My Little Gift ('The Orphan' - Season 2) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 10
Capítulo 9 – Please, Come Back For Me…


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!



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Capítulo 6 – Please, Come Back For Me…

“Por favor, volte para mim...”

- Violet – 20 de novembro de 1994

- Violet? – chamou-me Alessa acompanhada pelas meninas – Você está bem?

- A primeira tarefa está chegando... No início até fiquei um pouco confusa, mas logo passou... Agora estou extremamente nervosa! Nem mesmo nos jogos de Quadribol eu ficava assim!

- Violet, se acalme! – começou Sophie, aproximando-se – Respira... Isso... Você precisa se acalmar, caso contrário não terá chance alguma!

- Será que sou apenas eu que estou quase em pânico? – sussurrei.

- Cedrico está sempre rodeado de admiradores, mas dá para perceber a excitação em seu olhar... Fleur... Bom, está sendo ela mesma... – brincou Mary. – E Vitor... Quando não está te perturbando, está na biblioteca... Você é a única que está “quase em pânico”! - riu – Ficar assim não vai te levar a lugar nenhum... – falou enquanto sentávamos em nosso costumeiro lugar em pleno sábado.

- Concordo plenamente. – disse Alessa – Você precisa se distrair... Nada como uma boa diversão para tirar o nervosismo... O que acham de irmos para o jardim?

- Mas está nevando... – comentou Sophie. – Prefiro ficar e ler o livro que o Prof Moody me deu...

- Você é muito chata... – reclamou a ruivinha.

Por fim Alessa acabou ganhando a discussão, levando-nos para os jardins de Hogwarts.

- Olhem só! O Hagrid também ficou... – disse Mary aproximando-se dele. – Olá Hagrid!

- Ah, olá meninas, como estão? – falou com seu enorme sorriso.

- Estamos bem... Só ela que está... – começou Alessa.

- Tensa... – respondi.

- É normal... Você tem uma grande prova em quatro dias...

- Por isso a trouxemos aqui fora, quem sabe não conseguimos fazê-la relaxar um pouco? – comentou Mary.

- Ótima ideia meninas...

- Viram? Eu sou um gênio! – gabou-se Alessa, gargalhando.

- Então vamos gênio... – riu Sophie – Até mais Hagrid!

- Até depois meninas... Violet? – chamou-me – Encontre-me em minha cabana hoje à meia-noite... Preciso te mostrar uma coisa... – sorriu, afastando-se.

- O que ele queria?

- Não sei... Ele disse para eu encontrá-lo hoje à noite em sua cabana... - falei preocupada.

- Isso será bom... – comentou Mary.

- Bom? Como assim? – espantou-se Sophie.

- A Violet que quebra as regras da escola é muito mais tranquila... Fugir na calada da noite te ajudará a recuperar o ânimo! – disse Alessa com um enorme sorriso travesso.

- Então da próxima vez que eu estiver triste vou fugir da escola e me esconder na Floresta Proibida! – debochei.

- Só não se perca... – brincou Sophie, rendendo-se à palhaçada.

- Ah, quase esqueci... Harry conversou com o Sirius e disse que ele quer falar com você... Hoje à noite, na lareira da Sonserina. – avisou-me Mary.

- O Sirius quer falar comigo? O que será que aconteceu? – falei

- Não sei, mas para ele se arriscar desse jeito, deve ser importante... Ele marcou exatamente à 1h da manhã.

- Ótimo, assim dá tempo de falar com o Hagrid e voltar...

- Hmm... Violet... Tem mais uma coisa... – começou Sophie.

- O que? – perguntei desconfiada.

- Ontem você não foi à aula de poções por conta de uma última reunião com os campeões...

- Sim...? – incentivei

- E aconteceu algo que nunca imaginei que um dia aconteceria... – falou.

- O quê?

- Para de enrolar Sophie, se demorar muito conto eu. – disse Mary.

- Tá, tudo bem! Bom, você sabe que, desde aquele artigo, as pessoas ficam cochichando pelos cantos, já ouvi tantas hipóteses envolvendo você e o Snape que até perdi a conta... – riu – Mas enfim... Ontem, justo na aula de poções, Pansy Parkinson perguntou diretamente a ele.

