Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi! Espero que estejam gostando... Mandem reviews e me façam feliz :)



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Uma semana depois, Melanie se encontrou com Savanah num bar.

- Está atrasada. – Savanah disse.

- Eu sinto muito, estávamos investigando um caso.

- Eu te perdoou, mas só desta vez. – ela riu. – garçom? Traz duas cervejas pra gente? – ela pediu.

- Onde está sua namorada?

- Saiu com uns amigos.

- Entendi. E a sua vida, como anda?

- Bem. A vida naquele hospital não é fácil, mas é a minha vocação. – Savanah era médica. – e a sua vida? Como você tá? E aquele “Deus do Olimpo” que você estava aquele dia?

- Ah, eu estou levando. E o que tem o Flack?

- Vocês transaram?

- Savanah! – ela brigou. Nessa hora, o garçom chegou com a as bebidas.

- O que? Eu percebi o jeito que ele olhava pra você. Estava arrancando suas roupas com os olhos.

- Não tem nada a ver, nós só estávamos conversando.

- Tudo bem. Mais a conversa terminou na cama? – ela insistiu. Melanie estava acostumada com o jeito espontâneo de Savanah, então levou na brincadeira.

- Se um dia nós transarmos, o que eu acho difícil, vai ser a primeira a ficar sabendo dos detalhes. Eu te prometo.

- De mindinho e tudo? – ela disse esticando o dedo mínimo, como as duas faziam quando eram crianças.

- De mindinho e tudo.

- Vamos falar sério agora, você não me parece muito legal.

- Ah, desde quando o Peter se foi tem sido assim. Tenho dias bons, outros nem tanto.

- Eu sinto muito. Você está sendo forte, Mel. Não sei se eu aguentaria suportar uma situação dessas. Você se tornou uma mulher muito forte. Nem eu acredito quando eu te vejo. Fico me lembrando daquela menininha doce e inocente da primeira série, que chorava quando puxavam o rabo de cavalo dela, ou quando pegavam sua boneca no dia do brinquedo. Não parecem a mesma pessoa.

- A gente aprende a enfrentar nossos medos.

- Sim. – quando estavam dando o último gole na cerveja, escutaram alguns gritos e uma freada leve.  

- O que está acontecendo? – Melanie perguntou, se levantando.

- Eu não sei, vamos ver. – as duas foram até o lado de fora do estabelecimento e viram uma grande movimentação. Melanie mostrou o distintivo e as pessoas deram passagem. Viu um corpo de uma jovem ruiva, caído no meio da rua. Havia sido atropelada por um táxi, que havia parado.  Savanah abaixou-se perto do corpo e sentiu sua pulsação. Fez um gesto negativo para Melanie, dizendo que ela já estava morta.

- Olha, eu não tive culpa. Ela atravessou bem na hora que eu estava passando, eu tentei frear, mas era tarde demais. – disse o taxista, atordoado.

- Tudo bem senhor. – Melanie disse. Pegou o celular e discou para a homicídios. Em poucos minutos, Flack já estava lá, junto com Stella.

- O que aconteceu? – Flack perguntou, virando-se para Melanie.

- O taxista disse que a moça atravessou bem na hora que ele estava passando. As marcas no asfalto indicam que ele tentou parar.

- Encontrou algum documento?

- Não, eu nem encostei no corpo ainda, porque estava sem minha maleta.

- Tudo bem. A sua maleta está com a Stella.

- Ah, obrigada. – ela foi à direção que Stella estava, pegou a maleta e começou a trabalhar.

- Mel? – chamou Savanah, que ainda estava lá.

- Oi Savanah.

- Eu tô indo. Depois eu te ligo. – ela disse jogando um beijo para a amiga. 

- Tudo bem. Se cuida. – Savanah foi embora e Melanie começou a tirar fotos da cena.

- Ela não tem nenhum documento. Mais olha, ela tem uns furos de agulha nos braços e alguns hematomas no pescoço, que sugere estrangulamento.

- Será que ela era viciada em alguma droga?

- Provavelmente. Tem vários arranhões nos braços e nas mãos, o que sugere que ela lutou.

- Então isso aqui não foi um acidente?

- Acho que não. – as duas terminaram de analisar a cena e voltaram para o laboratório.

