A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 8
Tessa, A Estranha


Notas iniciais do capítulo

Sorry, fiquei enrolada com provas.. --' #chato
Enfim, aqui está e boa leitura :3



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Uma coisa macia encostou no meu rosto e abri os olhos -devagar. Vi Mark sentado perto de mim, e sorriu quando me virei pra ele. Me sentia cansada; como se tivesse feito um grande esforço. Além disso, minha perna doía e notei marcas de arranhões.

Mark pôs a mão sobre a minha.

– Como me encontraram? - foi a primeira coisa que disse.

– Foi uma confusão - contou ele. - Você estava desmaiada na garagem e a Vivian só não chamou a polícia porque cheguei antes. Ela ainda está em choque. O que aconteceu, Valerie? - ele pareceu realmente preocupado.

Suspirei, e passei a mão pelo cabelo. Na verdade, nem eu mesma sabia muito bem.

– Foi muito estranho, Mark. Sério.

– Acha que foi a Alice?

– Não acho que ela ia passar dos limites assim.

Ele suspirou.

– Todos estão aqui.

Assim que terminou de falar, a porta do quarto se abriu e vi Lila, bastante preocupada por sinal. Em seguida, foi a vez de Sara, Claire e Steve. Lila olhava para Mark como se estivesse incomodada com a presença dele.

– Ah, querida. - ela me disse.

– Eu sabia que algo ruim ia acontecer - disse Sara.

– E se não fosse por mim... - Mark deixou a frase no ar, e Steve bufou.

– Você só estava na hora e no lugar certo.

– Gente, a Valerie tá mal, ok? - falou Claire. - Vamos parar?

Lila tocou no meu arranhão. Eu nunca a tinha visto tão tensa.

– Mas por que a Alice te atacaria desse jeito? - queixou-se Claire.

– Não acho que tenha sido a Alice. - falei.

– E que outro fantasmas faria isso? - sibilou Mark.

Olhando para o meu arranhão, disse:

– Também não acho que tenha sido um fantasma qualquer.

– Valerie - Steve me olhou sério. - Do que está falando?

Mark pigarreou.

– Os fantasmas dizem que há uma força sombria rondando.

– Que tipo de força?

– Não sei. Algo que nunca vimos.

– Você pode ter razão - contestou Lila. - Eu também senti uma coisa estranha nos rondando.

Lila era médium e muito ligada a coisas espirituais. Ela foi de muita ajuda pra nós em Scarabas.

– Valerie - ela segurou minhas mãos. - Eu tive um sonho estranho com você. E isso me assustou.

" Eu estava andando pelo corredor, como se tivesse acordado. A casa estava escura, e tudo ao redor era silencioso. Mas havia algo de errado. Um clima estranho pairava na casa. Até que fui para o seu quarto.

Foi quando vi.

Observei você dormir da janela. Tentei chegar mais perto, mas algo me impedia. Comecei a me sentir nervosa por você. Então eu vi uma figura parada na porta olhando silenciosamente pra você. Com muita coragem, engoli em seco:

– O que está fazendo aqui? O que você quer?

A figura permaneceu quieta.

Até que levantou o braço e apontou o dedo pontudo pra você. "

Ela terminou de falar e todos continuaram tensos.

– Foi essa mesma coisa que deve ter arranhado você - continuou.

– Como se...tivesse me marcado? - sibilei baixinho, mas ninguém falou nada. - Eu sei o que eu vi! Nenhum fantasma se parece com uma massa escura!

Observei cada um. Os mais tensos eram Lila e Mark.

– Vocês sabem o que tá acontecendo?! - vociferei.

– Querida - Lila disse calmamente. - Talvez estejamos lidando com forças...

– Que forças? Eu quero nomes! Com o que estamos lidando?!

– Calma, Valerie - Mark me olhou. - Vamos encontrar um jeito.

– Vamos instalar câmeras - palpitou Steve.

– É melhor esperar algum contato, não? - opinou Mark.

– Tudo bem - eu me levantei da cama com um pouco de esforço.Mark e Steve me ajudaram ao mesmo tempo e se estranharam. - Acho que consigo ir à faculdade hoje.

– Já viu a novidade, Valerie? - Sara apontou para a janela. - Temos vizinhos novos.

Espiei pela janela e vi uma movimentação na casa em frente à nossa.

– Quando chegaram?

– Talvez pela madrugada. Ninguém os viu chegando.

– Bem - suspirei. - Vamos lá dizer "oi".

Os novos vizinhos pareciam estar terminando quando nos aproximamos.

– Olá - eu disse para uma mulher que estava de costas pra nós. Devagar, ela se virou. Era uma senhora que usava umas roupas estranhas; meio antigas. Seu cabelo era longo e branco e um pouco emaranhado.

Assim que me viu, sorriu abertamente.

– Olá, querida. - ela disse numa voz esquisita.

– Vimos que acabaram de se mudar. Moro na casa da frente - eu apontei, querendo ser simpática.

– Oh, sim. Lila e eu somos velhas amigas. - completou ela.

– Tá bom - falei. - Então, se já se conhecem... - deixei a frase no ar.

Ela sorriu e levou uma das mãos até o meu rosto. Fiquei petrificada. Que atitude estranha...

