Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 11
Capítulo 11




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Algumas semanas se passaram. Ninguém sabia da gravidez de Melanie. Um dia, ela foi almoçar com o pai e decidiu contar.

– Estou vendo que você é um novo homem. Está se exercitando, comendo comidas saudáveis. Estou gostando de ver.

– Quando a morte bate na nossa porta, querida, é melhor não arriscar. E você? Desculpa perguntar, mas você deu uma engordadinha, não deu? – provocou.

– Está enxergando bem, papai.

– É sério, olha o tamanho da taça de sorvete que você tá comendo. Onde cabe tudo isso?

– Pai, isso é normal, já que eu estou comendo por dois.

– Não entendi. Porque está comendo por dois?

– Eu estou grávida, papai.

– Você tá brincando? – ele parou de comer a sobremesa e olhou fixamente para a filha, que ainda devorava a taça de sorvete.

– Não pai, eu estou falando sério. – ela sorriu.

– Eu não acredito, Mel. Venha cá dar um abraço no seu velho. – ela se levantou e deu-lhe um demorado abraço. – parabéns, minha menina.

– Obrigada, pai.

– Eu estou ficando velho... Já vou ser avô! Sua mãe ficaria tão feliz com essa notícia.

– Ela está.

– O Flack já sabe?

– Já.

– E como ele reagiu?

– Da melhor maneira possível.

– Quero que seja feliz. Muito feliz. Você merece.

– Falando em felicidade, estes dias, eu estava voltando para o laboratório e te vi jantando num restaurante italiano com uma mulher. Posso saber quem era?

– Hum... Uma amiga.

– Não pareciam só amigos.

– Como você é chata.

– Desculpa, se não quer me contar, tudo bem.

– Ela era uma antiga namorada do tempo de colégio.

– Hum... Vocês se reencontraram depois destes anos todos?

– Sim. Ela estava morando na Califórnia, votou para Nova York há pouco tempo.

– Entendi. Tava na hora de você arrumar alguém.

– Sua mãe sempre será o amor da minha vida, Mel.

– Eu não duvido disso, pai. Eu sei que você nunca vai esquecer a mamãe, mas tá na hora de pensar um pouco na sua felicidade.

– A Angeline é uma excelente companhia, você tem que conhecê-la.

– Eu adoraria. – ela sorriu. Olhou para fora do estabelecimento e viu Don passar com Danny. O detetive parou e entrou no restaurante.

– Oi Sr. Lewis. – ele disse.

– Oi Don, como vai?

– Bem e o senhor?

– Melhor impossível. Ainda mais ao saber que eu vou ser avô. Parabéns, meu filho. – ele disse dando-lhe um abraço.

– Obrigado.

– Faça minha garotinha feliz.

– Eu prometo.

– Só que agora a garotinha do papai tem que voltar ao trabalho. – ela falou.

– Tudo bem. Até mais, querida.

– Até mais, papai.

– Até, Don.

– Até, Sr. Lewis.

Os dois saíram do estabelecimento e se encontraram com Danny. Os três foram para o laboratório e ao final do expediente, enquanto todos estavam na sala de convivência, Melanie se sentiu mal e teve que ir vomitar no banheiro. Quando ela voltou, todos estavam um pouco preocupados, principalmente Sheldon que já havia presenciado seus enjoos várias vezes.

– Você está bem mesmo? Acho que está com alguma infecção estomacal. – disse Sheldon.

– Eu estou bem, gente, não precisam se preocupar.

Lindsay e Jo se olharam, porque elas suspeitavam do que estava acontecendo.

– Você está um pouco pálida. – Sid disse.

– Gente... – suspirou. – eu só estou grávida, só isso que está acontecendo comigo.

– Eu sabia. – comentou Lindsay.

– Eu também. – disse Jo. – só vocês homens que não conseguem perceber isso. Os sintomas...São tão visíveis. Parabéns.

– Parabéns, cara. – disse Danny abraçando o amigo.

– Obrigado.

– Vocês merecem ser felizes. – disse Sheldon.

– Qual o motivo desses abraços todos, posso saber? – perguntou Mac, entrando na sala.

– Ah, chefe, temos mais um bebê a caminho... – disse Adam.

