Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 23
A Sorte que se Cria


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso! Enfim, nessa semana estive bem apertadinha neh... Não espera, isso teve um triplo sentido... Digamos que nessa sexta tenho essa porcaria da feira de Ciências e bla bla bla, mas Hoje FINALMENTE GLORIA DEUSES consegui postar, espero que gostem, boa noite e obrigada.



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Eu era um borrão laranja no meio da guerra.

Eu lutava como nunca havia lutado antes, desintegrei legiões de dracaenae, matando dúzias de telquines em cada ataque, destruindo empousas e batendo em montes de semideuses inimigos com a minha espada, mas eu já estava indo longe demais assim como meus amigos e o inimigo. Não importava quantos monstros eram desintegrados até o pó, eles sempre retomavam suas posições, como se todos os monstros dos Estados Unidos estivessem ali apenas para a causa de Cronos – o que não me surpreenderia tão facilmente.

Jake e eu corremos de arena para arena, nos certificando que nossas defesas ainda estavam firmes. Muitos de nossos amigos estavam caídos e feridos nas calçadas. E muitos haviam desaparecido, e maior parte estava morta.

A lua ficou mais alta com o cair da noite e nós fomos obrigados a recuar metro após metro, até que restava apenas uma quadra de distância em qualquer direção para chegar ao Empire State Building. Hansel estava perto de mim, golpeando mulheres cobras na cabeça com sua clava com toda sua fúria e no momento seguinte ele não estava mais lá, ele desaparecera no meio da multidão, eu quase me esqueci de nossa conexão empática então se eu ainda estava viva, ele ainda estava. Em outro instante eu via Thalia fazendo os monstros recuarem com o poder da magia de seu escudo. Sra. O’ Leary corria para todo o lugar saltando alegremente como se aquilo tudo fosse um jogo de lança-o-monstro, pois minha cadela infernal de estimação parecia estar se divertindo muito pegando um gigante lestrigão com a boca, e em seguida o lançando para o alto como se fosse um Frisbee.

Jake usava seu capuz da invisibilidade para se posicionar atrás das linhas inimigas. Havia sempre um monstro com um olhar surpreso e desintegrando-se em seguida sem razão aparente, eu sabia que tinha sido Jake. Todo esforço que fazíamos parecia ter sido em vão, porque não era o suficiente, cedo ou tarde, eu sabia, algo dentro de mim sabia que iríamos cair, infelizmente esse “algo” era aquele subconsciente doido que adorava me colocar para baixo:

Você não irá durar muito... Disse aquela voz, como sempre, fria e metálica. Apenas peça... E eu lhe empresto meu poder...

Em seguida eu lutava para me manter consciente e ignorar, mas aquela coisa estava indo longe demais. Além do mais: O que era aquilo?

Muito legal, era só o que me faltava... Eu pensei. Estou ficando realmente louca agora.

O sono pesava em meus olhos, eu tinha uma vontade enorme de dormir ali mesmo, no meio daquele caos. Então eu tive o vislumbre daquele lugar, daqueles portões com barras de bronze celestial, eu imaginava. E então de dois olhos completamente negros, o dono dos olhos riu friamente como se a minha ideia de que eu estivesse ficando louca o divertisse...

E eu estava prestes a cair no sono quando ouvi a voz de Katie Gardner gritar:

- Mantenham-se em suas posições! – gritou ela de algum lugar da minha esquerda.

Eu despertei, lembrando então do tamanho de inimigos para os poucos de nós que havia. A entrada para o Olimpo estava a uns sete metros atrás de mim. Um anel de semideuses corajosos, Caçadoras e espíritos da natureza guardavam as portas. Eu bati, cortei e destruí tudo que estava em meu caminho, estava muito cansado, não poderia estar em todo lugar ao mesmo tempo.

Atrás das tropas inimigas, a poucos quarteirões a leste, uma luz começou a brilhar. Eu pensei que era o nascer do sol... Quem me dera.

Na verdade era Cronos, o titã do tempo avançando diretamente para nós, em sua extravagante carruagem dourada. Uma dezena de Lestrigões gigantes seguravam tochas à sua frente. Dois gigantes do norte carregavam estandartes preto e roxo.

O titã parecia mais forte e descansado, irradiando sua força e avançando lentamente, deixando que nós gastássemos toda a nossa força cada vez mais.

