Uma Nova Esperança escrita por Thaís Santos Bezerra


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Mais um! Espero que gostem!



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Diante da escuridão, é claro que nada pode-se observar ou analisar direito. Altos e baixos. Revolta e dor. A vida tem sempre disso.

Principalmente a nossa vida.

Meu cérebro não consegue lembrar fe muito depois da cena passada. Provavelmente já haviam cortado as cenas, ou simplesmente foi tudo ao vivo: o tordo enfraquece, se esvai e perde suas asas se entregando as cinzas.

Na verdade eu não sei nem o que aconteceu, minha visão turva durante a filmagem não me permitira saber o que havia acontecido comigo. Eu só lembro de dor, agonia e medo. Sim, estava com medo.

Medo de perder tudo ali, definir mais uma vez a vida das pessoas que amo e minha nação. Meu filho, tão amado mesmo chegado recentemente em minha vida e de forma tão inesperada. E ele provavelmente está vindo, vindo da mesma forma inesperada que descobri e mudando extremamente minha vida, e todo nosso redor.

Para não dizer que não lembro de nada, recordo de um Haymitch desesperado correndo em minha direção e me carregando para dentro do aerodeslizador rapidamente como nunca o vi correr em todo o tempo que o conheço. O que de certa forma me deixou um pouco mais calma, por que me senti um tanto protegida por alguem que me ama,se não fosse pela dor excruciante que me houve depois.

Pessoas que amo... Peeta, pai do meu bebê e meu amor. E Gale... Meu amigo tão querido desde tão nova. Nós nos afastamos muito durante esse últimos tempos por motivos de ciumes ou quaisquer coisas. Mas eu tenho tanto carinho por ele ...

Já no aerodeslizador, me deram um copo d'água e tentaram me reanimar de alguma forma. Tudo que eu fazia era respirar fundo, por que a dor que me descreveram me parece ser bastante diferente da que estava sentindo. Pegava toda a lateral da barriga e repuxava para as costas de forma cruciante e muito dolorosa . Deveria ser as contrações que tanto mencionaram para mim. Só não pensei que seria tão dolorosa quanto disseram.

Eu tentava diante de meus pensamentos aturdidos tentar falar de alguma forma pela conecção com o bebê. "Filho , ajuda a mamãe. Ela te ama tanto! Ela quer te salvar! Quer nos salvar! Ajuda, ela tem que sobreviver para te ver crescer e poder ver um futuro diferente para todos nós!"

– Katniss? - Haymitch sussurrava em meu ouvido e acarinhava meus cabelos suados diante das contrações que já começavam a aparecer.

– Sim, Haymitch? - Ainda consegui falar, enquanto esperava a dor que vinha de instantes em instantes.

– Estamos chegando. Sua mãe está ciente de tudo já e tudo está preparado a sua espera. Vai ficar tudo bem.

– Obrigada, Hay... - sussurrei e recebi um beijo na testa.

Rapidamente, como Haymitch falara, chegamos no distrito. E fora rápido mesmo. Acho que ultrapassando as barreiras até mesmo de nossa descrição e proteção.

As portas se abriram e já pude vislumbrar toda uma equipe me esperando. Maca, equipamentos. Minha mãe. Tudo o que precisava era dela.

– Mamãe! Me ajude! Dói muito!- ela correra em minha direção com seu rosto preocupado de mãe e sua habilidade de médica, ou curandeira como costumava ser designada.

– Calma, Katniss.- ela falou me dando um beijo na testa e virando-se para sua equipe- Por favor, levem-na para uma das salas do hospital, que eu preciso olhar e analisar ela de alguma forma. A medica dela nao esta disponível no momento, outro parto bem complicado. Terei de fazer o que posso e o que sempre fiz no distrito com nosso povo.

A maca corria nas escadas da melhor forma. Sorte que as alas de hospital ficava no térreo e temos elevadores até bastante avançados para vivermos no subterrâneo.

Enquanto eu gemia de dor, minha mae mandava parar a maca na sala e viera me analisar.

– Katniss. Preciso ver sua dilatação para saber o que esta havendo com você...- eu sabia o que era de tanto ver em minha casa partos normais,desde muito pequena, mas era um pouco constrangedor ver sua mãe lhe analisando mesmo sendo sua mãe. Ou deve ser pela forma que Peeta sempre me chamava : sou muito pura, mesmo não sendo mais a menina de antes.

