A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 3
Com Amor, Seu Amante


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♥



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– Eujá disse. Eunão ataqueiVivian Tolds. Por acaso, eu tenho cara de algum tipo de psicopata ou serial killer?

– Eu não mencionei isso, srta. Arsen.

– Por que eu a atacaria no meio de uma festa? Que tipo de pessoa acha que sou?

– Se acalme, srta.Arsen. Resolveremos isso em breve. Está dispensada.

Saí da sala do reitor totalmente frustrada. Bufei enquanto notava algumas pessoas me olharem e cochicharem. Não duvidava que Vivian já tivesse espalhado para todos. O pior é que fui parar justamente no local - e, ainda por cima, estava tudo escuro. Não tinha como comprovar minha inocência, pois havíamos, de fato, discutido antes.

Mas também eu não era exatamente a única suspeita. Podia ter sido qualquer um. Vivian não agradava a muita gente, e os que ainda a bajulavam mesmo assim, poderiam ser suspeitos.

E eu iria descobrir quem foi.

Steve, Claire e Sara me aguardavam na mesa do refeitório. Foi um pouco difícil ir até lá com todos os olhares dirigidos pra mim.

Desabei na mesa e tapei o rosto.

– Tudo bem, podem começar.

– Valerie, sabe que não vamos julgar você. - disse Steve.

– Foi só uma terrível coincidência - Claire deu de ombros.

– Alguém armou pra mim - falei. - E foi essa mesma pessoa que apagou as luzes pra me ferrar.

– Sabemos que muita gente não gosta da Vivian - disse Sara. - Mas como descobrir?

Balancei a cabeça, discordando.

– Não estou falando de alguém visível.

Eles franziram o cenho e suspirei.

– Vamos lá, gente! Alice Blake!

– Acha que ela está de volta? - falou Steve.

– Mais do que isso - meu sussurro saiu um tanto sombrio demais; até pra mim. - Ela...quer se vingar.

– É... - Sara fez muxoxo, olhando para a direção contrária. - Mas enquanto você é odiada por uns, é admirada por outros. - e apontou com o queixo para o outro lado do refeitório, onde Mark estava sentado com uns amigos, mas olhava fixamente para mim, quase que hipnotizado.

– Esse cara é estranho - comentou Steve. - Fique longe dele, Valerie.

Dei de ombros.

– Ele é...só um amigo. E é inofensivo.

Só que Alice Blake não saía da minha cabeça. Mark era o menor dos problemas agora. Não conseguia entender como ela havia escapado do Campo Espectral, que era rigoroso quanto ao fato de fantasmas se comunicarem com os vivos. Mas Alice passaria por cima de tudo e todos pra me atingir, e suas melhores armas ela com certeza usaria na hora certa.

Fui para o meu armário, e me surpreendi quando um papel escorregou dele quando o abri. Com uma letra rústica, estava escrito:

Você é a garota mais linda e interessante que já conheci. Estou disposto a ficar com você. Não consigo tirar os olhos de você.

Com amor, seu amante.

O papel tremeu nas minhas mãos e engoli em seco. Quem poderia ter escrito aquilo? Que tipo de brincadeira era aquela?

Observei todos ao meu redor. Vi Vivian se arrastar pelo corredor e decidi abordá-la.

– Não tem graça, Vivian - disse-lhe. - Por que me mandou esse bilhete?

Ela se virou.

– Do que está falando?

– Você quer me incriminar! - falei, balançando o papel em riste.

Ela revirou os olhos.

– Olha como eu fiquei! Por que acha queperderia o meu tempoescrevendo bilhetinhos pra você?! Evocême ameaçou!

Vocêjogou na minha cara que tem uma queda pelomeunamorado! - nesse momento, algumas pessoas olharam pra nós. Provavelmente pensando:Lá vai a maluca bater de novo na pobre Vivian...

Então, ela se fez de rogada e fingiu inocência.

– Sabe...eu queria ser sua amiga, Valerie. Mas estou vendo que você não está disposta... - e saiu mancando. Pude notar um leve sorrisinho mesquinho que ela esboçou.

– Vadia! - murmurei.

– Já parou pra pensar que ela mesma pode ter se esmurrado pra colocar você numa fria? - Claire parou ao meu lado.

– Claro que sim - assenti, concordando. - Só não sei como provar.

– O que é isso? - ela tomou o bilhete e riu. - Caraca, Valerie! Um admirador secreto!

– Na boa, Claire. Tá na cara que é pegadinha.

– Ou talvez não... - ela disse num tom musical. - Ah, vai. O Mark tá afim de você. - ela bateu o ombro no meu, e sorriu um pouco.

Mark podia ser um cara legal, mas eu gostava da minha relação com Steve.

A figura de Alice Blake apareceu no corredor.