– Foi bom conhecê-la.

– Mãe?

Tomei um susto e pulei pra trás. A mulher, porém, não se abalou quando viu uma garota parada atrás dela. Era alta e magra. Sua aparência era estranha. A garota usava um vestido antigo; de um verde musgo desgastado à lá anos 20. Além disso, usava uma meia cinzenta e grande e uma sandália preta que em nada combinava com toda aquela roupa. Seu cabelo preto sem brilho era repartido em duas tranças que caíam em seus ombros.

– Minha filha, Tessa - a mulher a apresentou.

– Oi, sou Valerie. Somos vizinhas. Moro aqui na frente. - eu sorri.

Porém, ao contrário da mãe, ela permaneceu com a expressão fechada e não me pareceu muito receptiva. Apenas virou as costas sem dizer nada e entrou na casa.

– Até breve, querida - disse a mulher estranha e também entrou na casa.

Ouvi a buzina de Claire atrás de mim.

– São mãe e filha - contei, já no carro. - E são...estranhas.

– Bem...mais pessoas pra nossa lista.

– Você sabe que eu posso ajudar - Mark sussurrou no meu ouvido enquanto íamos para o almoço. - É só pedir com jeitinho.

Revirei os olhos.

– Mark, para. É só olhar os fantasmas pra gente. Alice não pode ter desistido assim.

– Estou com medo por você, Valerie - ele soou preocupado. - Lila parece estar certa sobre essa tal entidade. O que essa coisa quer?

Dei de ombros e Mark suspirou. Então, ele arqueou uma sobrancelha.

– Quem é aquela? - ele apontou e eu me virei, vendo Tessa andando roboticamente pelo corredor.

– Ah, é a nova vizinha - contei, vendo-a se dirigir para uma mesa, onde sentou-se sozinha, e todos os demais a olhavam.

– Vocês deram carona pra ela? - perguntou ele. - Porque o caminho é longo!

– Não - respondi, surpresa. - Eu não acredito...ela veio andando até aqui sozinha?! Vou falar com ela. - decidi.

– E eu dar uma espiada nos fantasmas - disse ele e saiu.

Tessa estava sentada olhando para o nada quando me aproximei.

– Bom te ver aqui, Tessa - falei. - Podia ter vindo com a gente.

Ela apenas se virou pra mim enquanto eu percebia os olhares tortos direcionados à ela; principalmente pela sua roupa e trança fora de época.

– Olha as meias dela...que coisa ridícula! - Vivian cochichava e gargalhava com as outras.

– E o vestido, então? Do século passado! - disse outra.

– Vem com a gente - eu peguei na mão dela, muito gelada por sinal. - Posso te mostrar...

Para minha surpresa,ela se esquivou num movimento brusco.

– Não. - foi tudo o que disse. Eu me afastei, assustada com a reação dela. De repente, ela levantou e praticamente correu em direção a um carro preto que a aguardava.

– O que a nova vizinha fazia aqui? - Sara quis saber.

– Não sei - respondi. - Ela parecia estar...vigiando; sei lá.

Voltei pra casa com inúmeras dúvidas na cabeça. Talvez, a garota fosse mesmo só um pouco tímida e anti-social. Tudo era silencioso na casa de Tessa.

Até que anoiteceu. Mark não havia voltado, o que me preocupou. Fui para o meu quarto e liguei o notebook, e acabei encontrando Steve no chat de vídeo. Já era mais de meia-noite e ainda podia ver as luzes da casa de Tessa acesas.

Então uma coisa puxou o meu pé.

Era Alice. Ela parecia horrível, e estava muito abalada. Ela abraçava o corpo como se estivesse com frio, e tremia.

– Não sabe como estou odiando ter que fazer isso - disse ela. - Mas estou em perigo, Valerie.

– O quê? - eu nem acreditei.

– Uma coisa muito esquisita está nos atormentando - continuou.

– E você viu Mark?

– Seu amantezinho? Não! - ela respondeu, e estranhei. - Estou com medo - confessou. - Uma coisa horível...vai...acontecer - balbuciou ela. De súbito, Alice sumiu.

– Você viu isso? - falei para Steve no chat de vídeo. - Alice apareceu!

Ele pareceu pensativo, ao mesmo tempo que vi uma movimentação na casa de Tessa, e levei o notebook até a janela. - Olha só. O que tá acontecendo? - haviam vários carros na casa de Tessa, e algumas pessoas entraram na saca.

– Essa gente é esquisita, Valerie. - Steve me alertou.

A figura sombria de Tessa estava nos observando do que parecia ser a varanda.

– Quem são essas pessoas? - sussurrei ao ver desconhecidos rondarem a casa.

– Valerie, me escuta - Steve chamou minha atenção e voltei pra cama. - Deixe o notebook ligadoa noite toda, e ver o que acontece. Quem sabe se dá pra gravar algo.

Suspirei e fechei os olhos. Era agora ou nunca.

– Ok.

Coloquei o notebook de lado e fui dormir, mas sentido aquela velha sensação de ter alguém ali me aterrorizando.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Algum palpite? Deixem comentários, please
PS: a foto me lembrou a Valerie e o Mark, não acham? ''P



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