Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418021/chapter/5

Algum tempo depois, a equipe de Mac estava investigando um caso terrível de homicídio num orfanato, o que deixou Melanie muito sensibilizada. Sete crianças entre seis e doze anos haviam sido brutalmente assassinadas, enquanto dormiam. Melanie estava processando as provas do crime quando Flack entrou na sala.

– Melanie, o Mac quer te ver.

– Estou trabalhando agora, não posso abandonar. – ela disse sem tirar os olhos da evidência.

– Ele quer te ver agora. – insistiu.

– Mais que inferno! Temos um assassino à solta e eu quero prendê-lo. – ela disse largando o que estava fazendo e indo até a sala do chefe.

– Mac? O Flack disse que você queria falar comigo.

– Sim. Você está fora do caso.

– Como? Será que eu entendi direito? Você não pode me tirar do caso! Eu quero pegar esse desgraçado.

– Eu quero pegá-lo tanto quanto você. Mais está levando este caso para o lado pessoal. Está obcecada, Melanie. É melhor você ir para casa esfriar a cabeça.

– De jeito nenhum, Mac, eu sinto muito, mas eu preciso...

– Por favor, Melanie. Eu não estou duvidando da sua capacidade, porque você já me provou inúmeras vezes que é uma detetive muito competente, mas se você levar este caso muito para o lado pessoal, vai acabar atrapalhando as investigações.

– Okay. Tudo bem. – ela disse saindo da sala, com muita raiva. Foi até o vestiário e pegou suas coisas. Sua moto estava quebrada, então teve que esperar um táxi, pois já passava das duas da manhã e não havia mais metrôs. Quando finalmente o táxi passou, sentiu alguém pegar no seu braço e puxá-la. Olhou para trás e viu Flack.

– O que foi? – ela disse, brava. – eu tenho que ir para casa.

– Vamos, eu te levo. Você precisa de alguém para conversar.

– Mais eu...

– Deixe de ser teimosa!

Melanie dispensou o táxi e entrou no carro de Flack.

– Minha casa não fica desse lado. É do outro lado.

– Eu sei. Vamos para a minha casa.

– Porque está me levando para a sua casa?

– Eu tenho uma garrafa de vinho lá e eu não vou bebê-la sozinho.

– Do jeito que você está, eu te garanto que vai.

– Cuide da sua vida, Melanie.

– Desculpa.

Os dois chegaram à casa de Flack e entraram.

– Fique á vontade. – Melanie se sentou no sofá. Observou uma foto em que Flack estava com uma moça muito bonita.

– Quem é essa? – ela perguntou.

– Ah, é a Sam. Minha irmã mais nova.

– Hum.

– Toma. – disse entregando-lhe a taça com vinho.

– Obrigada. – ela bebericou o vinho e ele se sentou ao seu lado.

– Você fica muito sensível com casos que envolvem crianças, não é?

– Dá para notar?

– Muito.

– Eu não sei... Eu não sei explicar. Sempre fui muito emotiva, mas quando aparecem casos assim, eu fico pior.

– Eu te entendo. Eu também não gosto de ver cenas como as que vimos naquele orfanato, mas eu tento deixar as emoções de lado.

– Eu não consigo. Você está vendo? É só eu me lembrar, que eu começo a chorar como uma criança.

– Não chore. – ele disse passando o dedo delicadamente sobre a bochecha dela, secando a lágrima. – você tem um belo sorriso.

Ela ficou um pouco sem graça e por isso, se levantou.

– Acho que está ficando tarde, é melhor eu ir embora. – ela disse deixando a taça de vinho na mesa e caminhando até a porta, mas Flack puxou seu braço, fazendo com que seus corpos se tocassem. Seus rostos ficaram a centímetros de distância. Os dois se olhavam fixamente. O coração dela batia forte e suas pernas tremiam.

– Eu te deixo nervosa, Lewis? – ele falou, sem tirar os olhos dos olhos dela.

– Você se acha demais.

– Então porque está tremendo?

– Isso é impressão sua.

– Ah, é?

