Mixed Emotions escrita por Heike J Wade


Capítulo 1
Medo e Saudade


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha uma ~fanfic~ que reunia ~one shots~ e tudo o mais, mas resolvi organizar isso melhor, dividindo as histórias grandes e repostando.
Mais ou menos betado por mim mesma



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    – Ichigo-kun!! Ichigo-kun!!
    – Rukia-chan! Você por aqui!
    Duas crianças se encontravam no parque durante uma tarde ensolarada de domingo. A garotinha, com seus 6 anos, tinha cabelos curtinhos e pretos, adornados por um pequeno laço azul ao lado esquerdo da cabeça. Vestia um vestido até a canela e rodado, também azul, combinando tudo com seus lindos olhos violáceos. O menino de 7 anos, por sua vez, tinha cabelos laranjas que brilhavam mais ainda ao sol, olhos castanhos que transpareciam calma e felicidade. Vestia um short leve e uma camiseta de cor roxa, e, assim como sua companheira, estava descalço em contato com a grama do parque.
    – Cadê sua mãe, Ichi-kun?
    – Lá, ó! - O menino aponta a uma direção que Rukia olha e acena, sendo correspondida por uma mulher muito bonita. - Vamos lá, Rukia!!
    – Tá!!
    Os dois pequenos foram correndo em direção à família do maior, que fazia um pique-nique embaixo de uma sombra. Chegando lá, puderam ver Masaki, mãe de Ichigo, suas duas irmãs menores de 1 ano e ao longe, vindo em sua direção, o pai bobão e escandaloso do menino.
    – Onde está sua família, Rukia-chan? - A mãe de Ichigo, sempre doce, questionava a morena.
    – Estão perto do banco, embaixo da arvore de sakura! - a menina dizia sorridente.
    Naquela tarde, as duas crianças brincaram por horas juntos, antes de se juntarem à sua família, sujos e cansados. Estavam felizes, logo começariam as primeiras aulas na escola e se veriam todos os dias, ao invés dos encontros semanais no parque, ou em reuniões entre as duas famílias.

    Um ano se passou e a amizade entre a pequena moreninha de olhos azuis e o - cada vez maior - garotinho ruivo era inabalável. Contavam um com o outro para tudo, e faziam tudo juntos; dançavam juntos nas festinhas da escola, faziam trabalhos juntos, dormiam um na casa do outro... só se desgrudavam com muito custo.
    – Kia-chan, sente-se aqui, por favor. - a mãe da garotinha, sentada no sofá da sala, chamou-a para uma conversa aparentemente séria. A pequena garota, sem entender muita coisa, sentou-se frente à sua mãe, de quem era cópia. - Isso, assim está bom.

    – O que foi, mamãe?

    – É que... amanhã nós vamos à casa do Ichigo-kun..

    – É mesmo?! Que bom! Mas o que que tem?

    – Nós vamos nos despedir dele...
    – O que? Como assim? - a garotinha, tão nova, já dava seus primeiros sinais de choro.
    – Seu pai recebeu uma transferência no trabalho.. então..
    – Eu não quero ir!!! - a pobre criança estava em prantos, enquanto esfregava os olhos.
    – Nós vamos voltar sempre aqui, filha! E nós podemos comprar um celular pra você poder falar com o Ichigo-kun, que tal?
    Rukia deu sinais de animação, mas ainda estava triste. Seu amigo, que conhecia desde que se entendia por gente, ficaria afastado dela. E se ele arrumasse novos amigos e esquecesse dela mesma? E quando ele machucasse, quem iria bater no machucado pra ele ter mais cuidado na próxima vez? E quando ele perdesse uma luta no karate, quem bateria no seu amigo para que ele parasse de chorar?!

    Mais tarde, a família Kuchiki apareceu na casa dos Kurosaki, que estava se preparando para comemorar o aniversário de 2 anos das gêmeas menores. A festa seria no sábado, e após a festividade, Rukia só encontraria Ichigo nas férias, ou em algum feriado. Estava se preparando para contar para o amigo que teria de se mudar; temia pela reação dele. Não queria ver o ruivinho triste, mas pensou na possibilidade de ele não ficar triste, e... seria muito pior! A verdade é que ela gostava dele. Como as meninas da sua sala gostavam de outros garotos e... queriam beijá-los. O que faria?
    Antes do jantar, enquanto os adultos conversavam lá em baixo e as menores dormiam no quarto, Ichigo e Rukia estavam no quarto do menino, mexendo no computador que ele ganhara adiantado pelo seu aniversário.
    – Rukia, olha só que legal esse jogo que o Chado me emprestou!
    – Oh, o que são essas fadinhas?
    – São guerreiros, sua cega! Meninas não entendem nada mesmo...
    – Seu idiota! São tão pequenos e não posso vê-los. Eles parecem mesmo grandes guerreiros para você? Estão até brilhando!!
    – São magias, Rukia. - o ruivo, atento ao jogo, conseguiu sentir o olhar da amiga sobre si. - Eh.. talvez pareçam um pouco.
    – he he, e parecem. Ichigo, quando você terminar o jogo eu... preciso falar com você.
Ichigo, ao perceber o modo tenso que Rukia usara como não costumava usar, saiu do jogo imediatamente - para desespero do seu time, já que era online - e virou a cadeira de pés giratórios para ela.
    – O que foi? - Se tornou mais preocupado ainda quando ela se pôs a chorar. - Ru...Rukia, o que foi? - o menino se levantou da cadeira e se sentou ao lado dela, na cama. - O que aconteceu, me diz!
    – Ichi... eu vou ter que... eu vou ter ir embora! - não aguentando mais a angústia em si, ela afundou a cabeça no peito do amigo, chorando ainda mais. Neste momento, a mãe do garoto tentou entrar no quarto, chamando-os para juntarem-se às famílias no andar de baixo, mas vendo a situação, lançou um olhar de compreensão para o filho e desceu quieta.
    – C-Como assim, Rukia?
    – Meu pai.. nós.. temos que nos mudar e...
    – Ehehe, mas você pode vir me visitar quando quiser! E eu vou te visitar também.
    – Mas... - ela fitou o garoto, ainda com lágrimas nos olhos. Engasgou todos os medos que tinha e resolveu não falar. Era melhor aproveitar o tempo que teria com ele.
    – A gente pode continuar se falando todo dia pelo computador, e podemos ligar um pro outro.. mesmo que seja longe... nossos laços não vão mudar!
    Ela riu. Riu muito. Ichigo nunca falava algo muito profundo, e isso fora deveras engraçado. O ruivo não entendeu muito bem, mas ficou aliviado, já que a mocinha à sua frente já estava sorrindo de novo, como sempre. Talvez - e apenas talvez - ele gostasse dela, como os garotos da sua sala queriam beijar as garotas. Mas ela com certeza o espancaria até a hora de ir embora, concluiu. Guardaria seus desejos para si.


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Notas finais do capítulo

..you're not the only one with mixed emotions.. ♫



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