Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 21
Hiperíon: O Titã Brilhante Ataca! A Guerra Queima!


Notas iniciais do capítulo

O olhar de quem odeia é mais penetrante do que o olhar de quem ama.
— Leonardo da Vinci

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"Eu vejo dor, eu vejo necessidade
Eu vejo mentirosos e ladrões
Abusando do poder com ganância
Eu tive esperanças, eu acreditei
Mas estou começando a pensar que fui enganado
Você pagará pelo que fez"
— Linkin Park (No More Sorrow)



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Quando chegamos ao reservatório, nós nos deparamos com Thalia e os chefes dos chalés esperando por nós – exceção é claro, Clarisse... Então Jake sendo tipo um “Coo-chefe”, mas não tendo o chalé de Ares ele se torna meio que um assistente de guerra -. As luzes de Nova York brilhavam no crepúsculo. Candeeiros ardiam nas margens dos lagos, fazendo a água e as árvores parecerem ainda mais fantasmagóricos.

- Eles estão se aproximando – Thalia confirmou apontando seu arco na direção norte. –Uma das minhas caçadoras acabou de me informar que eles já cruzaram o Rio Harlem. Não tínhamos chance de dete-los, o exército... – ela se encolheu. – É imenso.

- Vamos encurralá-los no parque - falei – Hansel, vocês estão prontos?

O menino-jegue assentiu.

- Como nunca estivemos antes, o parque é nosso território então se nós podemos deté-los em algum lugar esse lugar é aqui.

– Sim, estamos, sim! – disse outra voz.

Um sátiro muito velho e gordo se espremeu entre a multidão, tropeçando sem jeito em sua própria lança. Ele vestia uma armadura de casca de árvore tamanho GG que não cobria nem metade da sua barriga.

- Saiam da frente! Esses jovens, não sabem que devem abrir passagem aos mais velhos? – disse o velho sátiro irritado.

– Leneu? – eu disse.

– Não fique tão surpresa assim – ele bufou. – Eu sou um líder do Conselho e você me pediu para encontrar Hansel. Bom, eu o encontrei e não vou deixar um mero exilado liderar os sátiros sem a minha ajuda!

Atrás de Leneu, Hansel fingia um vômito e outros semideuses e espíritos da natureza abafavam risadinhas, mas Leneu não parecia se importar, ele sorria como se fosse o salvador do dia.

- Não temas, vamos mostrar aos titãs!

Eu consegui me manter firme – mesmo dando gargalhada interiormente.

- Hum... Certo – eu disse. – Hansel, você não está sozinho. Beckendorf e Jake posicionaram a guarda aqui junto com o chalé de Hefesto, Beckendorf, tudo bem?

Ele sorriu confiante ajeitando sua armadura.

- Qual é, Meg. Até parece que não me conhece.

Eu sorri.

- Certo, Thalia e...Eu?

A filha de Zeus se aproximou sorrindo para mim e se colocando ao meu lado.

- Sem mais palavras, as Caçadoras de Ártemis estão prontas.

Eu olhei ao redor para os outros chefes dos chalés: Malcolm com Atena, Pólux com Dioniso, Katie com Deméter, Drew com Afrodite – que parecia mais interessada no seu esmalte do que em simplesmente me ouvir -, Os irmãos Stoll com Hermes e Will Solace – que voltou a seu posto depois da morte de Michael Yew – com Apolo.

Eu limpei a garganta

- Bom, restam vocês com uma tarefa igualmente importante. Vocês devem guardar as outras entradas de Manhattan. Sabem o quão complicado Cronos é. Ele pode facilmente atacar com um grande exército e se infiltrar com outro por outra entrada. Vocês devem evitar que isso não aconteça. Cada chalé já escolheu sua ponte ou túnel?

Os chefes assentiram, sérios, porém Drew parecia mais entediada.

– Então vamos – eu disse. – Boa caçada a todos!

Nós ouvimos o exército antes de avistá-lo.

O barulho era como uma barragem de canhões adicionado com o barulho de um estádio de futebol lotado – como se todos os patriotas da Nova Inglaterra estivessem nos atacando com bazucas.

Mais ao norte do reservatório, a vanguarda inimiga avançava através das árvores – um batalhão de lestrigões gigantes com super machados de bronze sendo liderados por um guerreiro em uma armadura dourada meio que extravagante demais. Atrás dele havia centelhas de outros monstros.

