The Choices Of Life... escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 28
A Melhor Saída


Notas iniciais do capítulo

Oieee...

Com um dia de atraso, aqui estou eu meio que dentro do prazo estipulado.

Não vou encher vocês, só quero agradecer ao reviews, que responderei em breve e agradecer também a paciência de vocês, sei que não é fácil esperar tanto tempo assim. Por isso, milhões de obrigados.

Agora segue o próximo capítulo.

Boa Leitura.



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— Eu não vou demorar. – Annabeth disse antes de depositar um beijo na bochecha de Percy e se esgueirar para fora do carro.

O rapaz a acompanhou com o olhar e só deixou de admirá-la, quando a mesma sumiu ao entrar no prédio de May. A angústia logo fez questão de se fazer presente, e antes que Percy percebesse, já estava maquinando mil e uma maneiras de reaver a guarda de Peter, mas, infelizmente, a única luz que ele encontrava no fim daquele túnel, era a solução mais desagradável possível.

O moreno ligou o rádio, a fim de conseguir se distrair e deixou que sua mente vagasse em um turbilhão de pensamentos. De repente, Percy estava cogitando possibilidades antes descartadas, e antes que ele voltasse a rejeitá-las a ideia de fazer o que pensava já estava enraizando-se em seus pensamentos. Afinal, não poderia ser tão ruim assim. Ou poderia?

Antes que o Jackson pudesse pesar os prós e os contras, veio a sua mente a imagem de uma Annabeth devastada por conta da distância que colocaram entre ela e o seu pequeno peixinho e rapidamente, essa história de prós e contras foi para o espaço. Percy já sabia o que fazer, e não poderia perder mais um segundo.

Com uma calma que ele não sabia existir dentro de si, o rapaz procurou um contato em sua agenda, e antes que algo, ou alguém, o pudesse interromper o rapaz se pôs a ligar para o Centro de Pesquisa do qual era estagiário, ou pelo menos seria. Ele não sabia como as coisas ficariam depois daquela ligação.

— Centro de Pesquisas Marítimas de Nova Iorque. Bom dia, em que posso ajudá-lo?

— Bom dia, eu gostaria de falar com o Dr. Fisher. – Percy pediu polidamente, e logo em seguida limpou a garganta, visto que sua voz estava soando embargada. – Aqui é Perseu. Perseu Jackson.

— Repassarei a ligação para ele, só um minuto, por favor. – a moça do outro lado devolveu educadamente, e Percy começou a batucar os dedos no volante de seu carro.

Depois de cerca de cinco minutos com a linha no mais puro silêncio, um homem falou do outro lado:

— Pois não?

— Bom dia, Dr. Fisher aqui é Perseu Jackson...

— Um dos estagiários que viajará comigo essa noite, não é mesmo? – o homem do outro lado da linha parecia estar bem-humorado e o fato de reconhecê-lo pelo nome, fez o peito de Percy inflar de orgulho.

— Isso! – o moreno concordou, e logo completou – E é exatamente sobre essa viagem que eu gostaria de falar.

— Algum problema? – antes que pudesse refrear o tom mais duro, este já tinha escapado, e Percy logo soube que talvez teria problemas.

— Eu só queria saber se posso mudar o meu voo para amanhã de manhã. Preciso resolver algumas coisas ainda e... Bom, não posso sair de Nova Iorque até que tudo esteja resolvido.

— Sr. Perseu, que tipo de problema pode ser mais importante que uma vaga de estágio tão concorrida quanto a sua? – Fisher perguntou com verdadeira curiosidade e certa rispidez, e Percy engoliu em seco, perguntando-se se devia ou não falar sobre seus problemas.

Optando pela verdade, e não aguentando guardar tudo para si, o moreno explicou tudo o que estava acontecendo de forma resumida e prática, fazendo com que seu chefe se admirasse com a história.

— E agora, eu preciso combinar uma coisa com a minha namorada que, talvez, possa ajudá-la a enfrentar essa barra.

— Me desculpe se for intromissão demais, mas... O que você irá fazer, meu rapaz? – a história de Percy tinha cativado o senhor de meia idade que estava do outro lado da linha, e ele realmente queria saber como se findaria todo aquele impasse.