- Melanie? – chamou Flack.

- Sim?

- A Lindsay encontrou essa mochila a três quarteirões da cena do crime. – disse me entregando a mochila.

- Obrigada, Flack. – ela abriu a mochila e encontrou um vestido florido, óculos escuros, absorventes e uma carteira.

- Hum... Nina Kuznetsova.

- Falando sozinha? – disse Sheldon, aparecendo do seu lado.

- Oi doutor. A nossa vítima é Nina Kuznetsova. Ela era russa. Dezoito anos.

- Vou procurar na base de dados se alguém informou o desaparecimento dela na polícia.

- Okay. – Melanie revirou a bolsa e encontrou uma carta. Ela abriu e leu.

Querida mamãe, eu deveria ter te escutado. Eu preciso da sua ajuda. Por favor. Eu te amo, Nina.

- Encontrou algo? – perguntou Mac.

- Na verdade, sim. Olha essa carta. Parece um pedido de socorro.

- Parece sim. Para onde ela era endereçada?

- Moscou. Para uma mulher chamada Anastacia Karpienko... Espera!

- Algum problema?

- Essa menina é minha prima... – ela disse saindo da sala. Mac foi atrás.

- Oi Danny.

- Ah, oi eu já ia te procurar. Eu estava analisando pra ver se a Nina tinha algum parente no sistema e...

- Você encontrou? – ela perguntou.

- Sim. Ela é sua prima...

- Quando eu vi o nome do destinatário da carta, eu suspeitei.

- E você não a conhecia?

- Eu não me lembro nem do rosto da mãe dela. A última vez que eu vi meus tios foi no funeral da minha mãe. Faz muito tempo...

- Tudo bem, então. Os pais dela moram na Rússia?

- Sim, mas eu posso conseguir um telefone pelo endereço.

- Ótimo. – disse Mac.

- Só que tem um detalhe. – Melanie observou. – eu não falo russo.

- Isso não será problema. Vamos procurar a embaixada.

- Tudo bem, então. – Melanie desceu até a cantina do departamento e foi tomar um café, pois a madrugada seria longa. Sentou-se numa mesa e logo, Flack apareceu e se sentou junto com ela.

- Posso sentar aqui?

- Fique à vontade.

- Obrigado. – ele agradeceu e se sentou. Tinha aparência muito cansada. Os olhos estavam vermelhos e tinha olheiras.

- Você está dormindo?

- Não.

- Você precisa descansar. Está com uma aparência péssima.

- Porque se importa tanto comigo?

- Porque eu não gosto de ver uma pessoa se destruir.

- Eu não estou me destruindo, Melanie.

- Está sim. Sabe quantas pessoas dariam a vida pra ter a saúde que você tem? E você fica ai, bebendo, transando com qualquer prostituta peituda que você encontra na rua. Não dorme, não se alimenta. Você tem que tomar cuidado, sabia?

- Você é engraçada.

- Eu não estou achando graça em nada. – ela disse séria.

Eles ficaram em silencio até que uma mulher apareceu.

- Melanie Lewis?

- Sim, sou eu. E a senhora quem é?

- Anastacia Karpienko. Você não deve se lembrar de mim. – disse com sotaque russo.

- São muito vagas as lembranças que eu tenho de você, mas...

- Você precisa me ajudar. A minha filha... Nina.

- Olha, tia...

- A Embaixada fez contato com meu marido agora pouco. Eu estou aqui em Nova York há três dias. Não paro no hotel. Espalhei cartazes com fotos dela pela cidade inteira, informei a policia do seu desaparecimento. Estou desesperada.

- Tia, nós encontramos a Nina.

- Ai meu Deus! Onde ela está? Ela está bem? Está ferida?

- Infelizmente ela...

- Oh Céus! Ela está morta?

- Eu sinto muito. – a mulher se sentou na cadeira e começou a chorar.

- Onde ela está? Eu quero vê-la.

- Venha comigo. – Melanie disse levando a tia até a sala de autópsia.

- Oi Sid. – Melanie disse.

- Oi Melanie.

- Pode descobrir o corpo pra mim? – ela pediu e ele tirou o lençol. A mulher se aproximou do corpo e tocou a testa gelada da moça.