Acho que quando Thalia definiu o exército como “enorme”, ela realmente não estava brincando. Quer dizer, o que eu imaginava era um exército comum, mas aquilo...

- Posições! – gritou Hefesto para seus irmãos.

Os filhos de Hefesto subiram. O plano era dividir o exército inimigo ao redor do reservatório. Para chegar até nós eles teriam que vir pela trilha, o que significava que eles teriam que marchar em fila indiada por cada lado da água.

No inicio nós não tivemos problemas com o plano dar errado. O inimigo se dividiu e avançou na direção da margem. Quando eles estavam na metade do caminho, nossas defesas se agitaram e eu pude ouvir Beckendorf gritar:

- Fogo!

Os campistas de Hefesto se defendiam com um tipo de arma que lançaria ganchos de quatro pontas que iria incinerar os monstros a fogo grego assim que os tocasse. Outros iam ao modo tradicional e jogavam apenas bombas de fogo grego. Jake estava junto a eles e ele parecia ter se dado muito bem com as armas de fogo grego. A questão é que a pista de caminhada explodira em chamas esverdeadas, e muitos monstros viraram poeira mais rápido do que eu poderia dizer: “Erre es Korakas”. Outros monstros se dispararam ao redor, envoltos pelas chamas.

Das árvores à direita, Caçadoras de Ártemis disparavam uma saraivada de flechas prateadas na linha inimiga, pulverizando vinte, trinta dracaenae, o que nos dava tempos, mas mais marchavam atrás delas e eu soube que aquilo iria demorar. Um raio estalou pra fora dos céus e incinerou um Lestrigão até virar cinzas, e eu pensei que a Thalia devia estar fazendo uso daquela coisa de ser filha de Zeus.

Hansel pegara sua flauta e tocou uma melodia frenética. Um rugido veio do bosque, como se toda árvore, pedra ou arbusto estivessem brotando espíritos. Dríades e sátiros se juntaram e atacaram. As árvores envolveram os monstros, esmagando-os. Grama se elevou em volta dos arqueiros inimigos. Pedras voaram e acertaram os rostos das dracaenae e eu como de costume me senti orgulhosa pelo meu amigo.

Mas não dava tempo de eu me virar para elogiá-lo, o inimigo forçara o passo adiante. Gigantes esmagavam árvores e as náiades sumiam enquanto suas fontes de vida eram destruídas. Eu avistei até mesmo Emily, a namorada de Hansel sendo jogada para longe.

- EMILY! – berrou o menino-jegue.

Eu arregalei os olhos quando vi Emily cair no gramado perto de mim com os olhos verdes arregalados, eu corri com urgência até a ninfa dos bosques, mas quando eu vi o brilho nos seus olhos se dissipara, e ela se foi. A pele esverdeada de Emily ganhava um pequeno brilho verde enquanto ela desaparecia para reencarnar em outra forma da natureza em outro lugar.

- Hansel! – ouvi o grito de Jake. – Atrás de você!

Eu me virei, o garoto-jegue olhava em minha direção em choque e imóvel.

- Hansel! – gritei quando vi o lestrigão com uma lança indo na direção do meu amigo-jegue.

Ele pareceu acordar, mas não parecia tempo para tocar outra musica. Eu toquei o chão percebendo que estava tremendo de raiva: Ninguém machucava meus amigos daquele jeito e saia ileso.

Eu gritei e um jato de água com a potência de um raio surgiu do chão aonde o lestrigão se preparava para deixar Hansel mais metade do que jegue. O lestrigão foi levado para o alto e eu já não tinha certeza se ele voltaria para a terra.

Hansel cambaleou para trás e eu fui ao seu encontro quando o jato sumira deixando um grande estrago no chão.

- Hansel! – eu o ajudei a levantar.

- Emily... – ele murmurou. – Isso não podia...

Ele parecia em choque, e eu não podia culpa-lo.

- Eu entendo o que está sentindo – eu disse – Mas...

- Vou acabar com eles! – ele gritou se voltando para frente voltando a tocar sua flauta.

Ervas daninhas ganharam vida na terra espremendo os monstros até que eles explodissem em pó. Cães infernais investiram contra os lobos, derrubando-os. Os arqueiros inimigos retaliaram e uma Caçadora caiu de um galho no alto, morta.

