Foram 15 dias cuidando de Noah. Foi atenção especial. Como sempre me falavam, cuidar de bebê não é fácil. Noah chorava por qualquer coisa. Não será fácil mas não é impossível. O mais engraçado era Glenn. Ele é péssimo, mas tem disposição. Pai de primeira viagem. Mas Noah, bom. Noah é perfeito. Me sinto uma mãe coruja cada dia que vejo ele sorrindo.

Era bem cedo. O sol ainda estava fraco, estava tudo bem neblinoso mas estava quente. Decidi dar uma volta com Noah. Era a primeira vez que ele sairia. Meu pai insistiu tanto em falar que o Sol era bom para ele que eu fui fazer uma média. Caminhei por vários lugares ate chegar no pátio principal. Fiquei por lá mesmo observando todos.

– Está crescendo. - Rick apareceu no meu lado. - Ficando bem forte.

– É... - Olhei para Noah. - Daqui a pouco ele crescerá e ficara com Judith.

Rick riu e Noah acordou, mas não chorou. Graças.

– Está achando fácil ?. - Rick perguntou.

– Um pouco. - respondi. - Está sendo difícil para Glenn.

– Quando Carl nasceu eu achei a coisa mais difícil do mundo. - Rick riu. - Ele chorava demais não sabia ficar quieto, só falar.

– E o que você fez ?. - Segurei Noah em pé no meu colo.

– Lori me ajudava bastante. - Rick abaixou a cabeça.

– Sente falta dela ?. - Encarei Rick.

– Um pouco. - ele respondeu. - Mas sinto que não preciso dela. Nem dela nem de Lize. Elas oram importantes, mas hoje não fazem falta. Elas ficam guardadas em um lugar da minha mente.

– É assim quando é verdadeiro. - Me levantei.

O Sol começava a aparecer e isso era uma arma para Noah. Levei ele ate minha cela e deixei ele no berço, dormindo. Não queria virar uma mãe coruja, mas estava fracassando. O mundo lá fora e ruim demais para ele viver aqui. Tomei um banho rápido e fui caminhar pela prisão.

– Apressada Greene ?. - Anthony passou por mim.

– Deixei Noah sozinho no berço. - respondi já sessando meus passos.

– Você veio me evitando nesses tempos. - Anthony começaria com aquela lenga-lenga.

– Você não apareceu nenhum dia na minha cela. - respondi seca. - Você sab, eu tenho que cuidar de Noah.

– Mas você não falou nada sobre aquele assunto. - Anthony se aproximava.

– Thony, você sabe... somos apenas amigos. Eu te amo, mas não passa de amizade. - acariciei seu rosto.

– Pensei que não ia doer tanto. - Anthony brincou cabisbaixo.

– As vezes é bom. - sorri. - Abraço ?.

Não sei se era a coisa certa a fazer mas abracei Anthony. Acho que ele entendeu que meu amor por ele não era tão intenso assim e era bem diferente. Pô, Anthony é bem mais velho que eu. Se vai doer nele ?. Não sei.

Deixei meu pobre Noah dormindo. Ele ficaria sob os cuidados de Beth, mesmo eu achando 'peso' demais para ela, ela insistia em falar que não.

– Melhor Maggie ?. - Andrew gritava das torres.

– Preocupada, eu diria. - ri da minha insegurança.

Peguei uma arma e fui a caminho das torres. Foi impedida por Glenn, ele parou bem na minha frente e ficou me observando.

– Por que não está com Noah ?. - Ele perguntou.

– Eu preciso voltar com me... - fui interrompida por barulhos de tiros. Corri ate ficar atrás de um dos nossos ônibus e fui tentar intender o que estava acontecendo. Várias pessoas corriam, zumbis entravam no pátio, carros, tiros e gritos. Olhei através do vidro e vi o Governador. O maldito tinha voltado. Com o tempo neblinoso, pouco se via na confusão. Comecei a atirar, mesmo sem visão. O muro lateral havia caído e saia bastante zumbis de lá. Vi Mica, irmã de Lizzie passar na minha frente, ela estava apavorada demais. Puxei ela e mandei ela ficar no ônibus ate tudo acabar. Vai ficar tudo bem Maggie ?. Espero que sim. Passei por Daryl e senti ele me puxar.

