A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Sim pessoal, aqui estou eu de volta com maaaaaais um capítulo! Segurem os seus corações que só vem emoções. Bem... é com muita alegria e tristeza ao mesmo tempo que digo que já escrevi o ultimo capítulo! A Perseguidora vai até o capítulo 29, ou seja, temo mais 2 capítulos pela frente!
Mas não se entristeçam agora, deixem pra depois! :D



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Laura estava jogada no chão frio do corredor. Sentia o seu cotovelo e o seu joelho arderem, com certeza tinha se ferido, mas ela não estava se importando com aquilo, seu olhar ainda estavam fixos na janela quebrada.

A luz débil da lua invadia o corredor, projetando sombras dos galhos das arvores, na qual pareciam se divertir com o corpo estendido de Laura. Ela por sua vez manteve-se imóvel, esperando que algo acontecesse ou percebesse que aquilo que tinha acontecido na verdade não tivesse acontecido.

Mas aconteceu.

Levantou-se com extrema dificuldade. Olhou para o seu joelho e via que sangrava. Seu cotovelo estava no mesmo estado. Olhou para trás e encontrou o corredor vazio. Ela abraçou seu corpo como se pudesse se proteger de algo... Algo que a tinha atacado anteriormente e que poderia esta ali a espreita. Ela continuou olhando para o corredor esperando que algo se move-se. Porém tudo permanecia imóvel. Engolindo as lagrimas, Laura andou lentamente em direção a janela.

Havia sangue nos poucos vidros que sobraram da janela. Laura tapou a boca chocada. Igor deveria estar gravemente ferido e precisava de ajuda. Seu coração batia cada vez mais forte a medida que se aproximava da janela. A vista era de uma arvore com seus galhos nus e a noite com um luar cheio e nuvens brincalhonas. O vento que vinha era suave e irônico, parecia acariciar o rosto de Laura.

Colocando o seu rosto para fora Laura não encontrou o corpo de Igor no chão, também não seria possível devido ao nevoeiro. Imaginou que ele estivesse lá embaixo estendido. Ela pressionou mais a boca para abafar um soluço inevitável. As lágrimas vieram em seguida e com naturalidade como se fosse cachoeiras.

Ela quis descer, correr, gritar, pedir ajuda, mas nada mais parecia obedecê-la. Sua unica visão era do nevoeiro lá embaixo, que deslisava perigosamente no chão. A mente de Laura entrou em um estado de transe profundo, ela não sabia mais o que fazer naquele momento. Se antes ela não sabia o que fazer, agora ela não tinha a menor noção.

Será que era aquilo que Patrícia queria? Trazer Bruno de volta para ela? Mas Igor não era ele, Igor era... Igor! Milhões de pensamentos passaram em sua mente, cada uma com uma força de um tiro. Ela respirou fundo e afastou-se da janela, tinha que pedir ajuda... Tinha que fazer algo. Mesmo chocada e abalada, Laura começou a andar pelo corredor e descer as escadas.

...

Estava frio, ele podia ter certeza. Estava deitado em algum lugar macio, apesar de sentir as dores em cada parte do seu corpo. Não quis abrir os olhos, se sentia seguro do jeito que estava. Tentou mover algum membro de seu corpo, mas a dor foi lacerante. Permaneceu imóvel. Cada vez que enchia o seu pulmão de ar e os soltava, sentia um queimor em seu corpo.

Sua cabeça parecia pesada e distante de seu corpo, era como se ele tivesse sido desmembrada. A sensação de estar caindo no infinito era predominante, apesar de ter certeza que estava deitado em algo sólido. Igor deixou-se levar naquele sensação ate ficar enjoado, obrigando-o a se virar e vomitar.

Todo o seu corpo gritou de dor, não só pelo movimento, mas também pela contração involuntária do refluxo. Ele perdeu a força do seu braço que o apoiava e caiu no chão, quase deitando-se na sua própria poça de vomito. O cheiro azedo e desagradável o obrigou a abrir os olhos.