Percy, como medo de dizer a sua solução em voz alta, optou por responder:

— Eu ainda não sei, mas tenho que resolver isso ainda hoje. E ficaria muito grato se o senhor me desse uma segunda chance.

Fisher riu, e disse:

— Você ainda está em sua primeira chance, meu rapaz. Não se preocupe. – Percy suspirou aliviado pelo simples fato do homem não se mostrar enraivecido com o pedido – Só quero que você esteja em Noronha na segunda-feira, sem falta. Tudo bem?

— Sim, senhor.

— Espero que as coisas se ajeitam para você e sua família, meu rapaz. – o homem desejou tendo um pequena ideia do que Percy faria em seguida.

— Eu também. – o moreno concordou pensativo – Eu também.

Através de sua visão periférica, Percy viu Annabeth se aproximar do carro e seu coração martelou descompassado ao vê-la enxugando pequena lágrimas que escorriam pelo seu delicado rosto.

— Preciso desligar agora. – a loira abriu a porta do carona e se esgueirou para dentro do carro em silêncio – Agradeço pela compreensão, até outra hora. – Percy rapidamente se despediu, visto que Annabeth claramente precisava dele no momento.

— Até segunda, meu rapaz. – Dr. Fisher se despediu e o moreno rapidamente se desfez do celular, deixando que seus braços envolvessem a garota à sua frente.

Assim que seus braços a rodearam, o choro da garota se tornou mais forte, e o coração de Percy se reduziu a nada. Como já fora dito, o rapaz estava se sentindo uma verdadeira ameba, já que não havia nada que poderia ser feito para reverter aquela situação, a não ser que ele...

Percy fungou levemente, e piscou repetidas vezes pois chorar naquele momento estava fora de cogitação. Ela precisava dele, e ele precisava ser forte, pelos dois.

— Foi horrível, Percy. – a loira resmungou contra o seu peito, e o rapaz limitou-se a continuar acalentando-a.

Depois de vários minutos naquela mesma posição, Percy a soltou aos poucos e antes que ela pudesse dizer algo, o rapaz soltou:

— Nós precisamos conversar.

O coração do moreno quase saiu da boca ao dizer essa frase, o da garota não estava tão diferente assim, ambos já sabiam o que precisavam conversar e como aquela conversa se findaria.

Duas lágrimas correram soltas pelo rosto de Annabeth, e Percy rapidamente as secou, depois de um pequeno carinho na bochecha da mais nova, o rapaz se inclinou e deu-lhe um delicado beijo na bochecha, fazendo com que o coração da Chase batesse um pouco mais rápido.

— Vamos para Montauk. Okay? – o Jackson perguntou e Annabeth assentiu ainda calada.

A viagem até a casa de praia do Jackson foi extremamente silenciosa, ninguém se atreveu a dizer uma única palavra, os dois apenas encaravam a estrada como se a qualquer momento algo de muito grave pudesse acontecer.

O trânsito pareceu colaborar um pouquinho para aliviar o clima de tensão, porque em menos de duas horas Percy estava estacionando em frente à casa de seus pais. Ele só não sabia se aquilo era algo bom, pois fizera com que a viagem fosse rápida, ou ruim, visto que a tal conversa estava ainda mais perto de acontecer.

Percy se esticou um pouco e abriu porta-luvas tirando de lá o molho de chaves da casa, este que estava ali desde a briga com Annabeth, quando o rapaz ficara sabendo da proposta dos Castellan.

Lembrar-se daquela briga fizera com que o coração de rapaz se apertasse um pouquinho e o cérebro pesasse um pouco mais. Era inacreditável pensar que aquela discussão ocorrera há cerca de cinco dias, tanto coisa já tinha acontecido nesse meio tempo que parecia que tudo aquilo havia sido em uma outra vida ou dimensão.

Nesse meio tempo, eles já tinham brigado, se reconciliado, vivido os melhores três dias de descanso em família que poderia existir e logo em seguida os dois piores dias da vida, estes que pelo visto, poderiam ficar ainda mais piores.

Percy respirou fundo e saiu do carro, a intenção dele era abrir a porta para sua garota, só que esta fora mais rápida, e antes que ele pudesse perceber, o braço dela já estava cercando-o pela cintura e seus passos acompanhavam-no calmamente.

