Consequências Do Destino escrita por Rayanne Price


Capítulo 10
Capítulo 10 Ele não podia ir...




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O alarme ainda tocava. A porta á sua frente se abriu. Os alunos foram saindo. Melinda via Íris se aproximar da porta. Mais antes que pudesse chamá-la, alguém há interviu, puxando-a pelo cotovelo.

Um garoto de cabelos dourados esboçava um meio sorriso torto no rosto. Ele arrastava Melinda para sala do grêmio em meio ao corredor de alunos desesperados para irem embora.

___Desculpa ter te puxado dessa maneira, ___prossegui. ____Mas a diretora disse que tinha uma coisa muito importante para falar com você, e mandou te avisar.

O único pensamento que se passou em sua cabeça era que iria levar suspenção, sem dúvida. Uma bela suspenção por ter matado aula. E dessa vez não teria desculpas para escapar.

___Tem alguma ideia do que se trata? _hesitou em perguntar.

___Infelizmente não. _exclamou.

A essa altura o alarme de incêndio tinha parado de soar. O corredor parecia mais tranquilo agora. Pela janela da porta do grêmio, Melinda não via nenhum tumulto mais no corredor.

___Ainda bem que o alarme parou. O barulho é muito irritante _comentou, aproximando-se da porta para sair.

___Simulação de incêndio, sabe como é..._disse ele, interrompendo a passagem de saída,___Se quiser posso te acompanhar até a sala da diretora. _completou, saindo do caminho agora sem interromper a passagem.

____Não precisa, tenho certeza que tem coisas melhores pra fazer do que me acompanhar até a sala da diretora. _afirmou, esboçando um meio sorriso no rosto.

____Já entendi o recado. _afirmou com a cabeça, encarando-a.

____ Ah não! Não foi uma indireta ,se você quiser ir tudo bem. Sério eu não vou me importar. _disse ela, estava meio constrangida por Nathaniel tê-la intendido mal.

Ele soltou uma gargalhada.

Melinda não entendeu sua reação. Fez uma cara de do que você está rindo? Passando a encará-lo com as sobrancelhas arqueadas.

___Tá tudo bem, estava brincando com você. Queria muito te acompanhar mais minha irmã vai passar daqui alguns minutos, para irmos pra casa. _disse ele, atento agora desviou seu olhar para a janela da porta, esperando que sua irmã entrasse a qualquer momento, ___Boa sorte com a diretora. _curvou-se dando um sorriso descontraído no rosto.

___Eu acho que vou precisar _afirmou brincando, curvou os cantos da boca para o um sorriso desajeitado, encarando por algum tempo o loiro de olhos dourados. Quando a mente encarregou de lembrar que estava demorando demais para encontrar a diretora.

___Tenho que ir, agente se vê _acenou para sair.

Nathaniel acenou de volta.

Melinda corria apressada pelo corredor. Determinada a chegar a sala da diretora o mais rápido possível. Já imaginava seu olhar de fúria, fitando-a. Melinda tentou afastar esses pensamentos.

Bateu na porta. A diretora, do outro lado assentiu para que entrasse.

Para sua surpresa ela não á encarava, e seus olhos muito menos faiscavam. Algo estava errado. Um frio escalou por sua espinha. Melinda examinou o escritório da diretora.

Viu o ruivo bady-boy encostado perto da porta. Melinda engoliu em seco.

___Nathaniel disse que a senhora queria falar comigo._disse ela, ignorado por alguns segundos o olhar de Castiel penetrando suas costas.

___Sua tia Ângela telefonou, e..._fez uma pausa. Parecia medir cada palavra que iria dizer. Desviou o olhar para Castiel que ainda estava em pé, perto da porta como uma estátua.

___Castiel poderia nos dar licença, queria conversa com a senhorita Melinda. _exclamou. Sentando-se na cadeira, de frente a sua mesa enorme, ____Sente-se Melinda, o que tenho para dizer é algo muito delicado. _fez um gesto com as mãos.

Melinda continuou em pé. Já temia saber o que era, mas se negava acreditar. Suas pernas estavam tremulas, parecia querer desabar de joelhos no chão, sua cabeça começava a girar.

Castiel se aproximou-se por trás. Melinda engoliu em seco discretamente tentando ignorar o frio na barriga que ele provocava.

____Isso quer dizer que eu tô liberado do castigo? _perguntou, ele estava tão perto que Melinda sentiu seu hálito de menta bater contra seu rosto.

