Era inverno no pais do fogo, as família ficavam mais unidas nessa época, elas pensavam menos em brigas ou em guerras, apenas se uniam na temporada do frio para ficarem juntos antes da outra estação. Mas não era só o inverno que unia as famílias.....

-AAAAAAAHHHHHH!!!!!! –Um novo membro.

-Vamos lá Tsubaki! Estamos quase lá! –A anciã dos Senjus, Senju Hashime, ajudava a jovem mulher deitada em uma cama em seu momento crucial da vida.

-Batsuma!!!!! –A mulher de longos cabelos brancos se contorcia com as dores do parto, procurando com a mão pelo seu marido.

-Calma Tsubaki! Eu estou aqui! –O marido se aproximava da mulher aos gritos, o parto não estava fácil, eles sabiam.

-Okaa-sama... –O pequeno Hashirama, com medo por causa dos gritos de sua mãe, tampou os ouvidos.

-Onii-san, relaxe, Okaa-sama esta bem, ela teve todos nós desse jeito não lembra? –Seu irmão Tobirama, o serio e sensato, o falou com os braços cruzados.

-É diferente dessa vez Tobirama, voce não vê? –Hashirama perguntou colocando suas mãos sobre seu colo, tremendo com um galho de bambu.

-Não, o que eu vejo é que nosso irmãozinho esta pra chegar e voce esta ai procurando coisa onde não tem. –Tobirama comentou fitando seu irmão mais velho.

-Mas...

-Cale-se! –Hashirama abaixou a cabeça em um dos seus ataques de depressão.

Logo um choro estrondou pela casa, Tobirama e Hashirama correram até a porta fechada, esperando a hora de entrar.

-Por que Otou-sama e Okaa-sama estão demorando tanto? –Perguntou Hashirama.

-Devem esta preparando algo. –Tobirama respondeu sorrindo.

De repente a porta se abriu, eles olharam para cima e viram a figura do seu pai, abalado, abatido, triste, nem de longe parecia aquele patriarca forte, determinado e destemido dos Senjus, e o logo no dia do nascimento de um filho. Eles o olharam mas Batsuma nada falou, apenas deu espaço para que eles dois entrassem.

Eles entraram e seus corpos se congelaram, um choque percorreu por suas veias e seus olhos marejaram contra vontade, os pequenos viam sua mãe, envolvida em uma mortalha preta, sem vida, viam bastante sangue ao redor dela. Hashime-sama estava com seu irmãozinho mais novo nos braços, chorando desconsolado, Itama nem se quer teve a chance de conhecer a mãe.

Hashirama colocou a mão na boca e logo vomitou, as lagrimais se misturaram ao vomito e ele logo saiu correndo da sala. Tobirama caiu de joelhos, seus olhos teimavam em deixar suas lagrimas cair, mas, de que valia ser forte agora? Sua mãe morrera assim, jovem, do nada, rapidamente e prematuramente, ser forte agora não era mais uma vontade do menino de cabelos brancos.

-Okaa-sama.... –Seus olhos não saiam de cima de sua mãe. Logo um devaneio o pegou.

“Quem é o ursinho da mamãe?” –Ele ouvia a voz de sua mãe.

“Sou eu!”

“Haha meu amor, eu te amo tanto Tobirama, tanto filho.”

“Também de amo muito, Okaa-sama.”

Sua mãe havia ido embora, e ele nem se quer pode se despedir dela, dizer o quanto a amava, o quanto precisava dela, de quanto queria ir com ela.

-Batsuma-san...precisamos levar o corpo. –Um dos ninjas Senju falou e Tobirama se levantou correndo até o corpo de sua mãe e o agarrou.

-NÃO! NINGUEM VAI LEVA-LA! NINGUEM VAI LEVA-LA! –Ele gritou se agarrando o mais forte que podia em sua mãe. O ninja se aproximou e puxou Tobirama com força até faze-lo soltar a mãe. O menino se contorcia, se debatia, não queria deixar que levassem sua mãe.

-Leve-o e tente acalma-lo, ele não pode ir por funeral da mãe nesse estado. –Hashime-sama falou e Tobirama se debateu com todas as suas forças.

-NÃO! ME LARGUE! EU QUERO A MINHA MÃE! OKAA-SAMA! OKAA-SAMAAAAA!!!!!!! –As portas se fecharam, ficando só Batsuma, Hashime, o pequeno Itama e o cadáver.

-Sinto muito Batsuma. –Hashime-sama falou e Batsuma balançou a cabeça.

Do outro lado, perto do rio, o pequeno Hashirama, abraçado aos seus joelhos, chorava magoado, triste, abatido. Não queria acreditar, era duro de mais para sua cabecinha de criança presenciar tudo isso.

-O-Okaa-sama.... –Ele falava entre seus soluços, sua mãe, sua amiga havia partido, e ele se sentia culpado por prever algo tão ruim assim.

“Onde esta meu anjinho?”

“Aqui Okaa-sama!”

“Meu amor! Mamãe sentiu tanta saudade, mamãe te ama muito meu anjo.”

“Tambem senti saudade Okaa-sama!”

As lembranças daquela semana vieram de uma vez na sua memoria, seu choro aumentou, não se importava se um dia seria um shinobi ou não, ele queria chorar, chorar a morte de sua mãe, a morte da pessoa que ele mais amava.....ele só queria ficar sozinho, Tobirama não seria uma boa companhia nesse momento e Kawarama nem estava em casa, ele ficaria louco em saber dessa triste noticia. Ele chorou, chorou quando sentiu que perderia sua amiga e que não veria nunca mais, bom, talvez não tão nunca mais.