Use meu poder... Se eu tivesse tempo mandaria aquela voz ir para o Tártaro. Eu lhe darei a cabeça de Cronos, eu o detesto intensamente como você... Apenas tem de pedir... Peça...

Não preciso de você... Respondi mentalmente enquanto me mantinha de pé e firme para pulverizar mais dos monstros. Eu... Eu posso fazer isso.

E eles... Eles podem? Eu sabia que a coisa estava se referindo aos meus amigos, eu sabia que seja-lá-o-que-fosse tinha razão, eu era invulnerável, mas eles não. Você diz que cresceu... Mas será mesmo? Aquela garotinha solitária cresceu mesmo?

Eu hesitei... O que foi um erro, se não tivesse sido rápida o suficiente eu viraria espetinho de meio-sangue. Eu podia ter respondido e respondido bem aquelas perguntas com uns xingamentos em grego antigo, mas eu sou muito educada... E não, eu realmente não podia, pois uma aguda dor se estendeu na região acima do meu umbigo, não era uma dor de barriga comum, era como se uma lâmina fria estivesse passando através de mim.

Minha visão dobrou e eu pousei a mão nessa região – não, eu NÃO estou grávida -, larguei Anaklusmos e teria até mesmo morrido pelo momento do choque se não fosse por Jake.

- Está tudo bem? – eu não respondi, eu recuperei a postura e agarrei Anaklusmos no chão.

- Obrigada. – eu disse o atacando, na verdade atacando o monstro que estava prestes a atacar Jake... É isso ai. – Fique atento!

- Olhe quem fala... – murmurou ele. - Temos recuar para a entrada. E defendê-la a todo custo!

Eu sabia que ele tinha razão, eu estava prestes a dar a ordem quando ouvi o som de uma trombeta de caça. Ele soou através dos ruídos da batalha como um alarme de incêndio. Um coro de trombetas responderam ao redor de nós, ecoando em todos os prédios de Manhattan.

Eu dei uma olhada para Thalia, mas ela amarrou a cara.

– Não são as caçadoras – ela assegurou-me. – Estamos todas aqui.

– Então... – hesitei. - Quem é?

O som das trombetas aumentou. Eu não sabia de onde vinha por causa do eco, mas soou como se um exército inteiro se aproximasse.

Fiquei com medo, poderia ser mais inimigos, mas as forças de Cronos pareciam tão confusas quanto nós. Os gigantes abaixaram suas clavas. As dracaenae sibilaram. Mesmo Cronos e sua guarda de honra pareciam inquietos.

Então, em nossa esquerda, uns cem monstros gritaram de uma só vez. O flanco norte inteiro de Cronos marchou em nossa direção. Pensei que estávamos perdidos, mas eles não atacaram. Eles passaram por nós e se juntaram aos aliados do Sul. Novos toques de trombetas chacoalharam a noite. O ar tremulou. Em um borrão de movimentos, surgiu toda uma cavalaria que parecia ter chegado à velocidade da luz.

– YEAH! BABY! – uma voz gritou. – Vamos quebrar as caras desses malucos!

E com a ordem, uma chuva de setas passou por cima de nossas cabeças e encontraram nossos inimigos, vaporizando centenas de demônios. Mas estas não eram setas normais. Eles faziam um zumbido enquanto voavam tipo WHEEEEEE! Algumas tinham um cata-vento preso a elas. Outras tinham luvas de boxe ao invés de pontas.

– Centauros! – gritou Jake.

Ele estava certo, foi nesse momento que um exército dos Pôneis de Festa explodiu no meio de nós com uma confusão de cores: Camisas tingidas de arco-íris, perucas afro, enormes óculos escuros e caras pintadas para a guerra. Alguns tinham slogans escritos em suas costas como CAVALOS ARRASAM, CRONOS É UM BOBALHÃO ou “Keep Calm and vá para o Tártaro!”.

Centenas deles encheram o quarteirão. Meu cérebro não conseguia processar tudo ao mesmo tempo, mas eu sabia que se eu fosse o inimigo, estaria correndo.

– Megan! – Quíron gritou através daquele mar de centauros selvagens enquanto ele acenava para mim.

Ele estava vestido de armadura da cintura para cima, com seu arco nas mãos, abriu um sorriso de satisfação.

– Sinto muito pelo atraso.

Eu sorri.

