Edward's PDV

Jasper Cullen não perde por esperar... Ah mas não perde mesmo! Emmett saltou dentro do Jeep cor-de-mato e me chamou, assim que eu tranquei a porta de nossa casa. Olhei-me no retrovisor. Meu semblante era de dar arrepios! Minha sobrancelha esquerda arqueada, um sorriso maquiavélico que surgia nos cantos de minha boca quase dava uma impressão que iria sair um rosnado bestial de dentro de mim.

  Depois que percebi que Emm me olhava com uma cara de "Qualéadessecara?eledeveestardoidoporqueeleseolhacomosefossesecomer!", eu parei e me concentrei para o início do plano; algo que precisava de muita concentração, esforço físico e drama. Muuuuuuuito drama. Quando estávamos praticamente na metade do caminho para o aeroporto de Seattle, eu decidi por o plano em prática. Nada poderia dar errado. Era Agora ou Nunca.

Bella's PDV

  Arrastei Reneesme escada abaixo. Meu plano já estava feito. Nada poderia me deter. E aquelas pirralhas descaradinhas iriam ver o que acontece quando se mexe com alguém se ama... Isso era por Renie, por mim e por Esme, que não merecia nada daquilo...

  Resolvi conversar com Renie para saber o buraco em que estava me metendo, enquanto nós voltávamos rapidamente para a sala de jantar, onde todas as Recém-Chegadas (ainda?) estavam tomando o café da manhã.

- Renie, me conte mais sobre essas pirralhas assanhadas... - Falei enquanto segurava sua mão e corríamos desesperadamente de volta a sala de jantar.

- Bom... - Ela arfou, parou e colocou as mãos nos joelhos. Fez um sinal de "pare" com as mãos, respirou fundo e retomou a fala. - Ashley e Julie chegaram aqui no ano passado... - Puxei Renie e começamos a correr novamente para chegar rápido à sala de jantar antes que as outras pudessem nos ver. Ela ofegou e continuou. - Julie chegou por que tinha aprontado algo de terrível num colégio onde ela estudava...

- Consegue lembrar o nome? - Andei mais devagar, pois já estávamos próximas da porta de entrada da sala de jantar.

  Renie me acompanhou e alcançou meus passos. Entramos no salão, procurei rapidamente por Julie e Ashley. Elas ainda não tinham chegado.

- Ponto pra gente! - Renie saltou, e rimos juntas. Sentamos discretamente numa mesa próxima. Olhei no grande relógio no fundo do enorme salão. AINDA ERAM SETE E MEIA!

- Então tá bom, vê se agora você consegue se lembrar do nome do colégio... - Tamborilei os dedos rapidamente na mesa.

- Algo com a letra S... - Fiquei nervosa e agitada e Renie me parou. - Fiquei nervosa e agitada e Renie me parou. - Calma Bella! - Ela fez um sinal com as mãos, e depois deu um salto do grande banco com uma expressão de felicidade explícita em seus olhos. - Instituto Schepper de Ensino, isso!!!

- Bate aqui pequena! - Ofereci minhas mãos e ela bateu rapidamente e rimos disso. - Pera aí... Como você sabe disso?

- Bom... Longa história! - Ela riu. - A Esme me contou tudo! Lembra-se que eu te disse que elas vieram de castigo? Então, quando elas chegaram eu já estava aqui! E, bom, tudo começou quando a Julie estudava nesse tal colégio famoso nas áreas de Miami. Pois bem, a Esme me disse que ela era uma das piores meninas no colégio... Aprontava de tudo que você imaginasse! Mas, o cúmulo aconteceu uma semana antes de ela vir pra cá.

- O que ela fez? - Olhei para a porta do grande salão, e vi Julie chegar primeiro, logo seguida de Ashley, e recebendo três pares de olhares de reprovação: Meu, de Renie e de Esme, que esperava as duas para servir o café.

  Oito horas em ponto. O café já começava a ser servido e eu e Renie continuávamos sentadas esperando nossa bandeja. Comi um pedaço de bolo e tomei um gole de café, enquanto ela mordia sua maçã. Prosseguimos a conversa que tanto me interessava.

- Sim, o que ela fez? - Perguntei, depois de beber outro gole de café.

- Bom... - Ela falou de boca cheia, mastigou e prosseguiu. - Eu pesquisei sobre esse tal Instituto Schepper e descobri que é um colégio com "princípios católicos". - Ela brincou com as últimas palavras.

- E...

- "E..." que, normalmente um colégio com "princípios católicos" normalmente tem freiras para zelarem pelo colégio não é?

- É, RENIE! - Já batia os pés no chão com aquela demora excessiva dela pra me dizer o que a pirralha tinha feito no tal colégio.

- BOM, então acho que você iria gostar de saber que ela, num dia de fúria deu um belo soco na cara de uma freira lá no ISE! - Ela disse depois de comer um biscoito creamcracker, e se enfarofando toda. Quando ela viu que minha boca abriu-se em um "O" enorme e meus olhos se arregalaram, ela cuspiu todo o biscoito fora, e começou a gargalhar bem alto, chamando a atenção de todo o salão, e também de Esme, que foi contagiada pela risada de Renie, que logo estava rindo, e em menos de um minuto, todo o salão estava gargalhando.