Resignado, Percy depositou um beijo nos fios dourados da garota e essa suspirou em contentamento. Juntos andaram até a porta de entrada e quando se deram conta já estavam sentando-se na areia da pequena praia particular que havia atrás da bonita casa.

O barulho do mar sempre acalmara Percy, e dessa vez não foi diferente. O rapaz deixou que sua respiração ganhasse o ritmo com que as ondas se quebravam na areia e quando menos esperava um sorriso discreto já enfeitava a sua boca.

Annabeth respirou fundo absorvendo o aroma de maresia que era o mesmo perfume do garoto, nem tão garoto assim, que estava do seu lado. A loira encarou o horizonte a sua frente, enquanto uma brisa suave passava por ela.

— Foi aqui que você ganhou o apelido de Cabeça de Algas. – a loira sorriu ao se lembrar, e seu coração bateu feliz ao ouvir a risada do moreno ao seu lado.

— Quem diria que eu gostaria tanto de um apelido como gosto desse. – o rapaz constatou enquanto buscava a mão da garota, esta que assim que encontrou fez questão de enroscar seus dedos aos dela. – Mas só para deixar claro, ainda prefiro Percy Gostoso Jackson. Soa melhor aos meus ouvidos.

Annabeth riu incrédula, enquanto negava com a cabeça.

— Você é muito convencido.

— Realista. Já falei.

— Eu também gosto do meu apelido. – Annabeth segredou olhando-o de lado, e Percy abriu um sorriso matreiro antes de se deitar na areia, e trazer a loira para deitar em seu peito.

— É claro que você gosta, Sabidinha, foi eu quem te deu. – Percy gabou-se e a loira de um tapa em seu tórax, para logo em seguida deitar sua cabeça no peito do rapaz e ouvir o coração dele bater ritmado, acalmando-a um pouco mais. – Foi a nossa primeira viagem juntos, não foi?

— Não! – Annabeth respondeu energética lembrando-se da épica ida à casa de campo de Silena – Lembra que fomos para a casa de Afrodite uns meses antes?

— Oh! É verdade. – Percy soltou uma sonora gargalhada e a loira o acompanhou. – Foi da vez que você pintou a cara de todo mundo, não foi?

— Eu? – a loira perguntou ultrajada e se apoiou sob o cotovelo, olhando Percy de cima – Você e o Nico tiveram a ideia... Eu só ajudei. – a loira deu de ombros voltando a se deitar sob o peito do rapaz.

— É, você ajudou, mas somente Nico e eu pagamos pela brincadeirinha. – o moreno se fez de emburrado e a loira riu de sua cara.

— Posso afirmar que até de mulher você fica bem, Sr. Perseu. – Annabeth brincou com a voz séria, e Percy riu rolando os olhos.

— Depois você fica falando que eu sou convencido. – o rapaz devolveu sorrindo brincalhão e a loira riu ao seu lado.

— É sério! Suas pernas ficaram lindas com aquele salto. De verdade! – a loira garantiu brincalhona e Percy negou com a cabeça, enquanto a puxava para um selinho.

— Eu devia lembrar o pessoal do que você fez, agora que não está mais grávida pode muito bem arcar com as consequências dos seus atos. – o rapaz soltou depois que ela se afastou e a mesma o fuzilou com o olhar.

— Nem se atreva, Perseu...

— Ou?

— Ou... Eu nunca mais falo com você! – a loira rapidamente se sentou e cruzou os braços, em uma falsa postura de raiva, Percy riu novamente, e também se sentou.

— Você me ama demais para isso. – o rapaz respondeu convicto, e vendo-se sem escapatória a loira limitou-se a mostrar-lhe a língua, em uma atitude para lá de infantil. – Quem mostra a língua pede beijo. – o moreno resmungou já puxando-a pela mão.

Não demorou muito para que Annabeth se rendesse. Na verdade, a loira rapidamente alojou-se sobre o colo do moreno, deixando que suas pernas rodeassem o corpo do rapaz. O beijo iniciou-se de forma lenta e compassada, Percy rodeou a cintura da Chase trazendo-a para perto, ato que a fez resfolegar em sua boca. Depois do encontrar de lábios, o rapaz dedicou-se a fazê-la retribuir mais intensamente, o que ela fez de pronto.