- Ah, minha Nina. O que fizeram com você? Eu disse que era perigoso ir para outro país sozinha, mas você não me ouviu. Ah, como eu queria voltar no tempo e te impedir de fazer esta loucura. Eu te amo, meu amor. Eu te amo. – ela disse dando um beijo na defunta.

- Eu sinto muito, senhora. – disse Sid, que estava visivelmente emocionado.

- Obrigada.

- Tia, eu sei que é uma hora dolorosa, mas eu preciso te fazer algumas perguntas.

- Vou fazer o possível para colaborar. – Melanie a levou até a sala de interrogatório, onde Flack estava. 

- Tia, a senhora pode me contar como a Nina veio parar aqui em Nova York?

- Claro. Nina estava voltando do ballet quando uma mulher estrangeira a parou na rua. Disse que ela era muito bonita e que daria muita sorte como modelo nos Estados Unidos. Ela deu o telefone dela para Nina e disse que trabalhava numa grande agência de Nova York e estava à procura de novos talentos. A Nina se animou, porque esse era o seu sonho. Ser modelo. A mulher foi na nossa casa e fez nossa cabeça e a cabeça da Nina. Até que o Dimitri, meu marido concordou com essa loucura. Nós devíamos ser mais atentos. Como eu me arrependo.

- E ela deu notícias quando chegou aqui?

- Não. Ela só ligou quando chegou, depois nunca mais entrou em contato. Por isso que eu vim.

- Entendi.

- Nós vamos entrar em contato, senhora. – disse Flack.

- Tudo bem. – ela ainda estava chorando.

- Se quiser companhia, eu te levo até a casa do meu pai. – Melanie ofereceu.

- Eu não quero incomodar, meu bem. Eu fico no hotel, esperando Dimitri. Obrigada.

- De nada. – Melanie e Flack saíram da sala e a deixaram lá.

- Sabe o que isso está me cheirando? – começou Flack.

- O quê?

- Tráfico de pessoas.

Melanie foi para a sala de autópsia para saber a causa da morte.

- Oi Sid, já sabe a causa da morte?

- Já sim, Melanie. Ela tinha indícios altíssimos de heroína na corrente sanguínea. Mais essa não é a causa da morte. Ela tem um hematoma no pescoço consistente com estrangulamento. E eu já descobri o que a matou.

- Como você é eficiente, doutor.

- Obrigado. – ele pegou a mochila que Lindsay encontrou e passou sua alça pelo pescoço da garota.

- Foi a alça da mochila que a matou?

- Exato.

- Oi gente. – disse Lindsay entrando na sala. – eu encontrei duas parciais: uma na carta e pertence à Robbin Stelle, ele já foi preso por tráfico de drogas. Ele tem uma boate aqui perto. A outra encontrei na alça da mochila e é masculina, mas não está no sistema. – ela disse entregando o tablet a Melanie.

- Okay. Vamos até essa boate, então. – disse Melanie indo para o elevador.

- Eu vou com você. – disse Flack, andando atrás dela.

- Tudo bem. – os dois entraram no elevador. Chegaram à tal boate vinte minutos depois. Eles entraram e procuraram Stelle. Flack o avistou de longe, com uma mulher loira.

- Stelle? – ele disse.

- Depois a gente se fala, gata. – ele disse para a moça e ela foi para o outro lado. – Detetive Flack? A que devo a honra da sua visita? – disse o homem negro de quase um metro e noventa, que estava com um olho roxo.  

- Conhece a garota? – ele disse entregando-lhe uma foto de Nina.

- Nunca a vi.

- Force a memória. – disse Melanie.

- Quem é a sua amiga? Nunca a vi... – disse olhando Melanie de cima em baixo.

- Sem gracinhas, Stelle. – disse Flack.

- Nunca vi essa garota.

- E como suas digitais foram parar numa carta escrita por ela? – pressionou Melanie.

- Olha, eu...

- Você fornecia drogas para o cara que a mantinha refém? Ela era escravizada.

- Podemos conversar em outro lugar? – ele disse.

- Vamos para a delegacia.

Os três foram para a delegacia e lá, Robbin contou o que sabia.

