Carlisle voltou à sala de jantar quando o assunto era Esme.
–Onde ela está? – Edward perguntou.
–No jardim. – Carlisle se intrometeu. – Reclamando da forma como você a trata.
–Ih...- Rosalie brincou.
–Vou até lá. Com licença. – Edward levantou-se.
Carlisle subiu em seguida. Estava arrumando algumas coisas quando viu Esme de relance.Ele aproximou-se da janela, observando-a.
–Es? – Edward sentou ao seu lado.
–Oi. – ela mantinha seu olhar fixo em algum ponto longe.
–O que você tem?
–Edward,vamos nos casar e você dá mais atenção a minha irmã do que a mim.
–Poxa, Es...você estava irritada, eu sei que não gosta de ser incomodada quando está irritada.
–Pra que faz isso? – ela o abraçou ainda irritada.
–Me perdoa,não vai mais acontecer. – Edward a beijou.
–Promete? – Ela sorriu.
–Prometo.
Os dois levantaram-se juntos e Edward a abraçou. Esme olhou em volta e percebeu Carlisle na janela. Ele sorriu e piscou, daquela maneira que ela odiava, justamente por tirá-la do controle.

Eram pouco mais de 20:00 horas quando Bella e Carlisle chegaram juntos a casa. Esme e Edward haviam chegado poucos minutos antes, após passarem a tarde juntos.
–Alugamos uns filmes! – Bella saltou no sofá, alegre.
–Dessa vez são bons,não é Bellinha? – Carlisle deu um beijo na testa dela.
–Muito. – Ela riu.
–Não sei qual é o motivo de tanta felicidade. – Esme comentou, irritada por ver Bella novamente com Carlisle.
Edward concordou, igualmente enciumado.
–É o amor. – Carlisle sorriu.
–Amor? – Edward sentiu-se desconfortável.
–Vocês? – Esme apontou para os dois, dessa vez, mais decepcionada do que enciumada.
–Não! – Eles responderam juntos.
–Apenas conversamos sobre o amor. – Carlisle sentou ao lado de Bella.
–Você adora essas conversinhas sobre amor. – Esme alfinetou.
–O Edward deve concordar sobre minha visão sobre o amor.
–Visão? –Edward não fez qualquer questão de esconder sua aversão por Carlisle.
–É. Que o amor é mais forte do que qualquer coisa. É por isso que vão casar, não é? Por amor?
Bella encarou Edward, esperando qualquer reação.
–Amor...- Edward pensou. – O amor não é tão importante assim.
–Exatamente. – Esme o beijou, querendo provocar Carlisle.
–Que pena...- Carlisle fingiu decepção. – Felicidades para os dois. Vamos Bella? Acho que eles não querem assistir.
–Vamos! Só se você me levar. – Ela ficou de pé no sofá.
–Sobe! – Carlisle indicou suas costas, e os dois foram até a sala de tv.
–Quer assistir? – Esme perguntou, torcendo por uma resposta positiva.
–É... É bom ficarmos de olho nesses dois.
–Por que se interessa?
–Não confio nesse sujeito. E ela é minha cunhada, é sua irmã.
–Sei...- Esme o deixou para trás.

