A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 9
Labirinto Do Medo


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal!!!! Demorei, ne?? Capitulo pra vcs! :3



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No sábado à tarde, Steve me ligou dizendo que tinha algo importante para me mostrar. Decidimos que iríamos nos reunir para decidir o que fazer. O Halloween seria no fim daquela semana, e o relógio estava passando.

Sara, Claire, Steve, Lila e eu nos sentamos em uma mesa no quintal perto da piscina. Ainda não sabia onde Mark poderia estar.

– Alice apareceu pra você?! - exclamou Sara. - E disse que está com medo?

– Temos que achar o Mark - falei. - Ele foi buscar informações e até agora nada.

– Por que se importa com esse cara? - Steve quis saber. - O que ele pode saber? Por mim, não confiaríamos nele. Ele só quer ficar com você. Sinto que ele não é boa coisa.

– Por que desconfiam de Tessa? - questionou Lila. - A mãe dela e eu nos conhecemos. Deviam ser somente educados.

Suspirei, vendo que aquela conversa não iria ter fim se continuasse.

Cruzei os braços.

– Tudo bem, Steve. O que queria me mostrar?

Ele pegou seu notebook.

– Uma coisa muito sinistra que aconteceu ontem à noite, Valerie. Talvezvocê fiqeu chateada, mas...o notebook gravou a noite toda. - continuou.

– O quê? Como assim? - eu me sentei em frente ao notebook.

– Veja por si mesma. - Steve apertou o play.

O vídeo então começou me mostrando falando sozinha, quando Alice apareceu. Em seguida, notei sombras pela csa; sombras que não tinha visto antes, e isso me fez arrepiar. Todos arfaram.

– É agora. - disse Steve.

Logo depois, o vídeo me mostrou colocando o notebook de lado e indo dormir. Pouco tempo depois, comecei a me mexer e mudar de posição. Assim que deu três horas da manhã, foi que começou a acontecer.

De repente, um trovão iluminou o quarto, revelando uma sombra alta parada em frente à minha cama. Quando o quarto voltou a ficar escuro, ouvi passos se aproximarem. Então, a porta do meu quarto foi aberta sozinha. Seguiu-se um silêncio tenso, até que meu lençol foi silenciosamente retirado por uma força invisível. Eu estava deitada de bruços, mas aos poucos algo foi mexendo, até que uma coisa inacreditável aconteceu.

Movida por uma força invisível, aos poucos, eu fui levitando da cama; como se aquilo me pegasse pelos braços. E eu nem sequer acordei. Todos arfaram.

Então, já em outro vídeo, eu dormia novamente. De repente, eu me levantei roboticamente e saí da cama devagar. Dei a volta por ela e fui até o espelho, onde permaneci por alguns minutos. Até que andei até a janela - de um jeito bem estranho por sinal - e novamente fiquei parada lá observando. E séria.

Então, virei-me na direção do notebook de uma só vez. Andei até ele e me abaixei, olhando. Lá atrás pude ver uma figura sombria. Então, eu desliguei o vídeo.

Eu não me lembrava de nada daquilo.

Minhas mãos estavam frias, e todos estavam quietos e tensos.

– Valerie? - Sara foi a primeira a se pronunciar.

– Juro que não me lembro de nada disso. Absolutamente nada. - falei. - Apenas dormi e acordei.

– Então, o que foi isso? - Steve quis saber. - Valerie, isso é assustador.

– Espera aí - Claire disse. - Lembro-me que em Scarabas também tentamos filmar a Vingativa, mas ela não apareceu. Por que agora apareceu?

– Talvez porque estejamos lidando com outro tipo de espírito. - disse Lila, e todos se viraram pra ela.

– Não entendi.

Ela suspirou.

– Existem vários espíritos entre nós, querida. Alguns bons, que apenas precisam de luz para seguir em frente. Mas há aqueles que ficam presos aqui. E esses causam problemas, como a Vingativa. O problema é que há espíritos extremamente revoltados e que se alimentam de energia negativa.

– Então, estamos lidando com um...espírito maligno? - murmurou Sara.

– Um ser de extremo nível baixo - Lila corrigiu. - E que parece ser poderoso.

– E o que ele quer com a Valerie? - Steve quis saber.

– É difícil dizer - Lila hesitou antes de falar. - Talvez...ele apenas esteja aprontando.

– E deve saber que já voltei dos mortos - completei.

– E como o derrotamos? - perguntou Claire.

– Vamos precisar da ajuda dos fantasmas - Lila olhou pra mim. - Talvez até mesmo de Alice Blake.

– E por que agi estranho daquele jeito? - falei.

– Aquilo parecia ser uma espécie de teste - respondeu Lila.

– E parece que foi aprovada, Valerie. - Sara me sacaneou.

– Repararam nisso? - Steve apontou para o notebook. - Essa coisa paranormal aconteceu por volta das três da manhã.

– É o que chamam de hora-morta - contou Lila. - Dizem que esse é o horário em que os espíritos têm mais contato com os vivos. Tudo indica que não podemos detê-lo sozinhos. Não sem um fantasma.

Passei a mão pelos cabelos.

