Dark Paradise escrita por Gistar


Capítulo 15
Perda


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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“Isso é o quê nos faz garotas

Procuramos pelo Paraíso e colocamos

o amor em primeiro lugar

É algo pelo qual morreríamos tentando

É uma maldição

Não chore por isso, não chore por ele...”

Violet

Acordei no meu quarto. Não me lembrava de ter ido para lá, havia adormecido no quarto de Tate e tivera o mesmo pesadelo que tinha quando criança. E como da última vez, ele estava nele.

Desci e fui até a sala, Jonas estava assistindo TV.

– Como você está? – perguntou ao me ver.

– Estou bem. Tate voltou?

– Sim, chegou de manhã. Pouco depois de eu tê-la levado para o seu quarto.

– Você me levou para o quarto? Não lembro...

– Você estava dormindo muito pesado, estava sonhando, dizendo coisas...

– O que eu disse?

Jonas fez uma careta, pela cara dele dava para adivinhar o conteúdo das minhas palavras.

– Estava dizendo o nome dele e “Eu te amo, não faça isso”, mais outras coisas que eu não entendi.

– Eu sonhei com ele.

Não queria entrar em detalhes e contar sobre o sonho para ele.

– Vou fazer um café para você. – Disse e foi para a cozinha, eu fui atrás dele.

– Jonas, a Ali ficou com uma cópia da gravação?

– Sim, ela disse que gravou tudo num pendrive. O CD que ela deu ao Tate era só uma cópia, claro.

– Eu não acho que isso vai ser necessário, ele vai acabar se entregando.

– É o que nós vamos ver...

Tate entrou na cozinha, estava com cara de ressaca. Ele se serviu de café preto.

– Bom dia! Como passou a noite? – Perguntou Jonas – Espero que tenha colocado algum juízo na sua cabeça...

Tate o encarou sério.

– O que tem na minha cabeça não é da sua conta!

– Por favor, não briguem. – Pedi – já temos problemas demais.

Tate foi para a sala e Jonas ficou resmungando. Pelo jeito, o dia com aqueles dois se “tirando” ia ser longo.

*

Rafa

Fui para o estacionamento do shopping. Havia ido pagar algumas contas para a Ale e acabei perdendo a hora porque fiquei olhando as vitrines. “Cada novidade” pensei. Mas não valia a pena comprar nada, logo meu corpo mudaria e teria que usar aquelas roupas horríveis de grávida. Passei também em uma loja de roupas para bebê e comprei algumas coisinhas para ele. Apesar de saber que era nova demais para ter um filho, estava feliz por ser mãe. Ainda sofria por Tate ter me deixado sozinha nessa, mas a alegria de estar carregando uma nova vida em meu ventre estava curando todas as feridas.

Caminhei até o carro que havia pegado emprestado da Ale. Ela me fizera ir de carro até o shopping, pois tinha um teste para trabalhar numa agência de moda que levaria a tarde inteira. Eu havia ficado de buscá-la e já estava atrasada. Parei ao lado do carro e larguei as sacolas no chão para procurar as chaves na bolsa. Senti uma dor aguda na parte de trás da cabeça e não vi mais nada.

Acordei sentindo dores pelo corpo todo, era como se estivessem me cravando agulhas. Abri os olhos e percebi pelas paredes brancas e pelos aparelhos que estava em um hospital. Uma enfermeira se aproximou.

– Que bom que acordou. Como se sente?- perguntou.

– Com dor. O que aconteceu?

– Eu vou lhe dar mais sedativos, mas primeiro o medico vai vê-la. Vou chamá-lo.

Ela saiu e depois de alguns instantes um médico veio até a cama.

– Olá! Eu sou o Dr. Elijah. Como se chama? Você lembra do que aconteceu com você?

Encantei-me com a beleza dele, parecia novo demais para ser médico. Devia ser recém-formado.

– Meu nome é Rafaela. Eu lembro de ter saído do shopping, depois senti uma dor aguda na cabeça e não vi mais nada. O que aconteceu? O meu bebê está bem?

– Você levou uma pancada forte na cabeça, tem uma perna e algumas costelas fraturadas. Ao que parece você foi assaltada e espancada. Infelizmente o seu bebê não resistiu...

