Fogo Demoníaco escrita por Fallen Angel


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Eu pensei em parar de postar, mas fiquei animada com um comentário novo rss, então aqui está



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Quando era criança, lembrava Leah, sonhava com fadas, elfos, princesas e príncipes em reinos encantados, como uma grande parte das meninas. Sempre sonhou que isso se tornasse verdade, mas não dessa forma. Ela estava tentando se adaptar em uma cidade nova em que ninguém gostava dela. Na escola todos a olhavam como se ela fosse uma aberração ou sei lá mais o que. A única coisa boa que acontecera com ela desde que saiu de sua antiga casa para morar nessa, era que Richard Smith estava sendo superlegal com ela, e conseguindo fazê-la se sentir melhor nessas ultimas semanas. Mas, ora vejam só, ele não era quem parecia. E muito além do que ser falso ou algo do tipo, ele não era HUMANO!

Ela agora estava subindo para seu quarto com Rick, mas não no sentido que ela gostaria – afinal, Rick era um gato, e Leah não era nada boba -, e sim para procurar as tais “armas”. Leah viajava em seus pensamentos... Quentes, quando ouviu uma voz distante, com um som abafado...

–Leah! Alô, acorda! Estou falando com você, não ouviu nenhuma palavra do que eu disse é? – Rick quase berra.

–Desculpa, me perdi nos meus pensamentos. O que dizia? – ela parecia ter acordado agora de um sonho.

–Estava dizendo – começou Rick, um pouco nervoso por ter de repetir tudo o que já havia dito – Anjos são seres muito poderosos. Eles poderiam acabar com o mundo se quisessem, se é que não querem, e tudo que eles tocam, dependendo do que eles sentem no momento, pode se tornar algo “mágico”. Até mesmo pessoas.

–Então, eu posso ter algum tipo de poder especial? Tipo X-men e tal? Por que eu convivi com um Anjo minha vida toda e...

Fez-se um silêncio de alguns segundos, e depois Rick suspirou lenta e profundamente. Leah olhou para traz e abriu a boca para dizer algo, mas resolveu não falar. Já estavam na frente da porta de seu quarto.

–Esse é o seu quarto? – perguntou Rick.

–Sim, é. O que estamos procurando mesmo? – Leah afinou a voz inconscientemente na ultima palavra.

–Armas... Bem, não arma de fogo. Na verdade, nem estamos procurando armas do jeito que você imagina – Rick fala, num tom meio de dúvida, como se não soubesse exatamente o que está fazendo. Leah olha para ele e ergue as sobrancelhas, como quem diz “então o que exatamente estamos procurando?”, e sem precisar dizer palavra alguma, Rick respira fundo sem que ela perceba e volta a falar – Estamos procurando algo que sua mãe lhe deu de presente quando era apenas um bebê.

As palavras saíram da boca de Rick numa velocidade incrível. Leah demorou um pouco para entender. Achou que tinha ouvido errado, afinal, primeiro eles estavam procurando armas e agora ele queria encontrar algo que a mãe dela dera quando era apenas um bebê... Nada mais fazia sentido.

–Como assim? – disse Leah abrindo a porta do quarto dela. Como todo quarto de uma garota organizadíssima tinha roupas na cadeira em frente ao computador, cadernos de escola encima da cama, e desenhos feitos por ela mesma, espalhados por toda parte. Ela costumava ser organizada, mas isso mudou depois que ela chegou na nova cidade. Já que ninguém ia na casa dela, ela não precisava arrumar o quarto. – Me desculpe por isso, preciso organizar meu quarto... – Ai que vergonha...

–Tudo bem, não estou nem reparando nisso. Enfim, você tem algum presente que ganhou da sua mãe quando era pequena?

Leah parou no meio de seu quarto e tentou lembrar-se de algo. Sua mãe havia jogado muita coisa fora de quando ela era bebê já que, obviamente, ela não usaria mais. Mas pensando bem, Leah lembrou-se de algo. Andou em direção ao seu guarda-roupa, abriu-o e olhou na parte de cima dele. Pegou uma caixa, nela estava escrito Pequena Leah.

–Minha mãe sempre dizia que era bom guardar pelo menos uma ou duas coisinhas de quando eu era bebê... – Remexendo na caixa, Leah achou algumas fotos dela no balanço do parque perto de sua antiga casa, uma chupeta cor-de-rosa, mais algumas fotos dela com sua mãe e...

