-Eu achei que você queria ficar com a Bella.
-Seria mais fácil. – Ele se aproximou e a beijou.
-Carlisle...Isso não pode acontecer. – Ela fechou os olhos, sentindo a mão dele apertar a sua.
-Eu sei. – Ele a levantou um pouco e fez com que ela encostasse sua cabeça no braço dele.
-Eu sou noiva, vou me casar.
-E seu pai não aprovaria.
-Isso não daria certo nunca.
Ele consultou rapidamente o relógio.
-Posso pedir pra dar certo por mais algumas horas?
-Vou pensar...- Ela beijou a mão dele e logo a repousou sobre sua barriga.
-Vai pensar?- Ele beijou a testa dela.
-Em você... E vou tentar entender porque fico tão fora de mim quando to com você.
-Isso é o que chamam de paixão... - Ele sorriu e piscou.
- Carlisle, você não sabe o quanto essa piscadinha é irresistível. Se soubesse, não faria tantas vezes.
-Irresistível é?
-É. – Ela passou a mão pelo rosto dele. – E você é lindo.
-Ah, pára com isso. Olha pra você, você sim é linda.
-Nossos filhos seriam lindos.- Ela riu.
-Filhos?
-Se pudéssemos ficar juntos, é claro.
-Só diz isso porque não podemos.
-Imagina... Não teria sentido algum.
-O amor não tem sentido.
Ela ficou em silêncio.

Os dois passaram o resto da tarde juntos, curtindo aqueles momentos. Esme sabia que teria que acordar daquilo tudo, e que seria loucura insistir, mas estava envolvida com Carlisle. Ele sabia que precisava respeita-la, e que ela não pretendia abrir mão de sua segurança.
-Antes de entrarmos. – Ela parou o carro, na rua anterior a de sua casa. – Eu quero...
-Você quer?
-Quero dizer que nunca senti o que senti hoje. E sei que isso não vai e não pode se repetir, mas foi muito especial e vai pra sempre ser lembrado como a experiência mais próxima do amor.
-Só não vai se repetir se você não quiser. – Ele piscou. – Posso pedir um último beijo?
-Só um. – Ela sorriu e tirou o cinto, se aproximando dele.
Carlisle a desequilibrou ,fazendo com que ela caísse totalmente por cima dele. Ele, no fundo, sabia que não era um último beijo. Era só mais um.

Dez minutos depois e os dois entraram em casa. Estavam em silencio. Não sabiam como encarar o que havia acontecido durante a tarde.
-Como foram? –Renée os recebeu na sala.
Esme e Carlisle trocaram um rápido, mas intenso, olhar.
-Bem. –Ela respondeu à mãe.
-Você cuidou bem dela, meu rapaz? –Charlie sorriu.
-Claro. Não podia deixar que nada de ruim acontecesse à sua filha, seu Charlie. –Ele sorriu, sem jeito.
-Eu vou... Vou subir...Tomar um banho. –Ela subiu as escadas correndo, desconcertada.
-O que houve com ela? –Charlie perguntou a Carlisle, preocupado.
-Emoção. Eu acho.
-Emoção?
-De voar. –Ele sorriu. –Com licença. Também preciso de um banho.

