Uma Nova Esperança escrita por Thaís Santos Bezerra


Capítulo 37
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Nossa, gente, quanto tempo!
Eu realmente peço que me perdoem e que goste do meu capitulo novo. Fiz o melhor que pude, mas ainda acho que não compensei todo esse tempo sem postar. Confesso que quase desisti, mas sempre que a vejo tenho vontade de por em pratica toda a historia da minha cabeça , e quando começo a ler fanfics me instiga tanto... então resolvi postar hoje.
Espero realmente que gostem, e qualquer coisa comentem o que quiserem, estarei a todo ouvidos.
Obrigado por todos os comentários. Me sinto realmente lisonjeada por vocês comentarem e serem tao fofos. obrigada, beijos e aproveitem!



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Chega ao ponto de ser engraçado tanto tempo que passo com Finnick em seu compartimento, ou digamos de forma mais normal, seu quarto. Depois de toda a discussão que ele teve comigo devido a minha proteção, tanto por mim e o bebê, quanto pelos projetos de salvar o nosso terrível e único pais do mundo que se tem noticias após uma provável destruição de outros que já vi mencionado em algum dos livros antiquíssimos na estante velha e empoeirada da minha antiga casa.

Sempre fomos pobres, mas meu pai fazia questão que mantivéssemos o conhecimento, pelo menos a base dele, tal como seus pais e avós haviam lhe ensinado. Nunca fora muito, mas o essencial para que soubéssemos pelo menos as historias mais interessantes da antiga sociedade do nosso atual país. Lembro-me as vezes do fascínio que eu tinha após papai chegar do trabalho todo sujo de terra e carvão, mas com um sorriso resplandecente ao nos abraçar e sujar toda nossa roupa, que rendia alguns gritos de mamãe, cessados com um beijo apaixonado de papai. Eu e Prim virávamos o rosto afim de não ver a cena tão temida, e logo após transformavam em pequenas gargalhadas entre todos. Papai tomava seu banho rápido, sem gastar muita agua afim de que economizássemos para o dia posterior, pois por mais que ele se esforçasse da forma que fazia, sempre acabava rápido, assim como a comida, por isso passara muitos e muitos dias chegando mais tarde que o normal para que conseguisse caçar algo para nos manter-nos, mesmo que infringisse a lei federal. Após, papai pegava um de seus livros e nos contava historias fantásticas até que caíssemos no sono e ele nos levava para a cama, sempre dando um beijo de boa noite.

– Katniss, está tudo bem?- Finnick me tira dos meus devaneios e eu o olho para ver seu rosto apreensivo.- Você parou por muito tempo como se estivesse sentindo algo diferente, se for o caso pode contar. Lhe ajudarei agora mesmo. – Ele fala rápido colocando seu pedaço de corda na gaveta e de prontidão para me ajudar.

– Não, desculpe. Está tudo bem. – falo – Só lembranças... Coisas da infância e a época em que meu pai era vivo.

– Ah, tudo bem. – ele senta-se novamente – As vezes é bom relembrar, por mais doloroso que seja, é algo para todo o sempre. São parte do que somos, até na nossa dor. – Ele finalmente solta o pedaço de corda e pega em minha mão e me olha com ternura. Após, me abraça , mas é atrapalhado por um bebê ciumento que chuta bem acima do umbigo e que provoca algumas risadas entre nós dois, quando pus a mão dele no lugar para senti-lo.

–Nunca vi uma barriga crescer tão rápido quanto a sua, Katniss.- Finnick sorri e eu devolvo- Não que tenha visto muitas mulheres gravidas antes, assim, para prestar atenção em seu desenvolvimento. Quem sabe um dia, verei mais de perto uma com um filho meu dentro. – ele fala e respira fundo como se buscasse lembranças – Tenho muita vontade de tê-los. A única dificuldade é toda a situação no mundo em que vivemos...

– Eu também tenho muito medo disso.- toco na barriga e acaricio- Desde muito jovem eu nunca tive a vontade de ser... mãe. – ele me encara- Mas depois que , por acidente, isso aconteceu , eu me senti totalmente diferente. Era como se ele me ajudasse a sobreviver ao dia a dia, mesmo que ele venha pra o mundo nessas circunstancias ...Acredito que vai ser um meninão.-falo, ainda sorrindo.

–Estamos lutando para mudarmos , não é?- eu afirmo e ele muda de assunto -O que te faz pensar que é um menino?- Finnick se levanta da cama e abre a terceira gaveta do pequeno armário cinza e retira uma sacola.- Por ventura, fiz isso pra você. Na verdade, para ele ou ela, não saberemos até nascer, não é mesmo?

