Ainda era muito cedo quando Clary se dirigia ao Instituto. O caus podia ser o berço dos seus dias, mas era inevitável evitar sua vida. Clary era uma caçadora das sombras, ou pior, uma caçadora das sombras em treinamento. Desde de que Jace não era mais seu professor, ela tinha algumas aulas com Isabelle e até Maryse. Apesar de tudo evitar seu treinamento seria burrice, com todos os perigos que ela corria, ou todos achavam que ela corria. Porque para muitos era isso: Clarissa não pensava ante nada, ela era puro instintos. Clary sabia que, no fins das contas, eles estavam certos.

Tudo estava calmo demais. Já havia se passado mais uma semana e Clary sabia que Sebastian estava tramando alguma coisa. Desde de quando o "recadinho" do seu irmão chegou ao Instituto, o mesmo anda um alvoroço. E a procura para a possível cura de Jace ficou mais de lado ainda, buscam foram feitas mas nada foi encontrado. Ela sabia que não seria fácil pegá-lo, sabia que o que quer que ele estivesse tramando para agora era algo grande, algo gloriosamente do mal. E ela também sabia que ele viria atrás dela, e essa hora não tardaria. Vingança.

Algumas vezes Clarissa ficava repassando os momentos que teve ao lado de Sebastian, as conversas que teve com ele afim de tentar encontrar algum resquício despercebido. A espada havia sido usada nela e em Jace para tentar auxiliar nesse processo ou apenas como prevenção da Clave para os de Valentine. Na última semana Clary evitou ir ver Jace, já que ela e Jace mal podiam se tocar, decidindo assim, ir vê-lo apenas no fim da tarde, quando o sol já estaria em seu crepúsculo e o ambiente mais habitável. Eles teriam que ser fortes para enfrentar mais isso, juntos.

Clary estava indo para o Instituto ver Jace, quando algo curioso aconteceu: dentro do metro que a levaria para lá notou alguém conhecido. Alguém com brancos cabelos loiros, com uma pele branca e um traje preto. Sebastian. Ainda em êxtase ela procurou primeiramente por ar, depois tateou em seu bolso por sua Estela Lelahel; que lhe foi dada pelo Irmão Zachariah como presente. Pondo-se sobre seus pés Clary atravessou o vagão seguindo a sombra de Sebastian, ela tinha certeza. Ao chegar num vagão mais vazio, ela conseguiu ouvir sua voz claramente como uma risada abafada.

"Olá irmãzinha." ela ouviu a voz gélida de Sebastian, virando-se ela conseguiu vê-lo rapidamente, mas ele foi rápido "Hoje. Turtle Pond do Central Park." ela ouviu em sua nuca e se virou para ver um Sebastian com um largo sorriso de esfinge

Ela virou, e então, ele se dissipou como fumaça no ar. Uma projeção.

Clary ainda estava ofegante, suas mãos já começavam a doer pela pressão exercida sob a Estela. Ela havia se acalmado mais e a adrenalina diminuído. Mas e se essa tivesse sido sua última e única chance para matá-lo? Clary apressou os passos ao sair de lá. Isto era um sinal. Um sinal de Sebastian. A garota ruiva sabia que ele não seria precipitado em ir atrás dela, mas ela tinha que mandar um sinal. Um sinal apenas para ela, para que ela soubesse que ele estava por perto. Que estava perto. Que ele queria ela por perto.

A hora em que eles se encontrariam estava chegando. Ela não desistiu. Ele não desistiria.

***

Clary optou por ir a noite ao Turtle Pond. Ela não contou nada a ninguém e resistiu de tratar a todos como se fosse uma despedida. Adele estava decidida.Mataria Jonathan Christopher Morgenstern de uma vez por todas. Era tudo ou nada. Ela não havia desconsiderado os riscos, mas as vezes os riscos são necessários. Ela já havia matado demônios antes. E era isto que ela estava fazendo: matando um demônio. Ele é apenas um demônio. Repetiu para si mesma enquanto chegava mais perto do Pond.

Estava frio, Clary agradeceu mais uma vez por ter vestido um sobretudo preto. A medida que caminhava, mais frio sentia. Mais perto do tudo ou nada ela estava. Ela sabia bem que a rainha de Seelie estava bem perto. Talvez seja isso, pensou, talvez ela esteja o ajudando a se esconder.

Interrompida de seus devaneios ela o viu. Ele estava como de costume: calça preta e um casaco igualmente. Diferente dela ele não parecia estar com frio ou nervoso, Sebastian apenas parecia contente. Ela se aproximou o bastante, mas deixou alguns metros por segurança.

"Olá Clarissa." ele disse num tom neutro agora

"O que você quer Sebastian?" ela perguntou cortante, ele sorriu

"O que eu quero?" repetiu "O que alguém que pode ter tudo pode desejar? Isso soa meio patético até." respondeu ele, Clary ainda não podia ver seu rosto claramente mas sem dúvidas sorria mais amplamente

"Nem tudo Sebastian. Você não pode ter tudo, senão não estaria aqui. Senão não estaria se escondendo." cuspiu Clary

"E isso que você acha? Que eu estou me escondendo? Mas de quem Clarissa, dos ratos da Clave ou de você e seus amiguinhos?" ele gargalhou fazendo Clary tremer

"E então o que quer comigo?" insistiu

"Eu não quero você, isso eu posso ter a qualquer momento. Mas ao contrário do que você pensa eu quero que antes você consinta."

"Hã?" perguntou Clary confusa

"Eu quero que você se junte a mim e quero que diga sim a minha proposta."

"Eu sei que você é louco, mas isso?" foi a vez de Clary gargalhar "Que diabos é isso? Eu acho que você já deveria ter entendido que eu não vou a lugar algum com você, não por vontade própria." ela disse num tom seco e tirando a Estela do bolso

"Ah irmãzinha! Sempre fazendo as escolhas erradas. É uma pena que nesse caso você não tenha escolhas." Sebastian disse num tom seco

"Por que Sebastian? Se você pode ter tudo por que não me deixar em paz?" ela despejou, ela sabia o porquê.

Porque nós somos iguais. Porque nós somos únicos. Porque você tem algo que eu também tenho. Clary já estava cansada de ouvir tudo isso, ela sabia que era assim que ele pensava, porém para sua surpresa não foi isso que ele respondeu.

"Porque eu posso." ele disse e num único piscar de olhos ele estava segurando-a pelos punhos.

"E qual é o seu plano?" desafiou Clary

"Incendiar o mundo. Você sabe" ele deu de ombros

"E como pretende fazê-lo? Com a ajuda da irmãzinha deseja criar caçadores das sombras-demônios? Mas para quê? Para quê destruir todo o mundo? Porquê?"

"Eu não preciso de um porquê ou um como, Clarissa. Mas talvez porque o mundo me destruiu e está na hora de retribuir. E como se faz uma grande fogueira? Bem, geralmente as pessoas optam por um punhado de lenha, mas eu optarei pelas sementes, assim, o que farei pode levar algum tempo, todavia será eterno."