Pra Sonhar escrita por KatherineKissMe


Capítulo 12
Capítulo 12




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Bia – 2 anos e 2 meses

No dia seguinte, quando Fatinha acordou, Bruno não estava no quarto. Bia tinha acabado de acordar e pulava na cama.

O relógio marcava dez horas da manhã.

–Bom dia, Beatriz. Posso saber por que a senhorita está tão bem humorada? –A loira perguntou.

–Tio Fera! Tia Rita! –Ela respondeu ainda pulando.

O casal de amigos havia prometido que levariam Bia ao cinema para ver um filme infantil que havia sido lançado recentemente.

–Então vamos tomar banho, tomar café da manhã, porque daqui a pouco eles chegam aqui para te buscar. –Fatinha disse se levantando.

A menina não reclamou e correu para o banheiro. Meia hora depois ela já estava com um vestidinho branco, com bolinhas verdes, azuis e pretas. Nos pés ela usava um tênis Oxford preto com meias ¾ brancas. Como o corte Chanel da menina não permitia grandes penteados, Fatinha só jogou a franjinha de lado.

–Nada de fazer bagunça, Bia. Você já está pronta pra sair, então a mamãe vai te ajudar, ok?! –A loira disse colocando a menina na cadeirinha.

Felizmente Beatriz não se importou de ser alimentada e aceitou de bom grado o iogurte, o bolo e a banana.

Fatinha levou a filha para escovar os dentes e logo depois Rita e Fera vieram buscá-la.

–Cuidem bem da minha filha, viu?! –A loira alertou. –Qualquer coisa me liguem.

Fera e Bia nem escutaram. Ambos falavam do filme incrível que iriam assistir.

–Pelo visto a Ritinha vai ter que ficar de olho em duas crianças hoje. –Fatinha pensou em voz alta, voltando para o apartamento.

Ela estava com preguiça de preparar o almoço e preferiu tomar um café da manhã reforçado.

Foi só então que ela parou para pensar na anormalidade que era estar sozinha em casa.

–E o Bruno nem sinal de vida. –Ela disse em voz alta pra espantar a solidão. –Provavelmente está curtindo a vida de solteiro.

A loira decidiu não se estressar e focou em uma faxina na casa. Pelo visto seria um domingo normal.

No entanto não foi exatamente isso aconteceu.

Quando Fatinha havia terminado de limpar os quartos, Bruno chegou todo sujo de poeira.

–Meu Deus, você estava aonde? Não! Não responda que eu não quero saber. Apenas vá tomar banho e não ouse entrar no quarto todo sujo.

O moreno obedeceu e foi direto para o chuveiro, parando apenas para deixar os seus pertences na mesa. Apesar de tenso, um sorriso brincava pelos lábios dele.

A mulher não se permitiu imaginar como ele havia ficado tão sujo e voltou à limpeza.

Quinze minutos depois, Bruno ainda não havia saído do banho e o seu telefone vibrava incessantemente. Fatinha bateu o olho no visor e viu quem ligava.

–Helen. –Ela disse em tom de deboche. –Que ligue dez milhões de vezes, me recuso a conversar com a outra.

A loira limpou a mesa de olho no telefone. Depois de insistir duas vezes, a tal Helen pareceu desistir. No entanto, pouco tempo depois a tela do celular ascendeu mostrando uma mensagem que havia chegado.

–Não vou ler. Não vou! –Fatinha disse curiosa, mas tentando ler a mensagem de longe. –Tudo pronto, estou te esperando.

Ela bufou depois de ler a mensagem, morrendo de raiva. Bruno saiu do banho naquele instante e ela passou direto por ele levando algumas coisas para a lavanderia. Por fim, ela foi para a cozinha pensando no que faria de almoço e atenta a qualquer movimento do rapaz.

–Já almoçou? –Ele perguntou saindo do quarto já devidamente vestido.

–Não, vou ver o que faço. –Ela respondeu.

Bruno pegou o celular e Fatinha observou discretamente. Ele aparentemente leu a mensagem e depois sorriu.

–Eu vou dar uma saída e daqui a pouco estou de volta. –Disse ele.

–Ok. –Ela respondeu escondendo a irritação.

