Melinda abriu os olhos e notou que Castiel não estava lá. O despertador não parava de tocar. Ela desligou-o.

Ainda com sono, levantou-se da cama em direção ao banheiro para tomar banho.

Vestiu-se e desceu as escadas para tomar café na cozinha.

___Tá fazendo o que? _arqueou a sobrancelha.

Castiel estava no fogão preparando panquecas. Virou-se e fitou-a. Colocando as panquecas em cima da mesa.

___Você tá cega? _disse frio.

Melinda ruborizou.

___É melhor você comer rápido se não quiser chegar atrasada. _exclamou pegando um prato e colocando duas panquecas saborosas em seu prato. Devorando-as.

___Eu não quero. _retrucou de cara feia.

___Tudo bem, mas, se passar mal de novo na escola, dessa vez você chama seu amigo engomadinho pra te ajudar. Tá ok? _disse levantando-se da mesa e colocando o prato sujo em cima da pia.

___E quem disse que eu quero a sua ajuda? Você seria a última pessoa do mundo que encostaria essas suas mãos em mim de novo. Tá ok? _respondeu sarcasticamente.

Ele virou-se para olhá-la. Passava a mão nos cabelos vermelhos. Estava irritado seu controle parecia estar rachado.

Aproximou-se ligeiramente dela imprensando-a contra a mesa.

___Se eu fosse você pensaria bem antes de me provocar. Tá ok? _diz bruscamente, apertando os lábios.

Seu olhar cinza era intenso. Melinda estremeceu.

Castiel afastou-se. Melinda estava paralisada. Encostada na mesa ainda tentava recuperar seu fôlego, estava em transe sues pensamentos estavam desorientados, ate que despertou com a voz rouca de Castiel.

___Vamos ou agente vai chegar atrasados na escola, e eu não tô a fim de levar bronca da velhota! _gritava já do lado de fora.

Melinda correu até a sala para pegar sua mochila e saiu da casa trancando-a.

Ela observou o carro. Castiel já estava dentro, esperando-a. Buzinou para que entrasse.

___ Aleluia! será que dá pra colocar o cinto pra gente ir agora? _falou irônico.

Melinda assentiu.

O carro foi tomando velocidade. O silêncio ecoava. Melinda estava sentindo-se incomodada. Resolveu fazer uma pergunta.

___O que realmente foi fazer no hospital ontem há noite? _perguntou quebrando o silêncio.

__Quer saber mesmo? _retrucou. Atento dirigia o carro sem desviar seu olhar para encará-la.

Melinda assentiu.

___Fui levar meu amigo Lysandre, ele passou mal depois de ter tomado todas ontem..._respondeu estacionando o carro em uma esquina próximo a escola.

___Por que parou aqui? _ arqueou a sobrancelha olhando a rua deserta a sua volta.

___Desce _ordenou.

___O que? _pereceu confusa.

___Você é surda? Desce do carro. Não quero que me vejam com você, preciso preservar minha reputação, é melhor você ir caminhando, o colégio é lá na frente. Tenho certeza que não vai se perde vai? _exclamou fitando-a.

___Eu não tô acreditando no que eu estou ouvindo... _sorriu irônica.

Mordeu o lábio inferior. E se retirou do carro batendo a porta.

Ela se abaixou ate há altura da janela de seu carro. E protestou. Descontou sua raiva em vários xingamentos.

___Você... _apontou o dedo indicador para ele, e prossegui. ___É o garoto mais ridículo, imbecil, retardado e idiota que já vi em toda minha vida. _exclamou furiosa.

Castiel riu alto de seu comentário. Deu partida no carro e foi embora.

Melinda caminhou até chegar à escola. Percorreu o corredor principal, antes de perceber esbarrar em alguém.

___Desculpa, deixa eu te ajudar _estendeu à mão levantando a pessoa que ela mesma tinha feito cair.

___Não foi nada, sorte sua que eu não sou há Ambre _exclamou sorrindo, enquanto limpava a poeira da roupa.

___Sinto muito mesmo... _lamentou.

___Já disse não foi nada. Você deve ser a novata não é? _arqueou a sobrancelha.

Melinda assentiu.

___Sim, sou Melinda Prince _esboçou um meio sorriso.

___Ah, eu sou Íris _lançou lhe um rápido sorriso. Prosseguiu. ___Você estava indo pra sala de aula? _ela perguntou

­­­___Sim, sala A, se eu não me engano... _disse. Caminhou em direção ao seu armário pegando os livros das primeiras aulas.

___Que bom, eu também vou pra lá _exclamou alegremente.

Percorreram o corredor principal, até chegarem à sala.

Melinda notou que os olhares da sala se voltaram pra ela. Uma sensação afundou seu estômago. Estava nervosa.

Íris sentou-se no fundo da sala, perto de um garoto de cabelo azulado. Mas a frente uma garota de cabelos brancos conversavam com ambos. Amigos. Pensou Melinda.

Melinda foi analisando cada um, acabou encontrando Castiel na última cadeira no fundo da sala. Ele fitou-a com um olhar frio.