- Ela o quê?! – exclamei.

- Inicialmente ele disse “Creio que esse assunto não lhe diz respeito Srta. Parkinson”. Mas depois os alunos começaram a cochichar mais...

- E ele estourou. – completou Alessa já impaciente. – Ele disse: “Vocês querem saber a verdade? Pois bem, lhes darei a verdade”, aí encarou a Pansy com uma cara de ódio que até eu fiquei com medo e falou: “Sim, ela é minha filha, e se alguém insistir nessa história levará no mínimo 3 meses de detenção. Voltem ao trabalho, suas poções ainda estão longe da perfeição”.

- Ele... Ele assumiu que é meu pai? – perguntei incrédula.

- Disse com todas as letras... E pelo jeito que falou, posso jurar que vi um resquício de orgulho em sua voz... – piscou Mary.

Ele me assumiu na frente da sala toda... Realmente confessou que é meu pai!

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Exatamente às 23h30, com a ajuda das meninas e da capa da invisibilidade que pedi emprestada à Harry, consegui sair do Salão Comunal sem ninguém perceber. Caminhei cautelosamente pelos corredores e finalmente deixei o castelo em direção à cabana de Hagrid, que por sinal estava bem escura.

Dois toques.

- Violet, é você? – sussurrou ele enquanto abria a porta cautelosamente.

- Sim, sou eu... Está tudo bem? – respondi no mesmo tom.

- Vamos, quero te mostrar uma coisa... – falou fechando a porta. – Mas precisamos ser rápidos, outra pessoa também virá e ela não pode te ver...

Outra pessoa?

Caminhamos entre os arbustos e as árvores por alguns minutos até que finalmente Hagrid parou abruptamente, fazendo-me trombar.

- Violet, você não pode contar isso a ninguém... Ouviu? Não era nem para eu estar te falando... Quanto mais mostrando...

- Tudo bem...

- Ótimo, agora volte para debaixo da capa, rápido.

Obedeci e, minutos depois, ruídos fortes começaram a se espalhar pelo lugar. Homens gritavam e luzes se moviam.

- O que... – comecei, parando imediatamente assim que vi as tais “luzes”.

Por Merlin!

Quatro enormes dragões empinavam-se nas patas traseiras, rugiam ferozmente e soltavam fogo com seus pescoços esticados. Eram necessários no mínimo uns trinta bruxos, cerca de sete ou oito para tentar controlar cada um dos dragões, estes presos por grossas correntes e tiras de couro nos pescoços e pernas. Meus olhos arregalaram-se com a cena.

Pra quê eles têm quatro dragões na Floresta Proibida?

Espera... Quatro? Será que...

- Fique aí Hagrid! – gritou algum dos bruxos – Eles podem cuspir fogo a uma distância de seis metros! Já vi este Rabo-Córneo chegar a doze!

Doze metros?!

- Ele não é lindo? – sussurrou Hagrid ao meu lado.

Em um único movimento, todos os bruxos puxaram suas varinhas e estuporaram os dragões, que rugiam e lançavam fogo continuamente. Lentamente, um a um foram ao chão, descarregando várias toneladas com tamanha força que pude até sentir uma brisa no rosto. Logo após prenderem todos novamente, o bruxo que alertou Hagrid virou-se.

Carlinhos Weasley!

- Tudo bem Hagrid?

- Eles são maravilhosos! Que raças vocês têm Carlinhos? – perguntou Hagrid com tom de reverência para o dragão mais próximo, que mantinha os olhos abertos.

- Este é um Rabo-Córneo húngaro, o pior deles... Tem um Verde-Galês comum lá adiante, o menor deles, um Focinho Curto sueco, aquele cinzento azulado e o Meteroro-Chinês, aquele outro vermelho... – indicou Carlinhos cada um deles.

- Quatro... Então é um para cada campeão? Que é que eles vão ter de fazer, lutar com eles? – perguntou Hagrid.