–O que é isso?- pego a sacola que ele me entrega. Na verdade um embrulho desajeitado, mas de me deixar realmente feliz já que presentes assim nunca foram muitos na minha vida, a não ser laços de fita ou tecidos para roupas que papai se esforçava na troca de alguns animais para que ficássemos mais felizes pelo menos no dia do aniversario.

–Abra você mesma.- Finnick fala e assim eu faço. Dentro do pacote havia uma pequena roupa de lã bem quente e macia que cabia no tamanho exato de meu antebraço, exatamente na cor mais suave que possa existir de um tom alaranjado de por do sol , assim como a preferida de Peeta . Lagrimas brotavam eu meu rosto quando peguei a roupa e arrastei suavemente no meu rosto.

–Muito obrigada, Finnick. – falo, ainda emocionada.- Quem a fez? – assim pergunto a esticando e vendo o quão bem formadinha e bem feita estava . Até parecia uma das que minha mãe fazia no distrito enquanto ela não trabalhava ajudando como curandeira, da melhor maneira possível . Algo que aprendeu no tempo que trabalhava na pequena farmácia e loja de ervas do distrito, com meus avós , que a bastante tempo faleceram.

Finnick, como resposta aponta para si mesmo , o que nos rende muitas risadas .

–Como você fez isso?- falo ajeitando a sacola e colocando de meu lado .

–Aprendi aqui, nesses dois meses. E como era algo pequeno lembrei de você.

–Muito obrigada mesmo Finnick. Ficou lindo. Pelo menos veremos algo colorido aqui no meio de toda essa gente cinza- rimos e me apoiei na cama para levantar-me. – Acho que já passei bastante tempo aqui. Tenho que ir descansar de alguma forma. Amanhã tem algo que eles querem falar comigo, espero que não seja algo serio ou que exija esforço para mim, estou me sentindo cansada sabe? Tudo isso e a gravidez... acho que ele vai chegar antes do tempo.- Finnick levanta e me ajuda a ir até a porta , me entregando a sacola novamente e nos despedimos com um abraço.

– Foi um prazer, minha... amiga?

Nos conhecemos a pouquíssimo tempo, até o achava uma pessoa extraordinariamente ridículo e exibicionista. Inicialmente , aqui no 13, após chegar e Peeta não estar aqui, me senti traída por ele já que conhecia e sabia de todo o plano .Mas vi por trás disso tudo a pessoa maravilhosa e cativante , e isso me fez gostar mais ainda dele e coloca-lo na minha pequena lista de amigos e pessoas que confio. Na lista de pessoas que me importo.

–Sim. Pode ter certeza.- pisco o olho e fecho a porta indo em direção ao meu compartimento.

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Depois de algumas horas descansando eu me acordei assustada com uma dor bem na lateral da barriga. Primeiro começaram com mexidas de leve, como ele sempre faz, ou ela... Mas logo foi cedendo e eu apenas fiquei sentada observando minha mãe e Prim dormindo como se nada tivesse acontecendo. É quando percebo que o sono é tao singelo que parece que nós estamos em outra dimensão e esquecemos de tudo. Pena que muitos de nossos sonos são dotados de pesadelos que nos afastam e fazem ter medo de fazer uma das coisas mais simples que deram capacidade ao ser humano.

Não consigo dormir mais, e então , cumprindo horários e ao mesmo tempo fazendo o que bem queria, sai em direção ao banheiro e tomei um banho que seria pra o dia, já que é um único por dia, no que depende da forma na qual a pessoa se encontra. Caso esteja doente pode até ter regalias, como assim dizem.

Durante o banho percebo o quanto diferente minha barriga parece estar. Além de mais inchada, ela está começando a diferenciar-se de antes, como se estivesse ficando mais baixa. Me chega a preocupar, mas mamãe podera me tirar algumas dúvidas, enquanto não preciso voltar para a medica.

Logo após o banho , segui para o salão de refeições , e todos já se encontravam lá. Logo quando cheguei, Mamãe e Prim respiraram fundo, como se estivessem aliviadas por eu ter aparecido.

–Katniss, pelo amor de Deus. Onde você estava ?- Prim ajustava para que eu sentasse ao seu lado , assim que eu me servisse do pao e pedaços de queijo ,que no momento não consigo identificar qual é e algum tipo de suco.

–ah. Ta tudo bem. Eu só estava me sentindo um pouco mal e fui pra o banho mais cedo hoje.- falei , me visando para mamãe - mãe?

– sim , Katniss?- ela falou colocando mais um pedaço de pão na boca

– minha barriga esta ficando mais... Baixa. O que isso pode ser ?- mamãe começa a rir, e eu fico sem entender.