- Os heróis sempre aparecem no último segundo – eu disse. - Não é assim nos filmes?

– CARAS! – Outro centauro gritou – conversem mais tarde. HORA DE CAVALGAR NA CARA DESSES IDIOTAS!

Ele engatilhou e apontou uma arma de paintball de cano duplo, atirando em seguida algo brilhante e rosa explodindo um cão infernal. A bala de tinta devia ter alguma mistura de bronze celestial, porque logo que o cachorro do inferno foi atingido, ele gritou e se dissolveram em uma poça rosa e preta.

Quiron olhou para o centauro ao seu lado com a expressão tipo: “Porque eu nasci nessa família?” e então suavizou um sorriso.

- Certo... Mas só dessa vez. – disse o velho centauro.

Enquanto isso a batalha a nossa frente continuava em algo mais ou menos assim:

– PÔNEIS DE FESTA! – um centauro gritou. – SUL DA FLÓRIDA!

Do outro lado do campo de batalha, uma segunda voz fanhosa gritou de volta:

– TEXAS, DIVISÃO CENTRAL!

– VASCO DA GAMA! O BRASIL DETONA! – uma terceira gritou, é claro que não entendi metade do que ele disse.

Foi a coisa mais linda que eu já vi. Todo o exército dos Titãs virou e fugiu, empurrados para trás por uma avalanche de tiros de paintball, setas, espadas, e tacos de baseball. Os centauros pisavam em tudo no seu caminho.

– Parem de correr, seus idiotas! – Cronos gritou. – Fiquem e AJAAAM!

Esta última parte foi porque um hiperbóreo entrou em pânico e sentou em cima dele. O Senhor do Tempo desapareceu embaixo de um enorme traseiro azul.

Eles os empurraram por vários quarteirões até que Quíron gritou:

– Parem! Mantenham suas posições, parem! CHEGA!

Não foi fácil, mas finalmente a ordem chegou às últimas fileiras de centauros, e eles começaram a parar, deixando o inimigo escapar.

– Quíron é inteligente – Jake disse, limpando o suor de seu rosto. – Se prosseguirmos, vamos nos espalhar demais. Precisamos nos reagrupar.

– Mas os inimigos...

– Eles não estão derrotados – ele concordou. – Mas já vai amanhecer. Pelo menos ganhamos algum tempo.

Eu não gostei de ter recuado, mas eu sabia que ele estava certo – acho que já é a terceira vez que eu digo isso no capítulo -. Eu assistia a dois telquines fugindo em direção ao Rio East. Depois, me virei e relutantemente voltei para o Empire State Building.

Criamos um perímetro de duas quadras, com uma tenda de comando no Empire State Building. Quíron nos informou que os Pôneis de Festa tinham enviado divisões de quase todos os estados: Quarenta da Califórnia, dois de Rhode Island, trinta de Illinois... Cerca de quinhentos no total tinham respondido ao convite e mesmo com tantos, não poderíamos defender mais do algumas quadras.

– Cara – disse um centauro chamado Lion. Sua camiseta o identificava como GRANDE CHEFE SUPER LEGAL, divisão novo México. – Isso foi mais divertido do que a nossa última convenção em Las Vegas!

– Com certeza – disse Owen da Dakota do Sul. Ele usava uma jaqueta negra de couro e um capacete antigo da segunda guerra. – Nós acabamos com eles!

Quíron bateu nas costas de Owen.

– Você fez bem, meu amigo, mas não vamos nos descuidar. Cronos não pode ser subestimado. Agora por que você não vai visitar o restaurante na Rua 33 e toma um bom café da manhã. Eu ouvi dizer que a divisão de Delaware encontrou um estoque de root beer.

Root beer? Partiu! – Eles saíram no galope um quase atropelando o outro.

Quíron sorriu.

Eu não me segurei e dei um grade abraço do homem-cavalo, Sra. O’Leary me acompanhou dando uma lambida no rosto do centauro.

– Argh – grunhiu ele. – Certo, certo... Estou feliz de vê-la também.

– Quíron, obrigada – eu disse. – Você nos salvou.

Ele encolheu os ombros.

– Lamento por termos demorado. Centauros viajam rápido, como sabem. Podemos vencer qualquer distância galopando. No entanto, reunir todos não foi tarefa fácil. Os Pôneis de Festa não são exatamente organizados.

– Como vocês conseguiram atravessar as defesas mágicas em torno da cidade? – Jake perguntou.

