A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 10
O Algoz


Notas iniciais do capítulo

Sinistro! ''O



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Quando acordei na manhã seguinte, Tessa já havia levantado. Me remexei, grogue, e vi a câmera. Suspirei e fui desligá-la. Ao voltar pra cama, notei uma mancha.

Era a marca de uma mão.

Assustada, recuei.

– Valerie? Está acordada? - Lila apareceu e seguiu meu olhar assustado. Um vinco de preocupação surgiu na sua testa.

– O que essa coisa quer comigo? - sussurrei baixinho.

– Acredite, vamos expulsar isso antes mesmo de saber. - ela disse confiante.

Eu não havia me esquecido do que tinha visto na noite anterior. Lila estaria tentando negociar com a coisa?

Tessa estava sentada na mesa e mal comia. Ela quase fazia parte da mobília. O dia parecia tedioso, até que Sara e Claire apareceram.

– Por que estão aqui? - eu disse.

– Pra ajudar você - Sara respondeu como se fosse óbvio. - Não tá afim de ver a gravação?

– Tudo bem, vou pegar a câmera.

A câmera havia ficado ligada a noite inteira para captar tudo o que aconteceu na casa de madrugada. Estava curiosa pra ver. Quase derrubei tudo assim que vi o espírito de Alice.

– Que susto!

– Valerie, você tem que se preparar - avisou ela, quase em pânico. - Estive aqui à noite e...sinto algo horrível!

– Mas...do que está falando? - tive vontade de poder tocá-la e chacoalhá-la.

– Decidi que vou ajudar você - ela me olhou, preocupada. - Vou dar um jeito, mas tem algo muito poderoso e perigoso rondando você. E o que quer que seja, não ameaça só a você, mas os fantasmas também.

Engoli em seco. Se ela estava disposta, por mim tudo bem.

– E você viu Mark?

Ela balançou a cabeça.

– Como eu disse, estou com um pressentimento ruim.

– Vamos dar um jeito. - garanti depois de um tempo em silêncio.

Ao voltar pra sala, vi que Steve havia chegado. Sara e Claire conversavam num canto e Tessa havia sumido.

– Trouxe a câmera. - eu a mostrei. Steve a conectou com o notebook e eu me preparei.

A princípio, nada de mais. Haviam câmeras na sala, cozinha, quarto e garagem.Já era pouco mais de duas da manhã. O vídeo então mostrou Lila em seu quarto. Em seguida, voltou-se para o meu. De repente, Tessa acordou num sobressalto. Parou e olhou para algo invisível e saiu da cama. Logo em seguida, ela foi até a sala, onde ficou parada e parecia conversar sozinha.

Steve e eu nos entreolhamos.

Em seguida, ela subiu novamente e parou no quarto de Lila. Ficou um tempo parada antes de entrar. Lá dentro, ficou observando-a dormir por minutos até que uma sombra se ergueu na parede. Tessa então saiu do quarto, mas a presença não. Então, um susto: Lila acordou com algo puxando seu cabelo. Ela arfou e voltou a dormir.

Então voltou para o meu quarto. A porta se abriu sozinha e Tessa entrou novamente e ficou me observando dormir por um longo tempo. Me arrepiei só de pensar na sensação de tê-la velando meu sono. Algo então mexeu nos lençóis. Steve e eu arfamos ao ver meu pé ser puxado da cama.

Tessa sussurrou:

Não faça isso!

Em seguida, algo soprou seus cabelos com força. Assustada, ela correu de volta pra cama, e a gravação terminou.

– Isso me dá arrepios, Steve - confessei. - Essa...coisa pode tá aqui, agora, e rindo da gente!

– Não por muito tempo - disse ele, me entregando uma câmera. - Quero que leve isso com você aonde for. Grave e registre qualquer coisa.

Acenei com a cabeça e ele me abraçou apertado.

...[...]...

Masi tarde, fiquei sozinha em casa. Suspirando, peguei meu notebook e levei até a sala carregando a câmera ligada na mão. Eu me recusava a ver as imagens outra vez sozinha. Resolvi então adiantar alguns exercícios da faculdade.

Fechei os olhos e suspirei, tensa. O silêncio não permitia que eu me concentrasse, mas insisti mesmo assim. O único som vinha dos meus dedos no teclado e da minha respiração.