Como sempre, o gosto de morango era marcante na boca de Annabeth e Percy tinha certeza absoluta de que nunca se cansaria daquilo. O rapaz rodeou a língua sob o lábio inferior da garota, fazendo-a entreabrir os lábios, e então deu-se início ao beijo de fato.

Sentimentos diversos, e até mesmo contraditórios, estavam contidos naquele gesto, e aquilo era óbvio para os dois. O amor parecia ser demostrando na calma com que realizavam o ato, a paixão na intensidade com que se tocavam e o medo na mínima separação possível entre os corpos, e posso dizer também, almas. Sentimentos secundários também marcavam presença, como a saudade e o desespero.

Depois de longos minutos o ar se fez necessário, e com suaves selinhos a loira se afastou, mas não o bastante. Como já fora dito o medo estava sendo demonstrado com a mínima distância possível, e Annabeth não estava com vontade de mostrar o contrário, por isso ainda de olhos fechados, a loira encostou a sua testa a do moreno, e sem pressa deixou que sua respiração se normalizasse.

Percy, no entanto, não esperou que o ar voltasse aos seus pulmões para abrir os olhos, assim que o último selinho fora depositado em sua boca, o moreno os abriu e se encantou mais uma vez. Na verdade, o fato dele se encantar com a loira sempre acontecia, ainda mais quando ele percebia que ela garota estava entregue de corpo e alma à si. Como naquele momento.

Antes que a loira permitisse que seus olhos se abrissem, a mesma sentiu pequenos beijinhos serem depositados ao longo de seu rosto, e singelamente abriu um sorriso carinhoso. Ela gostava quando Percy mostrava aquele lado cuidadoso e amoroso.

Sem pressa alguma, o Jackson beijou-lhe todo o rosto e depois de beijá-la no canto da boca a mesma abriu os olhos e o encarou profundamente. Os orbes cinzas que Percy tanto amava logo se encheram de lágrimas, pelo visto ela sabia o que estava por vir, e ele também, já que seus olhos também lacrimejaram.

Ninguém se atreveu a dizer uma única palavra, mas quando o silêncio começara a incomodar, Percy começou:

— Você sabe o que temos que fazer agora. Não sabe? – a primeira frase do Jackson soou como uma afirmativa aos ouvidos de Annabeth, não era uma pergunta ou nada parecido. A decisão dele já estava tomada, e isto estava mais do que óbvio.

A loira engoliu em seco e assentiu um pouco trêmula, enquanto uma lágrima escorria por sua bochecha.

Percy rapidamente se prontificou a secá-la, e com o máximo de carinho possível o fez.

— Vai ser melhor assim, Sabidinha. – ele disse mais para si do que para ela.

Annabeth não o respondeu, ela apenas o abraçou pelo pescoço e escondeu seu rosto na curvatura do ombro do rapaz. O choro não demorou a se fazer audível, e visivelmente sentido, mas naquele momento nenhum dos dois conseguia dizer quem estava sentindo mais.

Percy também escondeu seu rosto no torso da garota, abraçando-a apertado, o rapaz ainda não chorava, embora estivesse quase. Os soluços da Chase faziam com que seu corpo tremesse e por consequência, o do rapaz fazia o mesmo.

Depois de alguns segundos, Annabeth se afastou e rapidamente secou algumas lágrimas, recebendo a ajuda rápida de Perseu. Com calma, e até mesmo um pouco de determinação, a loira o olhou nos olhos e resmungou com a voz frágil:

— Nós podemos lutar, Percy. – o rapaz deu um meio sorriso ao perceber que ela não queria afastar-se de si – Você mesmo disse que tínhamos chance. Por favor! – a loira suplicou acariciando o rosto do rapaz.

— Eu achei que tínhamos chance e ainda estou disposto a lutar por vocês, mas agora o melhor a fazer é você se... – o Jackson nem mesmo conseguiu completar sua frase, ela soava errada ao seus ouvidos, e aos de Annabeth também. – E as coisas que Quíron disse fez com que eu me sentisse um peso morto que só te atrapalhará no futuro. Não posso permitir isso, Annie.