– Elas nos atrasaram um pouco – admitiu Quíron – mas eu acho que elas foram principalmente destinadas a manter os mortais de fora. Cronos não quer os fracos seres humanos no caminho de sua grande vitória.

– Então talvez outros reforços possam chegar – eu disse esperançosa.

Quíron passou a mão em sua barba.

– Talvez, mas o tempo é curto. Logo que Cronos reagrupar, ele irá atacar novamente.

Desta vez, sem o elemento surpresa de nosso lado...

Eu percebi o que ele quis dizer. Cronos não foi derrotado. Não por muito tempo. Eu meio que tinha esperança que ele havia sido achatado pela enorme bunda do gigante do norte, mas por dentro eu sabia. Ele iria voltar, no mais tardar esta noite.

– E sobre Tifão? – Eu perguntei. – Os deuses...

O rosto de Quíron escureceu.

– Os deuses estão cansados. Dionísio foi incapacitado ontem. Tifão abateu sua carruagem e o Deus do vinho caiu em algum lugar dos Montes Apalaches. Ninguém o viu desde então. Hefesto também está fora de ação. Ele foi jogado tão violentamente de uma batalha que acabou criando um novo lago na Virginia do Oeste. Ficará bem em breve, mas não o suficiente para ajudar. Os outros ainda lutam. Eles conseguiram atrasar a chegada de Tifão. Mas o monstro não pode ser detido. Ele vai estar em Nova York, mais ou menos nesta hora amanhã. Então ele e Cronos combinarão suas forças...

– Então que chances teremos? – Eu disse. – Nós nem podemos aguentar mais um dia.

– Teremos que aguentar – Thalia surgiu. – Vou providenciar para que novas armadilhas sejam instaladas para defender o perímetro, apenas confie e nós.

Ela parecia exausta. Sua camisa estava untada de sujeira e pó de monstro, cambaleando um pouco, mas ainda conseguindo se manter em pé.

– Eu vou ajudá-la – Quíron decidiu. – Mas antes preciso me assegurar que meus irmãos não irão longe demais com a root beer. Pensei que "longe demais" resumia bastante os Pôneis de Festa, mas Quíron já estava a meio galope, deixando Jake e eu sozinhos.

Ele limpou o muco viscoso de monstro de seu sabre, parecendo meio sem jeito.

– Pelo menos eles estão se mantendo firmes... – eu disse.

– É... Pelo menos por enquanto – disse ele – Megan, não acho que eu tenha oportunidade de falar com você de novo...

Eu me perguntei aonde ele queria chegar, Jake parecia formular com cuidado todas as palavras.

- Sobre? – perguntei.

- Você... – disse ele – E Silena.

Eu suspirei, odiava essas conversas, normalmente quando alguém hoje falava sobre Silena Beauregard para mim, iam me tentar convencer de alguma coisa.

- Escute Jake... – eu comecei com o mesmo palpite de onde aquilo ia dar. – Nós falamos sobre isso um bilhão de vezes e...

- Apenas me ouça – ele pediu.

- Estou ouvindo...

Ele hesitou então respirou fundo.

- Eu tive um sonho – disse ele – Você estava lá, bem, mais pequena do que hoje...

Eu revirei os olhos, mas eu o deixei continuar.

- E Silena também estava e era a primeira vez que vocês se encontraram, num tipo de praça, eu acho... – disse ele – Ela te defendeu de uma garota e...

Eu toquei a tampa de Anaklusmos na ponta da espada, que encolheu até voltar a sua forma de caneta.

– Sim – eu disse. – No dia em que eu e Silena fizemos aquele pacto, eu jurei proteger ela e ela a mim, ela foi minha família, minha irmã e eu a dela.

Eu sabia pelo olhar que Jake me mandava que eu parecia aquela garotinha de dez anos mais uma vez: Sem passado, sem futuro, sozinha... Sem nada.

– Thalia falou comigo hoje mais cedo – eu disse. – Ela tem medo...

– Que você talvez não seja capaz de enfrentar Silena no final, ela falou isso comigo também – disse ele parecendo arrependido das palavras que lançara ali.

Eu apenas assenti.

– Mas há outra coisa que você deveria saber. Silena perguntou a Cronos no meu sonho se a alma de Luke ainda estava lutando dentro dele...