– não se preocupe, filha. É proximidade do parto.- engulo em seco. E ela me fita meio preocupada.- sei que está com medo de tudo por que você é muito jovem e não tem experiência nenhuma , nem mesmo observou direito todo o processo de uma.Mas não se preocupe , eu vou lhe ajudar no que for preciso. - ela pega minha testa e beija.

Enquanto eu termino de comer meu café da manha , observo Haymitch do outro lado da sala, agora sempre sobrio, me olhando como se quisesse falar comigo. Ele me olha e confirma meu pensamento ,piscando um olho só , como ele sempre faz.

Me despeço de todos na mesa, inclusive de Gale que acabara de chegar com a mãe, os irmãos mais velhos e a pequena Post, que é loucamente apaixonada por minha barriga e é louva para "brincar com minha amiguinha nova ", palavras que a mesma fala todos os dias na hora do almoço.

Sigo em direção a Haymitch e o mesmo me leva para um lugar nais reservado, com um rosto bastante ansioso por alguma resposta minha de algo que eu não sei de que pergunta se trata.

–Você queria falar comigo, Haymitch?- falei e me escorei na parede, me escondendo de alguns olhares curiosos em nossa direção.

– Sim, docinho. Eu espero que você não se irrite nem nada , mas nós precisaríamos de você para fazermos algo para ajudar resgatarmos Peeta.- isso faz meu coração palpitar de esperança, amor e saudade. Assim me posiciono de forma mais ereta, como se bastasse para ajudar em algo e acabar com pequenos tremores que meu corpo estava sentindo, e a dor no fim da barriga que ne incomoda novamente e faco uma cara de dor, tocando abaixo da barriga, causando um olhar curioso de Haymitch, que apenas continua a falar.- Nós precisamos que você filme algo para nós no 12 para colocarmos ai ar com um projeto de Beete e fazermos interferência nas transmissões da Capitol e burlarmos o sistema de segurança para tentar salvar Peeta, Johanna e os outros, inclusive Annie, que deixaria Finnick muito feliz e vocês todos teriam uma melhora. Caso você aceite, já temos voluntários para irem em busca de salva-los.- engulo em seco, pois já sei quem vai atrás deles. Por isso Gale olhou de forma tao triste para mim hoje. Sei que isso é muito arriscado e posso perder os dois hoje, mas tenho que arriscar. Por Peeta, por mim e por nosso filho. Mesmo que seja egoísta da minha parte e exija sacrifício.

– Sim. Eu irei. -falo rapido . Tentando disfarçar a dor novamente.

– Ótimo, docinho. - Haymitch falou, depositando logo após um beijo carinhoso na minha testa.- Mas mesmo assim nos desculpe ter que fazer isso com você .

– Tudo bem...- sorrio sem graça.

Desço ao meu quarto e ainda na minha rapizez para pegar o necessário e seguir, ainda tive tempo de encontrar Prim e mamãe, que me fita preocupada, só por seus olhos azuis me fitarem constrangida e extremamente assustada com o que houvesse comigo. Já sabia que a notícia tinha chegado aos seus ouvidos. Sorrio sem graça e com meu olhar eu apenas afirmei que tudo ficaria bem comigo.

– Mas Katniss. Você está grávida e pense no quanto sua barriga está grande. Isso vai dificultar tudo para andar no lugar da forma que está... - engoliu em seco

–Mãe. - segurei seu ombro e a acalmei- Eu já fui lá uma vez, não me aconteceu nada. O bebê está bem e... - minto, pois ainda sinto dores como de manhã cedo e provavelmente me custaria uma bela advertência e toda a mesma coisa de sempre por causa do que tive antes da arena.- eu também. Qualquer coisa que me houver Haymitch estará comigo.

– Katniss! Haymitch não entende nada disso. Deixe-me ir!- Prim falou rápido e meio desesperada.

– Não, Prim. Você não. Não se preocupem com nós dois - falei tocando na minha barriga enorme

– Tudo bem Katniss. Qualquer coisa, corra de volta da melhor maneira que puder.

– Eu tenho que salvar Peeta, mãe... - sussurrei e ela acentiu e beijou minha testa. Prim me abraçou rápido e eu depositei um beijo em suas madeixas loiras saindo logo da sala antes que chorasse na frente delas.

Logo que me cheguei na área onde combinamos, Haymitch já me esperava junto aos outros de braços cruzados, me parecendo impaciente. Quando me viu fez um sorriso irônico e falou logo.