Ela esperou ele sair para dar um grito de irritação.

–Canalha! –Ela esbravejou. –Quer saber?! Eu vou dar um pouco de vergonha na cara para esses dois.

Fatinha guardou as coisas que havia tirado da geladeira, pegou a sua bolsa e saiu. Ignorando o fato de estar usando um micro short de academia, ela pegou o elevador.

–Severino, o Bruno foi pra onde? –Ela perguntou

–Não sei. Ah! Olha ele ali. –O porteiro apontou para o moreno, que andava em direção à horta comunitária.

–Então ele encontra a outra na horta? Canalha! –Ela esbravejou seguindo o rapaz.

Quando Bruno entrou no espaço comunitário, Fatinha o perdeu de vista, mas não se preocupou. Ela apressou um pouco o passo, certa de que daria o flagrante.

Para a surpresa da loira, o rapaz não estava em nenhum lugar à vista. A irritação só aumentou enquanto ela procurava por ele. Não estava na estufa, então só sobrava a parte de trás da horta.

Fatinha foi para a trás de trás da estufa, onde encontrou uma pequena trilha que ela não conhecia.

–Quanto tempo faz que eu não venho nessa horta? –Ela se perguntou em voz alta, surpresa com a novidade.

Antes que a curiosidade a acalmasse, a loira se lembrou do que estava fazendo ali. Seguindo a trilha ela encontrou alguns materiais de construção empilhados em um canto, foi só então que ela reparou na casa que havia ali.

–Ah não! Se essa vadia estiver morando no fundo da horta esses dois vão ganhar muito mais do que vergonha na cara! –Ela disse nervosa. –Eu vou socar a cara do Bruno e quebrar todos aqueles dentes perfeitos.

Ela entrou pela porta dos fundos como um furacão.

–Helen, você é incrível. –Bruno disse de costas para a loira irritadíssima, olhando para alguma coisa que ela não quis ver.

–Então é hoje que eu vou conhecer a famosa Helen? –Ela perguntou debochada, deixando o ódio transparecer em cada palavra.

–Fatinha? O que você está fazendo aqui? –Ele perguntou alarmado quando a viu. –Não era pra você estar aqui.

–E era pra eu estar aonde?

–Eu... – O moreno tentou encontrar as palavras, mas perdeu a fala.

–E então, cadê a Helen? –Ela insistiu.

–Helen?

–Você sabe muito bem de quem eu estou falando. –Fatinha procurava qualquer foto que identificasse a dona da casa.

Por incrível que pareça, a casa sequer tinha móveis. Havia apenas alguns embutidos que foram construídos com a casa. A única coisa que parecia não pertencer a casa era um bilhete sobre a mesa.

A loira foi em direção ao papel, sentindo os olhos do rapaz sobre ela.

Espero que tenha gostado do resultado. O Pedro me ligou e eu tive que ir. Beijos! –Ela leu o bilhete em voz alta. –Quem é Pedro? A Helen também é comprometida?

–Oi? Do que você está falando? –Ele perguntou confuso, não conseguindo acompanhar o raciocínio dela.

–Achei que eu fosse a única corna da história. Pede a Helen o telefone desse Pedro? Parece que nós temos muitas coisas em comum. –Ela zombou.

Apesar de por dentro ela se sentir morta, por fora ela usava o seu sarcasmo como escudo.

–Fatinha, você está entendendo tudo errado! Eu posso te explicar tudo. –Ele disse entendendo o que ela dizia.

–Você teve a sua chance de se explicar e não aproveitou. –Ela disse. –Não sei nem o que eu estou fazendo aqui, não é como se nós ainda tivéssemos alguma coisa.

–Não fala assim, Fatinha! –O moreno segurou o braço dela. –Nós temos tudo! Eu te amo, minha loira. Eu amo a nossa família, amo você.

–Eu é que te peço pra não falar assim. –Ela disse sentindo os olhos marejar. –Mentiras só pioram a situação.

–Eu não estou mentindo. –Ele insistiu, mas ela puxou o seu braço, obrigando-o a soltá-lo.

–Estou indo para casa. Não devia ter saído de lá. –Fatinha disse se virando e indo até a porta.

–Mas você está em casa.

