O Báculo Do Poder escrita por dgpaxiel


Capítulo 10
Capítulo 10 - Samuel, o Guardião da Terra


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas as festas me atrapalharam a escrever.



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Sakura empurrou com esforço a maçaneta da porta, mas Shaoran pulou na frente, livrou a maçaneta da mão de Sakura, fazendo com que ela desse uns passos para trás se desequilibrando em cima de Ariadne, imaginando que poderia ter uma emboscada logo no início. Sakura fez uma expressão de surpresa e a única coisa que sentiram foi um vento fraco, e uma mal estar como se o ar estivesse rarefeito.

– Vai ser difícil respirar, pelo que estou vendo, é o alto de uma montanha – disse Shaoran com a mão no queixo.

– Parece que é uma grande altitude, Shaoran, não sei, mas não parece ser o alto de uma montanha, não consigo ver o chão daki uns vinte metros, a névoa não deixa.

Sakura imaginou que não havia perigos pelo menos num raio de dez metros. Começou a caminhar pelo chão aparentemente seguro. Shaoran a seguiu, mas já era tarde demais quando viram a porta desaparecer atrás deles.

– Nããããooo – gritou Shaoran movimentando os braços como se fosse sentir a porta invisível, mas não havia nada lá. Correu na direção oposta aonde havia mais nevoa, mas Sakura o pegou pelo braço. A visibilidade havia melhorado e se deram conta que mais um passo e Shaoran havia desabado em um abismo de mais de setecentos metros de altura.

– Eu achei que ia morrer – falou Shaoran ofegante.

– A gente precisa tomar mais cuidado, pelo menos a névoa está se dissipando – disse Sakura tentando controlar a situação.

Quando tudo clareou, puderam ver que era realmente algo que não deveria estar alí. O lugar em que pisavam, era apenas um dos muitos planaltos, separados por grandes fendas profundas. Todas eram ligadas por pontes de madeira, muito antigas e aparentavam que não podiam ser atravessadas com muito peso. Resolveram explorar o local todo. Estranhamente o lugar era quente e havia muitas árvores, ou pelo menos uma ou duas em cada plataforma. Algumas eram tão gigantescas que havia um lago. O lugar todo era claro como se estivesse iluminado pelo sol do meio dia. E por esse cenário uniforme, eles andaram por horas, sem encontrar uma alma vivente ou algo que pudesse diferenciar aquilo tudo.

Num certo momento, eles viram uma grande estátua de um homem com aparência medieval. A figura usava armadura, tinha um elmo romano, uma lança na mão que era maior que a própria figura ali projetada. Tinha um sorriso triunfante no rosto e Shaoran pode ver que se tratava de alguém com um ego muito elevado. Era tão real que se não fosse gigantesca, Sakura poderia jurar que era uma pessoa real. Sakura foi ao encontro da estátua, tentou tocá-la com as mãos, mas logo retirou ao ver uma lança passar a centímetros do seu rosto.

– Não mexam aí, isso é meu. – disse uma voz misteriosa. Era como se um soldado gritasse o início de uma grande batalha entre duas nações.

– Quem está aí? – gritaram Sakura e Shaoran em coro.

Ambos sentiram um braço passar por eles, e como se fosse um vento devastador, viram que estavam sendo levados dali. Não conseguiram enxergar nada devido à velocidade, mas Shaoran pode sentir que a figura que os levava, carregava a mesma lança que havia sido arremessada neles, e coincidentemente, a mesma lança da estátua que haviam visto, só que em tamanho normal.

Foram arremessados no chão de um grande planalto, mas se não soubessem do lugar aonde estavam, poderiam concluir que era um campo aberto, sem qualquer abismo em volta.

– Bem vindos, aos Planaltos Encantados, tenho umas regras para vocês: Só poderão sair desse lugar após terminar a luta e se saírem correndo, eu vou atrás de vocês. Não tem como sair dos planaltos, então terão que lutar comigo até o fim e mais importante, não toquem na minha estátua.

Shaoran estava na defensiva, a figura estranha na frente deles, parecia uma cópia fiel da estátua, então percebeu que a estátua havia sido construída pelo guardião como objeto de vaidade.

– Pegar os outros de surpresa não é legal, você quase me acertou com a sua lança, quando nem tinha começado a luta – disse Sakura.

