The Choices Of Life... escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 29
Até Logo


Notas iniciais do capítulo

Oieee...

Sei que disse que postaria ontem, mas no fim da tarde acabou a força aqui em casa, e só voltou hoje por volta do meio dia. E meu PC ainda pensou em me dar um susto quando não quis ligar, mas meu papi, muito esperto, o abriu e deu uma limpada. O coitado só tava querendo uma limpezinha, ele até que está rápido agora kkkk

Mas cá está o outro capítulo, beeeeeeem grande por sinal.

Li todos os reviews do capítulo, e entendo as ameças de morte quando a fic acabar, vocês não são nada bobos, não é mesmo? Daqui a pouco vou começar a respondê-los.

Agora chega de enrolação.

Boa Leitura.



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Percy fora o primeiro a acordar naquele fim de tarde.

O pôr do sol invadia seu quarto com todo o seu esplendor, e tudo graças as paredes de vidros, que por algum motivo estavam com as cortinas escancaradas. Percy lutou para manter seus olhos abertos por conta da luz, e quando se acostumou permitiu-se admirar a cena que o cercava.

Sua cama ficava de frente com uma das paredes de vidro da casa, e naquele momento ele se lembrara o porquê de ter escolhido aquele quarto. O mar se estendia a sua frente e lá no fundo, no horizonte, o sol sumia aos poucos colorindo o seu redor com tons de laranja, amarelos e alguns raios de violeta e azul. Era lindo, assim como a garota que dormia em seu peito, e mantinha a respiração calma e ritmada.

Percy se esticou um pouco, a fim de espiar que horas eram, e não se assustou quando percebeu que já passava das cinco. Por alguns minutos permitiu-se acariciar os cabelos de Annabeth e ocasionalmente depositava um beijo na testa da Chase, esta que aconchegava-se ainda mais ao rapaz, fazendo com que um sorriso de lado crescesse cada vez mais nos lábios do moreno.

O momento de calma, no entanto, não durou muito tempo, cerca de dez minutos depois a barriga do Jackson roncou em um volume altamente vergonhoso, fazendo com que o rapaz caçasse em sua memória a última refeição feita. Percy não se surpreendeu em lembrar apenas de um pedaço de bolo que sua mãe o obrigara comer antes de sair de casa com Annabeth, naquela manhã.

Por isso, com a maior delicadeza do mundo o moreno depositou o corpo de Annabeth sob o colchão e antes de sair do quarto vestiu novamente a cueca, esta que misteriosamente fora parar em cima de uma das pranchas que enfeitavam o seu quarto.

Sem pressa, desceu os dois lances de escada rindo consigo mesmo por conta das roupas no meio do caminho, e rapidamente se direcionou a cozinha de sua casa. O rapaz não se surpreendeu por encontrar tudo arrumado como sempre, mas comida que era bom não tinha em nenhum canto dos inúmeros armários, o que fez seu estomago resmungar audivelmente.

— Calminha, barriguinha. Eu vou arranjar comida para você. – Percy resmungou passando a mão sobre seu abdômen. – Vejamos o que podemos fazer...

Percy pensou por um momento e não demorou muito para perceber que, ou teria de pedir algo em algum delivery, ou teria de sair para comer. Antes que o rapaz pudesse se decidir a voz de Annabeth ecoou por toda a casa.

— Percy?

— Aqui embaixo. – o moreno gritou de volta, e logo em seguida se pôs a subir as escadas.

Annabeth acordou alguns minutos depois do moreno deixar o quarto, e se assustou ao lembrar do que tinham combinado e da viagem do rapaz ainda naquela noite.

— Seu idiota! – a loira gritou assim que o rapaz entrou no quarto, o que o assustou e o impediu de desviar do travesseiro que foi jogado em sua direção.

— Posso saber o motivo para tanta raiva? – o Jackson perguntou erguendo o travesseiro em sinal de dúvida, e a loira logo se levantou para abraçá-lo, deixando-o ainda mais confuso. – Sua TPM não começa só na semana que vem? – o rapaz questionou em dúvida e Annabeth se afastou dando um tapa em seu peito.

— Seu idiota!                                                                     

— Isso você já disse. – Percy devolveu mais tranquilo por vê-la sorrindo, talvez ele não tenha feito algo tão grave assim. – Posso saber o porquê de tanta bipolaridade? Achei que agora curtiríamos um momento casal meloso que não quer se separar.

Annabeth ergueu a sobrancelha e rapidamente desviou o olhar, lembrando-se do que tinham combinado naquela manhã.

