Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Chorei litros escrevendo este capítulo, espero que gostem. Beijos.



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Cinco meses se passaram rápido. Mel se preparava para voltar para o laboratório quando ouviu a campainha tocar.

– Quem será? – ela perguntou para si mesma. – Hazel, pode olhar seu irmão por um segundo pra mamãe?

– Olho sim, mamãe. – ela disse passando a mão na cabeça do irmão, que estava dentro do carrinho, com seus grandes olhos azuis esverdeados arregalados. Mel foi até a porta e a abriu.

– Angeline?

– Posso entrar, Mel?

– Claro. Você parece estar assustada, o que houve?

– Eu... Preciso te contar uma coisa.

– Conte, por favor.

– Você sabe que voltamos pra Nova York há um mês. Seu pai se sentiu mal três noites atrás e eu o levei ao médico.

– Porque vocês não me contaram isso?

– Ele não queria te preocupar, meu amor.

– E daí, o que houve?

– Eu percebi um tempo atrás que ele estava com umas manchas roxas pelo corpo e que ele se cansava com facilidade. Ele fez um exame de sangue e...

– E o que, Angeline? Fale logo.

– Ele está com leucemia, Mel.

– Ai meu Deus. E ai? O que os médicos disseram?

– Eu não vou mentir pra você. Ele não está nada bem. O câncer está no cérebro.

– Eu... – Mel começou a chorar.

– Mamãe? O vovô vai morrer? – disse Hazel, quase chorando.

– Se nós rezarmos, nada de ruim vai acontecer, meu anjo. – disse Angeline.

– Eu não quero que o vovô morra.

– Ele não vai morrer. – disse Mel abraçando a filha.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Don ao abrir a porta. – Mel, porque você está chorando?

– O vovô vai morrer, papai.

– Não diga besteiras, menina.

– O papai está com câncer, Don.

– É sério?

– É sim, Don. Ele está com leucemia, mas o câncer já foi para o cérebro. Descobrimos tarde demais. – disse Angeline. – ele quer te ver, Mel.

– Onde ele está?

– Internado.

– Desde quando?

– Desde ontem de manhã.

– Eu não acredito que vocês esconderam isso de mim. Vocês não tinham esse direito.

– Eu sinto muito. Ele não queria que eu viesse aqui.

– Tudo bem. Eu vou lá. Don, você fica com as crianças?

– Claro, eu levo os dois para o laboratório. O pessoal vai gostar.

– Obrigada.

– Boa sorte.

As duas foram para o hospital. Chegaram à ala de oncologia e seguiram para o quarto onde James estava internado.

– Pai?

– Oi meu bem. – disse com dificuldades. – venha até aqui.

– Você vai ficar bem papai.

– Estou com um pé no caixão, querida.

– Não diga isso.

– Seja realista. Você sabe como essa doença é. Não vou durar muito.

– Papai, para com isso. Você está me dando uma facada.

– Mel, eu queria dizer que você é a melhor filha que um pai pode ter, apesar de não ser seu pai biológico eu te amei como se você fosse minha.

– Pai... – disse Mel com muitas lágrimas nos olhos.

– Deixe-me terminar, detetive, por favor. Você foi o melhor presente que a vida me deu. Eu quero que você saiba que eu sempre vou estar do seu lado, sempre. Eu queria tanto ver as crianças crescerem... Mais, eu vou olhar por elas também. Você é uma mãe espetacular e eu quero que você e o Don ainda sejam muito felizes juntos, porque vocês se amam tanto... Vocês tiveram sorte de encontrar um ao outro. Eu te amo, minha menina. – Mel sentou-se na cama e o beijou.

– Eu também te amo, papai.

– Com licença? – disse Grigory parando na porta.

– Grigory? O que faz aqui? – perguntou Mel.

– Eu o chamei. – disse James. – eu quero me desculpar com você, Grigory. Eu fui muito rude com você e eu gostaria que você me perdoasse.

– Eu não tenho o que perdoar, James. Você tinha razão. Eu fui um homem terrível.

– E não é mais. Você se tornou um homem bom. Quero que me perdoe, por favor.

– Tudo bem. – ele disse lhe estendendo a mão.

– Cuide da nossa princesinha, está bem?

– Pode deixar.

– Angeline... Obrigada por me fazer companhia durante esses anos. Você é uma mulher muito especial.

– Eu te amo, James.

– Eu também te amo, Angel.

James Lewis morreu naquela madrugada.

O corpo foi liberado para o funeral. Muitos policiais compareceram para dar o último adeus. O pessoal do laboratório também foi e Grigory e sua família também compareceram. Em cima do caixão, estava estendida uma bandeira dos Estados Unidos e ao seu lado, uma foto de James com o uniforme da polícia.

– Mel, eu sinto muito. Nem sei o que dizer. – disse Savanah abraçando a amiga, que ainda chorava muito.

– Obrigada, Savanah.

– Mamãe? Pra onde o vovô foi?

– Pra perto de Deus, meu bem. – Mel disse, dando um sorriso. – ele vai estar sempre olhando por nós.

Don, que estava segurando Noah se aproximou da esposa e beijou sua testa.

– Vai ficar tudo bem.

– Meus irmãos e irmãs. É com muita dor e pesar que hoje nos despedimos de James Lewis. Um homem que dedicou quase quarenta anos de sua vida zelando por nossa segurança e bem estar. Um homem que fazia o bem, não importando a quem. Que o nosso bom Deus acolha essa alma que agora descansará em Sua paz. Irei agora reproduzir as palavras do Senhor. Ouçam com atenção.

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias. Amém?

– Amém. – disseram e o caixão baixou. Mel se aproximou e jogou uma rosa branca.

– Vá em paz, papai. Eu te amo. – depois, os coveiros começaram a jogar terra e todos foram embora. Mel e Don foram para casa.

– Você quer que eu faça algo pra você comer? Não pode ficar de barriga vazia. – disse Don.

– Não precisa se incomodar, meu amor. Eu vou ficar bem. E eu não estou com fome.

– Coma só um pouquinho, por favor. Vai passar mal.

– Tudo bem. – Don fez um espaguete e os três comeram. Depois, Mel amamentou Noah e o colocou no berço. Foi par o seu quarto e também dormiu.

– Papai?

– O que foi minha princesa?

– O que a mamãe tem?

– Ela está triste com a morte do vovô. Mais vai passar.

– Ela vai ficar bem logo? Eu não gosto de vê-la triste.

– Não se preocupe, ela vai ficar bem. Eu espero.


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