Mixed Emotions escrita por Heike J Wade


Capítulo 2
Fome e Surpresa




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    Rukia se mudou para bem longe de Karakura, a cidade onde nasceu e viveu até os 7 anos, e por lá ficou até o fim do ensino médio. Arrumou novos amigos... Ichigo também arrumou, ela tinha certeza. Mas não poderia confirmar, já que... se afastaram, e muito. Começaram se vendo todos os feriados, e ligando um para a casa do outro toda semana. Depois, com as obrigações com a escola crescendo, já não podiam se ver tanto assim, e nem se falavam tanto pela internet. De repente, ele sumiu. Sua mãe lhe dissera que os Kurosaki tinham se mudado, mas não puderam enviar o endereço, nem o novo telefone. Ela o vira pela última vez um pouco mais de um mês antes do aniversário do garoto de 9 anos. O que teria acontecido? Ela sequer tinha tempo para pensar nisso mais.

    Finalmente, tinha passado no vestibular e poderia fazer seu tão sonhado curso de Artes e Design. Ah, como seria ótimo ganhar a vida desenhando o dia todo! Era o que ela pensava. E talvez não estivesse tão errada assim. Havia feito 18 anos em janeiro, e em março voltaria à sua boa e velha Karakura para cursar a faculdade. Poderia ter escolhido qualquer lugar do mundo para estudar, mas queria voltar para lá. Queria procurar o velho amigo de infância - mesmo que fosse apenas para dizer "e ai, quanto tempo...". - e queria saber o porquê do sumiço. Tentou, por tantas vezes, procurá-lo... ele não tinha nenhuma conta em rede social. Lembrara de quando disse que iria se mudar, e ele estava mostrando um jogo qualquer que ela não tinha interesse. Os garotos que eram da sua sala do ensino médio eram viciados naquilo... será que Ichigo se tornou um deles?

    Ao chegar no seu novo e pequenino apartamento, que dava uns 15 ou 20 minutos até a faculdade - a pé, dependendo do estado de ânimo - ela teve medo. Estava tudo muito diferente! Talvez ele tenha se tornado um nerd mesmo. Talvez ele... oh! Talvez ele tivesse uma namorada!! Não que isso a deixasse triste. Claro, na infância nutria uma paixonite infantil pelo ruivinho, mas.. águas passadas. Tivera namoradinhos adolescentes, afinal. Gostava deles também. Parou de pensar nessas coisas quando subitamente lembrou-se que deveria comer. Pôs-se a caminhar para o restaurante mais próximo, que dava uns... 5 ou 10 minutos de casa.

    Chegou no local, montou seu prato; pesou, pegou um garfo e uma faca. Sentou-se. Uma moça ruiva e bastante dotada de curvas a atendeu com um sorriso no rosto.

    O dia estava tão bonito assim?! O medo e todos os pensamentos em relação ao velho amigo desconhecido - talvez ela nem o reconhecesse na rua mais - estava deixando Rukia impaciente. Desde quando se tornara tão estressada?! Pediu um refrigerante - já que depois daqueles quilos de linguiça no prato qualquer tentativa de ser saudável seria em vão - e comeu. Comeu muito. Comeu como se fosse um mendigo que não comia boa comida há anos. Se comera boa comida? Claro que comera! Depois de se mudar de Karakura sua vida melhorou muito, e sua família ficou bastante adinheirada, assim dizendo. Comeu boa comida a vida toda. Mas nunca estivera tão nervosa como tal. E estar nervosa estava deixando a pequena mulher mais irritada ainda.

    Saboreava seu refrigerante em lata, com um canudo que dobrava - e achava aquilo charmoso - quando viu um homem, há uns 4 ou 5 metros dela. Era ruivo. Não vira seus olhos, mas.. parecia-se um pouco com Ichigo. Talvez.... Não, não. Melhor parar de pensar nisso.

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    Fevereiro! Finalmente. Não aguentava mais as férias cada vez mais tediosas. Já que a casa de seus pais era bem longe da faculdade, resolveu morar num apartamento, junto com um amigo do Ensino Médio. Estava em processo de mudança para um prédio bem perto de onde teria suas aulas a partir de agora e teve fome. Muita, muita fome. Montar móveis, com toda a certeza do mundo, dava mais fome do que qualquer outra coisa no mundo.
    Estava entediado, como sempre. Sonhara com sua amiga de infância, e ficou um pouco entristecido. O que teria aconteceu com ela? Fora obrigado a passar algum tempo na casa de parentes, na América; voltara apenas no primeiro ano do colegial. Não pôde falar com Rukia, não pode avisá-la... não pôde contar que perdeu seus pais em um acidente, e tudo o que tinha era suas pequenas irmãs para cuidar, agora. No mesmo ano, perdera o contato com pessoas que amava... Mas, definitivamente, era coisa de criança. Não era apaixonado por ela ainda, não, não. Esteve pensando na ruivinha, que trabalhava no restaurante para onde ele se dirigia, já que namoraram alguns meses. Mas ela o largara, de modo gentil - como sempre - dizendo que tudo aquilo era um erro e que ela não tinha vontade de fazer... sexo, antes de se casar. Ele merecia mesmo, concluiu.
    Chegou no restaurante e cumprimentou Inoue, a garçonete, e serviu-se num prato. A comida estava cada vez mais cara, pensou; ambas as comidas.

    Sentou-se numa mesa e sentiu-se incomodado com alguma coisa. Uma garota - é, devia ter lá seus 18 anos, apesar de não ser muito alta - olhava para ele, mas quando percebeu o olhar sobre si, desviou o mais rápido que pôde. Ela parecia um pouco com a Rukia. Talvez até fosse ela mesma, mas não iria lá confirmar. Se sentia culpado - principalmente por todas as horas que poderia estar procurando por ela mas estava jogando Dota - e não era do tipo que falava com supostos desconhecidos. Inoue foi perguntar o que ele queria para beber, e percebeu os olhares do ex-namorado.

    – Kurosaki-kun?
    – Ah, Inoue.
    – Você a conhece?
    – Não sei... estava pensando mesmo nisso. Você sabe quem ela é?
    – Ainda não, mas posso perguntar se você quiser!
    – Não, obrigado. Vou querer o de sempre.
    – Certo!
    Ichigo viu-se impacientemente atordoado quando Inoue foi até a mesa da garota perguntar quem era. Ah! Já era de se esperar. Mas será que não poderia fazer isso depois de trazer a sua Soda?!

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    – Eh... com licença, está precisando de alguma coisa.
    – Não, obrigada.. - ela sorriu e leu na plaquinha pendurada na camisa da moça. - Inoue.
    – Qual o seu nome?
    – Kuchiki. Kuchiki Rukia.
    – Inoue Orihime, muito prazer! Volte sempre aqui, depois conversamos mais! - Rukia viu a moça saindo enquanto terminava a frase, e nem tinha certeza se o que ouvira no final era mesmo o que a ruivinha tinha dito. Observou-a andar e ser olhada por alguns clientes, ela era mesmo muito bonita. Pegou uma Soda no refrigerador e levou para o cara ruivo que estava olhando mais cedo... espera aí, Soda para o cara ruivo?!?
    – Kurosaki-kun, aqui está.
    – Obrigado. - Simpático como sempre. Ichigo não sorria tanto assim como sorria na infância.
    – A propósito - Inoue sentiu o olhar dele sobre si e continuou. - Ela se chama Kuchiki Rukia. Talvez você a conheça! Até! - Saiu sorrindo.


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