___Claro que não, agora saia e espere até que eu o chame. _exclamou em alta voz.

Castiel saiu batendo a porta atrás de si.

___Bom ...Senhorita Melinda, como havia dito sua tia telefonou, e..._fez uma pausa novamente. Seu olhar me fitava. Um olhar de pena. Aquilo estava me dando nos nervos. Por que não falava logo de uma vez?

___Por favor, diretora fale logo esta me deixando desesperada. Sei que é sobre o meu tio o que aconteceu com ele? _falou, alterando há voz. Falava tão rápido que se engasgou com a saliva. Suas pernas ainda tremiam. Um nó se formou em sua garganta. Seus olhos começaram a arder, ela temia desabar em lágrimas ali mesmo.

___Então já deve imaginar, que ele..._a diretora suspirou. Levantou-se da cadeira e se aproximou de Melinda abraçando-a, ___Sinto muito, querida. _lamentou.

Ela estava paralisada, era como se tivesse levado um soco no estômago. A adrenalina se estendeu por seu corpo. As lágrimas pareciam se acumular em seus olhos. Um bolo engasgava em sua garganta. O ar parecia faltar. E a única reação que teve foi correr da sala da diretora.

Melinda desgrudou-se de seus braços. Saiu correndo, pelo corredor principal.

As lágrimas começavam escorrer. Sua visão começava embaçar.

Não pode ser. Não pode ser. Ela se negava a acreditar. Repetia desesperadamente.

Corria com muita velocidade. Acabou tropeçando e caindo em cima de um ruivo Bipolar.

___Você tá maluca?!_gritou ,enquanto se levantava, fitou Melinda que estava de joelhos tentando se levantar.

Melinda encarava os hematomas agora no braço. Mais não sentia dor em meio ao que estava acontecendo.

Castiel estendeu a mão. Melinda segurou-o.

Ele examinou seu braço. E disse:

___A culpa foi sua, mais não precisa chorar só foi um arranhão. _seus olhos atravessaram os delas e Melinda afundou seu rosto no peito dele.

___Meu tio se foi... _murmurou, sua voz saiu rouca engolindo parte das palavras.

Castiel entendeu o que ela havia dito, compreendeu a verdadeira razão de suas lágrimas.

___Vamos sair daqui. _disse ele, conduzindo-a para fora do colégio.

Melinda estava com a mão em volta de seu ombro e ele a segurou pela cintura.

Chegaram ao carro. Ele abriu a porta e Melinda deslizou no banco. Entrando. Castiel fez o mesmo.

___Preciso ir para o hospital. Preciso ver minha tia, ela precisa de mim _murmurou, era asfixiante falar ,o nó em sua garganta parecia ficar maior, seu rosto estava úmido e quente por consequência das lágrimas que não paravam de escorrer.

Castiel ligou o carro. Tomando velocidade pegou a estrada. Fez o caminho contrário do trajeto que Melinda pediu.

___Pra onde você tá indo, o hospital não é por aí! Seu idiota para o carro! Para o carro Castiel! _gritou, começou a socar seu braço. Um sentimento de raiva, desespero e angustia dominou-a.

Melinda saiu do carro. Não estava conseguindo raciocinar direito. Caminhou por alguns segundos na estrada até não aguentar e despencou na calçada. Estava sem forças.

Iria passar por tudo de novo. Assim como a morte de Arthur.

Colocou as mãos sobre o rosto tentando abafar o próprio choro. Limpava as lágrimas a cada soluço. Mordia o lábio inferior com força tentando se acalmar, mas, era inútil.

Levantou o olhar embaçado e viu um ruivo alto de ombros largos e músculos longos se agachar á sua frente. Ele segurou seu queixo e com a outra mão enxugou seu rosto úmido.

___Tá melhor agora? _murmurou. Seu olhar demostrava preocupação, assim como seu tom de voz.

___Ele não podia ir. Ele não podia ir _repeti-a inconformada. Castiel á levantou da calçada e puxou-a envolvendo em seus braços.

___Vai ficar tudo bem. _sussurrou, com a voz firme.

Melinda sentia as lágrimas sufocarem sua garganta, queimando o interior do seu nariz.

Castiel deslizou suas mãos até sua cintura, segurando-a de forma protetora. Ela prendeu as mãos na parte da frente de sua jaqueta preta e pousei a cabeça em seu peito.