— Eu não quero me separar de você. – a loira resmungou olhando para o espelho que tinha no guarda-roupa, e não se surpreendeu ao encontrar algumas marcas em seu corpo e nem o rosto inchado por conta do choro excessivo dos últimos dias.

— Annie, nós já conversamos. – Percy suspirou sentando-se ao lado dela.

— Eu sei, mas você ficar falando toda hora não é legal. – a garota retrucou olhando-o nos olhos.

— Okay, prometo que não direi mais nada. – o rapaz concordou deitando-se novamente na cama. – Mas, posso saber o porquê do grito?

Annabeth pensou bem antes de responder, mas logo optou pela verdade, dizendo:

— Achei que você já tivesse ido embora. – a garota desviou o olhar por um segundo, e Percy segurou a sua mão, fazendo com que ela se voltasse para ele – Você vai para Fernando de Noronha ainda hoje, e eu pensei que não quisesse se despedir. –a garota segredou encabulada, e Percy lhe direcionou um meio sorriso.

— Eu nunca iria embora sem me despedir de você, Annie. – o rapaz respondeu de forma suave e Annabeth assentiu sem demostrar nenhuma outra emoção.

— Eu sei, só fiquei com medo... É difícil de explicar, Percy. – a loira emendou e o rapaz voltou a se sentar para abraçá-la.

— Não sei se isso te deixará mais aliviada, ou não, mas troquei a minha passagem. Só viajarei amanhã de manhã, essa noite sou todinho seu, Srta. Chase. – o rapaz brincou e a loira o olhou incrédula.

— Como e quando você fez isso? – a garota não conseguia ver quando ele tivera oportunidade para fazer essa alteração, até porque tinham passados os últimos quatro dias grudados.

— Hoje mais cedo, quando você foi visitar o Peter, liguei para o Centro de Pesquisas e pedi para o Dr. Fisher me deixar viajar somente amanhã. – o rapaz contou rapidamente – Eu precisava acertar algumas coisas antes de ir.

— Hum... – a loira resmungou abraçando-o fortemente, a fim de esconder seus olhos lacrimejados.

Antes que um dos dois pudesse dizer mais alguma coisa, a barriga de Annabeth roncou fazendo com que a garota corasse no tom de vermelho mais escarlate possível.

— Acho que tem alguém com fome. – brincou Percy, fazendo a garota corar ainda mais. E antes que ela pudesse se defender a do rapaz fez um som dez vezes mais alto, fazendo-a rir.

— Acho que não sou só eu, Cabeça de Algas.

— O que nos leva a uma grande decisão... – o rapaz disse, fazendo-a erguer a sobrancelha em escárnio – Sairemos para comer o pediremos uma pizza?

— Não tem comida aqui? – Annabeth perguntou franzindo o cenho e Percy negou prontamente. – O que você acha melhor?

— Sinceramente? – a garota assentiu – Eu só quero passar essa noite com você, não importa aonde.

A loira sorriu e assentiu, beijando-o rapidamente.

— Acho que ficar em casa será muito melancólico, vamos sair por aí e ver o que acontece. – a loira sugeriu e dessa fez quem sorriu foi o Jackson, este que logo levantou e caminhou em direção ao banheiro.

— Você vem comigo? – o rapaz perguntou sorrindo e não demorou muito para a loira levantar e o acompanhar.

O banho dos dois não demorou muito, já que a fome estava falando mais alto naquele momento, mas foi uma bela oportunidade de passarem o máximo de tempo possível juntos, algo que eles estavam prezando demais naquela noite.

Assim que Annabeth saiu do banheiro vestiu um short jeans e uma camiseta que estava no guarda-roupa do rapaz, que ficara ali da última vez que estiveram em Montauk, e Percy fez a mesma coisa ao colocar uma bermuda e uma regata branca.

O céu já tinha escurecido e as luzes já tinham ganho cidade, quando eles saíram de casa. E a cidade parecia bem movimentada durante a noite.

— Está cheio aqui, não? – Annabeth soltou ao observar a fila para um restaurante de frutos do mar.

— Alta temporada. – Percy respondeu olhando para o mesmo lugar. – Férias de verão, sabe como é né.

A loira assentiu, e resmungou que seria difícil achar um restaurante vazio naquela noite de sábado.

— Você tem alguma preferência? – Percy perguntou enquanto dirigia na avenida principal, esta que acompanhava a orla, e fazia com que o barulho do mar fosse plano de fundo da noite.

— Sendo comida. – a loira deu de ombros e sorriu para o rapaz, este que rapidamente buscou a mão da garota.