A loira rapidamente o abraçou e ele devolveu o aperto imediatamente.

— Eu não quero voltar com ele. Será que ele não entende? – a loira perguntou próximo ao ouvido do rapaz, fazendo-o abrir um pequeno sorriso.

— E eu não quero que você volte com ele...

— Então... – Annabeth tentou cortá-lo e assim persuadi-lo, mas o rapaz não permitiu, visto que logo emendou:

— Mas eu também não quero que o Peter fique longe de você, que é a mãe dele. Nem você dele. Não é justo com nenhum dos dois.

— Não é justo o que o Luke está fazendo. – a loira retrucou voltando a mirá-lo nos olhos.

— Eu sei e espero de todo o meu coração que ele perceba a merda que está fazendo, mas enquanto isso não acontece, essa é a nossa última saída. – Percy respondeu olhando diretamente em seus orbes cinzas.

Annabeth se calou por um momento e durante alguns segundos permitiu-se admirá-lo de perto.

Tantas coisas já lhe foram ditas sobre aquele rapaz que estava a sua frente. Desde o quanto amoroso e responsável ele era com todos que amava até o quão irresponsável e desagradável ele fora em uma época de sua vida.

A loira sabia que as duas versões de Perseu Jackson existiam, afinal ninguém consegue apagar um período de sua própria história, mas desde que o conhecera não conseguia associá-lo a imagem de Bad Boy a qual fora apresentada quando chegara de São Francisco.

Talvez aquela versão bruta e irresponsável tenha, realmente, ficado na Inglaterra junto aos avós do rapaz. Pois ali, bem à sua frente, estava um homem responsável, carinhoso e completamente encantador, que era capaz de colocar a felicidade de terceiros na frente da sua, e Annabeth não sabia expressar o quanto o amava por ser exatamente como era.

— E se você conhecer alguém menos complicada do que eu nesse meio tempo? – bom, talvez através do ciúmes ela conseguisse expressar o que pelas palavras não saia com facilidade. – Porque, é um ano, mas você pode conhecer outra pessoa e...

— Como assim? – Percy deu um sorriso matreiro, fazendo-a se irritar com a possibilidade.

— Ué, você pode... Sei lá, conhecer uma bióloga aventureira que não tem nada nem ninguém que a impeça de viajar por aí com você, sem um ex-namorado louco e possessivo com quem ela tenha um filho pequeno. Aí, vocês podem se apaixonar e sair pelo mundo viajando e quem sabe ter lindos filhinhos morenos de olhos verdes, porque ela também deve ser muito bonita e... – Annabeth estava soltando todas aquelas coisas com uma raiva imensurável, até parecia que essa mulher já existia na vida de Perseu e já estava ocupando o lugar que até então era seu. – Argh! Que vaca! – a loira resmungou com o olhar vago e o ciúmes transbordando em cada palavra proferida.

Em um milésimo de segundo, Annabeth conseguiu visualizar toda uma história entre Percy e a bióloga imaginária, e antes que ela pudesse imaginar eles já estavam casados e com três filhos perfeitos, na casa perfeita, com o carro perfeito, desfrutando de um casamento perfeito e consequentemente da vida perfeita. Fazendo com que a raiva borbulhasse nas veias da pequena Chase.

O silêncio imperou por um segundo ou dois, e quando Annabeth voltou a si, seu olhar rapidamente procurou o de Percy e quando o encontrou sentiu uma vontade enorme de matá-lo, e tudo isso porque o rapaz tentava, mesmo que inutilmente, segurar a risada ante o ataque da loira.

— Não ria, Perseu. Eu estou falando sério. – a garota bronqueou, fazendo-o engolir a risada. Era engraçado ver Annabeth tento um ataque de ciúmes com a cara de choro.

— Eu vou conhecer outras pessoas nesse meio tempo, é fato! – Annabeth rapidamente desviou o olhar com essa fala, e Percy a segurou pelo queixo, para que seus olhares continuassem conectados. – Mas isso não quer dizer que outra pessoa conseguirá fazer com que eu me sinta da mesma maneira que eu me sinto do seu lado. Entende?  Eu te amo e isso não mudará em um ano.

— Você está me dizendo que...