Nem incômodo eu senti de tanta dor. Logo vi no rosto de mamãe que não havia nada certo... Havia mais do que sua preocupação normal. Respirei fundo e quase sufoquei.

– Katniss? Sua dilatação não esta boa... Nao temos o suficiente para ajuda-la,nesses poucos dias já descobri muito e ocitocina era o necessário. Mas pelo meu entendimento acho que sei o que esta ocorrendo. -Não sabia ao certo se pelo meu nervosismo, ou ela realmente deu um espassamento entre a frase - Enlaçamento.

Seria melhor protege-lo aqui? Não. Eu tenho que encarar e ver que ele não pode permanecer aqui para sempre.

Mas o que isso significava? Ele está morrendo?

Não, não pode!

Ou será que seria muita injustiça trazer ai mundo uma criança para viver como vivemos? Isso pode ser melhor para ele. Eu o perco, mas de certa forma ele ganha. Se é que existe algo supremo deve o esta salvando de tudo isso...

Não, Katniss! Como pode ter esse pensamento tão egoísta e grotesco?! É seu filho! Meu cérebro tentava dizer enquanto mais dores me lançavam ao lado e fazia gemer novamente.

Minha visão já turva, começou a dar flashes de luzes muito parecido com o efeito que tive após os venenos da teligadas. Quando vi dois Haymitchs aflitos tentando me ajudar, apenas sussurrei o que consegui:

—Não estou me sentindo bem.- senti meu corpo se desfalecer.

Piscando os olhos, forcei para tentar enxergar algo no escuro. A principio não percebera, com bastante. Peso na cabeça e dor na lateral dela, mas minha mãe estava ao lado da cama descansando em uma cadeira velando meu sono.

Minha mãe... Tão preocupada . As vezes me culpo de verdade por tê-la julgado e maltratado por tanto tempo. Ela nao tinha culpa. Só depois de sentir na pele é que soube o quanto você precisa de forças para não entrar numa dessas.

Minha mãe...Foi quando tudo veio rapidamente na minha mente. Toquei rapidamente na minha barriga, por debaixo da camisola de hospital, agora mais murcha , porém bastante inchada ainda, e me sentei bruscamente na cama ao ponto da cabeça latejar. E provavelmente fazendo barulho, pois vi minha mãe bastante assustada se levantando.

Meu bebê!

— Katniss?! Tudo bem, filha?- minha mãe levanta-se da cadeira e toca em meu rosto, acariciando e depois aferindo as medidas de soro que vinham direto as minhas veias e que eu odiava extremamente .- Calma.

– Mãe, o que houve? Onde ele está?- toquei na minha barriga por cima da camisola transparente horrível de hospital.

– Seu parto foi difícil...- ela falou paulativamente e me fez sentir um nó no estômago. - Não havia dilatação o suficiente e mesmo que tivesse não daria para tira-la por lá, tanto por você está extremamente fraca, quanto ela que estava quase sendo enforcada pelo cordão.

Antes que ela terminasse eu já estava aos prantos. Eu lembro de dizer que era melhor que não nascesse para vir a esse mundo, mas a dor chega a ser tão grande que me perdoem, mas superou a dor da perda de saber que Peeta não estava aqui. Era algo que realmente nunca havia pensado em toda minha vida. Pelo menos não da forma natural. O que seria horrível pensar.

Depois de analisar os olhos azuis de minha mãe, que me encarava com um misto de preocupação e sem entender, e depois de eu respirar fundo, perguntei:

– Quantos dias eu passei dormindo?

– Dois.- ela respondeu rápido. - Tivemos que seda-la pois a cesariana foi bem sofrida também. Você estava inquieta até mesmo com anestésicos que demos a você.

– Mãe?! Como vocês puderam fazer isso comigo ?!- falava histérica e calma ao mesmo tempo, de uma forma que nem eu mesmo sabia que poderia fazer.- Vocês enterraram meu bebê... Meu filhinho sem mim! - começo a parar de gritar quando, minha cabeça a mil, olha para ela e vê o seu olhar espantado e confuso.

Até que o meu também ficou.


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