–Apareceram!! –Bella aplaudiu, sentada ao lado de Carlisle.
–Mudaram de ideia? – Carlisle provocou, puxando as pernas de Bella e as colocando no seu colo.
–Mudamos. –Esme sentou no sofá ao lado e Edward a acompanhou.
Edward e Esme estavam abraçados, o que deixou tanto Bella quanto Carlisle incomodados.
–Carl... –Bella falou. –Quarta-feira, está de pé o nosso passeio?
–Claro. –Ele sorriu e começou a massagear os pés dela.
Edward lançou um olhar furioso sobre os dois, e aproximou-se ainda mais da noiva, que retribuiu o abraço.
– Carlisle. –Bella continuou. –E amanhã, onde nós vamos?
–Onde você quiser. –Ele piscou para ela.
–Dá pra vocês pararem quietos, por favor? Nós estamos querendo assistir o filme! –Esme falou, enfurecida.
–Desculpa... - Carlisle tentou disfarçar o riso.
–Shiu. –Edward o encarou, irritado.
As trocas de carinhos e olhares confidenciais continuaram entre Bella e Carlisle, e realmente não estava agradando. Nem a Esme e nem aEdward.
–Vou fazer pipoca. –Esme levantou-se, nervosa e saiu em direção a cozinha.
Esme chegou à cozinha tremendo de raiva. Por que Bella sempre estava em seu caminho? Por que era pra ela que ele olhava? Por que era com ela que ele estava?
–O que quer, Esme? – Ana a abordou.
–Pipoca. – Ela procurava o saco de milho de pipoca.
–Quer que eu faça e leve?
–Não. Eu mesma faço.
–O que você tem ,menina?
–Nada... Só não quero ficar lá. – Ela respirou fundo.
–O que tem lá?
–Nada... Só o Edward, a Bella e o Carlisle.
–A Bella,o Carlisle e o Edward ou o problema é a Bella e o Carlisle?
–O que é que teria a Bella e o Carlisle?
–Não sei.
–Não tem nada. – Ela deixou o pacote em sua mão cair.
–Precisam de ajuda? – Carlisle apareceu na porta.
–Não. – Esme disse rapidamente.
–Ela precisa sim. – Ana sorriu e os deixou a sós.
–O que você está fazendo aqui?
–Vim saber se queria ajuda.
–Não, já disse.
Carlisle encostou-se no balcão, ao lado do fogão.
–Já conseguiu o que queria da Isabella?
–Já. – Ele sorriu, malicioso. – Mas vou aproveitar mais tarde.
Esme bateu com a panela no fogão, fazendo um enorme barulho.
–Calma. – Ele passou por trás dela e começou a massagear seus ombros.
–Me solta. - Ela tentou se soltar.
–Sabe o que eu queria da Isabella? – Ele se aproximou dela e grudou sua boca no ouvido de Esme.
–O que? – Ela respirou fundo, tentando controlar-se para não cometer nenhuma loucura.
–Te deixar com ciúmes. – Carlisle beijou o pescoço dela.
– Carlisle, pára com isso.
–Parei. – Ele se afastou completamente.
–Você... Pode me dar licença?
–Lógico. – Ele se aproximou novamente. – Mas não demora. E controle-se com o seu noivo, porque eu também sou ciumento. – Ele sorriu e saiu da cozinha.

–Amigos vocês, não? –Edward perguntou enciumado.
–Ah, Ed... –Bella o encarou.
–Você me decepcionou Isabella. –Ele falou com a voz enrolada.
–Ed. –Ela sentou-se no sofá, séria. –O que você quer que eu faça? Entre num convento só porque você não pode ficar comigo? Eu tenho uma vida também.
–Mas precisa ser desse jeito? Só faltou ele te atacar, pular em cima de você!
–Não se preocupa. Não é com ele que eu quero estar.
–Ah Bella. –Edward sentou ao lado dela e a abraçou. –Você sabe o quanto eu queria poder ficar com você, mas...
–...Não pode porque está noivo da minha irmã. –Ela se afastou dele e foi até a janela. –Eu já conheço essa história.
–Bells... –Ele a abraçou por trás.
–Para Ed. –Ela se desvencilhou dos braços dele. –Se a gente não pode ficar junto é melhor parar com esse tipo de brincadeira.
Os dois ficaram imóveis, apenas se olhando, por algum tempo.
–Com licença. Eu vou me arrumar. Tenho ensaio da minha banda. –Ela disse por fim, subindo para seu quarto.