- Só passar por eles, eu acho. Estaremos por perto se a coisa ficar feia, prontos para lançar Feitiços de Extinção... Mas vou dizer uma coisa, eu não invejo o campeão que pegar o Rabo-Córneo... Bicho feroz... A extremidade de trás é tão perigosa quanto à da frente... – disse ele, apontando para o rabo do dragão.

Uau... Ele com certeza é o maior e mais assustador...

- Hagrid!? Então foi para isso que me chamou? – perguntou Madame Maxime, aparecendo do nada com um olhar assustado.

Era a minha oportunidade para sair daquele lugar antes que alguém me descobrisse. Sem fazer qualquer barulho, voltei pelo caminho que usamos mais cedo, porém, em determinado momento quase esbarrei com Vitor Karkaroff, que seguia na direção dos dragões.

Assim que me afastei passei a correr pela Floresta até o castelo, onde consegui chegar sem que ninguém percebesse.

- Violet! Finalmente, pensávamos que tinha acontecido alguma coisa! – exclamou Sophie assim que entrei em nosso quarto.

- E então, o que o Hagrid queria? – perguntou Mary.

- Você está pálida... Aconteceu alguma coisa? – perguntou-me Sophie.

- Eu já sei qual será a primeira tarefa... – falei preocupada.

- Ele te falou?

- Ele me mostrou. – expliquei.

- E qual será?

- Dragões, um para cada campeão.

- O quê? Mas é muito perigoso! Dragões são criaturas traiçoeiras e extremamente fortes! – exclamou Sophie.

- Eu sei... Se antes eu estava preocupada, agora estou pior... Como vou enfrentar um daqueles dragões? Eu vi os quatro agora... São assustadores... – falei – Principalmente o Rabo-Córneo húngaro!

- Eles... Eles trouxeram um Rabo-Córneo húngaro?! Violet, eu já li sobre ele, se por um descuido ele se soltar, pode fazer um estrago! – explicou Sophie. – Você sabe quais são os outros?

- Sim... Tem um Verde-Galês comum, um Focinho Curto sueco e um Meteroro-Chinês...

- Até que não são tão ruins... Mas torça para você não pegar o Rabo-Córneo...

- Violet, é quase 1 hora... – avisou-me Alessa – É melhor descermos...

Assim que chegamos ao Salão Comunal, acomodei-me em volta da lareira enquanto as meninas checavam se estávamos sozinhas. De repente, as brasas da lareira começaram a se mover, logo mostrando o rosto de um homem.

- Sirius! – sussurrei. – Como você está?

- Olá Violet. E quem são essas meninas? - perguntou

- Ah... Essas são Alessa Chambers, Sophie Seyfried e Mary Addams, minhas melhores amigas... – esclareci.

- Ola meninas... – todas acenaram - Harry já me contou que é uma das campeãs, como têm passado? – perguntou-me preocupado.

- Bom... A escola inteira duvida de mim, os outros campeões não me acham boa o suficiente para o Torneio e acabei de descobrir que a primeira tarefa é passar por um dragão! Não ligo para o que os outros pensam, mas a parte dos dragões realmente me assusta...

- Quanto aos dragões, dá-se um jeito, mas preciso ser rápido, invadi uma casa trouxa e eles já devem estar voltando... Preciso te alertar de algo...

- O que?

- Karkaroff. – disse ele – Violet, ele era um dos Comensais da Morte. Você sabe o que é isso, não é?

- Sim. – afirmei - Espera... Era?

- Ele foi apanhado, esteve em Azkaban comigo mas foi libertado. Aposto o que quiser que foi essa a razão de Dumbledore querer ter um auror em Hogwarts este ano, para ficar de olho nele. Moody foi quem pegou Karkaroff, na verdade, foi o primeiro que trancafiou em Azkaban.

- Karkaroff foi libertado? Por quê?!

- Ele fez um acordo com o Ministério da Magia – amargurou-se Sirius – Fez uma declaração admitindo que errara e revelou nomes... Por causa dele muitas outras pessoas foram para Azkaban em seu lugar... Ele não é muito popular por lá, e desde que saiu, pelo que sei, tem ensinado Arte das Trevas a cada estudante que passa pela escola dele. Por isso tenha cuidado com o campeão de Durmstrang também...