O céu estrelado dava-lhe as voas vindas, juntamente com a lua. O nevoeiro passeava logo a cima dele sem a menor dificuldade. Parecia que um pano de seda deslisava em seu rosto. Logo ao seu lado estava uma arvore de galhos secos. Igor quis ficar ali até ter certeza que iria sumir do planeta, mas quando viu a janela quebrada do primeiro andar, lembrou-se de Laura. Todo o seu corpo entrou em estado de alerta, ela poderia estar em perigo.

Levantou-se mais rápido do que havia imaginado. A dor lacerante percorreu o seu corpo, como se uma faca estivesse deslizando. Uma dor de cabeça e uma tontura o atingiu com força, como se alguém o tivesse sacudido. A sua visão borrou durante alguns longos segundos. Foi necessário alguns minutos para Igor se recuperar. Ele andou cambaleando até encontrar a parede do prédio. Olhou de um lado e para outro e não soube tomar um caminho. O nevoeiro bloqueava a visão.

Laura talvez não tivesse muito tempo e Igor não estava mais com cabeça para pensar, andou em direção a arvore a subiu nela. Ele chegou na altura da janela que tinha caído e posicionou-se da melhor forma possível para que o seu salto fosse perfeito e certeiro. Ao olhar para dentro do corredor, não via mais Laura. O seu coração congelou e estava certo que ele tinha que ser rápido.

Sem pensar muito, Igor deu um impulso com um de seus pés e saltou. Sentiu o ar gélido da noite percorrer seu corpo enquanto estava no ar, logo em seguida o impacto do concreto gelado. Estava de volta ao corredor da biblioteca.

– Laura?!

O silencio foi a sua resposta.

Estudou o local por mais alguns segundos, mas nada e nem ninguém atreveu-se a se mover. Igor acelerou os passos, explorando o corredor. Desceu as escadas perguntando por Laura, mas ele continuava sem retornos. Ao chegar ao térreo da biblioteca encontrou algumas gotas de sangue que faziam um caminho.

Laura! Pensou ele preocupado.

Ele correu atras da trilha de sangue até encontrá-la andando com dificuldades não muito longe dali.

– Laura? – perguntou sem ter certeza de que estava diante dele.

Laura reconheceu a voz e virou-se para trás. Reconheceu a figura que estava ali no fim do corredor quase que imediatamente. Um sorriso largo e de alivio surgiu no rosto dela.

A luz veio logo em seguida.

A energia se restabeleceu, fazendo com que os olhos se machucassem com a claridade repentina. Ao olhar, agora com o ambiente iluminado, Igor viu que Laura estava machucada.

– Ah meu Deus, Laura! – exclamou ele preocupado e correndo com dificuldade. – você está machucada! – disse abraçando-a.

Laura retribuiu o abraço com força, como se nunca mais fosse soltar Igor. Ele, por sua vez sentiu-se confortável por saber que ela estava bem e viva.

– Você deve ir para a ala hospitalar – alertou Laura olhando para Igor.

Igor estava em estado catastrófico, parecia que ele tinha acabado de voltar da guerra. Sua camisa e calça tinha alguns rasgões, seu rosto estava completamente ferido, cheio de cortes e sangue. Seus cabelas estavam bagunçados como se um vendaval tivesse passado por ali.

– Eu estou bem – disse ele forçando um sorriso para tranquiliza-la.

Uma brisa suave e fria percorreu o corredor. Igor e Laura desvencilharam-se e entranharam a brisa. De onde ela estava vindo? Todas as janelas do corredor estavam fechadas. As luzes piscaram rapidamente e logo se restabeleceram. Eles ficaram estáticos, sabiam que tinha algo errado por ali.

Uma das luzes do fim do corredor queimou. Logo em seguida outra, outra e mais outra. A escuridão se aproximava e eles sabiam que aquilo era coisa de Patrícia. Sem demoras, eles trataram de correr na direção oposta que vinha a escuridão. Porém eles não foram rápidos o suficiente, pois foram engolidos pela escuridão.