- Droga... – eu murmurei me sentindo um pouco fraca, teria que guardar mais energia para o final. Aquele jato mortal havia roubado um pouco da minha consciência e eu minha visão dobrou.

Não... Eu pensei Não posso desmaiar, não aqui, não agora.

Mais raios caiam do céu tentando deter o exército e isso me despertou para a terrível realidade diante de mim, olhei para Thalia, ela parecia prestes a desmaiar também, mas vazia a mesma força que eu.

- Abaixe! – ouvi alguém gritar e me puxar para baixo antes que uma bola de bronze arrancasse minha cabeça.

- Beckendorf. – eu disse. – Valeu.

Ele recuperou o fôlego.

- Pode me agradecer depois...

Ele tinha razão, o exército parecia não acabar nunca. O Titã dourado não estava esperando que suas tropas avançassem pelos flancos. Ele investia diretamente contra nós, caminhando sobre a superfície da água. Uma bomba de fogo grego explodiu bem em cima dele, mas ele estendeu a mão e tirou as chamas do ar.

- O que... – começou Beckendorf com a voz vacilando.

– Hiperíon – Jake disse com temor. – O senhor da luz. Titã do Oriente.

– Ruim? – eu adivinhei.

– Perto de Atlas, ele é o maior dos guerreiros Titãs. No passado, quatro Titãs controlaram os quatro cantos do mundo. Hiperíon ficou com o leste - o mais poderoso. Ele era o pai de Hélio, o primeiro deus do Sol.

- Ruim. Definitivamente ruim. – disse Beckendorf – Vou ajudar Kimberly, tentem não perder a cabeça, certo?

Ele correu na direção da irmã que tinha graves problemas com três dracaenae.

– Vou dar um jeito no titã cintilante – eu disse a Jake.

- Megan, nem mesmo você poderia...

– Apenas mantenha nossas forças unidas.

Nós nos fixamos no reservatório por um bom motivo. Eu me concentrei na água e senti seu poder fluindo em mim.

Eu avancei contra Hiperíon, correndo através da água.

É, meu camarada. Nós dois podemos brincar desse jogo. Pensei.

A uns cinco metros de distância, Hiperíon ergueu sua espada. Seus olhos eram como quando eu os vi no meu sonho – tão dourados quanto os de Cronos, mas mais brilhantes como mini sóis.

– O deus do mar é um fedelho – ele falou. – Foi você a pirralha que entregou o céu a Atlas novamente?

- Não – eu respondi – Mas devo dizer que vocês Titãs são tão brilhantes quanto minhas meias de ginástica.

Hiperíon rosnou.

- Você quer brilho?

Não tive tempo de responder o que eu queria. Algo como: “Ah, não moço eu já sou diva demais, se ganhar mais brilho Zeuza me desintegra”, mas Hiperíon imediatamente se transformou em uma coluna de calor e eu tive que desviar o olhar, mas continuei cega.

Eu ergui Anaklusmos – bem a tempo. A espada de Hiperíon colidiu contra a mim. A onda de choque emanou uma onda de três metros sobre a superfície do lago. Toda a terra estremeceu. Meus olhos queimavam com a luz e senti uma pontada de dor no estômago, foi quando ouvi aquela voz:

Você não durará tanto, filha de Poseidon... Deixe-me matá-lo.

Meus dedos estavam ficando dormente e eu tive o breve deslumbre de dois olhos completamente negros, então a luz de Hiperíon voltou e eu simplesmente ignorei a voz.

Apenas observe, seja lá o que você for. Respondi.

Concentrei-me na onda e a forcei a voltar. Logo antes do impacto, eu saltei pra cima num jato d’água.

– AHHHHHH! – As ondas encontraram Hiperíon e ele submergiu, sua luz se extinguindo.

Eu caí na água enquanto Hiperíon lutava para se manter de pé. Escorria água de sua armadura dourada. Seus olhos não chamejavam mais, mas ainda pareciam assassinos.

O que aprendemos hoje: Nunca irrite um titã de armadura dourada, esses podem ser os piores. Mas se você for um semideus, provavelmente terá TDAH então vai ignorar essa regra, assim como eu.

– Você há de queimar, Jackson! – Ele rugiu.