- Tá mas... Você está dizendo que Karkaroff pôs meu nome no cálice? Isso não faz sentido... Ele parecia furioso com minha seleção, queria até me impedir de competir!

- Sabemos que ele é um bom ator... Afinal convenceu o Ministério da Magia a libertá-lo, não é? – respondeu ele – Agora... Tenho acompanhado o Profeta diário...

- Você e o resto do mundo...

- ...e lendo nas entrelinhas que aquela tal de Skeeter publicou no mês passado, Moody foi atacado na véspera de se apresentar para trabalhar em Hogwarts. Sei que ela disse que foi mais um alarme falso, mas tenho a impressão de que não. Na verdade, acho que alguém tentou impedi-lo de chegar a Hogwarts, sabiam que seria muito mais difícil agir com ele por perto. Olho-Tonto andou ouvindo estranhos muitas vezes. Mas isto não significa que tenha se tornado incapaz de identificar a coisa verdadeira. Moody foi o melhor auror que o Ministério já teve.

- Você quer dizer que... Karkaroff quer me matar? – falei confusa – Mas por quê? Se fosse o Harry eu até entenderia, mas eu? Não tenho nada a ver com a história de Voldemort!

- Os Comensais da Morte parecem andar um pouco mais ativos que o normal, mostraram-se publicamente na Copa Mundial de Quadribol, não foi? Alguém projetou a Marca Negra no céu...

- Sim... Rodolphus Lestrange.

- Como... Como sabe?

- Nós meio que... discutimos... – admiti – Eu estava lá quando ele conjurou a marca negra... Ele tentou me matar... Queima de arquivo, certamente...

- Você não tem jeito... Até com Comensais você discute?! – riu – Além disso, você ouviu falar da bruxa do Ministério da Magia que está desaparecida?

- Mary me disse algo a respeito... É Berta Jorkins não é?

- Exatamente. Ela desapareceu na Albânia, e sem dúvida foi lá que diziam ter visto Voldemort pela última vez... Ela saberia que ia haver um Torneio Tribruxo não é?

- Sim mas... Não é muito provável que ela tivesse dado de cara com Voldemort... Ou é?

- Ouça, eu conheci Berta Jorkins, estudou em Hogwarts na mesma época que eu e seus pais, e era uma idiota. Muito bisbilhoteira e completamente desmiolada. Não é uma boa combinação Violet. Eu diria até que ela poderia ser facilmente atraída para uma arapuca.

- Desculpe interromper, mas... Você quer dizer que Voldemort pode ter descoberto tudo sobre o Torneio e mandou Karkaroff aqui? – perguntou Alessa, já não se contendo de curiosidade.

- Não sei... Karkaroff não me parece o tipo que voltaria para Voldemort sem que soubesse que o Lord teria poder suficiente para protegê-lo. Mas quem pôs seu nome no Cálice de Fogo fez isso de caso pensado...

- Seria a oportunidade perfeita para te atacar e fazer parecer um acidente. – completou Alessa, conquistando um aceno positivo de Sirius.

- É um plano muito bom... Só precisam esperar que os dragões façam o serviço por eles... – falei.

- Quanto aos dragões... Não ceda à tentação de usar um Feitiço Estuporante, os dragões são fortes e possuem grande poder mágico para serem nocauteados por um único feitiço. É preciso mais de doze bruxos para dominar um dragão.

- É, eu sei... Acabei de ver...

- Mas você pode dar conta sozinha, tem um jeito e só precisa de um feitiço simples. Basta...

- Esperem... – alertou Sophie – Alguém está chegando! – sussurrou.

- Tenho que ir, boa sorte Violet! Depois quero saber mais sobre suas amigas. – sibilou ele, desaparecendo por entre as chamas.

- O que estão fazendo aqui? – perguntou-nos Gemma, descendo as escadas.

- Não conseguíamos dormir... E você? – disse Alessa rapidamente

- Estou com sede... – respondeu um pouco desconfiada. – Voltem logo para a cama, está tarde e amanhã temos aulas...

- Já estamos indo... Boa noite Gemma. – falei.

- Boa noite meninas...