  E eu? Bom, eu continuava estatalada. "CACETE, A GAROTA DEU UM SOCO NA CARA DA FREIRINHA? TADINHA DA TAL FREIRA!", pensei. E foi naquele momento que tive mais vontade ainda de seguir com o plano. Só precisava de uma pequena ajudinha do destino, e tudo estaria perfeito. Aquelas molequinhas iriam receber o que mereciam, ou eu não me chamo Isabella Marie Swan! 

Edward’s PDV

  Era Agora ou Nunca. E realmente era! Pois eu já conseguia ver uma placa de trânsito informando "AEROPORTO DE SEATTLE, 10 km".

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI AAAAAAAAAAAAAAAAAAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAAAAAAAAAAAAAAAAAAI, EU VOU MORRER, VOU MORREEEEEEEEEEEEEEEER, É MUITA DOR, EU NÃO VOU AGUENTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR! - Comecei a gritar desesperadamente e me contorcer no banco do carona, me batia e me arremessava contra o câmbio do carro e a janela ao meu lado. - EMMETT, EMMETT, CARA, EU VOU MORREEEEEEEEEEEEER!!! EU NÃO SINTO NADA, EU TÔ DORMENTE!!!!!!!!!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, MEU OUVIDO TÁ ZUNINDO!!

  Vi os olhos de Emmett se arregalarem e ele tremer ao volante. Quando vi que ele estava caindo, comecei a revirar os olhos e espumar. Emmett entrou em desespero e desfez a rota em direção ao aeroporto, e foi em sentido à nossa casa. O sorriso, ou melhor, a gargalhada teimava em surgir dos cantos de minha boca - Agora completamente babada. Sabia também, que deveria fingir bem, por que, se por algum acaso, Emmett descobrisse... EPA! TEM ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA!!!!!

  Emmett pegou a via leste, nossa casa ficava a NORTE! PRA ONDE ELE ESTARIA TENTANDO...? CACEEEEEEEEEEETE! O Hospital Geral de Seattle? "Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, NÃAAAAAAAAAO! Volta, volta, volta, volta, volta Emmett maninho lindo, VOLTA SUA MULA TRIANGULAR-POLIGONAL!!! VOLTAAAAAAAAAAA!"

  Eu precisava fazer algum URGENTE! Senão; Primeiro: Ele iria descobrir que era mentira, Segundo: Ele iria me socar até meus rins trocarem de lugar com meus pulmões, Terceiro: Ele iria até o aeroporto buscar o traste, o capeta, o demônio na terra, Jasper Cullen, e Quarto: Ele daria o prazer ao Jasper de 'completar o serviço'.

- Irmão, cê tá bem? Olha, eu vou te levar pro hospital e vai ficar tudo bem, viu? Não morre cara! - Ele choramingou, com a voz embargada. - Não morre não, brother! Não morre! - Ele limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

  Será que valia a pena eu fazer todo aquele drama, me passar por doente, fazer meu irmão chorar por mim, tudo aquilo pra ele não ir buscar o capeta-loiro? Será que valia a pena eu parecer uma criança fazendo birra quando não lhe dão o que ela quer? VALIA! Ô, E COMO VALIA A PENA!!! Por isso, continuei com aquele plano infalível! Ele não iria buscar hoje o filhote de cão no aeroporto! Não enquanto eu estivesse vivo!

  Quando ele disse a palavra "Hospital" subiu um frio na espinha, estremeci, fiquei verde, azul e amarelo, e comecei a me bater mais ainda. Ele percebeu que eu tinha 'piorado' e, na curva em que entraríamos no hospital, ele fez o retorno, e seguiu até nossa casa. No caminho pra casa, já estava bem cansado de me bater e me arremessar na janela, já estava completamente dolorido. No momento em que resolvi me ajeitar no banco, percebi que ainda estava 'doeeeeeente'!

  Passei o restante do caminho de volta pra casa em uma só posição, e periodicamente estremecia, para que ele percebesse que eu ainda não estava bem. Ele parou o carro em frente a nossa mansão, e quando eu fui tentar me levantar, adivinhe? Meu irmão me carregou nos braços como se eu fosse uma donzela em perigo. Frustrante ¬¬. QUE NINGUÉM TENHA TIRADO FOTO DISSO, POR FAVOR!!!!

  Ele me largou no sofá com todo o cuidado, e correndo, pegou de volta as chaves do carro. Percebendo esse movimento, gritei, levantando-me rapidamente e esquecendo que eu estava 'doente'.

- EI, PERA AI! ONDE VOCÊ PENSA QUE VAI?????

- Buscar o Jasper, ora! Ele deve estar uma fera sem tamanho! Já são quase quatro horas!!!!

- AAAAAAAAA.... - Tentei dizer alguma coisa mais, porém fui calado pelo som da porta que bateu com força. - Cacete! - Sussurrei.

  Do que é que tinha adiantado aquilo tudo mesmo? NADA. N-A-D-A!!!! E agora o capeta oxigenado estava prestes a entrar em minha casa... Seguida por aquela mistura de diabo com o Zangado, dos sete anões. O que eu podia fazer? A única coisa agora que me restava, era fazer da vida daqueles dois um inferno, mesmo que isso custasse a minha.