-Não vai jantar Esme? –Bella perguntou, enquanto conversava com Carlisle.
Esme encarou a irmã e logo lançou o olhar sobre ele.
-Você não vê que eu estou indo Isabella?
-Então nós te acompanhamos. –Bella puxou Carlisle pela mão, irritando ainda mais a mais velha.
-Vamos ver um filme depois. –Rosalie falou. –Quer assistir com a gente Esme?
-Desde que o filme seja inteligente...
-Suspense. O seu tipo preferido. –Bella sorriu.
-Vejo que a gente tem algo em comum. – Carlisle a encarou. –Eu também curto filmes de suspense.
-Alguma coisa, ao menos. – Ela sentou-se, sem dar atenção a ele.
-Carl, quando vai me levar pra saltar? – Bella perguntou.
-Quando você quiser.
-No feriado da quarta?
-Pode ser. – Ele piscou.
-É legal, Esme?
-É. – Ela não demonstrou emoção.
-Tem certeza que gostou? – Charlie questionou.
-Sim.
-Está quieta ,minha filha...- Renée comentou.
-Estou bem. – Ela respirou fundo.
-Gostou do show de ontem, Carl? – Bella mudou de assunto.
-Gostei muito, você é uma ótima cantora.
-Opa! – Rosalie brincou. – Vocês deviam ficar juntos.
Esme por alguns segundos pensou em como seria bom afogar Rosalie na sopa a sua frente.
-Até parece...Eu sei que o Carlisle é lindo,mas meu coração é de outro. –Bella piscou.
Definitivamente, Bella poderia se engasgar com aquela coxa de frango.
-Disse que você é lindo...- Rosalie apontou para Bella, olhando para Carlisle. – E eu também acho.
-Meninas! – Charlie as repreendeu.
-Ah, pai, o Carlisle é charmoso. – Bella riu. – Aposto que a Renée também acha.
-Bella, já disse para me chamar de mãe! Mas me deixem fora disso. – Renée sorriu. – Perguntem a Esme.
-O que você acha Esme?
Esme contou até 10 e encarou Carlisle,o observando. Lógico que o achava lindo, charmoso, e tudo mais, mas não pretendia demonstrar.
-Não faz meu tipo. – Ela disse, indiferente.
Carlisle riu do comentário.
-Acho que mesmo que eu quisesse muito, não teria a menor chance. – Ele brincou, observando Esme.
-A Esme é fiel. – Charlie comentou.
-É... Muito. – Carlisle disfarçou a ironia do comentário.
-Sou. Devo fidelidade ao que sinto. – Ela levantou-se, já havia terminado de jantar. – Vou esperar na sala de tv.
-Não comeu quase nada...- Renée comentou.
-Não estou com fome.

Rosalie foi a primeira a chegar a sala, onde Esme os esperava, deitada nas almofadas no chão. Um pouco atrás vinha Carlisle.
-Filme!- Bella gritou surgindo por trás de Carlisle e o abraçando.
-Isabella, dê-se ao respeito. – Esme repreendeu a irmã, mais por ciúme do que preocupação.
-O Emm deve estar chegando.
-Temos mesmo que esperar?- Esme não parava de observar a irmã do meio e Carlisle.
-Deveríamos...- Carlisle sentou-se no sofá.
Não demorou para que Emmett chegasse.
-Vou pro sofá. – Esme sorriu ao ver que não tinha escolha.
Bella estava sentada numa ponta, e antes que ela pudesse sentar entre Carlisle e a irmã...
-Vem pra cá, Carlisle. – Bella o puxou.
-Obrigada .- Esme sorriu, falsa. Ele piscou, a provocando.
-Posso pegar aquela almofada? – Ele perguntou a Esme, referindo-se a almofada caída no chão.
Ela não respondeu, apenas fez expressão de indiferença. Carlisle queria provoca-la. Jogou-se por cima dela, fingindo não alcançar. Esme prendeu a respiração.
-É tão difícil? – Ela juntou-se a ele e puxou a almofada.
-É, mais ou menos. – Ele sorriu. – Bella, quer deitar aqui? – Ele apontou para a almofada em seu colo.
Bella sorriu e deitou-se, para irritação de Esme. Aquela não seria uma noite agradável.
Rosalie apertou o play e o filme começou... Esme alternava sua atenção... As vezes prestava atenção no filme, em outras vezes, encarava irritada aquela cena. Carlisle acariciava os cabelos de Bella com uma mão. Por que não ela? Por que pelo menos Edward não estava ali? Ele era sério, mas sabia ser carinhoso.
Esme tentava de todas as formas encontrar uma posição confortável no sofá, e sem que percebesse, cada vez mais se aproximava de Carlisle. Carlisle também se movia para que ela pudesse parar quieta. Esme pousou a mão na almofada que Bella deitava. Sem que percebesse, Carlisle deixou sua mão em cima da mão dela.
O filme já estava na metade, com muitas mortes. A música de suspense denunciava que mais um susto vinha por ai. Não demorou para que Esme escondesse a cabeça no ombro de Carlisle. Quase instantaneamente, percebeu sua mão sob a mão dele, e a retirou rapidamente.
-Desisto. – Ela levantou-se, quase sem respiração. Ou ainda respirando o perfume dele.
-O que? – Bella perguntou.
-Esse filme, é ruim demais. Boa noite. –Esme saiu rapidamente da sala.