– É. Você pensa que toda mulher quer ir para a cama com você não é? Isso é um absurdo porque... – ele a calou com um beijo cheio de desejo. Eles andaram um pouco, até que Flack encontrou uma parede, onde encostou Melanie. Só pararam quando o fôlego foi necessário.

– O que você estava dizendo mesmo?

– Vai para o inferno! Você não devia ter feito isso. – ela disse andando outra vez em direção à porta. Mas Flack puxou seu braço novamente, com mais força.

– Está tão cedo, Lewis. Não vá agora. – ele a beijou novamente, dessa vez com mais intensidade e desejo. O corpo dele desejava o dela. E o dela também. Ele enlaçou as pernas de Melanie em seu quadril e a levou para o quarto. A colocou na cama e começou a desabotoar sua blusa.

– Não devíamos fazer isto, Don. Não é certo.

– O que é certo e o que é errado, Mel? – ele disse beijando seu pescoço, o que fez seus pelos arrepiarem. Logo estavam quase despidos e nada mais importava. Flack analisava cada ponto do corpo da bela mulher que estava timidamente deitada em sua cama, apenas com um lingerie preta que deixaria qualquer homem maluco. Ela era tão pequena, tão delicada. Seu perfume o entorpecia, era pior do que qualquer droga. Ele foi até o armário do banheiro e colocou um preservativo. Quando voltou, ela estava lá na mesma posição, olhando para o teto. Ele deitou-se ao seu lado e começou a distribuir beijos por sua barriga, até chegar aos seios. Ele tirou o sutiã e jogou no chão. Logo, chegou à calcinha, onde tirou com delicadeza. Olhou para Melanie e ela deu um sorriso cheio de malícia, fazendo-o perceber que ela estava querendo aquilo tanto quanto ele queria. Quando Melanie o sentiu dentro dela, seu corpo pegou fogo, nada mais fazia sentido, nada mais importava. Ela cravou suas unhas nas costas dele quando chegou ao êxtase. Depois, ela deitou sua cabeça no peito de Flack e os dois adormeceram. Ela acordou um pouco desnorteada. Abriu os olhos e viu quem estava do seu lado, com as pernas enroscadas nas pernas dela. Olhou para o relógio e eram sete horas em ponto. Saiu cuidadosamente da cama e colocou suas roupas. Desceu, pegou sua bolsa e foi embora. Ela chegou em casa, ligou o rádio e colocou o mesmo CD In Utero, do Nirvana que ouvira noites atrás e foi direto para o banheiro tomar banho. Deixou que a água morna caísse durante dez minutos sobre seus ombros enquanto tocava Heart Shaped Box. Vestiu-se e foi para o trabalho.

– Bom dia, Mel.

– Oi Adam, como vai?

– Bem. Eu sinto pelo Mac ter te tirado do caso do orfanato.

– Vocês não encontraram nada ainda?

– Não.

– Droga! Quem fez isso vai pagar. Eu não sei como alguém tem coragem de tirar a vida de crianças inocentes.

– Eu também fiquei abalado. – nessa hora, ele recebeu uma mensagem. – o Mac tá me chamando. Eu tenho que ir.

– Pode ir. – ela ficou sozinha no vestiário. – você é muito idiota, Melanie. Não deveria se entregar desse jeito. O que você fez? – disse para si mesma.

– Falando sozinha, Lewis? – disse uma voz conhecida que a fez pular.

– Ah, oi Flack. Eu já estava indo pra lá. – ela disse caminhando até a saída, mas ele puxou seu braço.

– Porque você foi embora e não me avisou? – ele perguntou.

– Eu, eu... Olha, nós não devíamos ter feito aquilo, foi tudo uma loucura!

– Eu achei bem divertido, pra te falar a verdade. Foi maravilhoso.

Melanie se surpreendeu.

– Se eu dissesse que foi ruim, eu estaria mentindo, porque foi realmente muito bom, mas não deveria acontecer outra vez.

– Eu não penso assim.

– Eu sei que você está me usando pra esquecer o que aconteceu com a Angell.