Comecei a chorar desesperada.

– Não! Meu bebê... Por que... por que...

– Eu sinto muito.

Ele se aproximou e tocou minha mão.

– Eu tenho que avisar sua família, preciso do telefone de seus pais ou de seu marido, namorado...

– Eu não tenho pais e nem namorado. Eu moro com meus irmãos adotivos, vou lhe dar o número.

Ele anotou o número que lhe dei e disse que iria pessoalmente ligar para a Ale.

*

Violet

Eu estava na cozinha com Jonas que estava me ajudando a preparar o jantar quando o telefone tocou.

– Deixa que eu atendo. – ele disse e saiu.

Tate estava na sala, não suportava ficar por muito tempo no mesmo lugar que Jonas e passara o dia todo na sua, calado.

– Violet! – Jonas me chamou e eu fui ver o que era. Ele estava pálido e assustado. “O que aconteceu agora?” pensei.

– Senta! Está tudo bem, está todo mundo bem. Não aconteceu nada grave.

Eu me sentei. Tate também o olhava curioso.

– Desembucha logo, antes que eu fique mais nervosa do que já estou.

– Rafa foi assaltada e está no hospital. Está um pouco machucada, mas está bem.

– Machucada? – Gritei aflita. – O que você quer dizer com isso?

– Eu não sei. A Ale só me ligou pra avisar e pediu para irmos para o hospital encontrar ela e Jairo.

– Então vamos logo.

Subimos rápido para trocar de roupa. Coitada da Rafa! Será que o bebê está bem? Deus ajude que todos estejam bem.

Voltamos para a sala.

– Chamei um táxi para vocês. – Tate avisou.

– Você não vem? – perguntei.

– Não. Eu sou a última pessoa no mundo que ela gostaria de ver. Não quero piorar as coisas.

– Ele tem razão. Rafa não vai querer vê-lo nem pintado de ouro.

Chegamos ao hospital e encontramos Ale e Jairo.

– Como ela está? – fui logo perguntando.

– Ela está bem, - respondeu Ale – fraturou a perna e algumas costelas, parece que alguém a atingiu na cabeça e ela perdeu os sentidos. Levaram a bolsa e o carro. O guarda do estacionamento foi quem a encontrou desacordada, ninguém viu nada.

– Chamaram a polícia? – Jonas quis saber.

– Sim – respondeu Jairo – eles estão tentando achar alguma pista. Estão procurando o nosso carro.

– E o bebê?

– Ela perdeu. A machucaram muito e ela acabou tendo um aborto. Ninguém entende porque além de assaltá-la tinham que bater tanto. – Ale disse com pesar.

Nesse instante um médico se aproximou.

– Vocês são parentes de Rafaela Hale? – perguntou.

– Sim – respondi. – Somos irmãos.

– Sou o Dr. Elijah. Ela vai ficar aqui em observação durante alguns dias. Vocês podem ir vê-la agora.

Nós fomos ver a Rafa e eu me apavorei com o estado dela. Ela estava com a cabeça enfaixada. Estava com uma perna imobilizada e dava para ver que havia faixas por todo o seu tórax. Ainda bem que não havia espelhos por perto, iria piorar a situação.

– Como se sente? – perguntei.

– Estou um pouco melhor. Sabe, eu não me importaria de ter apanhado, se pudesse ter salvado o meu bebê.

Eu vi que lágrimas brotaram de seus olhos.

– Rafa, eu sinto muito! Você é nova, ainda poderá ter muitos filhos.

– A Violet tem razão. – Concordou Ale – Dê graças a Deus de você estar viva e não ter acontecido nada de mais grave.

– Eu quero ir para casa.

– Eu sei Rafa, – respondi – mas o médico disse que você vai precisar ficar alguns dias aqui em observação. Nós vamos ficar com você, não se preocupe.

– Isso aí. Além do mais, o seu médico é o maior gato!

– Eu ouvi isso Ale! – Jairo gritou do outro lado do quarto.

Ale deu de ombros.

– Para Ale! Ele é médico, um profissional não se envolve com pacientes. – reclamou Rafa.

– É médico, mas é homem. – argumentou Ale.

Rafa não pode fazer nada além de revirar os olhos. A Ale não tinha mesmo jeito.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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