–Do que você está falando, Bruno? Você pode já se sentir em casa aqui, mas eu me recuso a chegar nesse nível. –Ela esbravejou. –Daqui a pouco vai me mostrar a sua cama e da Helen. Você tem um filho escondido no segundo andar, também?

–Você não está entendendo o que eu quero dizer.

–É claro que eu estou entendendo, você está inventando várias desculpas e eu não sou obrigada a ouvir. Tchau! –Fatinha alcançou a porta, abrindo-a.

Antes que pudesse sair da casa, Bruno a segurou pelo braço, virando-a para si e fechando a porta.

–Toda essa situação já saiu de controle. Eu vou te explicar o que está acontecendo de verdade e você vai me ouvir. –Ele disse olhando-a nos olhos.

A sinceridade e o desespero que estavam presente nos olhos do moreno foram o suficiente para silenciá-la.

–A Helen não é, e nunca foi minha amante. Eu sei que isso não é o suficiente então vou te explicar desde o inicio. –Ele fez uma pausa e respirou fundo. –Há mais ou menos um ano, nós tivemos aquele susto: você achava que estava grávida e nós nos desesperamos com a possibilidade de recebermos mais uma criança. Naquela época eu me senti inútil por não ter conseguido me estabelecer ainda e acabei percebendo que estava acomodado.

–Mas eu não estava grávida. –Ela o interrompeu.

–Não estava, mas a possibilidade me fez perceber várias coisas.

–Eu não estou entendendo aonde você quer chegar.

–Eu quero chegar ao momento onde eu percebi que nós precisávamos de uma casa. Um lugar com espaço pra Bia brincar e de preferencia nosso, sem aluguel. Eu passei um bom tempo pesquisando preços e olhando empréstimos, mas os preços estavam muito acima do nosso orçamento. –Ele contou. –Foi então que eu decidi pedi ajuda ao meu pai. Ele fez uma poupança pra mim e outra pra Ju assim que nós nascemos para usarmos quando precisássemos. Daí surgiu uma ótima oportunidade.

–Bruno, você está me confundindo cada vez mais. –Fatinha comentou.

–Você já vai entender. –Ele garantiu. –Quando nós começamos o projeto da horta, o meu pai procurou saber sobre a situação legal do imóvel, lembra?

–Lembro. Ele disse que o jardim abandonado fazia parte de uma casa em disputa familiar.

–Isso. Quando eu disse pro meu pai que estava procurando uma casa, mas que não estava conseguindo encontrar, ele deu uma sugestão. A casa da horta havia sido tomada, porque os impostos não estavam sendo pagos, e ela iria a leilão. Foi então que o meu pai começou a pesquisar sobre o assunto e nós descobrimos que a casa seria vendida por um preço baixo, já que ela estava em mau estado de conservação e a prefeitura precisava reaver o dinheiro urgentemente.

–E a casa é essa? –Fatinha olhava ao seu redor procurando o “mau estado de conservação”.

–A casa é essa. –Bruno disse com um sorriso orgulhoso. –Eu consegui compra-la no leilão. É claro que o meu pai me ajudou, já que para a compra ser efetivada o pagamento deveria ser imediato.

–Em que momento a Helen entra nessa história?

–Eu já estava chegando nessa parte. –Ele disse rindo da impaciência da namorada. –Depois que nós compramos a casa, estava mais do que óbvio que ela precisava de uma reforma urgente para se tornar habitável. E foi aí que a Helen entrou.

–Ela é pedreira? –A loira provocou.

–Não Fatinha, como eu já te disse inúmeras vezes, a Helen trabalha comigo lá no empresa. Ela é arquiteta também.

–Aí você vai me dizer que ela fez o projeto... Conta outra, Bruno! Você é arquiteto também. –A mulher estava torcendo para que tudo o que ele dizia fosse verdade, mas parte dela se recusava a acreditar que tudo era tão simples assim.

–Sim, eu sou arquiteto, mas a Helen é especializada em restauração de imóveis antigos. Quando eu comprei a casa, não tive sequer direito a visita. Eles mostraram algumas fotos do imóvel e foi isso mesmo. O problema é que a casa precisava de alguns reparos imediatos. Como a Helen já tinha experiência no assunto, pedi que ela desse uma olhada no lugar pra ver o que poderia ser feito. –O moreno viu que Fatinha ainda estava desconfiada e pegou o celular. –Eu tenho aqui umas fotos de como estava a casa antes e do projeto também.