– Foi ela! - eu agarrei no braço de Claire. - Alice!

– Não tô vendo nada, Valerie.

Suspirei quanto Alice ria.

"Nem seus amigos acreditarão em você. Meu joguinho está só começando."

E sumiu.

Os corredores começaram a ficar vazios, e resolvi ir logo para a aula. Tomei um susto ao ver Alice novamente, mas dessa vez dentro da sala. E tudo só piorou quando percebi que nenhum dos meus amigos estava lá.

Senti um alívio ao ver Mark entrando na sala e sentou-se sorridente ao meu lado. Éramos parceiros na aula deFilosofia Aplicada.

– Que bom que somos parceiros nessa aula. - disse ele.

– É... - falei, distraída por causa da presença de Alice. Abaixei a cabeça. Foi quando vi Mark colocar a mão sobre a minha.

– Sabe...já ouviu falar que o amor não passa de uma reação química? - disse ele. - Quando duas pessoas dão certo...

– Hã...Mark... - eu retirei minha mão. - Eu aceito ser sua amiga, mas...eu amo estar com Steve, ok?

Ele bateu o punho na mesa com um pouco de força.

– Não quero sersomenteseu amigo. Sabe disso, não sabe?

Eu franzi o cenho e olhei pra ele.

Foi vocêquem colocou aquele bilhete no meu armário?!

– O quê? - ele pareceu desnorteado. - Jamais usaria outro meio pra dizer o que sinto.

Ele poderia estar mentindo. Mas guardei as conclusões para mim mesma e desmascarar Alice.

E foi justamente ela que apareceu na minha frente e agarrou meu pulso.

Fantasmasnão podemser tão fortes.

– Estou mais forte do que nunca, Valerie. - disse ela. - É bom estar preparada para o que esta por vir.

O que estaria vindo?

Eu segurei sua mão com força, e notei que era onde havia o desenho do olho. O mais estranho foi que, aquela sensação, foi como se ela estivesse ali, em carne e osso. A reação de Alice foi imediata: espanto e surpresa.

– Sabe, ser fantasma não é assim tão ruim. - ela sorriu e desapareceu.

A classe inteira se levantou quando a aula terminou. O pior é que, com isso, eu estava muito mal na matérias. Alice me atrapalhava de propósito; desviando minha atenção.

– Se quiser, posso te ajudar - Mark ofereceu quando reclamei.

– Não, obrigada - respondi de imediato. - Eu...me viro.

Ele me encarou, mas ignorei e segui pelo corredor. Como esperava, meus amigos estavam me aguardando.

– Sério, Valerie? Alice Blake? - murmurou Sara.

– Tenho que dar um jeito ou ela vai arruinar a minha vida - expliquei. - Na biblioteca deve ter algo sobre fantasmas. E é melhor eu fazer isso sozinha. Nos encontramos mais tarde na minha casa.

Dito isso, segui para a biblioteca. Àquela hora, devia estar quase vazia. Fiquei surpresa ao notar que parecia ser a única por lá. Engoli em seco. Não era confortável ficar sozinha quando se tem uma fantasma psicopata atrás de você e um estranho.

As poucas luzes no teto tremiam. Logo avistei um papel sobre uma mesa próxima, que dizia:

Por que tem medo de mim? Só quero que me conheça melhor. Garanto que irá se surpreender. Prometo não fazer mal algum.

Com amor, seu amante.

Seu amante, seu amante...aquilo era irritante.

De repente, um vulto passou perto de mim.

– Quem está aí?

Sem resposta.

Quando me virei, senti um barulho vindo dos meus pés, e notei que havia pisado num papel. Outro bilhete:

Você está linda hoje. Não vejo a hora de ficarmos juntos.

Com amor, seu amante.

E, junto dessa, havia uma flor branca.

– Isso não tem graça! - gritei. Ele estava por ali. Tinha que achá-lo.

Foi quando vi uma figura de preto se destacar na janela. Através da pouca luz, percebi que ele tinha a mesma marca que eu no pulso.

Tropecei e caí pra trás; tremendo e nervosa. Num passe de mágica, ele sumiu no ar.

Como...um fantasma.

Um outro papel se materializou numa outra mesa, e o peguei:

Somos perfeitos um para o outro. Já passamos por algo semelhante. Temos algo em comum. Mais alguma dúvida de que devemos ficar juntos?

Com amor, seu amante.

Peguei minha bolsa e joguei todos os papéis no lixo e saí correndo escancarando a porta.

Porque de uma coisa eu tinha certeza: meu estranho perseguidor tinha a mesma marca; idêntica a minha. Ele também já voltara dos mortos. Ele também já fora um fantasma e voltou à vida.

E era alguém próximo a mim. E eu descobriria.


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Notas finais do capítulo

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