— Sim, eu vou te esperar, Annie. – o moreno de olhos verdes garantiu convicto – E eu espero que você faça o mesmo.

— Eu nunca permitiria que o meu sentimento por você fosse modificado, ainda mais por conta do Luke. – a loira garantiu acariciando a bochecha do rapaz. – Meu amor por você é uma das coisas mais preciosas da minha vida, Perseu. E se você está dizendo que vai me esperar durante o período desse maldito acordo, a única coisa que eu posso dizer é que ao fim de um ano nós voltaremos a ficar juntos. E dessa vez será para sempre.

Com essas palavras o coração de Percy passou a bater bem mais aliviado, assim como o de Annabeth, ainda que a saudade marcasse presença em algumas batidas erradicas do mesmo.

— Promete? – o rapaz perguntou a fim de garantir e Annabeth assentiu antes de beijá-lo.

No fundo, a loira não queria ter que prometer, visto que se separar de Percy era a última coisa que ela queria fazer na vida, mas da mesma forma que não queria, ela sabia que tinha de o fazer. A luta para a guarda de Peter seria longa e terrivelmente dolorosa, e enquanto a justiça não decidisse ao seu favor, algo que ela nem sabia se aconteceria, seu pequeno peixinho estaria crescendo longe de si.

Suas primeiras palavras já foram ditas, e seus primeiros passos já foram dados, mas Annabeth perderia suas novas palavras e pequenos erros na hora de dizê-las, a garota também perderia seus pequenos tombos e as primeiras correrias. Sem contar nas outras milhões de descobertas que costumam acontecer nessa fase da vida de uma criança. E entre ficar afastada de Percy por um ano, ou de Peter pelo mesmo período, ou quem sabe ainda mais, ela não podia deixar de escolher o filho, coisa que qualquer mãe no mundo faria.

O jovem casal rapidamente se deixou levar pela emoção do momento, e antes que pudesse prever os próximos acontecimentos, Percy já os tinha levantado e sem pensar muito no que deveria fazer arrastou Annabeth para dentro de casa, onde iriam deixar que suas emoções falassem mais alto.

Entre beijos singelos, caricias quentes e pequeno tropeços nos degraus da escada, juntos se encaminharam para o quarto do rapaz.

Annabeth chegou ao último andar sem o vestido que escolhera naquela manhã quente. E Percy estava sem a camiseta e os sapatos, estes estavam perdidos junto as sapatilhas da loira ainda na entrada da casa.

Quando entraram no quarto, não se demoraram muito admirando o local ou procurando algo que mudara desde a última vez que estiveram ali, cerca de dois ou três meses atrás. Annabeth rapidamente o puxou para um beijo mais exigente do que aqueles que foram trocados antes, e Percy dedicou-se ao máximo, saboreando cada vez mais o sabor de morango que só existia na boca da sua garota.

As mãos de Annabeth acariciaram os músculos do peitoral de Percy e antes que ela pudesse frear suas mãos, estas já passeavam pelas costas nuas do mesmo. Com calma, os dedos esguios da garota traçaram o caminho da coluna do rapaz do topo até a base, local sensível ao toque que sempre fazia com que o Jackson se arrepiasse ao ser tocado, reação que a loira adorava causar nele.

A pele febril do rapaz rapidamente incendiou a de Annabeth, ainda mais quando as mãos fortes do rapaz apertavam, ocasionalmente, um pedaço ou outro de pele, às vezes, um mais sensível que o outro, o que fazia com que a loira ora se arrepiasse ora arfasse totalmente entregue ao momento.

Suas línguas não pareciam guerrear entre si ou algo parecido, na verdade, elas pareciam aproveitar o momento sem pressa, talvez com medo de que se fossem rápidas demais tudo aquilo se esvaísse em uma velocidade ainda maior. Por isso, todo o contato entre os dois parecia ser milimetricamente calculado e demoradamente realizado, a fim de durar a maior quantidade de tempo possível.

Quando o fôlego acabou, Percy se separou com selinhos demorados, que logo ganharam novas direções sendo agora dispersados por toda a extensão do rosto da garota, esta que apreciava todo o carinho contido naqueles pequenos gestos.

