Dark Paradise escrita por Gistar


Capítulo 16
Burn


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capitulo. Boa leitura!



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“Eu sei que sou um mentiroso

Mas, porra, se ela tentar ir embora de novo

Eu vou amarrá-la na cama

E tocar fogo na casa...”

Violet

Nós ficamos com Rafa a noite toda. Quando estava amanhecendo, Jairo falou:

– Meninas, porque não vão para casa descansar um pouco. Eu e o Jonas ficamos com a Rafa.

Eu e a Ale concordamos e saímos. Jairo havia pegado um carro emprestado de um amigo do escritório, já que ainda não haviam encontrado o seu. No caminho, Ale resolveu passar no apartamento e pegar algumas roupas para a Rafa antes de me levar para casa. Paramos em frente ao prédio e subimos. Quando paramos em frente à porta do apartamento, Ale encostou a chave na fechadura que se abriu. Estava destrancada.

Ela abriu a porta de repente e deu um grito. O apartamento estava todo bagunçado, revirado, tudo fora do lugar.

– O que aconteceu aqui? – perguntei.

Ale não me respondeu, apenas foi correndo até seu quarto. Eu a segui, ela pegou uma caixinha que estava aberta no chão perto de uma gaveta caída da cômoda.

– Ele sumiu! – disse e sentou no chão desanimada.

– O que sumiu? – perguntei, eu não estava entendendo nada. O apartamento todo revirado e ela preocupada com o quê? Um anel de ouro? Ela nem tinha jóias.

– O pendrive.

Eu entendi imediatamente. Era o pendrive onde estava a gravação da confissão do Tate.

– Mas porque eles o levariam? – perguntei – não tinha nada lá que valesse alguma coisa.

Ale de repente pulou e ficou de pé.

– Claro, só pode ser! – ela começou a andar pelo quarto de um lado para outro. Eu já estava ficando tonta. Fui até ela e a parei.

– Ale! O que você está pensando?

Ela me olhou, estava pálida como um fantasma.

– Tudo se encaixa. Não pode ser coincidência! Primeiro a Rafa é assaltada e espancada, perde o filho que esperava do Tate. Invadem meu apartamento, procuram, reviram tudo até achar o pendrive que tinha a confissão dele. Não sumiu mais nada. Eles só queriam o pendrive!

– Ainda não estou entendendo. Seja mais clara!

– Foi o Tate, Violet! Ele nunca quis um filho da Rafa e não quer ser preso. Ele andou com uma galera da pesada, ladrões e viciados, pode muito bem ter mandado alguém bater nela e roubar o pendrive. Ele sabia que estaríamos todos no hospital. Ele pensou em tudo!

– Não pode ser! O Tate jamais seria capaz de machucar a Rafa...

– Ele já pensou em tirar a própria vida! Ele usava drogas. Alguém que não respeita a própria vida não tem respeito nenhum pela vida dos outros. Se ele estivesse realmente arrependido de tudo o que fez, se entregaria para a polícia.

Eu tive que admitir que ela tinha razão. Mas não tínhamos nenhuma prova.

– O que vamos fazer? Se foi mesmo ele, não temos mais nenhuma prova agora.

– Temos o seu testemunho. Ele confessou tudo a você. Nós vamos à polícia.

– Não! Polícia não! Eu não posso fazer isso. O Tate prometeu que iria se entregar...

– Violet, acorda, ele não vai se entregar!

– Eu posso convencê-lo Ale. Deixa eu falar com ele primeiro? Ele vai me ouvir, eu sou a única que pode convencê-lo.

Ale pensou um pouco.

– Eu não sei...

– Por favor, me deixa tentar!

– Tudo bem. Vamos lá falar com ele.

Nós fomos para casa. Quando chegamos Ale fez menção de ir comigo.

– Não! É melhor eu ir sozinha.

– Violet, eu não vou te deixar sozinha!

– Se você for junto vai parecer que foi você que me mandou falar com ele e ele não vai me ouvir.

– Está bem! Eu vou buscar o Jairo e nós vamos esperar vocês aqui para irmos juntos à delegacia. Nós vamos com ou sem ele.

Eu concordei com ela e saí do carro. Quando entrei em casa, Tate estava sentado na sala, brincando com um isqueiro.

– Vim te buscar para irmos à delegacia.

– Eu não vou a lugar nenhum!

– Como assim? Você precisa confessar o que fez. Sabemos que foi você quem mandou dar uma surra na Rafa pra ela perder a criança e mandou saquearem o apartamento da Ale para pegar o pendrive.

Ele tirou algo do bolso, era o pendrive.

– Não vai adiantar destruí-lo, nós temos a sua confissão e se não se entregar nós o entregaremos, você será preso de qualquer jeito.

– Não precisa ser assim, nós podemos fugir, diga que me ama e que vai fugir comigo! – ele se levantou e me abraçou. Eu me afastei.

– Ficou louco, Tate? Eu não vou fugir com você! Eu posso entender que o que aconteceu com a madrinha foi um acidente, mas o que fez com a Rafa, foi cruel. Por mais que eu te ame, não vou perdoar isso!

– Eu não vou perder você e não vou ser preso. Não se eu puder impedir.

Ele me agarrou e me puxou escada acima para o meu quarto.

– Me solta!