Nossas lâminas se encontraram de novo e o ar se encheu de ozônio. A batalha a nossa volta ainda corria. No flanco direito, Jake e outros filhos de Hefesto investiam contra o exército enquanto Beckendorf tinha problemas com outros lestrigões junto com mais três de seus irmãos. No esquerdo, Hansel e seus espíritos da natureza se reagrupavam, infernizando os inimigos com arbustos e ervas daninhas.

– Chega de jogos – Hiperíon me disse. – Lutamos na terra.

Eu ia responder algo como “Não” quando o titã gritou. Uma parede de força se chocou contra mim no ar – o mesmo truque que Cronos havia usado na ponte. Eu fui arremessada cerca de trezentas jardas para trás e capotei no chão. Se não fosse pela minha invulnerabilidade, eu teria quebrado cada osso do meu corpo.

Eu me coloquei de pé e lamentei:

- Eu realmente odeio Titãs.

Hiperíon se aproximou de mim numa velocidade ofuscante, quando uma voz gritou:

- Não!

Eu sabia que não levaria um golpe, pois já estava concentrando forças, mas algo aconteceu.

Charles Beckendorf fez o que com certeza ele pensara que era a coisa mais idiota de sua vida. Ele investiu no caminho do Titã, de algum lado eu ouvi Kim gritar:

- SEU IDIOTA!

Foi um pouco antes do filho de Hefesto ter levado um golpe e voado como um boneco de pano para o meu lado, primeiro ele foi arrastado na terra antes de parar diante de mim, de modo que seu rosto estava todo arranhado e um corte profundo da espada de Hiperíon jazia em seu peito liberando muito, muito sangue.

Eu hesitei ao me agachar ao seu lado, eu não tinha mais medo de sangue, eu consegui superar isso fazia um tempo. Mas eu ainda estava tentando processar o que havia acontecido ali.

- Beckendorf! – eu exclamei. – Ei, cara... Aguenta ai.

- Megan... – sua voz estava rouca, eu sabia que ele não aguentaria muito mais tempo, Beckendorf segurou meu pulso com força, o mais que ele podia naquelas condições. – Salve ela... Salve Silena, eu sei que você pode... você pode...

Então sua mão afrouxou e caíram, seus olhos estavam semicerrados como se ele quisesse fecha-los, mas nem disso dava tempo. Eu levei meus dedos até suas pálpebras e as fechei.

- Conte comigo, cara. – eu murmurei, nem me surpreendendo pelo seu último desejo, eu sempre soube que Beckendorf tinha uma quedinha pela minha amiga.

Foi nesse momento que o titã, Hiperíon atacou. Mas eu já estava pronta.

- Pode contar comigo – eu disse fechando os olhos e andando lentamente para frente com os punhos cerrados.

Eu não simplesmente vi Beckendorf, Annie, Michael, Benjamin e Emily morrerem e continuei lutando. Eu simplesmente vi Beckendorf, Annie, Michael, Benjamin e Emily e lembrei-me de outros amigos que perdi até aqui e lutei por causa deles. Sem consegui parar de pensar que se não fosse por Cronos e seu ego medíocre, nada disso aconteceria, ninguém morreria...

Eu só podia depender de uma coisa, e essa coisa era o ódio, algo que evitei por Cronos dizer que era isso que me faria forte. Meus amigos estavam morrendo um por um, eu chorava por dentro e gritava por fora, de ódio e vingança, coisas que sempre soube que me fariam mal.

Srta. Sophie me dizia que o ódio e a vingança eram espíritos malignos que amarguravam o coração dos homens durante décadas. Eu queria isso, fatiar Hiperíon em mil pedaços e joga-lo de volta no Tártaro assim com o Cronos.

O chão em volta do pé dele continuava a pegar fogo, mas eu continuava a apagá-lo logo em seguida.

- Eu vou acabar com você – eu murmurei enquanto atacava.

– Pare! – o Titã rugiu. – Pare com esse vento!

Eu não entendi bem o que ele quis dizer. Eu estava ocupada demais lutando. Hiperíon tropeçou como se estivesse sendo puxado de volta. Água jorrou em seu rosto, ferroando-lhe os olhos. O vento aumentou, e Hiperíon cambaleou para trás.

Liberte-me... Liberte-me...

Eu sorri de um jeito que poderia ter assustado até a mim mesma.

– Megan? – Hansel me disse espantado. – Como você está fazendo isso?

Fazendo o que? Eu pensei.