– Não entendo vocês mulheres. Eu digo rápido e vocês demoram esse tempo. E logo Katniss, você não precisa ser produzida, lembra? Já concordamos que você precisa está do seu jeito só arrumando a bagunça dos seus cabelos que fica para Cressida , que mesmo sendo câmera, é mulher. E não da pra levar Effie nisso.

– Oh. Diga-me mais, Haymitch. Pode falar, estou a todo ouvidos.- Esbravejei alto e comecei a discutir com Haymitch, como sempre faziamos.

– Katniss ...- Haymitch respondeu

– Tente andar nessas escadas e corredores com uma barriga desse tamanho! Não ando só por mim, meu querido. Nunca fui menininha e nem nada a não ser nos jogos, mas não mexa com uma garota com plenos hormônios e ainda mais aflorados no momento. - gritei e calei a boca dele, indo em direção ao aerodeslizador- E por sinal, estava falando com minha mãe e Prim, que quase não me deixaram ir. Alias, eu errei. Você tem uma barriga quase como a minha, só nunca vai nascer nada dai.- deixei-o pra trás e segui.

Dentro do aerodeslizador, sentei no lugar mais confortável que achei para apoiar meus pés e mordisquei nervosa uma pedaço qualquer de bolacha que encontrei na mesa próximo a mim. Eu estaria hoje indo para definir a vida de Peeta, que também era a minha vida. Logo Haymitch sentou ao meu lado e sorriu; retribui por que nunca passamos mais que 10 minutos brigados, chega a ser hilário o quanto Haymitch gosta de mim e parece um pai protetor.

Ainda cochilamos antes de chegar ao local. Só me acordei com Castor e Polluz nos chamando para começarmos a fazer o que viemos fazer aqui. Engulo em seco e uma sensação horrível domina meu estomago e o bebê se revira, me fazendo segurar e afagar a barriga que as vezes fazia com que ele se acalmasse um pouco.

– katniss. Você está bem, certo? - Haymitch falou afagando minhas costas.

– Sim. É só nervosismo.- Fitei ele, com os olhos e lagrimas. E ele compreendeu de cara, me abraçando forte .

– Vai ficar tudo bem, Katniss. Fique com a escuta, eu lhe guiarei. E fique calma, ainda lutaremos bastante , mas com Peeta tudo ficará mais fácil. Até mesmo pra essa criaturinha que não para de se mexer.- noa rimos, ele o sentiu quando me abraçou.- Pronta?

Passei o braço nos olhos para enxugar e logo Cressida , que estava ao meu lado apenas observando e me dando um olhar compassivo, passou um pouco de pó em meu rosto por causa da luz das câmeras. Passou as mão em meus fios de cabelo soltos e os ajeitou detrás da minha orelha, já que estava presos na minha trança comum.

Descemos e todo o cenário era o mesmo. Sofrimento e devastação. Minha vida resumida em destroços. Andamos devagar, subindo montes e mais montes de corpos e cascalhos, paredes quebradas e etc...

Chegamos num ponto considerado bom, e pisei em algo que quebrou instantaneamente . Por mais que eu soubesse que não deveria fazer isso, por mim, eu olhei para baixo e vislumbrei nada mais que um crânio e engoli o choro.

As câmeras foram ligadas, Haymitch acionou os microfones de escuta e começou a me dizer coisas. Escutei eles falando que Beete já havia conseguido interromper a transmissão. Estávamos ao vivo na Capitol.

Repetindo as palavras de Haymitch, de um texto provavelmente feito por Effie, eu apenas tentava falar da melhor forma para que nao ficasse repetido e nada decorado. Palavras de guerra de revolta e de paz para nosso povo. Algumas delas eu nem mesmo conhecia, apenas repetia por que estávamos falando para uma parte rica do país e eles deveriam entender tudo o que queremos. Se fossemos falar para o nosso povo, certamente usaríamos palavras cotidianas .

Durante o que falava, apenas vinha em minha cabeca: estão salvando Peeta, tudo poe Peeta. Nós resgataremos ele. Pelo menos era o que eu esperava e lutava contra meu coração palpitando, mente conturbada e bebê inquieto até demais. Além da fome, que me dominou por um instante como se fizesse 10 dias que nao tinha comido.

Tudo bem, bebê. Mamãe também esta com fome. Pode ajuda-la ficando mais quietinho? Logo tudo vai ficar bem. Seu pai estará aqui. Viveremos bem. Viveremos bem...

Palavras, textos decorados, medo, conturbação , bebê mexendo.

Dor.

– Corta! Corta! - Ouvi gritos enquanto sentia todo meu peso caindo no chão pedregrulhado e cheio de ossos.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
beijinhos!



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