A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oláááá pessoal! Preparados? Hoje estou postando o penúltimo capítulo dessa incrível história, que durou 1 ano aqui no ar, mas levou muito mais tempo para ser produzida! Espero não decepcioná-los e que esse capítulo atendam todas as expectativas que vocês tem da história!

Super feliz em estar concluindo-a. Sentindo-me como dever cumprido e o resultado são os comentários, visualizações e novos leitores que vim conquistando.

Agradeço a todos que acompanharam até esse momento!!
Boa leitura!



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O fogo parecia dançar nas portas e nos poucos objetos que se encontravam espalhados pelo corredor. A biblioteca inteira estava em chamas e o fogo se alastrou com muita facilidade. O corredor estava todo queimado e o fogo dominou o corredor quase que completamente. Não havia um caminho seguro para seguir.

O calor e a fumaça eram jogado em seus rostos sem a menos piedade e cerimonia. Faíscas dançavam no ar e o fogo lambia o teto. As rachaduras começavam a surgir e Igor percebia que o local agora estava instável. Não era seguro ir por ali, mas também não era seguro ficar. O corredor já estava infestado pela fumaça. Pouco a pouco o oxigênio ia acabando.

Igor puxou Laura para que ele ficasse atras dele e bem próximo. Ambos protegeram os seus rostos com a manga de suas camisas, deixando apenas os seus olhos expostos. Criando coragem, Igor adentrou pelo corredor dominado pela adrenalina.

Desviar do fogo não era fácil, pois ele é irregular e dançava no ar desengonçado. Igor se preocupava em pegar o caminho mais seguro e além disso tinha sua preocupação com Laura, que tinha que acompanhá-lo. Ele segurava a sua mão bem forte e não estava disposto a soltá-la até encontrar um caminho seguro.

Um explosão veio em alguma direção e mais um lufada impiedosa de calor veio em direção a eles. Por instinto, Igor virou-se a abraçou Laura, protegendo o rosto dela. Olhou para trás e viu uma porta totalmente distorcida e carbonizada. Ouviu-se alguns estalos e uma pequena parte do concreto caiu no chão. O teto estava começando a cair e o fogo parecia se expandir mais.

Igor conseguia ver não muito longe da li o portal que dava acessoa a outro corredor, onde ficava a saída do colégio. Quando estava próximo de chegar a uma parte segura do corredor, outro concreto caiu no chão como uma bola de fogo, espalhando o fogo pelo chão e pelas paredes. Não muito distante dali, além do fogo, ele viu alguém parado observando-o. De inicio parecia uma sombra, mas agora ela era nítida. Patricia estava ali na sua frente.

Por um instante Igor esqueceu do fogo, do calor, do perigo e de Laura. A figura de Patrícia na sua frente roubou-lhe a atenção de qualquer outra coisa. Seu rosto era triste e carregava lagrimas em seus olhos. O seu vestido, que parecia farda de um colégio, estava queimada e ela trazia uma boneca queimada em sua mão. Ele já a tinha visto em seu sonho uma vez.

Igor estava chocado com a sua aparição, mesmo com as experiencias paranormais que teve durante o tempo que esteve na cidade, era a primeira vez que tinha visto um espirito em sua vida. Ele quis falar algo, mas as palavras não conseguiam passar de sua garganta. Se ela pudesse entender que ele não era Bruno, aquilo tudo poderia terminar.

– Porque...? – perguntou uma voz que ele desconhecia.

Igor sentiu o seu coração congelar e seu sangue correr gelado, mesmo no inferno que estava. Aquela era a voz de Patrícia.

– Porque você me deixou lá? – perguntou tristonha.

A pegunta parecia confusa... O que ela queria dizer com aquilo? O que Bruno tinha feito no passado? Por algum motivo ele percebeu que Patricia não estava com ciumes, estava com raiva de Bruno por algum motivo.

– O... Que? – foi as únicas palavras que conseguiu pronunciar.

– POQUE VOCÊ ME DEIXOU QUEIMAR?! – exclamou ela com fúria.