–Uma escova de cabelo! – Rick exclamou com muita animação. – Sua mãe te deu? Tipo, ela tocou muitas vezes nisso?

–Hãn... Sim, mas...

–Mas nada! Era isso que a gente precisava. Vamos agora.

Desceram as escadas correndo e no ultimo degrau, desastrada como sempre, Leah tropeçou e quase caiu se não fosse por um movimento rápido de Rick. Ele a segurou firmemente com o braço musculoso em volta dela, e quando ela se recompôs ele manteve o braço onde estava. Olharam-se dentro dos olhos um do outro por um segundo eterno, e ela percebeu que os olhos dele já não eram mais castanho-esverdeados, mas sim um dourado claro, como nunca vira antes.

Retomaram a corrida e Leah apenas seguiu Rick enquanto ele corria na frente, subindo a rua.

***

Com uma hora de andando eles fizeram apenas duas paradas para tomar água. Rick não falou sequer uma palavra durante toda a caminhada a não ser para perguntar se Leah estava bem e se ela aguentava andar mais um pouco. Ela apenas respondia que estava bem. Água não era o problema já que Leah tinha problemas respiratórios, mas ela estava aguentando firme, pois ainda estava assustada com tudo aquilo.

8:45 da noite e finalmente Rick parou de andar e entrou numa loja de conveniência. Pensando que ele só ia comprar mais uma garrafa de água Leah sentou num banquinho em frente à loja para descansar. Um homem de mais ou menos 1,75 de altura (quase a altura de Rick; 1,70), com um sobretudo azul escuro, cabelo curto e incrivelmente claro, se aproximou da loja e entrou. Cinco minutos depois ele saiu com uma sacola em mãos e parou ao lado de Leah.

–Mocinha, não é muito tarde para uma jovem como você estar fora de casa? – disse o homem, de perto ele não parecia ter nem 30 anos.

–Não senhor. Estou com um amigo meu – disse Leah – ele está lá dentro.

–Ah.

O homem já estava se virando quando Leah percebeu que ele estava tirando algo de dentro da sacola. A primeira vista ela não soube o que era, mas assim que o homem se virou e partiu para cima dela, ela viu claramente que era uma lâmina tão brilhante de se arder os olhos. Rapidamente Leah se levantou e se desviou do golpe dele se jogando no chão, e soltando um gritinho que nem ela acreditou que tinha dado. Quando o homem estava pronto para dar um segundo golpe, e a menina no chão sem ter como reagir, para aonde correr, um rapaz alto – mais ou menos 1,78 – entrou na sua frente com uma lâmina tão brilhante e tão afiada quanto a do homem de sobretudo. Eles travaram uma luta ali, e o encontro das lâminas fazia um som que perturbava a mente de Leah. Ela tentou se movimentar e sair da onde havia se jogado, mas de repente sentiu uma dor lancinante na parte esquerda das costas e não conseguiu se mexer. Ao olhar para ver o que tinha nas costas, ela percebeu que estava sangrando, com um corte de uns 7 cm mas que não parecia muito profundo, não o suficiente para ser grave, mas mesmo assim estava perdendo sangue.

Leah pressionou o ferimento e viu a porta da loja se abrir e Rick sair de lá e olhar diretamente para aqueles dois caras com lâminas lutando ali em frente, logo em seguida olhou para ela jogada ali no chão sangrando. Ele se aproximou dela e segurou a mão limpa de Leah, revezando os olhares entre a briga e os olhos verdes dela.

–Você está se sentindo bem? Consegue se levantar? – disse Rick com a voz falha.

–Não... – disse Leah, a dor estava aumentando – Não consigo.

Rick percebeu que ela estava estranha, entorpecida, perdendo os sentidos e respiração fraca.

Ele a pegou no colo sem se importar com o sangue que estava sujando suas roupas, estava olhando fixamente para o rosto dela e a levou para dentro da loja.

–Lâmina envenenada. Tente ficar acordada o máximo possível, Leah. Você consegue. Eu vou dar um jeito – disse Rick. Ela, porém parecia não estar mais ouvindo. A cabeça já pendia para traz e não conseguia controlar sua respiração. Não havia mais ar. Onde estou? Por que está tudo embaçado? Então, tudo ficou escuro...


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