– Ah, é? – disse se virando para Don e Mel. – parabéns. – disse abraçando Melanie e em seguida, Don.

– Temos que comemorar. Vamos tomar uma cerveja. – disse Danny.

– O que estamos esperando? – disse Sid, por fim. Os amigos foram para o bar e beberam um pouco. Depois, cada um foi para sua casa.

O dia do aniversário de trinta anos de Melanie havia chegado. Ela já estava com cinco meses de gestação e ela daria a luz a uma menina. Levantou cedo, tomou banho e colocou uma roupa quente, pois estava frio. Enquanto tomava café, ouviu a campainha tocar. Foi atender e teve uma surpresa.

– Srtª Melanie Lewis? – disse o entregador.

– Sim sou eu.

– Essa cesta e esse buquê são para a senhorita. Pode assinar aqui fazendo o favor? – disse dando-lhe o papel e uma caneta. Ela assinou e pegou os presentes.

– Quem mandou?

– A pessoa não quer ser identificada. Mais deixou um cartão nas flores.

– Obrigada, tenha um bom dia.

– Você também. – o rapaz foi embora e Melanie fechou a porta. Abriu o cartão e nele dizia: Feliz aniversário, amor. Espero que goste do presente. O melhor ainda está por vir.

Foi para o trabalho e se encontrou com Don no elevador.

– Oi querida, como vai?

– Bem e você?

– Bem. Parabéns. – ele disse a beijando.

– Obrigada. E obrigada também pelas flores e pela cesta. Eu adorei.

– Que flores? Que cesta? Eu não te mandei nada, Mel. Aliás, o seu presente está aqui comigo. E eu não vou entregá-lo agora.

– Não foi você? Como assim? Então quem foi?

– Seu pai? A Savanah, o Tyler, sei lá...

– Olha aqui, tem até um cartão. – disse tirando o cartão da bolsa e entregando para Don.

– Não é a minha letra.

– Nem a do meu pai. Nem da Savanah. – ela falava, mas Don não estava prestando atenção. – Don? Você tá me ouvindo?

– Desculpa, Mel. Chegamos. – disse e os dois saíram do elevador.

– No que você está pensando?

– Robert.

– Você acha que foi ele quem mandou aqueles presentes?

– Quem mais poderia ser, Mel?

– Será que esse o melhor ainda está por vir é uma ameaça?

– Provavelmente... Eu não vou deixá-lo fazer nada com você. Nem com a nossa filha, eu prometo. – disse passando a mão na barriga de Melanie.

– Eu agradeço todos os dias por você ter entrado em minha vida, Don. Sou sortuda por ter você para me proteger.

– Eu não queria estragar esse momento, mas nós temos que trabalhar. – disse Mac, aparecendo atrás dos dois.

– Ah, desculpa Mac... – disse Melanie, indo para o vestiário.

– O que aconteceu? Você parece estar preocupado.

– Eu estou. O Robert apareceu.

– Onde? Ele não deu sinal de vida desde que foi solto.

– Ele mandou uns presentes para a Mel hoje de manhã. Tenho medo que ele tente fazer mal a ela de novo.

– Não vamos deixar que isso aconteça. – o celular de Mac tocou. Ele conversou por um minuto com a pessoa do outro lado e desligou. – vamos, temos um chamado.

Os dois chegaram à cena do crime. Flack foi conversar com as testemunhas e Mac andou pelo perímetro, enquanto Jo tirava fotos da cena. Um homem jovem, de mais ou menos trinta anos, fora encontrado morto em uma casa da região do Bronx. Havia levado um único tiro no peito, a queima roupa.

– O nome dele era Noel Nicholls, era um dos nossos. A namorada chegou do trabalho hoje de manhã e o encontrou. Ela está muito abalada e foi levada ao hospital.

– Olha, pessoal, ele tem um endereço no bolso. – disse Jo tirando o papel do bolso da vítima e entregando para Don.

– Eu conheço esse endereço. – ele disse.

– Conhece? – perguntou Jo, desconfiada.

– Sim, é o endereço da Melanie.

– O que ele fazia com o endereço dela no bolso?

– Não sei... Ele trabalhava no escritório do FBI de Nova York... Não faço a mínima ideia do que ele queria com ela.

– Vamos descobrir, Don. – disse Mac.