Carlisle e Esme voltaram quase que simultaneamente para a sala de televisão. Fred estava sozinho, observando pela janela.
–Cadê a Isabella? –Esme perguntou.
–Foi se arrumar. –Ele se virou para falar com ela. –Tem ensaio da banda.
–Ah... –Ela se sentou no sofá, despreocupada.
–Ela vai perder o filme. – Carlisle falou.
–Não acho que ela esteja realmente preocupada com o filme. –Edwardo encarou.
–E você xuxu, senta aqui do meu lado. –Esme apontou para o sofá.
–Eu preciso ir também.
–Já?
–Vou pro ensaio. –Bella reapareceu na sala. –Avisa o pai, Esme. Não sei que horas volto.
–Tá. –Esme realmente não se importou. Afinal, pelo menos por essa noite, Bella não estaria entre ela e Carlisle.
–Eu te levo Bella. –Edward se levantou.
–Não precisa. –Ela recusou a carona.
–É caminho pra minha casa. Não me custa nada. Eu já estava de saída mesmo.
Esme largou a bacia de pipoca em cima da mesa, com raiva. Irritava-se com a maneira que Edward tratava Bella. Carlisle apenas observava os três, sem nada dizer.
–Tchau Esme. –Edward deu um selinho na noiva. –Vamos Bella.
Os dois saíram, deixando Carlisle e Esme completamente sozinhos.
–Petulante! –Ela jogou um punhado de pipocas na direção da porta.
–Eu não te entendo Esme. Se você não o ama, por que essa raiva toda?
–Ele é meu noivo... Meu noivo!
–Isso não é uma competição Esme.
–Como assim?
–Você e a Bella, vivem numa constante competição. Em tudo. Até pelo noivo...
–Quer saber? Você também é um petulante! –Ela falou irritada.
Ele riu e piscou para ela.
–E para de piscar! – Ela irritou-se mais.
Carlisle deitou-se nas almofadas do chão.
–Coloca o filme, Esme. Quem sabe você fica mais calminha.
–Não me irrita Carlisle.
–Não estou irritando você. Vamos assistir ao filme? – Ele mandou um beijo para ela.
Ela apertou o play.
–A luz vai ficar ligada? – Ele implicou.
–Levante e apague.
Carlisle levantou-se e apagou a luz.
–Posso? – Ele apontou para as pipocas.
–Engole! – Ela entregou a bacia para ele.
–Lógico, né, Esme? Como eu vou comer sem engolir?
– Carlisle! – Ela gritou.
–O que é isso? – Rosalie acendeu a luz.
–O Edward e a Bella saíram. – Esme apressou-se em explicar.
–É. – Carlisle sorriu entregando as pipocas para Esme. – No meio do filme.
–Ah! –Rosalie exclamou,meio contrariada. –Bom, eu vou subir. Apago a luz?
–Sim. – Carlisle apressou-se em responder.
–Tá bom. –Ela fez o que ele pediu e subiu para o quarto.
–Mais pipocas... –Ele fez sinal com a mão.
Esme literalmente jogou a bacia em cima dele.
–Quanta irritação. –Ele sorriu pra ela.
Ela lançou, mais uma vez, seu olhar furioso sobre ele.
–Vou dormir. –Ela se levantou irritada.
–E o filme?
–Que se exploda! –Ela largou a almofada com raiva.
Carlisle a juntou e jogou em Esme, rindo.
–Ai, seu... –Ela saiu, batendo os pés, enquanto Carlisle se divertia com a situação.

Esme já estava há bastante tempo em seu quarto quando ouviu a movimentação no corredor. Ela ouviu Carlisle entrar no quarto. Quase sem querer, olhou fixamente para a janela. Ele havia conseguido irriáa-la profundamente, e apesar de seu gênio, isso era difícil. As cenas de Carlisle com Bella e as sensações despertadas na cozinha vinham ao encontro de sua razão constantemente. Talvez um pouco de ar fizesse bem. Ela levantou-se e sentou na janela aberta, encarando o céu e perdida em suas reflexões.
–Pensando em que? – Ele perguntou sorrindo.
–Nada. – Ela respirou calmamente.
–Como nada? E esse ar pensativo?
– Carlisle...parou por hoje. – Ela fechou os olhos.
–Eu não quero chatear você. – Ele riu.
–O que você quer de mim?
–Eu quero fazer o que você me pediu.
–Esquece o que eu pedi. – Ela fechou a janela e deitou-se.
Tentou em vão dormir. Mas seus pensamentos não saiam de Carlisle. Aquela confusão estava deixando louca. Às vezes queria matá-lo, queria que ele caísse daquela janela, mas em outras, só queria estar com ele.
“Não é nada demais, é só uma atração idiota.” – Ela tentava convencer-se.

Meia hora havia se passado. Carlisle mudava de canal buscando algo para assistir enquanto o sono não chegava. Sem que percebesse, Esme entrou em seu quarto e trancou a porta.
– Carlisle? – Ela o chamou.
–Esme? – Ele levantou-se, buscando uma camiseta. –O que faz aqui?
–Precisamos conversar. – Ela disse quase em desespero.
–O que foi? – Ele a encarou.
–Não aguento mais.
–Você está me assustando.
–Não aguento mais o que você está fazendo. Para de me provocar. – Ela pediu, deixando uma lágrima cair.
–Calma...Desculpa. – Ele se aproximou, passando a mão pelo rosto dela.
–Não adianta mais. – Ela encostou-se na porta. – E agora o que eu faço com o que to sentindo?
Carlisle se aproximou, trancando-a contra a porta.