- 21 de novembro de 1994 -

- Cedrico! Cedrico espera! – gritei no corredor antes que ele entrasse em sua sala.

- Violet? Algum problema? – perguntou-me preocupado.

- Depende do ponto de vista... Eu já sei qual será a primeira tarefa... – sussurrei.

- Sabe? – indagou.

- Sim... São dragões... Um para cada campeão. – falei – Nossa tarefa é passar por eles...

- Dragões?! – repetiu impressionado – Tem certeza?

- Sim, eu vi... São enormes! – admiti.

- E por que está me contando?

- Porque é o justo a se fazer. Karkaroff e Maxime também viram, então certamente já contaram aos seus campeões... Seria injusto você ser o único a não saber. – admiti.

- Dragões! – Cedrico permanecia impressionado. – Bom, obrigado pela informação...

- 24 de novembro de 1994 -

Mesmo sabendo das desconfianças de Sirius e Harry, não conseguia acreditar que Karkaroff tivesse posto meu nome no cálice.

Quais motivos teria Voldemort em me matar? Não tenho nada a ver com ele!

Porém, minha maior preocupação eram realmente os dragões.

- Como uma aluna do quarto ano pode enfrentar um dragão?! – desesperei-me.

- Violet, nós já procuramos inúmeros livros na biblioteca sobre isso, você já sabe o que precisa saber sobre eles, anda praticando quase todos os dias! Eu sei que está nervosa mas... – começou Mary.

- Nervosa? Estou em pânico!

- Hey! Calma! Você já sabe o que vai enfrentar, agora precisa relaxar e se concentrar! A primeira tarefa é em algumas horas... Portanto... Concentre-se! – mandou Sophie.

- Você vai conseguir... Tem capacidade Violet, só precisa se concentrar e pensar racionalmente... – disse Alessa, sentando ao meu lado no jardim. – Nós estamos aqui... E confiamos em você... Olhe para mim... – mandou – Você vai conseguir!

- E vocês têm o dom de me acalmar... – ri.

- Finalmente um sorriso! – comemorou Sophie.

- Obrigada meninas... – falei, puxando-as para um longo abraço. – Não deve ser tão difícil assim enfrentar um dragão não é? – ri.

- Prince, na minha sala. – mandou Moody, chegando de surpresa por trás.

Oh não... Será que ele ouviu?!

Encarei as meninas e logo segui o professor pelos corredores da escola até sua sala, agora recém-redecorada com inúmeros objetos de seu tempo como auror.

- Então... Descobriu sobre os dragões não é?

Droga!

- Foi por acaso...

- Claro, não estou te culpando... Trapaças fazem parte do Torneio.

- Eu não trapaceei. Só descobri por coincidência...

- Já tem alguma ideia de como vai passar pelo dragão?

- Sinceramente? Não...

- Eu não vou te ajudar. – adiantou – Não sou de favoritismos... Mas vou te dar uns conselhos de ordem geral.

E desde quando isso não é ajudar?

- O primeiro é: explore seus pontos fortes. No que você é boa?

Isso é fácil...

- Feitiços, Poções, Quadribol... – enumerei.

- Certo... Pelo que ouvi falar, é uma boa batedora e voa muito bem...

- Sim, mas não posso usar a vassoura ou um bastão, apenas minha varinha...

- Meu segundo conselho de ordem geral é usar um feitiço bom e simples que lhe dê o que precisa. – falou encarando-me ansiosamente.

- O que eu preciso? Eu... – parei, finalmente entendendo onde o professor queria chegar – É claro! – sorri.

- Sabia que entenderia. Agora saia da minha sala... Não é bom um dos campeões receber conselhos de seu professor antes da primeira tarefa – falou severamente.

- Conselhos? Não sei do que o senhor está falando... – fiz-me de desentendida.

Moody olhou-me com orgulho e arriscou até um sorriso diabólico, o qual retribuí.

- Com licença professor... – sorri, deixando sua sala.

Tudo que preciso é um Feitiço Convocatório para conseguir minha vassoura... Passarei pelo dragão através do ar!

- O que ele queria? – perguntou Alessa na companhia das meninas.

- Moody realmente ganhou pontos comigo dessa vez... – sorri, explicando-lhes tudo que aconteceu.