– Isso não é verdade.

– Claro que é! – ela disse brava.

– Eu nunca usaria uma mulher para esquecer outra.

– Não foi o que você fez com aquelas prostitutas que você saiu.

– Elas são diferentes, Mel. São pagas para fazer isso. Elas só querem dinheiro. Nada mais.

– Eu preciso ir, Don.

– Tudo bem, então. Mais...

– Mais o quê?

– Seu sutiã ficou em casa.

– Sério? – Mel não havia percebido que tinha saído da casa dele sem sutiã.

– Sim. Vai lá buscar. Hoje à noite. – disse num tom malicioso.

– Nem venha com esse papinho. Eu sei o que você quer. – ela saiu e o deixou sozinho.

– Porque está tão brava? Eu não fiz nada de errado. – ele disse a seguindo.

– Por favor, me deixe sozinha, eu preciso pensar. – disse entrando no elevador.

– Como quiser. – ela foi para o térreo, pegou um táxi até a casa de Savanah. Sabia que ela estava de folga naquele dia, então resolveu ir conversar um pouco com ela. Bateu não porta e a amiga não demorou para atendê-la.

– Mel? O que faz aqui?

– Você está sozinha?

– Sim, a Bonnie acabou de ir embora.

– Posso entrar?

– Claro. Você parece assustada. O que você tem? – ela disse fechando a porta.

– Eu preciso desabafar com alguém.

– O que houve?

– Sabe quando eu te disse que quando eu fosse para a cama com o Don você seria a primeira a saber?

– Ai meu Deus. Eu não acredito! Sua vadia safada! Me conte todos os detalhes!

– Porque está tão animada?

– Ele é ruim de cama?

– Não! Ele é... Sensacional. Só que eu não estou me sentindo à vontade com esta situação.

– Por quê? Ele é um gato.

– Não é por isso, Savanah. É que eu sinto que ele está me usando para esquecer a ex- namorada dele.

– Ai, ele tem uma ex?

– Ela foi assassinada no mesmo mês que o Peter morreu. E ele anda agindo estranho desde lá. Vive bêbado, anda com prostitutas, falta no trabalho, não faz a barba...

– Mais, como foi?

– Você pode parar de pensar nisso um segundo?

– Ai, eu quero saber dos detalhes. O que ele fez?

– Savanah, por favor. Eu não fico perguntando à você como que a Bonnie é na cama, fico?

– Não, porque você sempre foi tímida em relação a estes assuntos.

– Eu sei.

– Fala um pouquinho... Você sabe que eu sou curiosa.

– Ele é sensacional. Foi estranho, porque nossos corpos se encaixaram perfeitamente, como peças de um quebra cabeças. O simples toque dele já me deixou completamente fora de mim. Eu perdi meu juízo, Savanah. Meu corpo parecia que ia pegar fogo. Ele é muito vigoroso.

– Olha, só de você falar, eu fiquei arrepiada. Se eu não fosse lésbica, eu juro que eu tentaria alguma coisa. Detetives são sempre sexys.

– Você não tem jeito. E o pior é que o meu sutiã ficou na casa dele e ele quer que eu vá buscar.

– Ele quer te seu corpo de novo! Olha o que você provocou neste cara, Melanie. Estou impressionada e orgulhosa.

– Savanah!

– Desculpa, Mel. Eu não consigo me controlar. – ela riu.

– Não tem graça. Eu acho que vou embora.

– Como quiser. O que você precisar, pode contar comigo, você sabe, não é?

– Sei. Obrigada por me ouvir. – ela pegou outro táxi, pegou sua moto na oficina e foi para casa. Arrumou algumas coisas e fez uma boa faxina. Quando deu oito horas da noite, decidiu ir para a casa de Flack pegar seu sutiã. Parou a moto na calçada e viu que a luz estava acesa. Olhou pela janela e viu uma mulher ruiva com um micro vestido sentada no sofá. E Don estava ao seu lado, beijando seu pescoço. Ela subiu na moto e foi embora.

– Idiota. – ela murmurou para si mesma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Recomeçar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.