- A garota me pediu para colocar esta carta no correio. Ela parecia estar muito assustada. Então, eu peguei a carta, mas quando eu fui guardá-la, o cara que levou as meninas na boate a arrancou da minha mão e ainda por cima, me deu um soco. Filho da mãe.

- Eu quero nomes, Stelle.

- Eu não sei.

- Eu não tenho o dia inteiro. – disse Flack, com rispidez.

- Ben. O nome dele é Ben Waynes e eu vendo heroína a ele.

- Onde ele mora? – Melanie perguntou.

- Não sei. Mais eu fui até uma fábrica de cerveja abandonada algumas vezes encontrá-lo.

- Onde?

- Não é muito longe daqui, vou te dar o endereço.

- Está disposto a nos ajudar, Robbin? – ela disse.

- Depende.

- Marque um encontro com Ben. Lá na fábrica de cerveja.

- O que eu vou ganhar com isso?

- A gente não vai pegar no seu pé durante um tempo. – disse Flack.

- Fechado. – ele disse.

No dia seguinte, o esquema estava armado. Robbin marcou com Ben e a equipe de Mac ficou circulando pela área, à paisana.

- E ai, cara, trouxe a mercadoria? – perguntou Ben.

- Tá aqui, irmão. Se quiser conferir. – ele disse entregando-lhe uma caixa.

- Tá aqui seu dinheiro.

- Valeu. – os dois se cumprimentaram e Robbin foi embora. Quando Ben estava se preparando para entrar na fábrica, a polícia o cercou.

- Ben Waynes, coloque suas mãos para atrás e se ajoelhe. – ordenou  Mac.

O homem se ajoelhou e colocou as mãos atrás da cabeça. Flack foi até ele e o algemou.

- Você está preso pelo assassinato de Nina Kuznetsova. Tem o direito de permanecer calado. Tudo o que você disser será usado contra você no seu julgamento. – o homem não esboçou qualquer reação. Entrou na viatura em silêncio e permaneceu em silêncio no trajeto até a delegacia. Enquanto isso, Melanie, Stella, Lindsay, Danny e Sheldon soltavam as outras garotas que eram mantidas presas.

- Gracías. – disse uma moça morena à Sheldon.

- Vocês não sabem o quanto a gente esperou por este momento. – disse outra, com sotaque britânico.

- Vocês poderão ir para casa. Seus parentes já foram avisados. – disse Danny.

- Ele a matou, não é? – disse uma moça de cabelo preto, com sotaque russo. – a Nina, ela está morta?

- Está. – disse Melanie, com tristeza

- Você tinha que conhecê-la. Éramos amigas desde o primeiro ano. Eu cheguei aqui dois meses antes dela. – a menina disse, chorando. – você está triste. –observou. 

- O assassino está preso e vai ficar na cadeia para sempre. Eu estou triste porque Nina era minha prima.

- Sério? Ela nunca me contou que tinha uma prima americana.

- Nós não nos conhecíamos. Não tenho muito contato com meus parentes de Moscou.

- Entendi. Obrigada, detetive. – ela agradeceu, dando-lhe um abraço.

- Não precisa agradecer.

Melanie e os outros voltaram para  delegacia e quando ela estaca pronta para ir embora, Anastacia e Dimitri apareceram.

- Oi Melanie. Esse é o meu marido, Dimitri.

- Muito prazer. – ela disse apertando-lhe a mão.

- Obrigado por prender o assassino da nossa filha. – o homem disse.

- Nós só fizemos o nosso trabalho.

- Obrigada, Melanie. – a mulher disse lhe dando um abraço.

- Eu desejo toda a força do mundo para vocês. Eu sei bem o que vocês estão passando.

- Eu me lembro de Esther todos os dias da minha vida. – ela disse.

- Eu também, tia. Eu também. – Melanie entrou no elevador e foi para casa. Tomou um banho gelado e colocou uma camisola bem confortável. Abriu uma garrafa de vinho e colocou o CD In Utero do Nirvana pra tocar.  Sentou-se no sofá, colocando os pés na mesinha de centro. Relaxou ao som de All Apologies, até o vizinho do lado ir reclamar da altura que o som estava. Ela desligou o aparelho e foi dormir. 


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