As fotos que havia no celular de Bruno, eram de um casarão bem acabado. A reforma que havia sido feita no imóvel ficou espetacular. Eles conseguiram mudar quase tudo, sem mexer no estilo da casa – que por sinal era muito bonito.

–Então essa casa é sua? –Ela perguntou assustada com a enxurrada de informações.

–Essa casa é nossa! –Ele afirmou categoricamente.

–Mas e todo o mistério, as mensagens misteriosas da Helen? E-eu simplesmente não sei o que pensar de tudo isso. –Fatinha estava desesperadamente confusa.

–Todo o mistério, todas as noites trabalhando até tarde, tudo isso foi pra te fazer uma surpresa. Essa casa é nossa, meu amor. Nossa! E ela está pronta para ser mobilhada do jeito que você quiser.

–Nossa? –As lágrimas já escorriam pelo rosto da loira.

–Sim, a nossa casa! Com um quintal pra Bia brincar, para termos o São Bernardo do meu sonho, futuramente uma piscina, o jardim do jeito que você quiser... É aqui que nós vamos criar os nossos filhos. E pelo tamanho da casa podemos montar um time de futebol. –Ele brincou recebendo um tapa da namorada.

–Eu não sou uma égua parideira, contenha essa sua animação. –Ela disse enxugando as lágrimas.

Fatinha deu as costas para o homem e começou a explorar o ambiente. Ela deu uma volta pela ampla sala, pela cozinha, subindo para o andar de cima e encontrando quatro quartos, além dos banheiros. A casa estava vazia, mas era perfeita.

A madeira havia sido conservada em pontos estratégicos, e em outros, substituída por vidros e outros materiais. A mistura do moderno com o clássico era harmônica e tornava o ambiente perfeito aos olhos de Fatinha.

–Você não entrou em nenhum dos quartos. –Bruno comentou.

A loira não disse nada, apenas deixou que ele a puxasse pela mão em direção a uma das portas.

–E esse é o nosso quarto. –Ele disse abrindo a porta.

O cômodo estava vazio – assim como os outros –, e ainda não tinha sido pintado. O espaço era amplo, com uma janela enorme na parede que dava para o jardim dos fundos. Com pouco esforço, era possível ver a horta comunitária ao fundo.

Fatinha foi em direção a uma das duas portas laterais e encontrou um cômodo menor.

–A Helen insistiu que se eu queria te dar a casa dos sonhos, o nosso quarto precisaria de um closet. –Bruno disse rindo. –Eu conheço algumas empresas que trabalham com isso, mas achei que seria melhor se você cuidasse disso.

A loira apenas concordou balançando a cabeça e voltou pro quarto, indo em direção a outra porta. Ela estava obviamente no banheiro. Aquele era o ambiente onde era mais visível a restauração. A pia, o vaso, o chuveiro e a banheira – sim, havia uma banheira – seguiam o estilo vitoriano.

–Uau! –Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

–Nós trocamos o vaso e o chuveiro, mas tentamos achar algo que fosse próximo do estilo do banheiro. A pia e a banheira nós só restauramos. –Ele disse orgulhoso.

Ela ficou em silêncio, embasbacada com tudo o que havia visto. Algumas lágrimas teimavam em escorrer pelo rosto, mas Fatinha não estava preocupada com isso.

Quem estava preocupado na verdade, era Bruno. O silêncio da garota estava tirando ele do sério. Até então ela mal havia esboçado uma reação. Ele não tinha ideia do que se passava na cabeça dela, e começava a se preocupar com a possibilidade dela ainda estar magoada e decidida a terminar o relacionamento.

–Fatinha? –Ele a chamou entrando em pânico. –Pelo amor de Deus, fala alguma coisa! Você gostou? Odiou? Você pode mexer no que quiser. Se você quiser podemos até vender a casa e comprar outra.

–Cala a boca, Bruno! –Ela finalmente disse algo.