Eu podia vê-lo analisando a possibilidade disso acontecer, então Jake sacudiu a cabeça.

– Meg, eu sei que você acha que Silena ainda é a mesma – disse ele- eu sei como se sente...

Eu olhei para o Empire State Building.

- Sabe mesmo, é?

- Quando Hades levou Percy, achei que você também estivesse morta – disse ele – todos tentavam me convencer, mas eu nunca acreditei, eu tive a sorte de estar certo, mas...

- Acha que eu não posso ter a mesma sorte? – eu me senti magoada. - Eu não tinha ninguém que podia confiar. Olhe pelo lado bom para você... Estava rodeado de irmãos e amigos, você nunca esteve sozinho... Esteve? Diga-me, você esteve?

Ele hesitou, mas não respondeu.

- Você não pode dizer que me entende...

- Megan. – ele segurou meu pulso, mas eu continuei falando.

-... Porque você não sabe como é! Eu não vou sentar e deixar tudo acontecer por causa da sorte que eu nem tenho...

- Megan, pare.

- ... Eu crio a minha própria sorte, se não ela não vai existir.

Ele segurava meus dois pulsos agora, eu já estava chorando, pela primeira vez eu não senti culpa por chorar, não me arrependi, eu queria colocar para fora todas as lagrimas ao invés de palavras bonitas que eu nem mesmo escutava.

– Eu fugi quando eu tinha sete anos – disse ele. – Então, com Percy e você, eu pensei que tinha encontrado uma família, mas fomos separados quase imediatamente. Eu não estava sozinho, tinha pessoas como eu, pessoas que queriam me ajudar, realmente eu não posso entender você, eu não dei valor certo para aquelas pessoas porque sem vocês dois eu me sentia sozinho.

- Meu defeito mortal... – eu comecei – Eu sou persistente demais.

- E isso afeta tanto a você quanto as pessoas ao seu redor... Acho que eu entendo como se sente – ele disse. – Mas Thalia está certa. Silena já traiu você tantas vezes. Talvez ela já não fosse quem parecia ser antes mesmo de Cronos. Eu não quero que você se machuque novamente. Ninguém quer...

Eu apertei os lábios, tentando não ficar furiosa, eu sabia que ele queria me ajudar, mas quantas vezes eu tinha que dizer que nada ia me impedir?

– E você vai entender se eu te disse que ainda tenho esperanças que vocês estejam errados – eu disse – Cara... Eu amo você mesmo, mas desista de me fazer desistir.

Ele parecia meio confuso, mas soltou meus pulsos parecendo chateado por ter falhado em me convencer e ao mesmo tempo chocado pela frase "eu te amo", acho que eu nem pensei antes de dizer. Do outro lado da rua, os campistas de Apolo tinha criado um campo hospital para atender dezenas de feridos – campistas e quase todas as Caçadoras. Eu assistia ao trabalho médico, e pensava nas nossas pequenas chances de defender o Monte Olimpo...

E, de repente, eu não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

Recado para L.S.V.
De : L.S.A.

Mana, se você não está conseguindo me enviar a recomendação e já tentou de tudo, não tem problema, eu já fico feliz com sua intenção até porque ser autora/escritora não se baseia em recomendações e comentários, como disse um sábio professor: "É o grau de comprometimento que determina o sucesso, não o número de seguidores." e eu finalmente consigo entender isso graças a você e muitos outros leitores/amigos que consegui aqui.

Beijos azuis da Lay para todos vocês.

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A "coisa" no subconsciente da Megan - cujo nome tem, mas não vou falar, deixa isso pra depois - é meio que baseado no meu inimigo imaginário, quando eu era menor, na idade, era estranho mas eu era insegura e não conseguia controlar minha mente, que ficava dizendo coisas ruins para mim - ou eu simplesmente imaginava sem controle, provavelmente - dizendo o que eu tinha e não tinha que fazer, que algo ruim isso acontecer, me incentivava a essas coisas que eram bem idiotas, hoje chamo isso de "inimigo imaginário", eu ficava acordada sem consegui dormir - as vezes até chorava - mas em compensação hoje tenho uma mente muito criativa - até demais...

E como dizem "o que não te fere te deixa mais forte" e esses pensamentos descontrolados viraram mais um amigo, mas será que o mesmo acontecerá com a Megan? Ou simplesmente esse inimigo imaginário vai acabar com ela?