A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 11
Marcados




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– Ah, mas se não é o namoradinho humano... - zombou Mark, se aproximando dele.

– Mark, para! - pedi.

– Sempre soube que você não era boa coisa - Steve disse. - Se sumiu por tanto tempo, não devia estar fazendo algo certo...

– O fato de eu ter sumido não é da sua conta - Mark respondeu, ameaçador.

– Você disse que ia proteger a Valerie! - berrou Steve.

– E estou fazendo isso - Mark sorriu convencido. - Da minha maneira, é claro.

– Parem, vocês dois! - gritei.

– O que você precisa saber é que ela não está destinada a ficar com um vivo fraco como você. - Mark disse, dando um passo.

– E muito menos com alguém como você. - Steve rebateu.

– O que você sabe sobre mim, Mark? - falei, e ele me olhou.

– Muito mais do que você sabe.

Eu temia que os dois começassem a brigar ali - e temia mais ainda por Steve. Mark poderia machucá-lo.

Mark encarou Steve.

– Ela vai ficar comigo de qualquer maneira - ele notou a câmera e gargalhou. - Não adianta gravar ou vigiar.

– Isso não te interessa. Dá o fora daqui! - gritou Steve.

Mark se enfureceu, mas me coloquei entre os dois.

– Já chega! Mark, vai embora, por favor.

Ele dirigiu um olhar mortal para Steve.

– Você está marcado. - e desapareceu.

Steve suspirou.

– Esse cara ainda vai aprontar, Valerie. Quero ele longe de você.

– Também senti que ele está diferente - falei. - Ele não vai machucar você.

Ele deu uma risada nervosa.

– Valerie, por você aquele cara é capaz de tudo. Até...mudar por você. Ele parece mais...sei lá...dark.

Claire e Sara irromperam na porta, ofegantes e assustadas.

– O que aconteceu?

– Vocês tem que ver o que a gente descobriu - disse Claire.

– É sobre a Tessa...e a mãe dela - Sara engoliu. - Ouvimos uns barulhos estranhos...

Peguei a câmera.

– Vamos nessa.

Chegamos na casa e batemos na porta, mas ninguém apareceu. Entrei já com a câmera na mão, e me espantei ao ver os móveis cobertos com panos na sala.

– Mas o que é isso? - sussurrei. Virei a câmera e filmei os olhares espantados de meus amigos.

– Por aqui. - Sara nos guiou pelo corredor. O silêncio reinava. A casa era escura.

– Ah! - um vulto passou por nós.

– Vocês tão sentindo? - disse Claire.

A sensação de estarmos sendo observados inundou minhas costas. Passamos pelo corredor e vimos um quintal não muito limpo e com tralhas velhas.

– É melhor a gente voltar. - recomendou Steve.

Assim que virei a câmera, vi Sara parada em frente a um quarto. Andamos até lá, quando Sara se virou, mas foi empurrada com força por algo invisível. Steve foi ágil e a pegou.

– Vamos sair daqui!

– Espera. - eu disse, entregando a câmera pra Steve.

– Não entra aí, Valerie! - alertou Claire.

– Filma tudo - disse para Steve.

Nada aconteceu quando entrei. Fiquei parada um tempo na entrada. Nada. Steve entrou devagar, me filmando. A primeira coisa que vi foram grandes desenhos no chão. Steve apontou a câmera também para velas apagadas e outras coisas estranhas. Haviam também papéis amassados, sujos e rasgados.

– O que é tudo isso?! - Sara exclamou.

– Valerie?

Eu estivera de costas pra eles, parada, chocada, e em frente a uma coisa assutadora, que fez meu sangue gelar. Steve filmou aquilo também e não demorou a arquejar.

– Meu Deus!

Sara e Claire se juntaram a nós em um coro de horror.

Havia um quadro na parede; um mural de fotografias. Nele, estavam coladas centenas de fotos minhas, de Steve, Claire e Sara, e até mesmo fotos antigas minhas de criança, e dos tempos do colégio ao lado delas - e pasmei– haviam retratos nossos de nossa estadia em Scarabas.

Recuamos, chocados. Algumas delas estavam riscadas e um pouco queimadas.

– Agora é sério, vamos embora. - advertiu Sara.

– Como assim tem fotos nossas de Scarabas?! - Claire se espantou.

– Estávamos sendo vigiados... - concluiu Steve, horrorizado. - Desde quando estávamos lá!

Algo caiu perto de mim, e pulei. Me abaixando, vi uma caixa de fita.

– Vamos mostrar pra Lila - falei, já saindo do quarto. Steve me entregou a câmera e, assim que me virei, nos assustamos ao nos deparar com a figura débil e fantasmagórica da mãe de Tessa.

– Desculpa... - murmurei.

Ela olhou pra câmera.

– Ouvimos uns...barulhos - justficou Steve, rápido. - Queríamos ajudar...

– Hã...a senhora melhorou? Estava no hospital... - emendei.

– Sim, obrigada por cuidarem da Tessa - disse ela.

– Hã...é, a gente já vai então... - eu encorajei os demais a sairmos dali.

...[...]...

Chegamos correndo pra mostrar tudo à Lila.

– Onde estavam?

– Não vai acreditar...

Mostramos as imagens pra ela, que ficou chocada.

– Olha aqui...perto da Valerie - Sara apontou para uma sombra perto de mim.

– Agora, por que nos seguiam desde Scarabas? - falou Steve.

Lila me olhou preocupada.

– Tudo indica que vocês foram marcados. Parece...uma espécie de seita, não sei.

– Já pesquisei sobre pessoas que se aliam a espíritos dos mortos - contou Claire. - Em troca, eles vivem de novo.

– Tá, mas a gente não faz parte disso - Sara falou.

– E essa fita? - Lila percebeu.

– Vamos ver o que tem - eu peguei e a abri. Era um CD. Um vídeo que não demorei a reconhecer começou a rodar. Eram imagens minhas de criança. No vídeo, mostrou meu aniversário de 8 anos. Lá estavam Lila e minha falecida mãe. Em seguida, eu aparecei brincando sozinha e conversando com um amigo imaginário. Minha mãe me perguntou: "Como é o seu amigo?", e eu respondi com minha voz fina de criança: "Alto e bravo".

Ficamos mudos.

– Mas o que é isso? - exclamou Sara.

– Você tinha um amigo invisível, Valerie? - Claire disse.

– Não sei... - murmurei. Por isso ele queria saber se eu me recordava dele...

– Lila? - Steve falou.

– Às vezes, ela falava sim nesse tal amigo - Lila ficou apreensiva. - E dizia que o via.

– Temos que descobrir porquê nos seguem desde Scarabas. - alertou Steve.

...[...]...

À noite, barulhos. Tessa havia voltado para sua casa, e resolvi vigiá-la. Lila dormia. Do quintal, me agachei pra ver melhor. Com a câmera em mãos, filmei outra movimentação estranha na casa dela. Então vi Tessa na porta. Ela olhou pra casa com raiva e fechou a porta com força.

Precisava descobrir porquê ela e a mãe nos seguiam, e sobre a tal seita. Se estavam atrás de nós desde Scarabas, havia algo que eu ainda não sabia.


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Notas finais do capítulo

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