A mulher estava irada. O rosto dela demonstrava uma raiva que o moreno não esperava. De repente ela estava batendo no peitoral dele com força.

–Você nunca, nunca, NUNCA MAIS FAÇA UMA COISA DESSAS! –Ela gritou. -Bruno Menezes, você não faz ideia do quanto eu tenho sofrido nessas últimas semanas! Você foi o mais insensível e romântico de todos. Eu não sei se te dou um soco na cara ou se te encho de beijos. –Maria de Fátima estava tendo um pequeno surto.

–Eu prefiro a segunda opção. –Ele disse com um sorrisinho torto.

–Idiota! Nunca mais faça uma surpresa tão perfeita e maravilhosa assim. –Ela disse irritada, limpando as lágrimas que insistiam em escorrer.

–Então você gostou? –Bruno perguntou.

–Se eu gostei? Eu simplesmente amei! Amei tudo. Cada detalhe dessa casa é perfeito.

Antes que o moreno pudesse se expressar, Fatinha se decidiu pela segunda opção, e se jogou no colo do namorado, enlaçando o seu tronco com as pernas. A boca dela cobriu a sua com vontade e logo a língua dela pediu passagem. Bruno caminhou até a pia, sentando-a nela, retribuindo o beijo com a mesma vontade.

–Eu te amo, seu patife. –Ela disse quando o ar foi necessário.

–Eu também te amo, sua maluca. –Ele sorriu.

Fatinha voltou a beijá-lo, para parar logo em seguida. Bruno a olhou confuso.

–Você disse que restauraram a banheira, certo? –Ela perguntou e ele concordou sem entender a razão da pergunta. –E ela já está pronta para ser estreada?

O sorriso malicioso no rosto dela denunciou as suas intenções. O moreno jogou o pescoço pra trás em uma gargalhada.

–É impossível não amar você, cara. –Ele disse ainda rindo.

–Eu sei disso. –Ela disse convencida, descendo da pia e indo até a banheira.

Como Bruno não disse nada, ela apenas continuou o que fazia, abrindo a torneira e dando vasão a água, experimentando as temperaturas. Quando a água chegou no ponto ideal, ela deixou que a torneira fizesse o seu trabalho e voltou a atenção para o rapaz que a observava.

–Me chame de tarada se quiser, mas você não faz ideia do quanto eu senti a sua falta. –Ela disse caminhando em direção a ele, enquanto se desfazia da blusa.

O rapaz caminhou em direção a ela, com um olhar apaixonado e carregado de desejo.

–Minha tarada. –Ele disse a abraçando pela cintura e se aproximando do ouvido dela para sussurrar. –Eu sou tarado por você.

A resposta dada por Fatinha foi um beijo de tirar o folego, sendo seguido por roupas voando pelo cômodo. De repente ela perdeu o chão e estava no colo de Bruno, que a levou até a banheira. Ele entrou na água, sentando-a no seu colo.

A loira passou a explorar o abdômen bastante definido com as mãos e de repente começou a sorrir.

–Do que você está rindo? –Ele perguntou sentindo que a risada dela o contagiava.

–Eu me lembrei de uma coisa que me passou pela cabeça na primeira vez que eu te vi sem camisa. Foi quando nós ficamos pela primeira vez e você estava tão bêbado que dormiu. –Ela contou voltando a rir.

–E o que passou pela sua cabeça naquele dia? –Ele perguntou sorrindo com a lembrança.

–Quando eu te vi sem camisa, a única coisa que eu conseguia pensar era: “nesse tanque dá pra lavar até tapete”. –Ela contou gargalhando. –Você tem noção do quanto você me tira do sério, moreno? Você é gostoso demais e isso não faz bem pra minha sanidade.

Bruno gargalhou impressionado com as palavras dela.

–É você que não sabe o quanto me tira do sério. Até hoje eu não sei como eu consegui resistir por tanto tempo. –Ele disse dando uma leve mordida no queixo dela.

–Mas depois que você experimentou, ficou viciado. –Fatinha disse com um ar convencido.

–Eu sou viciado em você, minha gostosa. –Ele disse puxando-a para perto e beijando-a.

Os beijos começaram a ficar mais intensos e os pensamentos menos coerentes. Tudo o que eles precisavam naquele momento, era saciar a saudade na paixão.