— Então, eu tenho o lugar perfeito. – o moreno disse com um sorriso esperto, e a loira assentiu acompanhando-o no sorriso.

Não demorou mais de dez minutos para que Percy estacionasse em frente à um McDonald’s fazendo a loira o olhar torto.

— Isso não é exatamente comida, Perseu.

— Falou a mulher que se empanturrou disso enquanto estava grávida. – o rapaz soltou saindo do carro, e contornando o mesmo para abrir a porta para Annabeth. – Ou você acha que eu esqueci que te peguei querendo fugir durante a noite só para comer um lanche?

— Era desejo! – a loira se defendeu ao segurar a mão dele para descer da caminhonete – Já pensou se o Peter nascesse com cara de Big Tasty?

— Seria gostoso. – Percy devolveu divertido, fazendo Annabeth golpeá-lo com um tapa no braço.

E o jantar se passou assim entre brincadeiras, provocações e vários beijos. Os dois pareciam um casal de adolescentes recém-formado. E toda aquela atmosfera só fora possível graças ao acordo mudo que fizeram no quarto, onde concordaram em não falar na inevitável separação, essa que aconteceria na manhã seguinte e nem nos problemas que ela acarretaria, ou nas soluções que ela traria.

Depois de comerem um combinado e um McFlurry cada, os dois saíram andando pela cidade e não se importaram em ter de voltar para o local onde deixaram o carro depois.

De mãos dadas passearam pelas estreitas ruas da cidade, e até se permitiram namorar um pouco na praça principal. Depois de vários minutos de beijos e até algumas mãos bobas por parte do Jackson, os dois voltaram a caminhar e dessa vez acabaram por parar um uma feirinha de artesanato que estava acontecendo atrás da Igreja Matriz.

— Vamos dar uma olhadinha? – Annabeth perguntou animada quando avistou a movimentação de longe, e Percy não se fez de rogado ao assentir.

A cada barraca que paravam admiravam o trabalho do artesão, e quando passavam para próxima conversavam sobre o quão bonita era cada peça. Em um dado momento, pararam em uma barraquinha simples onde colares e cordões eram vendidos. Annabeth deu uma rápida olhada, mas logo sua atenção foi presa no trabalho do artesão ao lado, este que estava fazendo naquele momento uma réplica do Empire State Building em madeira, o que a fascinou, assim como as réplicas do Taj Mahal, da Torre Eiffel e outras dezenas de monumentos históricos.

Percy, no entanto, ficou admirado com um pingente delicado que estava mais afastado dos demais.

— Quando é esse daqui? – o rapaz perguntou e a senhora sorriu satisfeita, afinal aquela era uma peça que não era vendida por nada no mundo.

— Com a corrente é trinta dólares. Só o pingente é vinte. – Percy não se assustou com o preço, mas o entendeu quando ela emendou – É tudo feito à mão.

— Vou levá-lo com a corrente. – o rapaz sinalizou e a senhora lhe direcionou um sorriso agradecido.

— Percy, venha ver que lindo! – Annabeth chamou ainda encantada com as réplicas na barraca ao lado, e o rapaz entregou o dinheiro a senhora que lhe deu o colar em um pequeno saquinho transparente, este que o rapaz logo tratou de guardar no bolso.

Percy rapidamente se juntou a garota, e lhe comprou um pequeno Parthenon de madeira, deixando a garota extremamente agradecida.

Não demorou muito para que Percy quisesse ir à praia, e a garota não se fez de rogada ao concordar. Antes de irem, compraram alguns doces com um vendedor na rua, e quando chegaram logo se sentaram na areia, admirando apenas o barulho que as ondas faziam ao se chocar com a areia, já que a vista era encoberta pela noite.

— Eu já falei que amo chocolate? – Annabeth perguntou com a boca cheia, e Percy riu assentindo.

— Eu percebi. – o rapaz pescou uma bala em seu pacote e a jogou pra dentro da boca. – E eu amo o seu beijo! – o moreno soltou depois de engolir a sua bala, fazendo a garota jogar a cabeça para trás e rir. – Ele tem gosto de morango.

— E eu acho que sou muito fácil. – a loira resmungou depois de se recuperar de sua risada.

— Por quê? – Percy perguntou franzindo o cenho.

— Você nunca me galanteou assim antes de me beijar pela primeira vez.

— Primeiro, antes de te beijar eu não sabia que o seu beijo era tão bom. – o rapaz se defendeu e a loira assentiu concordando com o seu ponto – Segundo, nós só ficamos nos beijinhos por um bom tempo. – Percy soltou abismado, e a loira o encarou, ou ao menos tentou, por longo segundos.

