Ponto de Vista - Meiko

Eu e minha mãe ficamos sem falar nada o resto do dia, eu fui dormir em silêncio total e deixei algumas lágrimas escorrerem durante a noite. Fui acordada pela voz doce de minha mãe me chamando para ir à escola. Fiz a minha higiene matinal e coloquei o uniforme, fui ao meu quarto e passei o pó de arroz branco e as frutas vermelhas, prendi os cabelos naquele coque e coloquei uma flor amarela para adornar, fui até a cozinha e comi um pouco, depois escovei os dentes e fui para a escola. A primeira aula foi a mesma coisa cansativa das outras aulas dadas por aquela mulher, e os alunos prestavam atenção em cada palavra, apesar de estar cansada daquela aula, me esforcei para prestar atenção. Tivemos um intervalo até o professor Todd chegar na sala, e então eu fui ao corredor descansar um pouco do clima de aula, e aquela garota que havia me empurrado estava lá. Ela veio até mim e ficou me olhando de forma intimidadora.

-Quem é você? - ela falou.

-Por que você me odeia? - eu respondi.

-Eu perguntei primeiro. - ela gritou. Eu tampei os ouvidos devido ao tom de voz que ela estava usando.

-Meiko Kiyumi Watanabe, esta sou eu. E você, por que você me odeia?

Ela disse, quase berrando:

-Você é muito atrevida para o meu gosto, Watanabe. Nesta vila não toleramos pessoas que se acham melhores.

Ela me empurrou no chão e me fez bater a cabeça. Neste momento, o professor Todd chegou e me ajudou a levantar, a garota já havia ido embora.

-Você está bem, Meiko? - ele disse.

Eu neguei. Ele colocou as mãos atrás da minha cabeça e então colocou de frente para o seu rosto, os dedos dele estavam sujos de sangue.

-Senhorita Kiyumi, eu acho melhor você ir para casa. - ele falou espantado.

Eu estava ficando tonta e precisava ir imediatamente para casa.

-Me ajude... - eu sussurrei.

-Aonde a sua mãe está? - ele falou.

-Ela deve estar datilografando na igreja... - eu falei ainda mais baixo.

-Fique aqui. - ele falou, então ele me deitou no chão e foi correndo até a igreja. Ele voltou algum tempo depois com a minha mãe.

-Filha, o que aconteceu? - ela disse, chocada.

Naquele momento, eu desmaiei. Acordei em minha cama com minha mãe colocando um pano com água em minha testa.

-Meiko! - ela disse contente. Eu a abracei e ela retribuiu o abraço.

-O que aconteceu? - ela continuou.

-Aquela garota, ela me empurrou de novo, mas foi com muita força. - eu disse, com voz de choro.

-Isso já passou dos limites, Meiko. Fique aqui.

Ponto de Vista - Mãe de Meiko

Aquilo já estava indo longe demais, minha filha não fez nada para essa menina e ela se acha no direito de ficar agredindo-a? Isso já passou dos limites, aquela menina merecia ser punida. Eu fui até a igreja e fui até a sala onde Meredith Hill ficava, bati na porta e não ouvi ninguém atender, então eu me afastei um pouco e vi uma plaquinha na porta dizendo:

"Meredith Hill pode ser encontrada na sua sala na escola local, ela estará de volta após o horário de aulas". Eu fui correndo até a escola, fui recebida na porta por uma mulher que aparentemente devia cuidar da recepção.

-O que deseja, senhora? - ela disse.

-Eu sou mãe de uma aluna, Meiko Watanabe, eu preciso falar com A Senhora. - eu respondi.

A mulher foi me guiando até a sala de Meredith, em seguida a recepcionista me deixou lá e eu bati na porta.

-Entre. - Meredith disse.

Fui caminhando até ela.

-Senhora, eu preciso da sua ajuda. Sei que este povo te respeita e que você tem autoridade, então por favor me ajude.

-O que foi que aconteceu?

Eu respirei fundo.

-Minha filha Meiko está sendo agredida por uma garota.

A mulher me olhou indiferente.

-O que foi que a sua filha fez?

Eu fiquei espantada.

-Como assim o que foi que ela fez? Meiko não fez nada.

-Nós neste vilarejo não punimos as pessoas sem motivo, senhora Watanabe. Se sua filha está sofrendo é porque ela merece.

Eu fiquei com raiva.

-Como você ousa falar uma coisa dessas? - eu disse.

-Eu acho que você devia rever a educação da sua filha, eu não posso fazer nada.