–Nossa. –Fatinha disse quando conseguiu recuperar o folego, para logo começar a rir. –Olha a bagunça que nós fizemos!

Boa parte do piso do banheiro estava molhada. A torneira da banheira ainda estava aberta.

–Nossa Brunito, você que é todo politicamente correto, desperdiçando água desse jeito?! O planeta não agradece. –Ela provocou observando ele fechar a torneira.

–Foi por uma boa causa. –Ele disse com um sorriso malicioso.

Logo um telefone começou a tocar, chamando a atenção deles. Fatinha viu que era o seu e que ele estava em cima da pia.

Ela se levantou e saiu da banheira para atendê-lo.

–É a visão do paraíso. –Bruno disse e ela apenas rebolou mais.

–Oi? –Ela atendeu o telefone de costas para ele. –Oi Ritinha, já estão voltando pra casa?

–Não Fat, nós acabamos de sair do cinema. Eu estou te ligando porque as crianças estavam chateadas com um pedaço do filme e estão usando isso como desculpa para brincar nos brinquedos aqui. –Ela contou.

–Crianças? Quem mais está aí?

–Quando eu digo crianças, estou me referindo ao Fera e a Bia. O filme tinha uma cena triste logo no inicio, tipo Rei Leão quando o pai do Simba morre, aí logo que nós saímos do cinema, as duas crianças se juntaram contra mim implorando para ir nos jogos daqui do shopping. Tem problema eu levar a Bia aí só mais tarde?

Fatinha riu descrente.

–Não tem problema Ritinha, mas deixa eu falar com o Fera?

Claro, calma aí. –A garota pediu enquanto passava o telefone para o namorado.

–Oi Fatinha. Você deixou a gente ir nos jogos? –Ele perguntou empolgado.

–Depende... Me conta mais sobre a história do filme. –Fatinha pediu.

–Nossa, o filme é horrível! É um absurdo que um filme tão triste assim seja considerado infantil. Eu nunca chorei tanto na minha vida, a não ser quando o Scar matou o Mufasa. Filmes infantis não deveriam ser tristes, vou escrever uma carta pra Disney reclamando.

–Talvez um e-mail seja mais prático. –A loira tentava controlar o riso.

–Pode ser. Então, nós podemos brincar?

–Podem sim, mas cuida direito da minha filha, Frederico Massafera! –Ela esbravejou. –A Bia quer falar comigo?

–Então, enquanto a gente conversa ela já entrou na piscina de bolinhas. Não acho que ela quer conversar com você. Agora eu vou passar pra Ritinha porque eu também quero entrar na piscina de bolinhas. Tchau Fatinha! –Ele disse.

–Não sei qual dos dois é mais criança. –A sueca comentou voltando a linha.

–Boa sorte Ritinha. Você vai precisar.

A amiga apenas riu e se despediu.

–O que está acontecendo? –Bruno perguntou curioso.

–Nada demais. Apenas duas crianças se divertindo no shopping enquanto a tia Rita banca a babá.

–Duas crianças?

–É, até hoje acho que a minha teoria do Fera ser o Peter Pan é verdadeira. –Ela contou rindo e voltando para a banheira.

Fatinha se sentou entre as pernas de Bruno, encostando as suas costas do peitoral dele e descansando a cabeça no seu ombro. Os braços do moreno a abraçaram instintivamente.

–Você reparou que nós temos uma tendência de fazer as coisas na ordem errada? –Ele perguntou brincando com as mãos dela.

–Por que você diz isso?

–Bom, primeiro você ficou grávida, nós começamos a morar juntos para só depois eu te pedir em namoro. –Ele listou.

–E agora nós vamos nos mudar para uma casa nova e nem somos casados. –Ela completou rindo. –Nunca imaginei que o meu pai aceitaria uma situação como essa.

–Eu quero fazer as coisas na ordem certa pra variar. –Bruno disse sério.

Algo no tom de voz dele chamou a atenção de Fatinha. Ela se virou, podendo olhá-lo de frente.

–Como assim?

–Já faz alguns meses que eu tenho me preparado para esse momento, mas eu nunca consigo seguir o planejamento. Sempre tem algo para interromper ou atrapalhar, o que me faz pensar que talvez seja hora de parar de planejar e começar a agir.