— Eu achei que o senhor me respeitasse, Perseu. – a loira soltou com falso tom de ultraje.

— E eu respeito, mas me relacionar com você só como amigo mesmo com benefícios, que nesse caso eram alguns beijos, foi tudo menos fácil, Annabeth. Foram quase dez meses de friendzone.

 - E agora, como é? – a loira perguntou sorrindo.

— Agora? É incrível! – o rapaz respondeu na lata, fazendo o sorriso da garota se largar – Ainda mais que agora eu posso te agarrar sempre que eu tenho vontade.

 - Você fala como se aquele barrigão fosse capaz de atrair alguém. – a loira soltou debochada, e Percy negou com a cabeça, se aproximando aos poucos.

— Quem disse que eu não tinha? Você foi, é e sempre será a grávida mais linda que já vi na vida.

— Por acaso, assim só para saber... Você está me chamando de gorda? – a loira arqueou a sobrancelha, enquanto o rapaz a abraçava, a fim de provar seu ponto anterior.

— Vocês mulheres tem um dom incrível de colocar palavras na boca alheia. – Annabeth riu, e Percy a acompanhou – É sério!

Antes que a loira dissesse algo para contrariá-lo, Percy a beijou profundamente, fazendo-a perder a linha de raciocínio e rapidamente se entregar. Ao fim do beijo, Percy resmungou:

— Agora seu beijo está com gosto de morango e chocolate, igual ao primeiro.

A Chase sorriu e voltou a beijá-lo.

...

Os dois sabiam que a noite não duraria para sempre, mesmo que esse fosse o desejo deles, por isso quando o movimento na rua começou a diminuir, eles se levantaram e voltaram calmamente para onde tinham deixado o carro. E foi um timing perfeito, pois assim que Percy fechou a porta do seu lado, seu celular, que fora esquecido ainda no meio da manhã, começou a tocar.

— Eles devem estar loucos atrás da gente. – o rapaz comentou ao perceber que quem ligava era Thalia.

— Não é para menos. – Annabeth sussurrou, enquanto o rapaz atendia o aparelho.

— Fala, Cara de Pinheiro.

— Onde, caralhos, vocês estão? – a morena perguntou sem papas na língua e uma grande dose de raiva.

— Em Montauk. – Percy respondeu sem enrolação, e a linha ficou muda por um segundo.

— O que diabos vocês estão fazendo aí? – a garota perguntou sem entender absolutamente nada.

— Eu precisava conversar com a Annie sobre o que faremos a partir de agora. – o rapaz deixou implícito o que tudo aquilo significava.

— Você quer dizer que...

— É. – o moreno a cortou rapidamente, falar em voz alta fazia tudo parecer mais real, e ele não queria estragar o resto da noite. – Amanhã de manhã embarco para Noronha, o Dr. Fisher permitiu que eu adiasse a minha viagem. E a Annabeth precisará de apoio.

O Jackson olhou de relance para a Chase e esta encarava fixamente o para-brisa.

— Eu não acredito que aquele filho da puta conseguiu. - Thalia falou mais para si do que para o irmão. – Vocês estão bem?

— Vamos ficar. – Percy respondeu simplesmente – Avisa a todos que estamos bem, e que por volta das sete estaremos de volta.

A linha ficou muda por um segundo, e quando Percy pensou em desligar, Thalia disse:

— Suas coisas estão arrumadas? – a garota perguntou tentando ser solicita.

— Meus documentos estão, mas falta colocar algumas coisas na mala... – o rapaz logo fora interrompido.

— Pode deixar que eu peço para a mamãe arrumar.

— Obrigado. Agora eu vou desligar, nos falamos melhor amanhã.

— Okay. – a morena soltou ainda incrédula com a notícia – Até amanhã.

De repente, todas as brincadeiras, provocações e beijos perderam o sentido. Naquele momento, depois que Thalia desligou, Annabeth e Percy se deram conta que aquela seria a última noite. Quando o dia amanhecesse, infelizmente, eles teriam de seguir caminhos diferentes.

O fato do caminho de volta ter sido feito no mais completo silêncio, fez com que o tempo dobrasse, angustiando-os ainda mais.

De repente, o aviso de mensagens soou pelo carro, e só dessa forma o silêncio fora rompido:

— Lê para mim, por favor. – o moreno pediu olhando para Annabeth e ela assentiu, pegando o aparelho em mãos.

— É do Dr. Fisher. – a garota resmungou já abrindo a mensagem.

Sr. Perseu, tomei a liberdade de cuidar da sua passagem.