Comecei a gritar e espernear, mas ele não me soltava, era forte demais. Ele me atirou encima da cama e pegou algumas blusas no armário. Eu levantei e tentei fugir, mas ele me pegou e me atirou de novo na cama. Começou a amarrar meus pulsos na cabeceira.

– O que está fazendo, Tate?

– Se eu não posso ter você, ninguém mais terá. Eu vou queimar cada metro quadrado dessa casa e assistir enquanto nossas memórias, nossa felicidade e nosso futuro queimam junto conosco. Não se preocupe querida, você vai desmaiar com a fumaça, não vai sentir nada!

– Me solta Tate, vamos conversar! Eu fujo com você! – falei desesperada, precisava ganhar tempo até alguém chegar.

– Sinto muito Violet, mas sei que se te soltar agora, você vai fugir e me deixar.

Eu já estava com as pernas amarradas também, então ele me beijou e eu o mordi. Ele sorriu com o sangue escorrendo do corte, pegou um lenço e amordaçou minha boca.

– Vai ficar tudo bem! Eu te amo e vamos ficar juntos pra sempre!

Eu me retorci e tentei me soltar, mas os laços estavam apertados, não ia conseguir.

Ele pegou o isqueiro e colocou fogo na cortina. Então sentou-se na cama ao meu lado e ficou olhando as chamas consumirem tudo.

Eu comecei a chorar, não queria morrer assim.

– Xiiiiiiiiii, vai ficar tudo bem! – Dizia enquanto alisava meu cabelo.

A fumaça começou a engrossar, ele já havia trancado tudo, de modo que ela não tivesse por onde sair. Meus olhos começaram a arder e eu queria por alguma coisa no rosto, minha garganta estava ardendo. Meu corpo todo suava com o calor do fogo que já havia queimado quase toda a cortina e estava indo em direção ao criado mudo que ficava ao lado da minha cama.

Rezei para desmaiar logo ou que alguém visse a fumaça da rua e viesse me salvar. Mas era difícil, morávamos em uma estrada, era um pouco afastada das outras casas da cidade.

Fechei os olhos lacrimosos e tossindo, virei a cabeça para o lado de Tate, enterrando – a nele, tentando fugir da fumaça.

Ele havia parado de alisar meu cabelo. Havia acabado de fechar os olhos, mas ainda respirava. Desejei que ele se tocasse e desistisse daquela loucura toda, mas não ia acontecer.

Não sei quanto tempo durou, mas finalmente desmaiei.

Senti minha pele molhada e fria, mas minha garganta queimava de dor. Abri os olhos e vi o céu estrelado. Então alguém se debruçou sobre mim.

– Ei, como você tá?

– Jonas... – consegui dizer, mas minha voz estava áspera como lixa.

Ele acariciou meu rosto.

– Não fala nada, sua garganta tá muito machucada, já vão te levar para o hospital. Quase não cheguei a tempo, mais um pouco e eu teria perdido você.

– E o Tate, ele...

Jonas suspirou alto.

– Eu tentei voltar depois que te trouxe para buscá-lo, mas o fogo já havia tomado conta do quarto, não deu pra salvá-lo...

Lágrimas brotaram dos meus olhos, eu não queria que terminasse assim, por mais que Tate tivesse errado. Ele tinha que pagar por seus erros, mas não queria que ele morresse.

Um médico se aproximou.

– Vou dar um sedativo a ela enquanto a movemos para o hospital. – explicou a Jonas enquanto me dava uma injeção e eu adormeci de novo.

Acordei no hospital, a garganta ainda estava doendo, mas já estava melhor. Ale e Jairo estavam sentados no sofá ao lado da minha cama.

– Que bom que acordou! – falou Ale, sorrindo.

Eu sorri também, pois era bom estar viva.

– Como o Jonas sabia que eu estava lá?

– Quando fui para o apartamento, fiquei preocupada em te deixar sozinha com o Tate, então liguei para o Jonas ir te encontrar lá. Ainda bem que fiz isso!

– Tem uma coisa que vocês precisam saber. O Jonas é meu irmão!

– Claro que é, é nosso irmão também! – confirmou Jairo.

– Não, eu quis dizer que ele é meu irmão de sangue. Meu pai namorou a mãe dele antes da minha.

Eu contei toda a história para eles e sobre a certidão que o Tate encontrara.

– Bem, então isso explica porque ele é tão apegado a você. – falou Jairo.

– E a Rafa, como está? – perguntei.

– Está ótima! Melhor agora que nos livramos daquele crápula. Ah e adivinha quem deu o telefone para ela? – perguntou Ale animada.

– O médico! – Lembrei, ele era muito gato mesmo.

– Sim! – disse Ale, se eu a conhecia já estava planejando o casamento dos dois...

– Que bom, fico feliz por ela! – falei, contente que pelo mesmo elas teriam um final feliz.

Jonas chegou depois para me visitar e eu contei a ele que éramos irmãos. Ele ficou feliz com a notícia e me abraçou emocionado. Percebi que não importava o que acontecesse de agora em diante, eu sempre teria a minha família.


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Notas finais do capítulo

Pronto, agora podem me odiar hehe. Sei que não foi o final que vocês esperavam, mas eu espero realmente que levem na esportiva. Seria totalmente sem nexo se o Tate saísse impune, se eu o deixasse vivo teria que prendê-lo... Por isso preferi esse final mais drástico. Comentem se gostaram ou não, podem me xingar, eu mereço KKKK.



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