Houve mais uma explosão e mais uma lufada de calor jogou-se pelo ar. O fogo se tornou mais intenso e mais estrondos tornaram-se audíveis. Mais algumas rachaduras surgiram no teto. Igor percebeu que a qualquer momento o teto iria desabar.

Igor assustou-se com o seu grito. Sua expressão mudou e agora ela trazia ódio em seu rosto. Ela não estava com ciumes de Igor, agora ele tinha certeza, Bruno havia abandonado Patricia no dia do acidente em 1902! Aquela informação foi pior do que todas que tinha recebido nas ultimas horas. Patricia não queria Igor para ela, queria matá-lo.

O teto rachou e parte dele caiu.

– Igor, cuidado! – gritou Laura empurrando-o para frente.

O concreto caiu no meio deles, fazendo com que eles ficassem separados. Igor olhou em panico para trás e não viu mais Patrícia. Olhou para Laura e tentou encontrar um jeito de alcançá-la mas não tinha como. O concreto havia bloqueado a passagem por completo.

Laura tentavas sair dali, mas estava cercada pelo fogo. Qualquer direção que ela fosse não tinha saída. Ela olhou para Igor desesperada, pedindo socorro. Seus olhos estavam completamente cheios de água e Igor viu aqueles olhos heterocromáticos desesperados. Ele olhou para trás e viu que a saída para ele estava livre. Ele poeria se salva.

Se ficasse ali ele poderia morrer, mas se corresse, talvez ainda puderia ter uma chance...

Olhando mais uma vez para olhos de Laura, ele correu em direção a saída sem pensar duas vezes.

– IGOR, NÃO!! – gritou ela desesperada e aos prantos.

...

Bruno encarou o seu rosto desesperado, nunca antes tinha visto os olhos de Patrícia derramar tantas lágrimas. A tensão que percorria em seu coração era muito grande, tinha a sensação de que iria explodir a qualquer momento.

A medida que o fogo aumentava, Patricia ia se recolhendo para o fundo do corredor. Ele tentou abrir caminho com o seu terno, mas o fogo o engoliu em um piscar de olhos. Com uma barra de ferro tentou afastar os concretos para abrir passagem, mas não tinha força para removê-los. A sua impotência o deixava mais irritado e mais desesperado.

Olhar para Patricia e não poder fazer nada era o que mais doía. Ela não poderia fazer absolutamente nada, o fogo crescia cada vez mais e ela ficava em perigo a cada segundo. Ela chorava desesperada e pedia ajuda. Bruno chutava os concretos e gritava, mas de nada adiantava.

O teto rangeu e outra parte do teto desabou, fazendo a distancia entre eles aumentar. Agora os seus olhos não eram mais vistos com tanta clareza, o fogo não permitia. Bruno estava impotente e sabia que não tinha mais o que fazer ali, mas ele não poderia desistir. Olhou para o corredor e sabia que a saída estava por ali próximo. Olhou para Patricia e saiu correndo sem pensar.

– Bruno, Não! – ele a ouviu gritar a plenos pulmões.

Ele não iria desistir tão fácil. Ele sabia que não muito longe dali havia uma mangueira em caso de incêndio. Bruno avistou a caixa vermelha embutida na parede, onde havia uma mangueira de 10 metros com os dizeres “em caso de incêndio”. Ele quebrou o vidro com o cotovelo e desenrolou a mangueira o mais rápido que pode. Ligou a mangueira e começou a correr, mas foi impedido.

– O que está fazendo aqui, garoto! – exclamou alguém agarrando-o, impedindo que ele continuasse.

– Não, não, me solta!! – agitou-se, mas o homem o pegou pela cintura como se fosse um boneco.

– O prédio esta em chamas, não é seguro! – falava o homem tentando controlar o garoto e o afastando cada vez mais do corredor.

– Não, não, não! Me soltaaaa! Tem alguém lá! Tem alguém lááá!!! – gritava Bruno tentando se livrar do homem, porém ele era mais forte.