Você embarcará as dez horas em ponto, é a mesma companhia e obviamente o mesmo destino.

Como já disse espero encontrá-lo em Fernando de Noronha na segunda, sem faltas.

Dr. Fisher.

— Eu tinha me esquecido completamente de alterar as passagens. – Percy resmungou depois que a loira terminou de ler e a garota sorriu, sabendo que aquilo era bem a cara dele. – Então, nós temos mais quantas horas juntos?

— Oito e meia. – a garota respondeu com pesar. E Percy suspirou compartilhando do mesmo sentimento.

O silêncio voltou a reinar e só foi novamente quebrado, quando já estavam de volta ao quarto do rapaz.

— Percy?

— Hum?

— Nós ficaremos bem? – a garota questionou, e o rapaz pôs-se a olhá-la.

Percy a fitou por um minuto inteiro, e antes que ela achasse que a resposta era negativa, ele a abraçou e sussurrou em seu ouvido.

— Melhor do que você imagina, minha Sabidinha.

Durante a madrugada eles se amaram novamente, mas dessa vez nenhum dos dois conseguiu pregar os olhos, pois sabiam que quando a luz do dia chegasse teriam de se separar. E por isso, se encararam por horas a fio, a fim de gravar cada misero detalhe do outro.

Annabeth fez questão de passear seus dedos pelos traços masculinos de Perseu, e ele perdeu bons minutos admirando a tonalidade que ele só conseguia ver através do olhar dela. Ainda na cama, voltaram a prometer que ao final de um ano encontrariam o caminho de volta para o outro, sem medo e sem ninguém tentando afastá-los.

Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir, Annabeth voltou a chorar e Percy, com calma, enxugou cada lágrima que escorrera, segurando-se para não fazer o mesmo. Ele a abraçou forte, e quando seu celular despertou às cinco e meia, soube que o tempo tinha acabado.

Novamente, o trânsito facilitou a vida dos dois e antes que pudessem imaginar já estavam estacionando em frente a imponente casa dos Jackson. Essa que parecia calma demais, mesmo sabendo o que aconteceria nos próximos dias.

Thalia foi a primeira a aparecer na porta, e rapidamente abraçou o irmão, pois sabia que mesmo não demostrando o moreno estava sentindo tanto quanto Annabeth, e para Thalia aquilo era ainda pior, visto que seu irmão tinha um grande histórico de não saber lidar corretamente com alguns tipos de sentimentos.

— Obrigado. – Percy sussurrou sabendo o que Thalia queria demonstrar com o abraço, e a garota apenas o encarou com seus olhos azuis elétricos.

Annabeth também fora abraçada pela morena de olhos azuis elétricos e dessa vez não derramou uma única lágrima. A Chase prometera a si mesma que não demostraria mais fraqueza diante dos outros como vinha fazendo nas últimas quarenta e oito horas. A garota não estava mais se reconhecendo naquela imagem de mocinha chorona, e por isso decidiu que seria forte. Na verdade, ela precisava ser forte. Por ela e por seu filho.

— Maria preparou um ótimo café da manhã. – Thalia soltou tentando distraí-los e logo em seguida seus pais apareceram e depois dos dois cumprimentar o outro casal, juntos entraram e desfrutaram de uma boa refeição, sem tocar, é claro, no assunto que mais os incomodava.

O horário de Percy embarcar se aproximava rapidamente, e Thalia queria saber como ficaria a situação dos dois, por isso sem se aguentar, quando a mesa foi tirada questionou:

— O que exatamente vocês decidiram? – Sally a olhou torto, e a garota deu de ombros, para logo em seguida se desculpar – Sei que não é uma boa hora, mas precisamos saber o que vocês vão fazer agora. Para apoiá-los. – a garota garantiu e Sally concordou voltando seus olhar para o jovem casal.

— A Annabeth vai aceitar o acordo de um ano.

— Mas e vocês? – Sally perguntou sabendo o quanto aquela decisão estava sendo dolorosa para os dois que embora tentassem, não conseguiam esconder.

— Ficaremos separados, enquanto isso. – Percy respondeu e Annabeth assentiu, buscando a mão dele para entrelaçar seus dedos, ato que o moreno não repudiou. – Quando o acordo terminar voltaremos a ficar juntos. – respondeu convicto.

Os outros três se entreolharam em dúvida, mas não disseram nada. É claro, que nenhum deles duvidavam do amor que Annabeth e Percy sentiam um pelo outro, mas aquela situação era mais complexa do que parecia. Do jeito que Percy falou, parecia que eles congelariam seus sentimentos por um tempo e quando tudo acabasse voltariam de onde tinham parado, e não era assim que as coisas funcionavam, pelo menos não no mundo real.