– Eu vou...beber água.

Caminhei trôpega até a cozinha e suspirei. Como iríamos pedir a ajuda de Alice, se ela queria se vingar de mim?

Até que escutei passos. Pensei que podia ser apenas os outros entrando, mas os passos pararam. Voltei pelo corredor e subi a escada.

De repente, escutei uma forte pancada. Corri e vi que a porta da frente havia sido fechada com força. Em seguida, as outras portas e janelas se fecharam sozinhas. Então, fui agarrada por trás, me sufocando. O peso extra me fez desequilibrar.

Era Rony, irmão de Alice.

– Onde ela está?! - ele quis saber.

– Alice? - balbuciei, nervosa.

– Ela me disse que está precisando de ajuda! - continuou ele, ofegante. - Eu tentei ir até ela, mas... - ele grunhiu. - Me arrependo do dia em que fomos pra aquela fazenda, Valerie! Se não tivéssemos nos metido com a Vingativa...minha irmã estaria viva!

– Isso não tem nada a ver com ela - eu disse. - Estamos sendo seguidos por outra coisa. E bem pior.

– Os outros com a marca morreram - contou ele, pesaroso. - Eu os encontrei mortos hoje! Estavam com marcas estranhas...

Engoli em seco e olhei para a minha marca. Eu era a única agora!

– Valerie, sinto que algo grande está por vir...

– Você não está errado... - eu olhei ao redor. - Você viu isso?

– É a coisa de que está falando?

Queria que a câmera estivesse ali no momento em que tudo aconteceu.

Primeiro, foi o grito assustado de Rony. Em seguida, me virei para vê-lo sendo empurrado com força por algo invisível, e arremessado contra a parede. Eu gritei, enquanto todos lá fora chamavam meu nome.

Rony ficou de olhos arregalados e saiu às pressas porta afora.

– Valerie! Valerie! - Steve conseguiu entrar e me levantou.

Eu lhe contei sobre Rony e os outros com a marca.

– Acho isso prova tudo.

A campanhia tocou, nos assustando. Era Tessa.

– Minha mãe quer falar com você. - ela disse para Lila com aquela voz arrastada e seca dela.

Lila foi até lá. Pouco tempo depois, vimos que a mãe de Tessa parecia estar sendo levada. Lila voltou e tinha uma expressão diferente no rosto.

– Ela teve um mal estar e vai para o hospital - contou. - E Tessa vai ter que ficar conosco.

Vimos então que ela já estava acompanhada de Lila com uma mochila.

– Vou arrumar para que fique no quarto da Valerie. - Lila a guiou para dentro.

Estranhei o acidente repentino da mãe de Tessa, e ainda continuava preocupada com Mark e seu sumiço.

Mais tarde, Steve me chamou até a sala, carregando uma caixa.

– O que é tudo isso? - quis saber.

– Câmeras - contou ele. - Não dá pra ignorar o que tá acontecendo. A gente tem que pegar essa coisa e expulsar daqui.

– Você tem razão. O que tem em mente?

Então ele fez. Colocou câmeras onde todas as coisas aconteciam na casa: no meu quarto, na sala, na cozinha. Em seguida, programou tudo.

– Agora é só esperar - ele suspirou.

À noite, eu estava fazendo o possível para não dormir ou demonstrar medo. Mas era inevitável.

Tessa ajeitava sua cama e tirava coisas da sua mochila.

– Quanta coisa... - falei, querendo puxar papo.

Ela retirou alguns colares e outros objetos que não reconheci. Além disso, notei uma foto com o rosto marcado.

– Meus passatempos - murmurou ela. Ela ia contar mais alguma coisa, quando viu a câmera, e parou.

Se antes ela era séria, ficou mais ainda. Agarrou sua mochila como se pudesse se proteger daquele jeito e colocou-a num canto. Observou...olhou...mas não disse nada, e foi pra cama.

– Boa noite. - murmurei, sem resposta.

Quando dei por mim, já tinha dormido. Porém, acordei com um barulho. Era pouco mais de uma da manhã. Me levantei.

A luz do quarto de Lila estava acesa. Andei devagar, tateando às cegas, e empurrei um pouco a porta. Lila estava sentada na cama e havia uma mesinha na sua frente rodeada de velas acesas. Lila fechou os olhos e as chamas tremularam levemente, e uma sombra alta se projetou na parede.

Ela abriu os olhos e os fixou na mesa, como se não quisesse olhar.

– Deixe-a em paz. - ela disse baixinho. Só então notei um pequeno tabuleiro entre as velas, que começou a se mexer. A figura estava respondendo!

Lila arquejou.

– Não é possível! - exclamou. - Não pode fazer isso! Ela não tem culpa!

O tabuleiro voltou a se mexer e Lila se levantou ao ler.

– Não posso acreditar! Isso é mentira!

Então, um vento varreu seus cabelos e as velas apagaram, e a sombra misteriosa sumiu.

Ao olhar para o meu pulso, notei que a marca havia sumido, como se nunca estivesse lá.


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Notas finais do capítulo

Adoraria se deixasse um comentário dizendo oq achou, ok? Feliz Natal de novo! :P Témais!



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