Primeiro, escutei o barulho de uma porta sendo batida com força, mas ignorei. Porém, o barulho se repetiu. Pensei em não ir ver o que era, mas não deu. Me levantei. O barulho vinha lá de cima. A câmera tremia um pouco na minha mão. Parei no corredor, observando. Vendo que não era nada, suspirei e desci.

Então, o telefone tocou. A princípio, me assustei.

– Quem será? - disse comigo mesma. Fui até lá e atendi, mas o outro lado estava mudo. Chateada, coloquei o telefone de volta com brutalidade e voltei à sala.

Sentei em frente ao notebook novamente e, assim que o liguei, meu coração foi ao joelho. Havia uma mensagem:

Você se lembra de mim? Você costumava me ver quando era criança e sempre pensou que um dia eu me afastaria.

Eu sempre vi você dormir. Não é porque você ficou mais velha que eu te abandonei. Você nunca foi capaz de me sentir de verdade.

Você pode gritar, ninguém vai te ouvir. Consegue sentir minha respiração? Ouvir os meus passos? Pode me sentir por perto?

Toda noite estou aqui pra te aterrorizar.

Você pode correr ou se esconder, mas eu ainda vejo.Talvez um dia eu consiga te alcançar. Ou seus pés eu vá puxar.

Você lembrará quem eu sou. Você será uma de nós. Sempre foi, desde o início.

Do que ele estava falando? Eu não havia entendido nada de seu recado sinistro.Gravei a mensagem e saí dali às pressas. Estava tremendo e queria chorar. Minhas mãos suavam.

Fui para o meu quarto reprimindo as lágrimas que queriam cair. Joguei tudo na cama e tirei a roupa. Eu precisava de um banho. Liguei o chuveiro e fiquei olhando a água cair, pensando em tudo. Me molhei e deixei meus músculos relaxarem.

Então, mais uma vez um barulho me interrompeu. Foi dentro do meu quarto. Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Pela cortina do box, vi uma figura andar pelo meu quarto.

– Valerie? - disse uma voz conhecida.

Arquejei.

Era Mark.

Meu arquejar, porém, serviu de sinal para que ele me achasse.

– Ah, você está aí dentro - sua voz estava diferente. Ele caminhou até o box e o abriu. Ao me ver só de toalha, sorriu maliciosamente.

Eu me desvenciliei dele.

– Onde esteve? Por que demorou tanto? As coisas estão piorando, sabia?

Ele deu uma risada sarcástica. Mark estava diferente; vestia preto da cabeça aos pés.

– Eu...mudei, Valerie. Pra melhor. - disse ele. - Viu só? Eu não disse que você ia se safar dessa? Muitas coisas boas nos aguardam, gata - ele tentou tocar meu rosto, mas me afastei.

– O que você fez , Mark? - perguntei.

Ele fez muxoxo e andou pelo quarto.

– Há uma chance para todos nós, Valerie. Os vivos não podem deter contra algo que está por vir. Dei um jeito nessa coisa que atormenta você, meu amor.

O que ele tinha feito?

Recuei, assustada com suas palavras. Mas ele apenas sorriu e disse:

– Toque em mim, Valerie. Vamos. - ele tentou me encorajar.

Ele então pegou minha mão e a colocou sobre seu rosto. Sua pele era quente, normal. Ele sorriu vendo meu olhar admirado.

Mas Mark era um fantasma.

– Sou mais forte agora do que poderia imaginar, Valerie.

– Como isso é possível? - eu disse. - Me diga onde esteve, Mark. É sério.

Ele deu um sorriso cruel.

– Tem coisas que você descobrirá em breve. O que importa agora é que seu lugar é ao meu lado - ele me pegou e me puxou.

– Não, Mark - eu tentei me soltar, mas ele era muito forte.

Ele sorriu mas ainda.

– Selei para sempre o nosso destino, meu amor.

Ele me agarrou e me beijou. Pude sentir um forte poder emanar dele, que me atraía, mas ao mesmo tempo era repugnante. Era como se ele estivesse me embriagando daquilo.

Uma voz, porém, desfez todo aquele frenesi.

Solta ela agora.

Era Steve. Ele e Mark se encararam, e logo percebi que algo pior ia acontecer.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor. Façam uma autora feliz. ''D



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