Naquele momento Percy era um homem com uma história, sonhos e motivações, e Annabeth uma mulher que possuía a sua própria história, sonhos e motivações, ali tinham objetivos parecidos, mas um ano longe poderiam mudar muita coisa, até mesmo a história, os sonhos e as motivações deles e dessa forma Percy poderia ser um homem completamente diferente dali um ano, assim como Annabeth uma mulher completamente diferente. Talvez, incompatíveis.

Em suma, não tinha como eles afirmarem com tanta certeza que voltariam a estar juntos novamente, e isso preocupava aqueles que os amava, pois caso algo desse errado no meio do caminho eles sofreriam junto dos dois.

 Annabeth e Percy, no entanto, não pensavam assim. Para eles o amor que sentiam seria capaz de ultrapassar essa barreira e quando a hora chegasse estariam juntos novamente. E era nesse pensamento que os dois estavam se agarrando a ferro e fogo.

— Espero que vocês ajudem a Annabeth nesses próximos dias, pois eles serão bem tumultuados...

— É claro, que ajudaremos. – Sally disse convicta – Prometi à mãe dela que a ajudaria sempre que precisasse de mim, e é isso que vou fazer.

O moreno assentiu agradecido, e a loira sorriu da mesma forma.

— Percy, acredito que esteja na sua hora. – Poseidon disse depois de uma breve olhada em seu relógio, e o rapaz assentiu, soltando a mão de Annabeth e subindo para pegar as suas coisas.

— Eu, sinceramente, espero que vocês saibam o que estão fazendo, Annie. – Thalia disse antes de abraçá-la, e a garota, internamente, torceu pelo mesmo.

...

Foi uma surpresa agradável para Percy chegar ao aeroporto e encontrar todos os seus amigos os esperando.

— Por que vocês estão aqui? – o rapaz perguntou abraçando Silena, e esta apenas sorriu deixando que Thalia explicasse o motivo.

— Eles passaram lá em casa ontem à noite e queriam se despedir de você, e como você deu o bolo ao sumir com a Annabeth, fiquei com pena e acabei avisando que seu voo sairia hoje de manhã. – a garota explicou, enquanto o via abraçar Juniper, Katie, Bianca e trocar toquinhos com os Stoll, Will e Charles.

— Até você, Clarisse? – o moreno perguntou debochado ao ver que a próxima seria a garota, e a ruiva lhe deu um soco no braço, bem forte por sinal. – Au! Sua bruta.

— Me arrastaram até aqui, Perseu. – a garota resmungou olhando torto para Chris – Ou você acha que eu, por livre e espontânea vontade, interromperia o meu sagrado sono até o meio-dia só para ver a tua cara? Nem ferrando!

— Delicada como um mamute, como sempre. – Percy resmungou e quase foi acertado por um golpe de Muay Thai, graças a Chris o desastre não aconteceu.

— Hey, Nico. – o rapaz cumprimentou com um toque de mão, e o Di Ângelo fez o mesmo, antes de abrir um sorriso mínimo.

— Nós trouxemos um travesseiro e uma comidas para você, Percy. – Silena disse, e Grover logo estendeu uma sacola para o rapaz, antes do moreno o cumprimentar. – Afinal, são quase treze horas de voo.

Percy olhou tudo impressionado, e direcionou um sorriso agradecido aos amigos, mas é claro, brincou:

— Vejo que estou bem cotado entre vocês. Falem logo o que querem que eu traga, pensarei no caso. – todos se entreolharam, fazendo o rapaz desconfiar.

— Uma camisa da Seleção Brasileira, não seria demais. – Grover resmungou e Juniper o acertou com o cotovelo.

Percy riu e assentiu.

— Algo mais? – eles voltaram a se entreolhar e o rapaz logo entendeu o que estava acontecendo. Thalia já devia ter falado o que Annabeth e ele estavam prestes a fazer. – Não precisam se preocupar, sabemos o que estamos fazendo. – o moreno disse e não deu tempo de ninguém se manifestar. – Agora eu vou fazer o meu check-in, porque Fernando de Noronha me espera.

O Jackson seguiu sozinho até a fila, e ninguém importunou Annabeth com perguntas, já que era nítido que ela estava bem abalada com toda aquela situação. Mas em outra oportunidade a garota não escaparia de um grande interrogatório.

Quando o rapaz voltou já sem a mala de rodinhas, todos se encaminharam até a entrada da sala de embarque e um a um passaram a se despedir do rapaz.