Esme passou pela cozinha e fez uma xícara de chá. Precisava pensar...Tudo aquilo era novo e intenso demais. E proibido demais. Aquele amor ou o que estivesse acontecendo, não poderia continuar.
-Quem disse que eu queria amar? – ela sussurrou, sozinha.

Esme percorreu a casa vazia, sem fazer barulho. Parou em frente a porta de seu quarto, mas seu olhar se desviava para a porta do quarto de Carlisle.Que mal teria? Ela entrou,silenciosa...Acendeu a luz e passou os olhos pelo quarto, que começava a ganhar o jeito de Carlisle. Alguns papéis espalhados pela bancada, a mala praticamente desfeita. Qual era a fascinação que ele exercia sobre ela? Sem querer ela se viu mexendo nas fotos que estavam em cima da cama. Depois parou em frente a mala, puxou uma camiseta preta e a cheirou,buscando aquele perfume que sentira a tarde. Ao perceber a loucura que cometia, Esme largou a camiseta em qualquer lugar e entrou em seu quarto,confusa.

-Ed! –Esme abraçou o noivo, ao vê-lo chegar em sua casa.
-Bom dia Esme! –Ele respondeu, um pouco seco. –Bom dia seu Charlie, Renée.
-Como foi de viagem xuxu?
-Bem. –Ele sorriu.
-Edward, quero te apresentar nosso hóspede. Carlisle. –Charlie apresentou os dois.
-Muito prazer. – Carlisle estendeu a mão.
-Prazer. –Edward o cumprimentou.
-Ed!!!!! –Bella desceu as escadas, feliz e abraçou o cunhado.
-Bella! –Ele retribuiu o abraço, carinhosamente.
Edward sempre fora mais carinhoso com Bella do que com Esme.
-Que bom te ver logo cedo, Ed!
-É Edward, Isabella! –Esme falou irritada. Não gostava do jeito que os dois se tratavam.
-Tudo bem Esme. Pra Bella pode ser Ed –Ele piscou.
-Viu, meu cunhado não é tão implicante. –Bella continuou abraçada nele.
-Chega Isabella! Larga do meu noivo! –Ela separou os dois. –Vem Edward, vamos tomar o café.
Eles foram à sala de jantar, com Bella os acompanhando. Carlisle apenas observava a cena, confuso com o que estava acontecendo.

Edward e Bella conversavam animadamente durante o café da manhã. Ele quase não ligava para a noiva, o que a tirava do sério.
-Com licença. –Esme se levantou, irritada. –Eu já terminei.
Edward e Bella não notaram a saída de Esme. Carlisle, porém, a acompanhou com o olhar. Logo foi a vez dele se levantar e ir atrás dela.
-O que aconteceu? –Ele perguntou a ela, que estava sentada no jardim.
-Nada. –Ela respondeu sem paciência. –Apenas terminei o café.
-Não é a toa que você é linda assim... –Ele sorriu e sentou-se ao lado dela. –Sempre sai antes de terminar as refeições.
Ela o encarou, deixando claro que não havia gostado do comentário.
-Por que a Bella chama o seu noivo de...Como é mesmo? –Ele continuou a conversa.
-Ed? Porque a Isabella é uma ridícula que adora inventar apelidos.
-Esse em especial?
-É. Digamos que sim.
-Por quê?
-Não deu para perceber? –Ela voltou seu olhar a ele, novamente. –Olha o jeito que ele me trata.
-Entendi.
-O Edward sempre foi muito mais carinhoso com ela do que comigo.
-E isso te irrita?
-E não deveria? Ele é meu noivo...
-Não é a ele que você ama. –Ele arriscou.
- Carlisle, quem você pensa que é pra falar uma coisa dessas hein?
-Apenas um observador. –Ele sorriu.
-E desde quando eu te dei intimidade pra isso? –Ela irritou-se.
Carlisle se aproximou e sussurrou no ouvido dela.
-Desde que você me pediu que te mostrasse o que é o amor. –Ele piscou e saiu.