Percy deu um pequeno beijo na ponta do nariz da garota e rapidamente se afastou, para admirá-la por completo, para memorizar cada misero detalhe. E ele não se arrependeu quando seu olhar escorregou por cada curva e particularidade do corpo de Annabeth, admirando assim o quão perfeita ela era. Naquele momento, Percy não se admirou por Luke estar tentando conquistá-la mais uma vez, Annabeth era perfeita com todas as suas qualidades e defeitos e se Percy a perdesse algum dia era capaz de ir até o Tártaro para reconquistá-la. Sem pensar duas vezes.

Quando seus olhos encontraram as iris que tanto amava, no entanto, sentiu seu coração ser comprimido ao máximo, assim como os seus pulmões, estes que pareciam não ter mais capacidade de armazenar oxigênio.

Annabeth tinha os olhos marejados, e seu coração não estava muito diferente do de Perseu. Ali, com toda a delicadeza e sutileza dos movimentos do rapaz, ela soube que aquela seria a última vez que estariam juntos daquela forma, pelos menos no período de um ano. E saber que depois daquilo teriam de se separar fez com que um medo absurdo de perdê-lo apossasse seu ser.

— Por favor, não chore, minha Sabidinha. – o rapaz pediu aparando duas lágrimas que escorreram sem permissão.

— Promete... Promete que estará aqui quando eu precisar? – a loira perguntou e levou a mão do rapaz até onde seu coração pulava descontrolado.

— Eu prometo! – Percy prometeu sem hesitar um segundo sequer – Quando tudo isso acabar nós nos casaremos e seremos a família que o Peter e os nossos outros filhos merecem ter. Eu te prometo, Sabidinha!

— Eu não vou desistir da gente, Cabeça de Algas. – a loira garantiu em meio ao choro e Percy rapidamente a abraçou, concordando que também não o faria.

— Eu te amo, Annabeth Chase. E nada nem ninguém mudará isso. – o rapaz disse olhando-a nos olhos, e consequentemente admirando os orbes cinzas de sua garota, estes que naquele momento estava como prata derretida a tonalidade que Percy mais amava no mundo.

— Eu te amo, Perseu Jackson. E eu, sinceramente, espero ser a Srª Jackson quando toda essa loucura acabar. – a loira brincou deixando claro que tudo o que ele dissera fora levado a sério pela garota.

Percy sorriu para o que ela disse, e antes que pudesse refrear-se já estava beijando-a com todo o amor que havia em si, e fazendo com que todas as promessas até então feitas fossem seladas. Com calma, deitou-a na cama e permitiu que o momento o levasse para um lugar longe de todo aquele inferno que sua vida tinha se transformado, e como bônus fez com que Annabeth fosse consigo.

Nenhum dos dois saberia dizer com certeza o que o futuro guardava para eles, mas com todo o coração esperavam que o destino lhes fosse amigo e permitisse que ao fim de toda aquela loucura conseguissem achar o caminho de volta para o outro, pois somente quando estavam juntos era que seus corações batiam repletos de amor e felicidade.

As caricias logo ganharam outra magnitude, e o desejo misturado ao amor e a uma grande pitada de paixão fizeram com que as coisas esquentassem ao máximo. Durante aquela tarde os dois se amaram de alma, corpo e coração, ao mesmo tempo em que selavam a promessa de que seria um do outro pelo resto da eternidade. Agora só nos restava saber se aquela promessa se cumpriria de fato, ou seria esquecida como muitas outras que existiam por aí.


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Notas finais do capítulo

Destilem todo o seu ódio nos reviews, por favor.

Não vou perguntar nada dessa vez, só me digam o que estão sentindo com esse capítulo e se gostaram - da minha escrita, é claro.

O próximo já está pronto e se vocês quiserem posso liberá-lo ainda amanhã, ou só daqui duas semanas ou três, ainda estou arrumando o meu horário.

Desde já agradeço pela compreensão, paciência e por não arrancar a minha cabeça do lugar kkkkk

Lembrem-se antes de jogar alguma feitiço ou desejar a minha morte, sem mim vocês não saberão com quem a Annie fica. Ou se o Percy conhecerá ou não a biólogo aventureira.

Beijinhos de luz e até o próximo capítulo, ou reviews, se você aparecer por lá.



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