— Credo, até parece que eu vou morrer. – o moreno resmungou quando Silena o abraçou chorando, e Sally o repreendeu de imediato.

— Perseu, não fale uma coisa dessas!

Katie, Bianca, Juniper, Grover e os Stoll já tinha se despedido e expedido milhões de recomendações, quando Will se aproximou e deu um abraço no Jackson.

— Não precisa se preocupar, vou cuidar da minha prima. – o filho de Apolo garantiu e Percy assentiu rapidamente, torcendo que o rapaz cumprisse com a sua palavra.

Charles veio em seguida e disse que tudo ficaria bem, e discretamente também pediu uma camiseta da Seleção Canarinha, fazendo com que Percy risse e assentisse.

Clarisse se negou a abraça-lo, mas disse:

— Sei o quanto deve estar sendo difícil para você, mas admiro o que está fazendo pelo Peter e pela Annie, talvez um dia eu chegue a gostar de você.

— Estamos melhorando na delicadeza, minha mamute preferida. – o rapaz debochou e ela limitou-se a um olhar ameaçador, visto que Chris a segurava pela mão.

— Agradeça ao Chris por estar aqui, se não essa sua carinha já teria virado uma massa de difícil reconhecimento. Idiota. – a garota esbravejou e Percy riu, apertando a mão do Rodriguez.

Nico veio logo em seguida, e rapidamente o abraçou:

— Eu vou cuidar para que o acordo seja o mais justo possível. – o rapaz garantiu e Percy assentiu.

— Cuida de tudo, por favor. – o rapaz pediu e o Di Ângelo concordou – Eu queria ficar aqui e ajudá-la a passar por isso, mas...

— É tão difícil para você quanto é para ela. Entendo. – o moreno de olhos negros disse, e logo completou – A melhor coisa para você vai ser essa viagem.

— Acho a mesma coisa, creio que enlouqueceria se ficasse aqui. – Nico assentiu e deu-lhe mais um abraço.

— Curta muito as praias. – o rapaz disse afastando e Percy negou com a cabeça.

— Me respeita, rapaz. Estou indo à trabalho. – o moreno de olhos verdes brincou – Sou um homem sério. – Nico negou com a cabeça e riu juntando-se a sua irmã.

Poseidon e Sally logo se aproximaram, e a mulher disse:

— Um homem sério que tomará cuidado, não é mesmo? – perguntou preocupada, fazendo com que seu filho revirasse os olhos. – E não faça essa cara para mim, menino. Eu estou falando sério. – a mulher emendou arrumando a gola da camisa do rapaz.

— Sally. – Poseidon reprendeu de leve, fazendo o mais novo rir. – O Percy sabe como se cuidar. Não é mesmo, filhão? – o homem perguntou com os olhos risonho e o rapaz logo assentiu.

— É claro, até parece que eu não passei um ano viajando por aí.

— Zelo nunca é demais. – a mulher resmungou sem dar importância para o que os outros dois diziam. – Por isso, coloquei um agasalho na sua mochila, li em algum lugar que no Brasil é inverno agora.

Percy negou com a cabeça, e riu.

— Segundo o que eu li, em Noronha faz frio três dias no ano. – o rapaz brincou, e Sally revirou os olhos sem dar importância ao que o moreno disse.

— Eu estou falando sério, Perseu. Se cuida! – a mulher disse séria, e o rapaz notou a seriedade quando ela disse seu nome verdadeiro. – Qualquer coisa pode ligar. – por um momento o moreno sentiu que o aviso não tinha nada a ver com a sua viagem.

— Pode deixar, Dona Sally. Tomarei cuidado. – o Jackson garantiu e deu um beijo na bochecha da mulher antes de abraçá-la fortemente.

Poseidon o abraçou em seguida, e disse:

— Vai lá e seja o melhor biólogo que esse tal de Fisher já viu. Entendeu?

— Pode deixar, pai. – o garoto disse, e Poseidon sorriu orgulhoso por ver o homem que seu filho tinha se tornado.

Thalia fora a próxima a se despedir, e a morena apenas o abraçou com força e pediu que ele tomasse cuidado. Antes dela se afastar Percy pediu:

— Não quero você pilhando a Annabeth com perguntas se o que estamos fazendo é o certo ou não, nós todos sabemos que só assim ela conseguirá ficar perto do Peter. – os olhos do rapaz encaravam os de sua irmão com suplica, e mesmo contrariada a garota assentiu.

— Essa pode ser a única saída agora, mas nós também sabemos que não é a certa. – a garota disse e rapidamente se afastou.

