Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 29
Capítulo 29




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A saudade que Melanie sentia do pai era imensa, mas ela tinha que seguir a vida. Uma semana depois do funeral, ela voltou para o laboratório.

– Oi Mel. – disse Adam. – você tá legal?

– Estou sim, Adam. Obrigada por se importar. – ela disse dando um sorriso.

– Eu sinto muito por seu pai.

– Não sinta. Pelo menos ele não ficou sofrendo.

– Isso é verdade.

– Detetive Flack, que bom te ver. – disse Jo dando-lhe um abraço.

– Bom te ver também, Jo.

– E as crianças? Como vão?

– Bem. Eu consegui uma vaga no berçário da escola em que a Hazel estuda para o Noah. Ficou mais fácil pra gente.

– É mesmo. Temos um chamado. Pronta pra voltar?

– Prontíssima.

Meia hora depois, as duas passavam pela faixa amarela que isolava a cena do crime, uma casa velha de madeira no Bronx, onde uma jovem moça fora encontrada brutalmente assassinada, por um vizinho.

– Bom, não sabemos a identidade de nossa vítima. – disse Don. – ela foi encontrada por aquele cara ali, seu nome é Diego Hernandéz, ele mora na casa ao lado. Ele disse que escutou uns gritos, mas não se importou, porque era rotina. Depois, ele saiu de sua casa e viu a porta aberta e a moça caída. Foi ele quem chamou a polícia.

– Ela deve estar morta há pelo menos três horas. – disse Sheldon. – levando em consideração que agora são sete da manhã, o assassinato ocorreu às quatro.

– Ela tem uma perfuração profunda no abdômen. Feitou por uma faca de serra, talvez. – disse Mel se aproximando do cadáver. Começou a tirar fotos e a recolher as evidências. Quando estava saindo do local, ouviu Mac e Don cochicharem.

– Será que ela faz parte do bando? – perguntou Mac.

– Não sei, nunca a vi. Talvez fosse uma refém deles.

– Procure se informar.

– Pode deixar.

Ela foi para o laboratório e deixou a conversa para lá. Jogou as digitais da vítima no sistema e encontrou alguma coisa.

– Mac! Pode vir até aqui um segundo? – ela chamou, enquanto Mac passava no corredor.

– Alguma novidade?

– Sim. Eu estava procurando alguma combinação da nossa desconhecida no sistema e eu encontrei. No cadastro de pessoas desaparecidas. O nome dela é Ayla Khan, os pais dela registraram a queixa do desaparecimento em 1991, quando ela tinha quatro meses, lá no Afeganistão. O caso foi arquivado e ela foi dada como morta. Eles migraram pra cá em 1995 e moram em Greenwich Village.

– Muito bom Mel. Vou verificar.

Ela foi tomar um café e se encontrou com Don, que parecia estar com pressa.

– Posso saber aonde você vai?

– Vou resolver uns assuntos. Por quê?

– Você acha que eu sou idiota?

– Não, por quê?

– Eu escutei a sua conversa com o Mac hoje, na cena do crime. O que vocês estão aprontando?

– Não é nada, amor. Fique tranquila.

– Você não me engana. Mais eu não vou me meter.

– No momento certo, você vai saber. Agora eu preciso ir.

– Tá. – ela se virou e viu Lindsay. – oi Linds.

– Ah, oi. O Danny encontrou a possível arma do crime a três quarteirões da cena. Eu não encontrei nada nela. Apenas sangue da vítima.

– Que droga.

– Espero que o Flack consiga encontrar alguma coisa.

– Por quê?

– Você não sabe? Ele está infiltrado numa gangue que trafica bebês para o mundo inteiro. A cena do crime era onde eles recebiam a “mercadoria”.

– Ele está infiltrado? Essa gente é muito perigosa, Lindsay. Porque eu sempre sou a última a saber das coisas?

– Ele não queria te preocupar, Mel. Você estava cuidando de uma criança de poucos meses, seu pai havia morrido. Você estava passando por um momento difícil, ele não queria lhe causar outra preocupação.

– E você pode me contar sobre as investigações?

– Claro. No começo do mês passado, a polícia começou a investigar uma rede de tráfico de recém-nascidos. Eles têm “filiais” no mundo inteiro. O negócio dá muito dinheiro, Mel. O Flack entrou lá como Frank Morgan, falando que precisava de grana fácil e ele ficou encarregado de ir buscar a mercadoria com os fornecedores. Criamos todo um passado pra ele, documentos, passaportes, tudo falso.