Ele passou as mãos em seu cabelo, segurando seu rosto, conduziu a olhá-lo nos olhos.

___Vou levar você pra casa. _a voz de Castiel estava mais calma do que nunca, ___Depois que esfriar a cabeça, eu te levo para o hospital.

Melinda não o questionou. Entraram no carro e foram embora.

(...)

Enquanto á agua fria descia pelo seu corpo, cenas de algumas horas antes, repassavam explosivamente em sua cabeça. Melinda quis se enganar. Queria que a água levasse seus pensamentos atordoantes. Chegou a belisca-se. Queria que tudo não passasse de um pesadelo.

Vinte minutos depois, saiu enrolada na toalha. Vestiu-se e desceu as escadas correndo quando escutou o som estridente do telefone.

Castiel estava na cozinha. Procurava algo na geladeira para beber.

Melinda agarrou o telefone com toda força e atendeu.

___Alo? _murmurou. Sua boca estremeceu.

Castiel fechou a geladeira bebericando uma lata de refrigerante. Sem desviar sua atenção para Melinda no telefone.

___Melinda? Sou eu, sua mãe _exclamou.

Melinda abriu a boca mais não sabia o que dizer.

___Filha ,eu já estou sabendo que o tio Roland ..._suspirou, ___Eu e seu pai estamos indo pra ir. Sua tia ainda está no hospital? Está sozinha casa? _perguntou.

Ela respirou com dificuldade. Seu coração parecia bater mais rápido. Melinda fechou os olhos e tentou pronunciar as palavras.

___Sim, eu estou sozinha _mentiu, não queria dar explicações sobre Castiel, não agora.___ Tia Ângela ainda está no hospital. _murmurou, mordendo o lábio inferior.

___Estamos indo pra ir o mais rápido possível. Se cuida, eu e seu pai te amamos muito._exclamou, sua voz demostrava aflição.

___Também amo vocês. _disse ela, mantendo a voz baixa. Uma lágrima forçou descer,mas, ela conteve.

___Tchau meu anjo. _despediu-se, pronta para desligar.

Melinda não conseguiu se despedir. Desligou o telefone. Encostou-se na parede. Fechou os olhos e respirou fundo.

Recupere-se. Ordenou para se mesma.

Castiel jogou a latinha de refrigerante no lixo e aproximou-se de Melinda.

___Quem era? _sussurrou em seu ouvido.

Melinda abriu os olhos. Seus olhares se encontraram. Depois de um momento de silêncio, ela respondeu:

___Minha mãe. _falou com a voz falha.

____Por que disse que estava sozinha? _perguntou, seus olhos se arquearam e ele brindou com um sorriso zombeteiro no rosto.

O coração de Melinda começou a bater depressa. Tentou desviar seu olhar, fitando o chão.

___Por que eu não tinha te visto. Pensei que tinha indo embora _mentiu, ____Eu não vou mais para o hospital, você não precisa ficar. Quando sair não esquece de fechar a porta._ergueu o olhar encarando o ruivo. Lágrimas com as quais ela não queria lidar estavam se enchendo dentro dela.

Ele se aproximou. Seu olhar obrigava Melinda há olhá-lo nos olhos.

Melinda respirou com dificuldade. Sentiu um calafrio percorrer toda sua pele.

____Tem certeza que não vai mais para hospital? _perguntou ele.Uma ruga de dúvida vincou sua testa, ___Eu posso te levar sem problemas. _afirmou.

Melinda negou com a cabeça. Afastando-se do ruivo, subindo as escadas correndo.

Entrou no quarto batendo a porta e desabou na cama. Colocou o travesseiro no rosto tentando abafar o choro.

Melinda sentia-se vulnerável, insegura e frágil como uma boneca de porcelana. E ela odiava se sentir assim. Depois que sua mãe havia ligado o sofrimento dentro dela cresceu ainda mais. A saudade de ver seus pais era enorme e de algum modo estava feliz por que ela iria vê-los, abraça-los, mas, pro outro lado era terrivelmente dolorido pensar que eles estariam vindo por que consequentemente seu tio tinha falecido.

Ela tirou o travesseiro encharcado do rosto. Sentou-se na cama. Enxugou o rosto úmido e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo, e votou a deitar-se. Queria desligar sua mente, deixá-la vazia há todo custo. Até afundar em seus sonhos e fugir da realidade sombria em que se encontrava.


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