–Do que você está falando? –Ela estava obviamente confusa.

Sem precisar deixar a banheira, Bruno esticou a mão e pegou algo no bolso da calça, que Fatinha não pode ver o que era.

–Quando a Ju foi pra Nova Iorque, eu pedi a ela um favor muito especial. Na verdade eu pedi que ela comprasse um presente muito importante pra mim. Ela demorou onze meses para encontrar o presente perfeito, mas quando ela me mandou a foto, eu tive certeza de que era exatamente aquilo que eu queria.

–Nossa, mas que presente complicado. –A loira comentou rindo.

–O presente em si não era complicado, o problema é que ele tinha que ser perfeito. –Ele contou.

Foi só então que Bruno deixou que ela visse o que estava em suas mãos. Não era nada grande, apenas uma caixinha aveludada.

–Eu deveria fazer o pedido de um jeito mais romântico, mas não vou conseguir segurar. Nós somos um casal todo errado, não é?! Mas eu não consigo imaginar um dia da minha vida em que eu não esteja com você. Seja errando ou aprendendo, eu não vejo um futuro sem você. Eu não imaginei nem nos meus melhores sonhos que o amor pudesse ser algo tão maravilhoso, e agradeço todos os dias por ter encontrado você. –Ele disse. –E eu quero que você seja minha, mais minha. Pra sempre minha. Já tenho você como o meu amor, a mãe dos meus filhos, a minha melhor amiga e companheira, mas eu quero mais.

–M-mais? –A voz dela tremia e os olhos já estavam carregados de lágrimas.

–Eu quero que você seja a minha esposa. –Ele disse abrindo a caixinha aveludada. –Maria de Fátima dos Prazeres, você quer casar comigo?

Ela encostou no belíssimo anel com medo de que tudo aquilo fosse um sonho. Um sonho maravilhoso.

–Você aceita ser a senhora Menezes? –Ele perguntou novamente.

–É claro que eu aceito! –Ela deu um gritinho se jogando nos braços dele e enchendo o seu rosto de beijos. –Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo!!!

Bruno colocou a aliança no dedo dela com um olhar orgulhoso, para depois puxá-la para um beijo profundo.

Eles se separaram com selinhos e Fatinha recostou a cabeça no ombro dele olhando para o anel no seu dedo.

–É agora que nós decretamos falência? –Ela perguntou.

Bruno jogou a cabeça para trás gargalhando.

–Talvez. Que tal nós curtirmos mais um pouco o momento? –Ele propôs puxando ela para si. –Minha noiva.

–Sua, só sua.

(...)


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Notas finais do capítulo

O anel de noivado baphô da Fatinha: http://www.harrywinston.com/store/engagement/diamond-rings-2/products/tryst-round-brilliant-diamond-engagement-ring

Sou só eu, ou os anjos estão fazendo um coro de Aleluia? KKKKKK
Não gente! Eu não morri, nem fui abduzida por alienígenas, nem engolida pelo mostro da geladeira. Abandonar a fic também não foi uma opção.
A verdade é que aconteceram algumas mudanças na minha vida e eu tive que me reajustar a esse nova rotina. A novidade é que eu não tenho tido tempo pra mais nada. Nunca estudei tanto assim na vida, sério mesmo...
Enfim, esse é um ano que eu preciso me dedicar MUUUUITO aos estudos. Essa é a minha grande prioridade. Infelizmente, o meu tempo dedicado a escrita está cada vez menor, mas eu prometo colocá-lo no meu cronograma.
Prometo desde já não abandonar a fanfic. Posso até demorar, mas abandonar nunca!

Agora vamos falar de coisa boa. Quem tá acompanhando ADH?
Marlili existe Braseeeeeeeeeeel! É real! É namoro! É pegação! É amor! É fooooooogoooooo! Parei, eu juro.
Para os que torcem por Wilili, apenas o meu "sinto muito". Marlili é maior do que eu.

Caso tenha sobrado alguma leitora junto com as teias de aranha criadas nessa fic, COMENTA???
Obrigada e beijo.

Ps: e finalmente saiu o noivado que vocês tanto queriam *--*