Um calafrio percorreu sua espinha. Melinda desviou seu olhar, e percebeu que um garoto de cabelos dourados e olhos cor de mel esboçava um sorriso. Melinda tentou retribui com outro mais encantador, mas, não conseguiu. Apenas um meio sorriso sem sal e desanimado curvou-se em seu rosto.

___Não vai se apresentar? Você deve ser a novata, certo? Sou o professor Faraize.Fale um pouco de você _disse o professor, que estava sentado olhando para Melinda.

Os olhares ansiosos dos alunos esperavam assim como o professor, que Melinda dissesse algo.

Mas o nervosismo que estava sentindo só cresceu ainda mais.

___Eu acho que o gato comeu a língua dela professor! _disse uma garota loira de cabelos cacheados. Melinda podia jurar que era uma daquelas garotas entojadas e patricinha, que gostavam de aparecer.

Melinda escutou risos abafados.

___Por favor, Ambre! Deixe a garota falar. _exclamou em um tom de reprovação.

Então essa é Ambre...

___Meu nome é Melinda Prince, vim da capital, é... Bom é isso..._disse lentamente. Melinda não iria dizer o que realmente estava fazendo naquela cidade ou frequentando àquela escola. Com certeza se estivesse revelando o real motivo de estar ali, chamariam de maluca ou qualquer apelido parecido. E isso era o que menos precisava agora.

O professor reparou que Melinda estava desconfortável. Mandou sentar-se.

___Seja bem-vinda Melinda. Pode sentar agora. _exclamou tocando em seu ombro.

Melinda assentiu.

Ela encolheu os ombros. Sentia um alivio enorme percorrer seu corpo. Suspirou.

Não havia mais bancas, exceto uma, mas, ficava do lado de um ruivo metido. Melinda não tinha opção, se conformou e sentou-se perto dele.

Castiel nada falou.

Melinda menos ainda.

Há aula parecia durar uma eternidade, assim como seus pesadelos noturnos. Ela repousou sua cabeça na mesa, até sentir o impacto de uma bolinha de papel atingir sua cabeça.

___Aí! _gemeu de dor.

Castiel riu. Melinda fitou-o em reprovação.

Rapidamente desembrulhou o papel, lendo a mensagem.

Vamos juntas para o refeitório, quero te apresentar meus amigos, ok?

Íris...

Respondeu o bilhete concordando e jogou de volta.

Está bem, eu te espero...

Melinda...

(...)

___Olha esse azulado aqui é Alexy _indicou com o dedo. ____Essa é Rosayla_prosseguiu.___Há do lado de Rosayla é Melody, e... _Íris foi interrompida por um garoto de cabelos platinados e olhos bipolares.

___Esse é Lysandre. _disse por fim.

Lysandre ...Conheço esse nome de algum lugar?

___Desculpa ter interrompido suas apresentações Íris. _exclamou juntando-se com todos na mesa do refeitório.

___Eu já tinha terminado mesmo. _deu de ombros.

___Eu sou Melinda...Conhecida também como a novata. _apresentou-se.

Todos riram.

___Seja bem vinda Melinda _disse o garoto de cabelos platinados beijando sua mão.

___Obrigada. _sorriu timidamente.

Quanto cavalheirismo, Lysandre!

Então é isso...Lysandre seria o tal amigo de Castiel que tomou todas e foi parar no hospital!

Uma voz ecoou atrás de Melinda, a pessoa se aproximou mais. Um calafrio desceu por sua espinha.

___Ah! E esse é o famoso Castiel... _disse ela.

Interrompi.

___Infelizmente já o conheço! _lancei lhe um olhar.

Castiel sorria dissimuladamente.

___Então você teve muita sorte, Castiel não costuma dar atenção a todas, há não ser..._disse ela, com um sorriso malicioso.

Melinda ruborizou.

Desta vez ele abriu um sorriso enorme, e ela ficou convencida de que ele estava rindo da sua cara.

___Vou dar uma festa na minha casa, amanhã à noite e todos aqui estão convidados..._desviou o olhar para Melinda ___Isso inclui você também! _exclamou ela.

Desvie meu olhar para Castiel. Ele ainda estava sorridente.

___Não posso ir. Sinto muito _lamentou.

___Que pena gostaria muito de vê-la na festa. _ Lysandre interrompeu Íris, antes que pudesse questionar.

Castiel revirou os olhos.

___Vou sair daqui antes que meu estomago vire do avesso! _exclamou.

Lysandre retirou-se da mesa. Dando um Até mais. E sumiu refeitório adentro. Atrás de Castiel.

___Por que você não vai Melinda? Com certeza vai ser ótima, todas as festas organizadas por Íris são ótimas! _exclamou Rosayla, ___Dá licença pessoal ,vou falar com meu Leigh!_lenvatou-se indo ao encontro de um garoto de cabelos negros. e roupas casuais parecidas com o do amigo de Castiel. Ela o abraçou-o e o beijou desesperadamente. Namorados, Melinda não tinha dúvida.

