Diogo Narrando

Parecia que quanto mais perto do final daquele labirinto eu chegava as coisas começavam a sumir, agora não tinha mais tantas cores, a maioria das coisas a minha volta, como o céu, estava em branco, só tinha a cor da estrada e algumas vezes passava a voz da Nina falando comigo colorida, cores de neon.

Natasha aparecia as vezes para me irritar e falar que eu era dela e ainda iamos ficar juntos, quase bati nela em uma das vezes quando ela falou que ia "visitar" a Nina, descreveu-a nos mínimos detalhes, ate a cor dos olhos ela falou e eu nunca tinha falado da aparência dela para a Natasha, então isso significava que ela estava indo até a Nina e ela estava sozinha em uma sala de hospital comigo contra um espirito do mal.

Aquela mulher anjo não tinha falado comigo, apenas via reflexos dela rapidamente ao meu lado caminhando e olhando para mim, não sabia o nome dela, não sabia nada, apenas que depois que ela apareceu a Natasha parou de ficar andando comigo e eu me sentia mais protegido.

Estava cansado já, então parei um pouco e me deitei no meio da estrada fechando os olhos e tentando prestar atenção para ver se conseguia ouvir o que a Nina estava fazendo ou se estava falando.

Escutei a voz dela perto de mim, parecia meio agitada, preocupada, e falava com alguém que demorei para assimilar a voz e descobrir que era a Ana. Mas a Ana estava lá com a Nina e eu não ouvia a voz do Thiago, talvez ele estivesse do lado de fora do quarto...

Não sei quanto tempo fiquei escutando, mas fiquei la ate tudo ficar quieto novamente, isso significava que a Ana tinha ido embora e a Nina estava sozinha de novo.

De repente senti uma mão me chacoalhando rápido e eu despertei assustado. A mulher anjo estava ao meu lado.

–Levanta rápido, você tem que sair logo daqui! Ela vai colocar o plano dela em ação logo.

–Quem? E que plano?

–Natasha, ela esta com a Nina.

Me levantei o mais rápido que pude, sem nem pensar duas vezes e ela se levantou comigo mantendo distancia.

–Como assim ela esta com a Nina?

Ela não respondeu, somente foi clareando e sumiu no ar me deixando sozinho novamente.

Legal isso, pelo jeito a Nina esta em perigo, a Natasha esta com ela e eu aqui sem saber o que esta acontecendo realmente, o que ela esta planejando fazer e sem poder ajudar em nada.

Não terminei de dar dois passos até que uma porta apareceu, era diferente das outras, era feita de um mármore branco, estilo aqueles monumentos gregos, era gigante, tinham duas colunas de sustentação toda desenhada e detalhada, tinha alguns detalhes em ouro.

A porta se abriu aos poucos e não me puxou como as outras, esta me deixou livre para entrar por conta própria. A sala por trás era grande, muito grande e era meio escura, mas dava para perceber que o mármore branco da porta revestia a sala inteirinha por dentro. Delicadamente ela começou a afinar tornando-se um longo corredor estreito, ainda meio escuro, mas dava para perceber que durante ele tinham colunas detalhadas com ouro.

No final desse corredor saia em outra sala muito menos que a primeira, muito mais escura, mas tinha um espelho bem no meio dela, era maior que eu em tamanho e em comprimento, tinha uma luz focada bem nele e não dava para se ver nada em volta.

Me aproximei com desconfiança e parei bem de frente com ele, me olhei por alguns segundos refletido naquele espelho e vi alguma coisa brilhando perto dos meus pés, no chão. Quando eu cheguei não tinha nada, mas agora realmente tinha um objeto prata e não dava para distinguir o que era até eu me abaixar e pega-lo na mão.

Era uma espada, com cabo de ouro puro e esmeraldas cravadas, a lamina era de prata muito afiada e tinha alguns desenhos de naipes de cartas, como se ela pertencesse a um jogo. Mesmo com tudo para ser uma arma pesada era leve, como uma pluma.

–Estou surpresa de ver até onde você chegou, mas agora, será que você consegue realmente sair daqui? Tem capacidade para isso?

Reconheci a voz na hora e me levantei devagar com a espada na mão e olhei para o espelho e ao invés do meu reflexo estava a Nina me olhando com curiosidade com uma espada de aparência bem velha nas mãos como se estivesse se preparando para lutar e seu adversário seria eu.