– Desculpe, eu tenho que melhorar os meus modos. Meu nome é Samuel, o guardião da terra. Esse lugar eu construí inteiramente desde a menor pedra até a árvore mais gigantesca. Aquela estátua é apenas um troféu que moldei depois que construí tudo isso.

Samuel levantou a lança e apontou pra uma das bases e com um arremesso, a lança partiu direto para uma outra plataforma, fazendo-a desmoronar e cair. Antes que Sakura e Shaoran pudessem voltar à atenção ao guardião que se gabava por ter feito aquilo, a lança já estava na mão dele.

– Vamos ter trabalho – disse Shaoran pasmo.

Nesse momento um cavalo trotou em direção a Samuel que o montou imediatamente e este gritou:

– Que a batalha comece! - Com uma velocidade incrível, começou a cavalgar pelo local, às vezes desaparecendo de vista. Após passar pelos dois algumas vezes, Samuel atirou a lança na direção de Shaoran que desviou na hora. A lança apenas fincou no solo e antes que pudesse se dar conta, não havia mais nada ali além do furo da ponta da lança na terra.

– Cuidado Sakura, ele está arremessando a lança. Não sei quando ele vai usar força total.

– Sim, mas você está bem? – gritou Sakura.

– Até parece que você não me conhece. Algo assim não vai me pegar.

Quando Shaoran conseguiu avistar que Samuel se aproximava, lançou um ataque de vento que não afetou muito o cavaleiro fisicamente, mas quase o derrubou do cavalo.

Sakura percebeu que Shaoran havia treinado muito mais seus velhos ataques, mas viu que não seria qualquer coisa que iria afetar o guardião. Samuel ergueu sua lança com mais rapidez ainda e arremessa. O ataque foi tão veloz que pegou o braço de Shaoran de raspão.

– Isso não foi nada, eu vou te... – Shaoran parou. O ataque havia tirado o movimento de seu braço esquerdo e corria muito sangue atrás de seus dedos.

– Porque você fez isso com ele? – gritou Sakura imaginando que o garoto já estava fora de combate nos primeiros dez minutos de batalha.

– Faz parte da luta, pare de reclamar, e agora vou acabar com ele, antes que o movimento do braço volte.

Sakura pensou um pouco, se Samuel havia dito aquilo, o braço de Shaoran iria voltar a se movimentar a qualquer momento. Tudo o que ela tinha que fazer era ganhar tempo.

Samuel fez um sinal giratório com os dedos e a terra começou a engolir Shaoran. Sakura ativou a carta FLY e se posicionou perto de Shaoran, puxando-o com esforço do funil de terra e voando para longe do guardião, ativou a carta FIREY e mandou um ataque direto e certeiro em Samuel.

– Acho que isso deve bastar – disse Shaoran que enxergava com dificuldade por causa da dor.

Quando o fogo se dissipou viram que o guardião continuava de pé com a lança na vertical, rindo como se tivesse ouvido uma piada.

– Minha armadura é indestrutível até as mais altas temperaturas de lava vulcânica, acha que um foguinho desses vai me derrotar?

Sakura deixou Shaoran em um local afastado, pegou a Shinkage que estava nas suas costas de com o primeiro movimento lançou o ataque circular em Samuel. Não fez qualquer efeito, pois o guardião havia defendido com o cabo da lança.

– Tudo em minha armadura é indestrutível. Já estou começando a cansar, vou acabar com isso agora. VOCÊS VÃO VOMITAR AREIA.

Samuel fez com que grande blocos de pedra caissem sobre eles. Bem a tempo, Sakura se defendeu com a carta SHIELD, mas ficou completamente soterrada.

– Seu idiota, como ousa? SAKURAAAAA, VOCÊ ESTÁ BEM? – gritou Shaoran.

Após uns segundos um lampejo de luz saiu por entre as pedras e todas voaram para o ar, para a alegria de Shaoran ao ver que Sakura estava sem nenhum arranhão.

– Sua porcaria, como conseguiu se livrar de minhas pedras? Meus lançamentos são perfeitos.

– DEUS DO FOGO – Shaoran ataca Samuel à queima roupa. O movimento de seus braços havia retornado porem sangravam muito ainda.