___Rosayla tem razão, a festa vai ser maravilhosa! _exclamou o azulado. Aparetemente estava jogando mais não deixou de escutar a conversa.

____Íris ,posso chamar Nathaniel? _perguntou Melody. Estava distraída observando algo do outro lado do refeitório. Melinda acompanhou seu olhar. Melody estava fitando Nathaniel, parecia querer engoli-lo com os olhos.

___Claro, com tanto que há Ambre não vá por mim tudo bem! _disse ela.

___Estão falando dá garota entojada e metida? _perguntou Melinda.

Íris riu, assim como Melody até mesmo Alexy que estava focado em seu jogo não pode deixar escapar um sorriso.

___Ela mesmo...A Ambre é irmã do Nathaniel, eu acho que você conhece ele, não é?_perguntou.

Melinda Assentiu. Ficou chocada com a informação que íris acabará de dar.

Como ele pode ser irmão daquela garota? Ambos são tão diferentes!

Melody parecia incomodada agora.

___Bom...Então deve ter uma noção que não seria agradável vê-la na festa.

___É claro, com certeza convidando Nathaniel, ela também poderia ir..._disse Melinda complementando o restante da frase de Íris.

O sinal tocou. Era hora de voltarem para sala. Assim como Melinda todos foram se retirando do refeitório.

Antes que pudesse chegar á sala de aula, algo, melhor dizendo alguém a puxou pelo braço. Arrastou-a para fora do corredor até chegarem ao pátio.

___Me solta! _gritou.

Ele soltou-a.

Era Castiel...

___Por que você não vai pra festa de Íris? _perguntou olhando-a.

___Não te devo satisfações. _respondeu, olhando-o nos olhos, grata por não ter gaguejado,___ Mais você deve saber bem o motivo..._um nó se formou em sua garganta, sentiu os olhos arderem.

___Seria por causa do seu tio? _arqueou a sobrancelha,___Mas isso não impediria você de ir há festa. _concluiu.

___Eu não sou egoísta ao contrario de você ,tenho sentimentos _indagou. Afastou-se, saindo do pátio, mas, ele a impediu. Segurou seu cotovelo. Forçou-a para perto. Seus corpos se tocaram, apenas uma nesga de ar separavam os dois. Melinda sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo.

Então é essa esquisita? Não acredito que recusou de ir comigo há festa, para ir com essa vadia!

Melinda afastou-se alguns centímetros para trás. Fitou a garota que tinha á insultado. Era ela, a garota metida e entojada, irmã de Nathaniel. Ambre.

____Sim, é ela e daí? _exclamou. Ele se aproximou novamente. Segurando-a pela cintura.

___Você vai me trocar, por isso? _a raiva a ruborizou. Estava determinada, avançaria encima de Melinda e cravaria suas unhas em seu belo rosto. Mas se conteve. Castiel não iria permitir, que desformasse seu mais novo brinquedo. Ela iria esperar a hora certa para agir. Acabaria com Melinda na melhor oportunidade que tivesse.

Melinda afastou-se novamente. Tentou processar o que estava acontecendo. Ela estava incluída no meio de uma briga de casal ou algo parecido. Estava sendo insultada, precisava reagir. Mas antes que algo saísse de sua boca para protestar, Castiel interrompeu.

___Isso? _repetiu, ___Você não chega nem na metade..._passou a mão no queixo avaliando Melinda dos pés a cabeça.

Ambre se retirou bufando. Seus olhos faiscavam de raiva.

___O que você disse, é verdade? _perguntou lentamente. Melinda arqueou a sobrancelha. Castiel aproximou-se novamente. Ela deu um passo para trás. Queria uma distancia segura dele.

___Não, disse isso para ela larga do meu pé. Essa garota é insuportável. _seus olhos me atravessaram, e os cantos de sua boca ergueram, ____Por quê? Achou mesmo que iria te elogiar desse jeito? _sorriu alto.

Melinda estava convencida de que ele estava sendo sarcástico.

____Claro que não. Nada que saí da sua boca é verdade. _retrucou. Sua voz se alterou. Melinda tentou voltar a sua compostura.

Por alguma razão o comentário de Melinda fez o olhar do ruivo parecer ceder minimamente.

____Você realmente, não me conhece. _disse.

Castiel esbarrou em Melinda e foi embora do pátio.

Melinda suspirou. Não imaginava que fosse se ofender com o comentário. Mas por outro lado ela suspeitava que ele estivesse blefando. Era típico dele. Tinha duas opções pra optar e resolveu ir pela mais óbvia.

Com certeza estaria blefando..

___Talvez eu não queira conhecer você ..._sussurrou para se mesma.

Melinda correu. Saiu do pátio em direção á sala de aula. Temia levar suspenção. Estava matando aula por culpa de Castiel. O mesmo colocou-a em meio há uma briga e saiu como vítima na história.

Melinda fez um gesto ensaiado na mão para bater na porta. Mas antes que pudesse bater um alarme soou. Gritos ecoaram nas salas.

Era o alarme de incêndio da escola...