Eles firam no escuro por alguns momentos, até Laura pegar a sua lanterna e a passear pelos corredores. Estava tudo vazio, mas a temperatura tinha caído. Era possível ver o vapor de ar no ar.

Uma das lampadas, já queimada, soltou algumas faíscas, e isso se repetiu com as demais lampadas.

Igor segurou firme na mão de Laura, afim de que nada pudesse acontecer com ela. Sabia que Patrícia estava com raiva dele, pois achava que ele, o Bruno, estava com outra garota. A ideia parecia absurda, mas Patrícia estava com ciúmes. Uma morta com ciúmes de um vivo, pensou ele ironicamente, apesar da situação.

– Você está sentindo? – sussurrou Laura.

Igor não entendeu sua pergunta e aguçou melhor os seus sentidos. Ele não ouvia nada, não sentia nada, além do frio e também não via nada. Porém depois de alguns segundos notou um cheiro estranho... Laura apontou a lanterna na direção que tinham vindo e viu uma leve fumaça vindo do corredor.

O nevoeiro? Perguntou-se Igor olhando a fumaça espalhar-se sorrateiramente no fim do corredor.

Não poderia ser... O nevoeiro era mais denso, aquela fumaça dançava no ar e parecia mais escura. Depois de alguns minutos a fumaça foi ficando mais escura e uma pequena claridade começava a surgir. Não demorou muito até que uma sirene de alerta começasse a tocar. Quando menos percebeu, Igor notou que o colégio estava pegando fogo.

Ah não! Exclamou ele.

– Fogo...? – perguntou-se Laura confusa. De repente veio uma explosão no fim do corredor. Uma bola de fogo lambeu a parede e uma lufada de calor foi jogada no rosto de Igor e Laura.

– Corre! – gritou Igor puxando Laura com força para o outro lado.

Eles conseguiam ouvir o som do fogo de alastrando no andar superior, destruindo tudo que tivesse pela frente. Estrondos pesados eram audíveis, como se moveis pesados estivessem sendo jogados no chão.

Chegando ao fim do corredor eles encontraram a grade que dava acesso ao pátio do colégio, mas ela se encontrava trancada. Igor deu vários chutes, mas a grade era forte e resistente.

– Droga! – exclamou.

– A unica saída que tem está do outro lado – falou Laura apontando para o corredor que vinha o fogo.

– Não podemos ir por ali, está pegando fogo!

– E como iremos sair daqui?! – exclamou Laura.

Igor olhou seus olhos urgente e viu que não havia outra saída. Olhou pra o fim do corredor e viu que o fogo que começava a surgir ali estava mais forte. Talvez eles tivessem sorte se arriscarem. Olhou mais uma vez para Laura e criou coragem. Segurou sua mão mais firme e correram em direção ao corredor que estava em chamas.

O corredor, onde ficava a biblioteca estava completamente dominada pelo fogo. Igor e Laura não entraram no corredor, apenas ficaram diante dele assustado coma violência do fogo. Pareciam que estavam diante do próprio inferno. Igor olhou novamente para o corredor que vieram e olhou para a grade la no fundo. Se ao menos eu pudesse... resmungou.

Parte do teto desabou e tapou a sua visão. Agora eles não poderiam voltar. O corredor da biblioteca se tornou a única opção.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, como tinha dito, A PERSEGUIDORA esta chegando ao fim! Depois de mais de 1 ano no ar, eu conclui a história com muito gosto e feliz com o resultado! Com as visualizações, comentários e os que favoritaram!

Lançamento dos próximos capítulos:
— 12/12/2014 será o capítulo 28
— 16/12/2014 será o capítulo 29

Aguardem e não arranquem os cabelos!
No dia 16 anunciarei o dia que começarei minha próxima Fic: ALICE IN WATERLAND