Samuel sentiu o ataque, a armadura havia começado a quebrar. Num ataque de fúria inconseqüente, Samuel bateu com o pé no chão e todo aquele lugar começou a desabar. Com a carta FLOAT, Sakura e Shaoran foram para o fundo do abismo em um local aberto para se livrarem de toda aquela destruição.

Samuel os seguiu e girando a sua lança, fez com que mais terremotos acontecessem. Pousou no chão e fincou sua lança no solo. O baque pareceu surdo aos ouvidos e quando se deram conta, estavam caindo em uma grande fenda feita pelo guardião.

Sakura caiu sentada no chão e Shaoran em cima de uma um monte de pedras. Ambos se levantaram com grande dificuldade. A queda fez com que os dois ficassem atordoados.

– Está escuro Shaoran, não vejo nada.

– Parece que estamos no fundo do buraco que ele acabou de fazer. Ative a carta LIGHT.

Sakura obedeceu imediatamente e não conseguiram encontrar o guardião em parte alguma. Começaram a andar olhando para todos os lados, quando praticamente colidiram com algo sólido e viram que era o imponente guardião esperando por eles no extremo da fenda.

Em um instante, o guardião estava atrás de Shaoran e deu um forte chute em suas costas, fazendo-o tossir pela boca.

– Parece que não tem jeito, vamos trabalhar juntos agora. – disse Sakura mostrando a carta THUNDER de relance para Shaoran que entendeu perfeitamente o que a namorada estava querendo dizer.

– DEUS DO TROVÃO.

– THUNDER.

Os dois lançaram o ataque elétrico ao mesmo tempo em Samuel que caiu de joelhos na mesma hora. O choque havia sido mais eficaz do que pensavam.

Quando Samuel se levantou, com dificuldade, aparentemente incapaz de continuar lutando, apontou a eles uma porta que havia acabado de aparecer.

– Vocês conseguiram me derrotar, recebam este medalhão como prova de sua vitória. Aquele com o objetivo do bem maior, pegue esse medalhão para destravar o poder.

Sakura estendeu a mão para receber o medalhão marrom de metal cobre, com o mesmo desenho da porta: uma montanha e a inscrição EARTH.

Sakura soltou um risinho de comemoração e Shaoran deu tapinhas em seu ombro.

– Não se preocupe, ainda faltam nove guardiões – disse Shaoran caçoando.

– O que???? Eu vou morreeeeeeer.

– Não vai não, com esse medalhão, você terá os meus poderes. Pode usar nas outras batalhas. Carregue ele na cintura ao lado da sua bolsa de cartas. Pra usar, coloque o dedo sobre a figura gravada, pense na luta que teve hoje aqui e o poder que você precisa emanará. Para desativar, só usar a força do seu pensamento.

Sakura olhou para o medalhão, e apertou o dedo no desenho. O medalhão começou a brilhar e uma grande lança igual à de Samuel apareceu. No outro momento, a lança desapareceu de suas mãos.

Ambos passaram pela porta, e Sakura percebeu seu tornozelo sangrava, havia machucado ao cair na fenda.

– O que aconteceu com ela? – disse uma figura estranha ao lado de Ariadne, a fantasma que haviam conhecido.

– Aparentemente torceu o tornozelo quando bateu no chão.

O fantasma se aproximou e soprou o tornozelo de Sakura. Imediatamente a ferida sumiu e a dor também.

– Prontinho, agora você pode continuar a jornada – disse o fantasma sorridente.

– Obrigada, te amo, sabia que você sabia fazer outras coisas além de travessuras. E não querendo abusar muito, pegue esse seu grande martelo e abra um caminho pra gente. Não quero caminhar em zigue zague quando eu sei que o próximo está depois dessas paredes. – disse Ariadne aproveitando da bondade do fantasma.

Um grande martelo apareceu nas mãos do fantasma, que golpeou a parede com tanta força, que o estrondo parecia mais alto que uma bomba.

– Obrigada, e está dispensado. Foi de grande ajuda.

Sakura e Shaoran não viram o fantasma desaparecer, pois ficaram pasmos ao ver que a porta era negra e no rodapé havia sangue.

– Vamos, essa é a segunda porta – disse Ariadne sem qualquer sorriso.


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