminho estava seco e menos frio, agradeceu por aquilo. Andava com a sua jaqueta aberta, apesar de achar que estava um pouco abafado. Via que os alunos do colégio passavam por ele e detestou ao perceber que era necessário usar farda. Olhou o mapa que havia na rua e se guiou por ele. Ele passou pelo cemitério e o viu com clareza, sem o nevoeiro. Não era um cemitério assustador, lembrava um jardim. As ruas e as construções a luz do sol ficavam mais bonitas e menos sombrias.

O colégio era um monstruoso casarão, tão antiga quanto a cidade, se não mais. Havia numerosas janelas e tinha cor bege mais escuro. Lodo, ou talvez mofo que acumulavam abaixo das janelas, formando longas linhas abaixo delas. Havia uma grande área aberta na frente do colégio, onde havia vários bancos e árvores para que os alunos pudessem aproveitar o espaço livre.

Ainda havia alunos por ali, e a maioria deles percebeu que ele estava ali observando a escola. Igor teve vontade de sair dali, mas não poderia, não queria chegar em casa e receber bronca da sua mãe. Ignorando os olhares, atravessou a grande área aberta. Ao adentrar a arquitetura do lugar era de encantar os olhos, com seus corredores bem iluminados e o chão tão bem encerado que parecia um longo e extenso espelho. Aproximou-se da recepcionista e pediu informação:

– Onde fica a sala da diretora? Perguntou sem ao menos desejar boa tarde.

A recepcionista sorriu para ele e deu uma excelente boa tarde, logo em seguida respondeu-lhe dizendo que ficava no fim do corredor que havia logo a esquerda. Igor agradeceu e seguiu. Ao entrar no corredor, percebeu que uma das paredes estava coberta de troféus e medalhas que o colégio foi reunindo ao longo dos anos. Nas paredes estavam as placas dos alunos que haviam concluído o colégio.

De um lado ficavam portas e mais portas, perguntava-se o que havia em cada uma delas. Do outro ficava as janelas, que dava para a vista das áreas internas do colégio. Igor percebeu que o colégio era maior do que pensava. Perde-se ali era fácil de mais. Chegando ao fim do corredor, entrou na porta que havia ali e pediu algumas informações.

Ele teve que aguardar um pouco na pequena sala, até a diretora lhe chamar. Tinha lhe feito algumas perguntas pessoais e logo os documentos. Agradara-lhe as notas de Igor, pela imagem que o garoto tinha, não parecia ser um garoto esperto. Porém enganou-se. Enquanto isso ele observava a janela, que aos poucos vi as nuvens se acumulando.

– Você está mais adiantado do que nós, creio que não haverá problemas com a sua nova turma – disse a diretora sorrindo devolvendo alguns documentos.

Igor pegou os papeis e guardou-os na bolsa, nada respondeu a diretora, apenas sorriu em agradecimento e se levantou. Antes que pudesse sair da sala, a diretora interveio:

– Você pode pegar o horário das aulas com a moça na sala de espera – falou ela. Igor saiu logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal gostaram?
Sei que foi lento mas os que vem a seguir serão punk's *-*

Até a próxima ^^