– Isso é perigoso demais.

– Está quase acabando, Mel. Hoje podemos pegá-los.

– E onde que ele se encontra com esses caras?

– Em uma casa no Brooklin.

– Ele foi se encontrar com eles?

– Sim. Mais em outro lugar. No esconderijo deles. Só pessoas de extrema confiança põem os pés lá.

– Pessoal, os pais da vítima estão aqui. – disse Danny. Lindsay e Mel foram até o interrogatório, onde Mac conversava com os dois.

– Nós fomos a Cabul visitar os pais de minha esposa. Nós morávamos em Herat. Eu e Lila saímos com Ayla para tomar ar fresco. Lila não podia sair sozinha, vocês sabem como é o talibã... Fomos até o centro comprar alguns lenços para a minha esposa e descuidamos apenas um segundo e alguém levou nossa Ayla. Ninguém viu nada. Ela foi dada como morta e em 1995, nós viemos para cá. Nunca esquecemos nossa Ayla.

– Tem algum detalhe do rosto ou no corpo da criança que vocês reconheceriam?

– Oh, sim. – disse a mulher. – ela possuía uma mancha em formato de estrela na barriga.

– Podem me acompanhar para reconhecerem o corpo?

– Claro, detetive Taylor. – eles saíram da sala e pouco minutos depois, a mulher saiu chorando da autópsia.

– É a nossa desaparecida. – disse Mac.

O dia foi passando e a noite chegou. Don ainda não havia dado sinal de vida. Mel decidiu ir até o endereço do Brooklin, ver se ele estava bem. Viu as luzes acesas e não escutou nenhuma conversa. Bateu na porta duas vezes.

– Quem é? – ele perguntou.

– Sou eu, Don. – ela respondeu. Ele abriu rapidamente a porta e a puxou para dentro.

– O que você está fazendo aqui? Como descobriu...

– A Lindsay me contou, já que você não fez isso.

– Eu não queria te preocupar.

– Tá, não vou discutir. Eu queria ver se você estava bem.

– Estou ótimo. Não pude ligar porque eles pegaram meu celular e minha carteira.

– Tá. Porque você está só de cueca?

– Eu estava dormindo.

– Ah. – em seguida, escutaram baterem na porta.

– Hei! Frank, com quem você está falando? Abre essa porta! - ordenou.

– Vai, se esconde lá dentro. – ele disse e ela correu. Don abriu a porta.

– Com quem você estava falando? – perguntou o homem barbudo, de um metro e oitenta.

– Com ninguém.

– Você tá usando roupa de mulher é? – perguntou o outro, que tinha olhos pretos, segurando um casaco de Melanie. Os dois adentraram para o quarto e escutaram a descarga. Don entrou no quarto e viu Mel, apenas de calcinha e sutiã, saindo do banheiro.

– Oi amor. – ela disse. – não sabia que a gente teria companhia. Vai ter que me pagar o dobro, hein? – ela disse o abraçando e beijando seu pescoço.

– Eu não acredito que você contratou uma vadia, Frank. Você ficou louco? – disse o homem barbudo.

– Você sabe como é. Um homem precisa comer. – ele disse mordendo a orelha de Melanie.

– Você tem bom gosto, mais ela precisa sumir. Ou eu mesmo faço isso. – disse puxando o braço dela. – vai embora.

– E o meu dinheiro?

– Depois a gente conversa, gata.

– Vai embora daqui.

– Posso me vestir primeiro? – ela se vestiu e foi embora.

– Vamos, Frank, temos uma encomenda. – disse o homem dos olhos pretos. Os dois saíram e o barbudo ficou. – você fez besteira. Aquela puta poderia estragar tudo. – ele disse, já no carro.

– Eu sei, só que eu a vi, parada na rua, você sabe como nós homens somos.

– Tá, não faça mais isso.

– Pode deixar.

– O lugar é esse. Você desce, pega o bebê e eu vou te esperar aqui.

– Beleza. – ele desceu do carro e deu dois passos.

– Hei, Frank! – o homem chamou.

– O que?

– Leva isso com você. – ele disse sacando a arma e acertando dois tiros em Don, que caiu no chão. – idiota. – o homem de olhos pretos acelerou o carro e saiu rápido de lá.


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