– O Governador não está aqui. - Ele gritava. - Vá procurar ele lá dentro. Agora.

Assenti com a cabeça e adentrei na prisão. Dezenas de pessoas estavam se perguntando o que estava acontecendo. Não sei por que mas bateu uma insegurança horrível. Eu sentia que Noah estava em perigo. Procurei Beth na biblioteca, mas não a encontrei. Perguntei para várias pessoas, mas não conseguia obter resposta. Fui ate o bloco C.

Uma possa de sangue saia da minha cela. Meu coração disparou, já imaginei o pior e nem sei se conseguia andar ate lá. Meus passos foram ficando pequenos, minha mão estava tremula, eu não queria encontrar lá o pior. Vá Maggie, não está acontecendo nada com Noah. Quando apareci na minha cela vi Anthony no chão, era dele que saia o sangue, meu pobre Thony. Ele estava morto. Beth estava parada com seus olhos arregalados fitando o governador. Maldito. Ele segurava Noah no colo. Meu coração diminuiu em segundos. O governador apontava uma arma para Noah, que nem entendia a situação, estava dormindo.

– Por favor... Só solte ele. - falei pausadamente.

– Então esse aqui é seu filho ?. - Ele me encarou. - Tão pequeno e inocente. Se parece bem com você. Tosco.

– Só largue Noah. - falei serrando os punhos.

– Noah ?. - Ele olhou para o lado pensativo. - Era o nome do meu vizinho. Um belo de um estúpido.

Lagrimas começaram a cair dos meus olhos. Eu sentia medo, muito medo. Pela primeira vez eu me sentia submissa ao governador.

– Você virá comigo. Você e todos aqui. - Ele completou.

– Tudo bem... - falei em meio ao choro. - Só mê de Noah.

O governador entregou Noah de qualquer jeito. Com isso, Noah acordou e chorou. Senti um alivio no meu coração, segurando meu pequeno ali, me fez ficar um pouco forte. Noah é meu motivo de força. Noah me dá forças.

– Você é um completo imundo. - falei.

– Chega, vai, Chega!. - O governador arrancou Noah dos meus braços. - Você vem e fará tudo o que eu mandar ou essa criança morre.

Assenti com a cabeça e segui o governador. Beth vinha ao meu lado, segurando minha mão. Meu coração estava triste, no fundo do poço. O governador não mediria esforços para matar Noah. Ele é cruel. Quando cheguei várias pessoas estavam paradas. Vários carros estavam lá, ate mesmo o ônibus. Entendi o que o governador queria. Ele queria seu grupo de volta e seus inimigos sendo torturados.

– Solte ela agora, ela não faz parte da sua barganha. - Rocl gritou.

– Ela faz parte sim, da minha barganha. - O governador retrucou.

Todos entraram em carros separados. Eu ia com Rick e Michonne. Noah não ia comigo e meu coração estava inseguro. Meu medo consumia meu corpo, eu não conseguia chorar, não conseguia falar, só pensar em Noah.

Chegamos na maldita Woodbury. As pessoas que antes convivam nelas voltaram a suas antigas casas. Sai do carro sendo praticamente arrastada. Antes de entrar em algum lugar, vi Noah no colo de Lauren. Foi um enorme alivio. Martinez me puxava com força. Eu tinha voltado, voltada a mesma sala que fiquei com Glenn na primeira vez que vim a Woodbury. Fui amarrada em um tipo de instrumento de tortura medieval.

– Ficaremos vivos ?. - Michonne perguntou.

– Espero que sim. - respondi encarando a porta.