Eles colheram as provas e foram para o laboratório. Enquanto isso, numa região do Queens, Melanie e Sheldon analisavam uma cena de crime. Melanie saiu do estabelecimento onde uma mulher fora morta para tirar algumas fotos e foi surpreendida por um homem de capuz armado.

– Fica quieta. – ele disse colocando a arma nas costas dela e cobrindo seu nariz com um pano que a fez adormecer. Acordou num lugar estranho e úmido, sem ventilação e sem luz. Olhou para frente e viu Robert sentado, com uma arma na mão.

– Robert, o que você tá fazendo? O que você quer?

– Finalmente você acordou. Gostou do presente que eu te mandei?

– Ah, foi você mesmo... Robert, por favor olha o meu estado, me deixa em paz, me deixe viver! Você faz parte do passado...

– Você acha que é por isso que você está aqui? Como você é inocente, Mel.

– Então porque diabos você me sequestrou? Hein?

– Sua memória é realmente curta.

– Eu não estou te entendendo.

– Você pensou que eu não iria descobrir, não é mesmo? Você e aquele idiota.

– Que idiota?

– Ai, ai... Eu odeio quando as pessoas se fazem de desentendidas.

– Eu... eu...

– Cala essa boca que eu cansei de ouvir sua voz.

– Sheldon, onde está a Melanie? – perguntou Flack, indo até onde Sheldon estava.

– Era isso que eu estava conversando com o Mac. Eu não sei como, mas ela desapareceu. Testemunhas disseram que viram um carro prata estacionado na porta do estabelecimento onde havia acontecido o crime que nós estávamos investigando.

– Como assim? E você não viu nada?

– Calma, Don. – disse Mac.

– Eu tenho certeza que foi o Robert.

– Já estamos atrás dele. Nada vai acontecer com a Melanie. – disse Mac.

– O que ele quer? Mais que inferno!

– Ele está obcecado por ela, Don. Não vai sossegar. – disse Danny, se juntando a eles.

– Gente, eu encontrei sangue que não era da vítima no canivete que a Jo encontrou na cena. Adivinhem de quem é? – perguntou Lindsay. – Robert Roper.

– Tá brincando?

– Não, Noel deve ter o ferido na tentativa de se salvar. O sangue é do Robert.

– Porque Robert mataria Noel? Eles eram colegas de profissão.

– Detetive Flack? – disse uma das policiais que trabalhava na equipe de Don.

– Agora eu to ocupado, Candice.

– Tem um rapaz querendo conversar com você. Ele disse que é muito importante.

– Quem é?

– Terrence Davis.

– O que ele quer?

– Ele disse que tem informações sobre o assassinato do Noel.

– Eu volto em um segundo, pessoal. – ele disse indo para o interrogatório. – o que você quer Davis? Eu estou muito ocupado.

– Bom te ver também, detetive.

– Fala logo que eu preciso procurar uma detetive que foi sequestrada.

– Foi por isso que eu vim.

– O que você sabe?

– Olha, o policial que foi morto hoje, alguns anos atrás, ele estava investigando uns caras do FBI que eram suspeitos de envolvimento com corrupção e tráfico de drogas e armas.

– E ai?

– E ai que o Robert estava envolvido até o pescoço nessa parada.

– E o que a Melanie tem a ver com isso?

– Parece que essa garota ai estava ajudando o Noel a pegar esses caras. Ele aqui em Nova York e ela lá em Jersey.

– Você está me dizendo que a mel estava ajudando o Noel a pegar policiais corruptos?

– É.

– E como você sabe disso?

– O Noel me contou. Eu sou parceiro dele desde a escola. O Robert foi comprar uma arma, uns dias atrás. Fui eu quem vendeu. Um revólver calibre trinta e oito.

– Foi a primeira vez que você o viu?

– Não, ele me prendeu umas duas vezes, quando era novo na polícia. Olha, ele vai matar aquela detetive, Flack. Ele já tentou matá-la, não tentou? Esse cara é perigoso.

– Quer nos ajudar?

– Eu já estou fazendo isso.

– Você tem o telefone dele?

– Foi mal, eu não trato de negócios por telefone. Aquela moça, ela é tua garota?

– Sim, ela é a minha garota. E se algo acontecer com ela ou com a minha filha, eu juro que eu mato aquele desgraçado.