Bruno tentou de todas as formas se livrar do homem, mas não conseguiu. Tentou bater nele, mas ele resistia aos golpes.

– PATRICIA!!! – gritou o garoto, enquanto via o teto desabar de vez no corredor.

...

Igor correu o mais rápido que pode pelo corredor até encontrar um extintor de incêndio. Ele tirou o objeto da parede com extrema dificuldade, era pesado de mais para ele, mas ele reuniu as forças que tinha somado com a adrenalina. Seu corpo reclamou do peso, mas ele não se importou. Com dificuldade ele correu de volta para o corredor.

Ele não sabia ao certo onde Laura estava, tudo estava dominado pelo fogo. Igor apontou o extintor para as chamas e lançou o vapor branco que saia. Ele foi limpando o seu caminho até encontrar Laura estendida no chão.

– Laura! – gritou, mas ela não se mexeu.

Ele a pegou por debaixo do braço e a jogou em seus ombros. Com uma de suas mãos livres ele segurava o extintor com dificuldade, quase não tinha força para erguer o objeto. Ele lançou o vapor branco novamente para o fogo e foi abrindo caminho, até encontrar o corredor limpo novamente. Abandonou o extintor e apoiou Laura melhor em seu ombro e correu.

Chegando ao corredor que dava acesso a saída, encontrou vários alunos e professores correndo em direção a saída também. O ar gélido da noite o abraçou com gosto. Igor nunca antes se sentiu tão aliviado em sentir o ar gelado daquela noite. O nevoeiro se esvaia aos poucos. Ele jogou Laura no chão e certificou-se se ela estava respirando.

Seu peito não mexia.

Não...

Debruçou-se sobre ela e aplicou-lhe uma massagem cardíaca.

Respire, respire, respire, respire... Dizia ele mentamente a cada impulso que dava, mas Laura não correspondeu. Tapou o nariz dela e abriu a sua boca, jogando ar para dentro de seus pulmões. Fez isso três vezes e voltou a fazer a massagem cardíaca.

Respire, respire, respire, RESPIRE!

Laura continuava imóvel. Igor olhou para o seu corpo incrédulo. Ela não poderia ter morrido. Aquela história não poderia se repetir.

– LAURA! – gritou ele agarrando os seus ombros.

Laura abriu a boca e inalou todo o ar que o seu pulmão podia permitir. Arregalou os olhos aliviada por sentir o oxigênio limpo invadir os seus pulmões. Logo em seguida vieram as tosses.

Igor a abraçou com força, e não quis mais soltá-la. Ela segurou os seus ombros agradecida.

– Eu achei que você ia me deixar lá – disse ela com os olhos cheios de água.

– Eu não iria desistir de você – disse ele abraçando-a e a beijando.

O beijo foi muito bem correspondido dessa vez. Ambos deram um beijo forte e intenso. Não havia mais vergonha e constrangimento entre eles. Eles se abraçaram fortes como se o corpo não fosse o limite.

Quando eles afastaram seus rostos, um contemplou o rosto o rosto do outro. Igor adorava aqueles olhos heterocromáticos e ela adora os seus olhos castanhos. Ele desviou a sua atenção para o lado e viu Patrícia ao longe, mas ela não estava sozinha. Laura olhou para a mesma direção que ele e também viu a mesma cena.

Ela estava de mãos dadas com Bruno, ambos carregavam um sorriso no rosto.

– Eu também não desisti dela – falou Bruno.

Ouvindo aquelas palavras eles deram meia volta e andaram para o além até dissiparem no meio da escuridão. Igor e Laura olharam para o vazio agora, admirados com o amor daqueles dois. Entreolharam-se e perceberam que o amor, talvez, pudesse ir além da morte.


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Notas finais do capítulo

Olá leitores o ultimo capítulo agora é dia 16... O fim de tudo em que tudo termina bem!
No mesmo dia irei já divulgar a data da minha próxima FIC :D, não percam!

P.S.: Deixem para chorar no final, por favor...