- Isso é perfeito! Você é uma das melhores alunas em Feitiços e já domina o Feitiço Convocatório! – elogiou Sophie.

O resto da manhã demorou a passar, cada minuto me deixava mais nervosa, assim como os demais campeões. Snape, pela primeira vez, demonstrava sua tensão... Minerva, por sua vez, estava realmente preocupada, pois além de mim, um de seus alunos também participaria.

A tensão e excitação dos alunos eram claras, e senti-me mais isolada do que nunca.

- Violet, está na hora... – avisou-me Alessa com a expressão séria. – Vamos, você precisa se arrumar... Quase todos já foram...

Acenei e as acompanhei até o local da prova. Todos os campeões e seus diretores acomodaram-se numa tenda, onde eram terminantemente proibidos outros alunos.

- Lembre-se: você consegue! – falou Sophie com extrema segurança

- Respira fundo e concentre-se – disse Mary.

- Boa sorte... E volte viva, por favor... – brincou Alessa abraçando-me antes de eu entrar na tenda.

- Ah, finalmente! – disse Bartô – Pensamos que desistiria...

- Eu não desisto facilmente – garanti, já me sentindo mais leve.

- Ótimo... Agora arrume-se que está quase na hora... – mandou ele.

Fleur não parecia a mesma garota de antes, estava terrivelmente pálida e abatida. Cedrico andava de um lado para o outro nervosadamente e Vitor estava mais carrancudo que nunca. Rapidamente troquei o uniforme da escola por uma calça confortável e uma blusa longa folgada. Precisaria ser rápida para desviar do dragão, e para isso apenas roupas confortáveis me ajudariam.

- Violet... – chamou-me Minerva – Não entre em pânico... Mantenha a cabeça fria, tudo bem? Temos bruxos à mão para resolver a situação se ela se descontrolar... Apenas faça o melhor que puder... Entendeu? – falou, tentando convencer mais a si mesma que a mim. – Boa sorte Violet...

- Obrigada – sorri, abraçando-a pela cintura.

- Muito bem... Agora que estão todos arrumados, vou lhes passar as últimas informações. – disse Bagman animadamente. – Aproximem-se, por favor.

Minerva lançou-me um último olhar e deixou a barraca. Madame Maxime aproximou-se de Fleur, assim como Karkaroff prostrava-se desafiadoramente ao lado de Vitor. Dumbledore mantinha-se ao lado de Cedrico e Snape, o professor escolhido pelo diretor, aproximou-se de mim e apoiou uma de suas mãos em meus ombros, dando-me conforto imediatamente.

- Muito bem... Vocês pegarão nesse saquinho a miniatura do que terão que enfrentar... – disse ele balançando um pequeno saco cor púrpura –– Sua tarefa será pegar o ovo de ouro, e dentro dele está uma pista imprescindível para prosseguirem à próxima tarefa... – sorriu. –Sr. Krum... – indicou.

Vitor colocou sua mão dentro do saquinho e retirou a miniatura do Meteoro-Chinês vermelho com uma plaquinha com o número 3 em seu pescoço. Em seguida Fleur fez o mesmo procedimento, retirando o Verde-Galês com a plaquinha indicando o número 2

- Muito bem... Só faltam dois... Sr. Diggory...

Cedrico retirou o Focinho-Curto sueco, número 1. Fechei meus olhos em resignação e senti o aperto de Snape em meu ombro se intensificar. Assim como eu, ele sabia o que estava por vir.

Por que isso só acontece comigo?

- Srta. Prince... – indicou Bagman com uma expressão repentinamente fechada.

Coloquei minha mão no saco e retirei o último dragão.

O Rabo-Córneo húngaro com o número 4 em seu pescoço.

- Bom, então está decidido! Cada um de vocês sorteou o dragão que irá enfrentar e a ordem em que cada um fará isso, entenderam? Agora vou precisar deixá-los por um momento porque vou fazer a irradiação. Sr. Diggory, o senhor é o primeiro, só tem que esperar o apito e entrar no cercado certo? – falou – Boa sorte campeões. – disse saindo na companhia dos demais diretores.