Então eu olhei para baixo e percebi que estava no centro do meu próprio furacão. Nuvens de vapor d’água girava ao meu redor, ventos tão fortes que feriam Hiperíon e amassava a grama num raio de vinte metros. Guerreiros inimigos arremessaram javalis contra mim, mas eles voaram de lado.

Deixe-me matá-lo...

- Incrível... – eu disse – Mas eu quero mais.

Relâmpagos cintilaram ao meu redor. As nuvens enegreceram e a chuva girou mais depressa. Eu me aproximei de Hiperíon e o levantei do chão.

- Megan! – ouvi Hansel gritar para mim. – Traga-o aqui!

Eu bati e golpeei, deixando meus reflexos me controlarem. Hiperíon mal podia se defender. Seus olhos continuavam tentando se acender, mas o furacão apagava as chamas.

Entretanto, eu não poderia segurar uma tempestade dessas pra sempre. Eu podia sentir meu poder se esvaindo... A menos que...

Liberte-me e não terá limites...

Cale a boca e me deixe em paz, eu posso fazer isso... Respondi.

Com um último esforço, empurrei Hiperíon sobre o campo até onde Hansel estava.

– Não deixarei que brinquem comigo! – Hiperíon gritou.

Ele começou a se levantar, mas Hansel pegou sua flauta e começou a tocar. Leneu o acompanhou. Pelo bosque, cada sátiro entrou na melodia – uma melodia estranha, como um rio correndo sobre pedras. O chão se rasgou sob os pés de Hiperíon. Raízes nodosas envolveram suas pernas.

– O que é isso? – Ele protestou. Ele tentou se livrar das raízes, mas ainda estava fraco. As raízes engrossaram até que ele parecia estar usando botas de madeira. – Parem com isso! – ele gritou. – Sua magia silvestre não é párea para um titã!

Mas quanto mais ele se contorcia, mais as raízes cresciam. Elas se enrolaram em seu corpo, transformando ele numa casca. Sua armadura dourada se misturou com a madeira, fazendo parte de um grande tronco.

A música continuou. O exército de Hiperíon recuou com espanto enquanto seu líder era absorvido. Ele esticou os braços que se tornaram galhos, de onde saíram galhos menores e folhas. A árvore cresceu mais e mais até que apenas o rosto do titã era visível no meio do tronco.

– Vocês não podem me aprisionar! – ele berrou. – Eu sou Hiperíon! Eu sou o titã do...

A casca cobriu seu rosto.

Hansel se apoiou no tronco.

- Muito melhor, assim ele deve calar a boca.

Muitos sátiros desmaiaram de exaustão, mas eles cumpriram bem seu trabalho. O lorde Titã estava completamente coberto por um carvalho. O tronco tinha pelo menos seis metros de diâmetro, com galhos tão grandes quanto qualquer um no parque. A árvore parecia estar ali há séculos. O exército do Titã começou a bater em retirada.

Hansel escorregou no tronco exausto, eu me aproximei dele.

- Hansel, eu sinto muito.

Ele sacudiu a cabeça.

- Então... Isso é o que chamam de guerra. – disse o garoto-jegue. – Acho que nas histórias costuma ser menos ... Real.

Jake colocou a mão em seu ombro.

- Ela vai ficar bem – disse Jake – Acho particularmente que Emily iria querer o seu bem, e seguir em frente seria melhor.

Hansel brincou com seus próprios dedos, ao redor, campistas de Hefesto ajudavam uns aos outros. Olhei de volta para Hansel e me ajoelhei ao seu lado e pude ver que ele estava chorando.

- Porque essas coisas acontecem? – ele fungou.

Eu dei de ombros.

- Entendo como se sente, mas acho que você deve controlar suas emoções e ficar firme – eu aconselhei – É o melhor a se fazer, já que a guerra continua.

Hansel limpou o rosto com a camiseta laranja do acampamento Meio-Sangue. O menino-jegue assentiu.

- Vou tentar.

Eu lhe dei um meio sorriso, eu ia dizer para juntarmos nossas coisas e voltarmos para o Plaza, dizer que tudo ia melhorar, mas foi quando eu levantei que nossa vitória fora cantada rapidamente.

Porque só aí Cronos mostrou sua verdadeira surpresa.


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Notas finais do capítulo



O que acharam do capítulo?

Uma pista:
Agora, Falando sobre a Silena, acho que ela só trocar de lado quando porcos voarem.