– Você vai ser pai. Legal.

– Você me ajudou muito, Davis. Obrigado.

– Você é um detetive bacana, Flack. – ele saiu da sala e Flack se juntou aos outros.

– Mac! – chamou Danny. – eu encontrei um elemento curioso na roupa da vítima. Parece que o assassino pisou na barriga do Noel, e na pegada havia índicos de uma planta geralmente encontrada na parte do Brooklin. E encontrei indícios de tinta para tecidos. Há apenas uma fábrica de tecidos desativada no Brooklin. Deve ser lá que ele está mantendo a Melanie refém.

– Vamos pra lá agora! – eles convocaram algumas viaturas e foram para a fábrica abandonada. Enquanto isso, Robert ainda fazia o seu joguinho com Melanie.

– Robert, você pode me dar água?

– Não.

– Eu ainda não entendi o que eu te fiz. – ele chegou perto dela e lhe deu um tapa forte no rosto.

– Sua vagabunda! Você se esqueceu da investigação que você e o Noel estavam fazendo anos atrás? O envolvimento de agentes do FBI com a corrupção e trafico de drogas?

– Estávamos quase lá. Tínhamos a lista de todos os envolvidos. O Noel iria entregá-la a polícia. Só que você o matou antes de ele fazer isso.

– Então você se lembra? Como pôde me trair desse jeito, Mel? Eu confiava em você.

– Eu também confiei em você e olha o que você fez comigo.

– Isso foi a muito tempo. Eu era um garoto inconsequente naquela época.

– Você é inconsequente até hoje.

– Nunca pensei que fosse capaz de me entregar para a polícia.

– Você fez sua escolha e eu fiz a minha. Eu escolhi seguir a lei.

– Você deveria ter morrido naquele dia que eu te joguei da janela. Mais você tem tanta sorte que nem aleijada você ficou.

– Então você não fez aquilo porque me amava? Mais porque eu sabia demais?

– Um pouco dos dois. Eu não queria te ver com o idiota do Flack. E olha só para você! Está esperando um pirralho dele. Não dá para acreditar. Nós poderíamos ser felizes.

– Eu nunca seria feliz com você, Robert. Você me dá nojo! Sabe a coisa que eu mais me arrependo na minha vida? De ter perdido minha virgindade com você!

– CALA ESSA BOCA. – disse dando-lhe outro tapa.

– Você vai ser preso.

– Não vou. – ele disse a desamarrando.

– Porque está fazendo isso?

– Vamos lá para cima. LEVANTA! – ele a puxou com força e os dois foram para o terraço do prédio.

– Porque me trouxe aqui?

– Vai para a beirada. Anda! – disse apontando a arma para a cabeça dela. Os dois ficaram bem na beirada do prédio. Melanie prometeu a si mesma que não iria olhar para baixo.

– Porque está fazendo isso?

– Vamos morrer juntos, meu amor. – disse e olhou para baixo. O prédio estava cercado de policiais.

– Pelo amor de Deus, Robert não faça essa loucura.

– Tarde demais, coração. – ele escutou a polícia invadir o local. – a equipe do Taylor é eficiente, você não acha? – num rápido movimento, Melanie deu-lhe uma cotovelada na boca do estomago, que o fez ir para trás e derrubar a arma. Ela correu e pegou o revólver. Ele se levantou e tentou tirar o revólver de suas mãos. Melanie puxou o gatilho e atirou. Robert caiu ensanguentado no chão. Quando ouviu o tiro, Flack correu para o teraço e viu a cena. Robert caído, já sem vida e Melanie ajoelhada ao seu lado, com as mãos cheias de sangue.

– Você tá legal? – ele disse a abraçando.

– Acho que sim. – ela suspirou.

– Eu estou aqui. O pior já passou.

– Esse foi o pior aniversário da minha vida. – ela disse enquanto os dois desciam as escadas.

– Foi mesmo. Mais ele tá morto. Não vai mais te infernizar. – Flack a levou até a equipe de paramédicos e eles fizeram os primeiros socorros, mas ela e o bebê estavam bem. De noite, ela mandou o relatório de todas as investigações que ela e Noel fizeram sobre o caso de corrupção no FBI e no dia seguinte, os envolvidos foram presos.


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