Logo o apito soou e Cedrico levantou-se, parecendo terrivelmente verde. Sussurrei um “boa sorte” e sorri, na tentativa de encorajá-lo. Ele apenas acentiu e deixou a tenda.

- Violet? – sussurrou alguém atrás dos panos.

- Harry? – perguntei no mesmo tom. – O que faz aqui?

- Como está se sentindo? – perguntou numa das brechas.

- Nervosa...

- Você só precisa se concentrar... Depois disso é só...

- Derrotar o dragão. – completei.

- Você consegue... Sei que consegue... – falou ele puxando-me para um abraço.

Fomos interrompidos pelo barulho de um flash, que nos separou imediatamente.

- Ah... Como é linda a relação de dois irmãos... – disse Skeeter com um sorriso cínico no rosto. – Se derem sorte, será matéria de primeira página!

- O que está fazendo aqui? – perguntou Vitor num tom esnobe antes mesmo que eu pudesse abrir a boca – Esta tenda é só para campeões... E amigos – completou.

- Tudo bem... Já conseguimos o que queríamos... – sorriu ela e saiu.

- Harry, é melhor você ir...

- Tudo bem... Boa sorte – falou, saindo também.

- Obrigada Vitor... – agradeci.

- Por nada... Ela não se importa nem um pouco em ser inconveniente. – comentou com um pequeno sorriso.

Quinze minutos se passaram e finalmente palmas foram ouvidas.

Cedrico conseguiu.

- Muito bem! Parabéns Sr. Diggory! Vamos ao próximo campeão. Srta. Fleur por favor! – anunciou Bagman.

Pouco a pouco os demais campeões foram se retirando, até restar apenas eu na tenda. A espera era a pior parte, a cada segundo que passava meu nervosismo ia aumentando consideravelmente.

- Violet. – chamou-me uma voz carregada de emoções abrindo os braços.

- Pai! – sussurrei, levantando-me imediatamente e correndo para seus braços, que me rodearam fortemente. – Pensei que não te veria antes da prova...

- Realmente acreditou que eu iria deixá-la sozinha numa hora dessas? – falou com a voz embargada.

- Não... De certa forma eu sabia que viria... – confessei - As meninas me disseram o que aconteceu na aula... Por que fez aquilo?

- Preferia que ninguém soubesse?

- Não... É que desde o início o senhor me pediu para manter segredo, e de repente confessa tudo na sala... É confuso! – completei.

- Simplesmente cansei de me preocupar com o que as pessoas vão pensar... Elas que falem o que quiserem! A única que me importa agora é você... – falou abraçando-me mais forte.

- Três de nossos campeões já enfrentaram seus dragões, então cada um deles prosseguirá com a tarefa seguinte. Agora o quarto e último competidor! Violet Prince! – anunciou Bagman nos alto-falantes.

É agora...

- Violet, olhe para mim... – disse ele afastando-me do abraço e encarando-me nos olhos – Você vai conseguir... Tem capacidade para isso e muito mais... – falou – Tome cuidado...

Acenei e fiz menção de sair, mas seus braços puxaram-me novamente.

- E, por favor, volte para mim...


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Notas finais do capítulo

A máscara de indiferença do Snape está caindo aos poucos... ^^

O que acharam do capítulo de hoje??

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Capítulo 10 Facing The Dragon
(...) Com o baque senti todo meu corpo arder e minha respiração falhar, quando finalmente abri meus olhos, resolvi verificar o estrago em minhas mãos, mas o que vi era um dragão furioso se aproximando mais e mais.
— Oh não... De novo não... sussurrei.
O Rabo-Córneo aproximou-se brutalmente e atingiu sua enorme cauda espinhosa em minha direção. Com as forças que ainda me restavam, rolei para o lado.
— Ahh! gemi quando cai em cima de uma rocha pontiaguda.
— Segurem ele! gritou alguém.
(...)
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*o*

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Agradecimento especial: paz potter. Muuuto obrigada pela recomendação, adorei!!!
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O próximo capítulo trará uma incrível surpresa... Violet ganhará um padrinho!! Quem será??!!

Não deixem de comentar :D