Nina narrando

Estava arrumando as coisas para ir dormir, dei um beijo na testa do Diogo, ainda em coma e fui me deitar. O doutor Carlos estava me ajudando muito a resolver as coisas em relação ao Diogo, descobri, meio que apenas um detalhe fraco, que o Carlos é um primo dele e que ele estava cuidando do Diogo pois foi ele que apresentou a Natasha e se sentia culpado pela morte da familia dele.

Me ajeitei no sofá cama e coloquei meu celular de baixo do travesseiro e estava quase peando no sono quando ele vibrou. Era uma mensagem da Ana.

"Nina, ja tenho as informações que você me pediu, me liga de manha. Beijos"

Coloquei o celular de onde tinha tirado ele e, com aquela mensagem, perdi completamente o sono, o que será que a Ana tinha achado para eu desvendar um pouco o passado dele. Ou sera que ela tinha arranjado uma forma de saber quem era aquele espirito de preto que aparece de vez em quando perto de mim e sempre deixa um bilhete ameaçador e me faz ficar acordada com receio do que eles significam para mim e para o Diogo.

Continuei deitada, tinha visto a mãe do Diogo, apenas de relance, mais umas duas ou três vezes e sempre sorria para mim antes de sumir, outras via um senhor, muito bem vestido, serio, nunca esboçava nenhuma reação e nem me olhava, apenas fitava o Diogo e logo desaparecia.

Puxei mais a coberta sobre mim e cobri meu rosto, daqui a pouco as enfermeiras iam começar a entrar para ver batimentos cardiacos e passar remedio nos poucos machucados que restaram da queimadura dos braços, tinham agora linhas finas e bem vermelhas, então elas mediam a pressão e eu não conseguia dormir enquanto elas não saiam do quarto de preocupada que ficava para saber o que elas estavam fazendo, o que estavam passando, qual medicamento e para que.

Não esta sendo facil ficar aqui, meu irmão, para ajudar, sumido, a Ana falou que anda recebendo noticias dele e que ele está bem, mas eu não sei se ela esta falando a verdade ou se esta tentando me deixar sem uma preocupação, ela não me fala como consegue falar com ele, eu ligo para ele e cai direto na caixa postal.

Me virei de frente para o encosto do sofá tentando dormir e escutei passos dentro do quarto, devia ser a primeira enfermeira da noite então me arrumei no sofá para ver o que ela estava fazendo, engano meu, era aquele espirito todo de preto, parado do lado da cama do Diogo com o capuz que cobria todo seu rosto e com a vela na mão, aquilo dava muito medo.

Estiquei a mão e tentei alcançar a garrafa de agua benta que deixava em uma mesinha do meu lado, mas não fui rapida o suficiente, o espirito se virou para mim, me encarando com aqueles olhos vermelhos sangue.

-Vai tentar me expulsar daqui?- Sua voz era horrivel, pior do que a do ultimo demônio com o qual nós lutamos- Inocencia a sua de pensar que pode ser capaz contra mim.

Ele deu uma gargalhada que arrepiou todos os pelos do meu corpo e fez com que os alarmes disparassem, sendo corrigido rapidamente pelos enfermeiros de plantao e pelos seguranças.

Mais uma vez ele deixou um bilhetinho caido, queria ver o que estava escrito, mas ao mesmo tempo estava morrendo de medo de saber. Olhei para minha mão que estava tremendo muito com o susto e eu sentia meu corpo mole.

Me levantei com cautela e peguei o papel, o quinto, e estava escrito outra mensagem ameaçadora sobre eu continuar a pesquisar sobre o passado e que o Diogo lhe pertencia e ele ia toma-lo.

Rezei para a Ana ter achado algo muito util para me ajudar agora e que soubesse alguns rituais de proteção contra demônios.