New York City escrita por Raiane C Soares
Notas iniciais do capítulo
Mais um hoje como prometido.
A enfermeira já havia a examinado, em seguida nos deixando sozinhas, ficamos em silêncio, eu queria pedir desculpas, milhares e milhares de vezes, mas a coragem não vinha.
- Santana. – ouvi ela chamar, cortando todo o silêncio. – Olhe para mim.
Levantei meu rosto lentamente, eu estava sentada na poltrona, Rachel tinha a expressão preocupada.
- Ainda está com raiva?
- Raiva? – eu me levantei rapidamente. – Claro que não, Rachel. Na verdade eu achava que você estava com raiva.
- Eu estava, antes de pensar o quanto eu fui idiota em te chamar de infantil.
Olhei para ela, prestava atenção em cada feição de seu rosto, Rachel deu um pequeno sorriso envergonhado, abaixou a cabeça e segurou minha mão.
- Me abraça, Santana.
Assim o fiz, a abracei o mais forte que eu podia, meus olhos se encheram de lágrimas novamente e senti minha camiseta molhar, com certeza Rachel estava chorando.
- Rachel, fiquei tão preocupada... ainda mais por ter descoberto sobre o acidente através do jornal e por Phillip.
- Eu estava com tanto medo. – ela se afastou, desfazendo o abraço. – Assim que o carro terminou de capotar, consegui acordar, vi a gasolina derramar, eu estava presa no cinto de segurança, de repente vi um caminhão se aproximar rapidamente. Depois disso não me lembro de mais nada.
Acariciei seu rosto e limpei suas lágrimas.
- O importante é que você está aqui agora, e viva.
Me aproximei para beijá-la, mas me afastei, deixando-a confusa.
- Rachel, você ainda quer casar comigo?
- Mas que pergunta boba, Santana. É claro que ainda quero me casar com você!
Eu a beijei rapidamente, nossas lágrimas voltaram a cair, mas não nos importamos com isso. Tirei o anel do meu bolso da calça e coloquei em seu dedo. Nos abraçamos novamente e Rachel deu uma pequena risada.
- Você canta muito bem.
- Você...
- Ouvi sim. Acho que sua voz me chamou de volta.
Ficamos em silêncio novamente, olhei para seus olhos que brilhavam e suspirei, ela percebeu.
- O que houve?
- É que... – abaixei minha cabeça, ela a levantou lentamente com sua mão e fez sinal para que eu continuasse. – Seus pais estão aqui, em NY.
- Que bom! Ligue para eles.
- Eu vou, mas... eles não são os únicos.
- Como assim? Quem mais veio me ver.
- Kurt e... Finn. – essa última palavra saiu como um sussurro, mas Rachel conseguiu ouvir.
- Finn está aqui? E... o que você disse à ele?
- Nada ainda. Antes que eu dissesse algo, Kurt o arrastou para fora daqui.
- Então, acha que Kurt disse?
- Não sei.
Rachel ficou pensativa, peguei meu celular e liguei para seus pais. Quando fui ligar para o Kurt, Rachel segurou minha mão e negou com a cabeça.
- Ainda não. Se ele não estiver sabendo, terei que contar...
- Rachel, é só dizer que estamos noivas.
- Mas e se Finn...
- Você ainda o ama? Tem dúvidas? Tem vergonha de nós duas juntas?
- Claro que não Santana, mas é que...
- Vamos contar juntas. É a coisa mais normal, ele não é mais nada seu.
- Finn ainda é meu amigo.
- Então se ele for mesmo seu amigo, ele vai aceitar isso e nos apoiar, está bem?
- Sim.
Nos beijamos novamente, não queríamos nos separar nem mais um segundo.
***
Depois que os pais da Rachel chegaram, eu fiquei distante, sabia que eles precisavam ficar juntos. Minutos depois Kurt chegou com Finn, Rachel começou a ficar nervosa, olhou para mim e deu um pequeno sorriso.
Assim que os pais dela saíram, Kurt olhou para mim e acenou com a cabeça, me levantei, fiquei ao lado de Rachel e segurei sua mão. Rachel olhou para mim, mas aquela tarefa era dela, ela devia contar.
- Finn... – Rachel começou. – Eu preciso te dizer uma coisa.
- O que? Que você está de agarramento com a Santana? – ele perguntou em um tom brincalhão.
Rachel e eu nos entreolhamos, Finn ficou sério e se aproximou de nós duas.
- Isso é verdade?
- Bem, não estamos exatamente nos pegando... – ela tentou explicar.
- Na verdade estamos sim. – respondi sorrindo.
- Santana! – Rachel me repreendeu. – Escute, Finn. Santana e eu nos apaixonamos, começamos a namorar à seis anos atrás e agora, estamos noivas. – ela explicou, como se estivesse falando com uma criança de cinco anos.
- E você me escondeu isso por seis anos?
- Eu queria contar, mas...
- Rachel, eu fico feliz por vocês.
- Mesmo?
- Claro! Eu te amo, ainda somos amigos, então eu te apoio em tudo o que você decidir.
Ele a abraçou, me afastei e olhei para Kurt, que já chorava.
- Qual é, Lady Hummel! Ela não pediu ele em casamento! – eu disse. Kurt limpou suas lágrimas com as mãos, Finn sorriu e Rachel olhou seriamente para mim.
- Kurt é emotivo, Santana. Não é como você. – Rachel disse.
- Eu não sou emotiva?
- Não.
- Quantas lágrimas deixei cair de meus olhos quando você estava com câncer? Quando você me pediu em namoro? Quando você me pediu em casamento?
- Espera ai! – Finn gritou. – Santana é a passiva? Isso é novidade para mim! – ele começou a rir.
- Está satisfeita, Rachel?
- Na verdade estou sim.
- Que cínica! – eu gritei.
- HEY! – Kurt gritou, entrando no meio. – Vocês lembram como esse acidente começou? Não quero que aconteça outro!
Finn, Rachel e eu começamos a rir, Kurt ficou confuso, eu o abracei e beijei sua bochecha.
- Obrigada por se preocupar com nós duas, Lady Hummel.
Ele sorriu, me abraçou e olhou para Rachel.
- Tome cuidado, estrela da Broadway. Porque enquanto você estiver atuando, posso ir até sua casa e roubar sua latina.
- Você não faria isso! – ela gritou.
- Faria sim.
- Então eu correria atrás do Finn. – ela disse, abraçando Finn.
Fiquei séria, soltei Kurt e empurrei Finn.
- Chega de brincar, e largue a minha noiva!
Rachel riu e me beijou. Era bom vê-la rir novamente.
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E? Gostaram?