O moreno pensou por um momento, mas logo dissipou seus pensamentos. Pensar naquilo não o ajudaria em nada, afinal, sua decisão já estava tomada. Agora ele só tinha que arcar com as consequências de suas ações.

— Terra chamando, Cabeça de Algas. – Annabeth prostrou-se à sua frente ajudando-o a sair de seus devaneios – Estava pensando em quê? – a loira perguntou curiosa, e o moreno deu de ombros como se não desse importância aos seus pensamentos.

— Nada demais. – ele disse para reforçar a ideia – Vem cá. – o moreno pediu entendendo os braços e rapidamente a abraçou.

Annabeth aconchegou-se no quentinho dos braços do rapaz circundando-o pela cintura, e deixou que sua cabeça pendesse na curvatura dos ombros do rapaz. Percy inalou o perfume de limão que seus cabelos loiros exalavam, e rapidamente fechou os olhos, apreciando o contato.

Depois de longos minutos assim, o rapaz abriu os olhos e riu ao perceber que seus amigos fingiam olhar coisas aleatórias no meio do aeroporto.

— O que foi? – a loira perguntou se afastando, e Percy apontou com o queixo, fazendo-a rir.

— Até seus pais estão fingindo que não estão prestando atenção na gente. – a loira constatou ao olhar para Sally e Poseidon, estes que fingiam olhar uma vitrine qualquer, mas que de meio em meio minuto olhavam para os dois.

— Temos que avisá-los que são péssimos atores. – o moreno disse ainda abraçado a garota, e a mesma riu assentindo.

— Pode deixar que eu faço isso. – a garota garantiu olhando-o nos olhos, e o sorriso de Percy diminuiu um pouco.

—  Ótimo. – o moreno disse já sem sorrir. A loira percebeu a mudança de humor e logo deixou de sorri também.

O Jackson deu um beijo na testa da garota, e voltou a abraçá-la.

— Eu te proíbo de conhecer uma bióloga aventureira. Está me ouvindo? – a garota perguntou e o som de sua voz foi abafado pelo peito do rapaz, este que riu fazendo seu corpo chacoalhar.

— Pode deixar, Chase. Nada de biólogas. – o rapaz concordou e resolveu brincar – Surfistas podem?

Annabeth rapidamente se afastou e deu um tapa no peito do rapaz.

— Aí de você, Perseu. – a loira bronqueou brava e resmungou em complemento – Você é meu. Só meu!

— Fico feliz em saber disso, Sabidinha. Pois você também é minha. Só minha! — o rapaz devolveu no mesmo tom, fazendo-a abrir um leve sorriso de lado. – E para comprovar isso, tenho uma coisa para você. – o rapaz segredou colocando a mão no bolso da calça.

— O quê? – Annabeth perguntou curiosa e seus olhos brilharam com lágrimas, quando o rapaz ergueu um delicado colar de prata na frente de seus olhos. – Que lindo, Percy! – a loira exclamou estupefata ao tocar o cordão com a ponta dos dedos.

— Fico feliz em saber que gostou. – o rapaz disse, fazendo sinal para que ela se virasse e assim ele conseguisse colocar a peça em seu pescoço.

Annabeth se virou e segurou seus cachos loiros no topo da cabeça, deixando que o moreno tivesse livre acesso àquela parte de seu corpo. Percy habilmente prendeu o colar no pescoço da menor, e delicadamente deu um beijo no fecho, e sorriu animado ao ver a pele da garota se arrepiar com o ato.

A Chase voltou-se para o moreno e sorriu ao vê-lo fazendo o mesmo. A garota segurou o pingente delicadamente, e o admirou por mais algum tempo.

— É lindo! – ela voltou a dizer, e logo passou a mirar os orbes verdes que tanto amava – Mas por que um pinguim? – perguntou em dúvida, e Percy riu levemente ao perceber que ela tinha entortado a cabeça para o lado.

O Jackson a enlaçou pela cintura, trazendo-a para mais perto.

— No semestre passado, tivemos que fazer pesquisas sobre o comportamento de alguns animais para o acasalamento e afins... – o moreno começou a explicar e a loira franziu o cenho ainda mais confusa – Nessa pesquisa, descobri que os pinguins são considerados um dos animas mais fiéis do reino animal. – o entendimento logo começou a iluminar o semblante da loira, juntamente com um sorriso divertido – Você sabia, que eles trabalham juntos e fazem de tudo para ajudar seus filhotes a sobreviver no frio? – o rapaz perguntou olhando-a profundamente, e Annabeth logo entendeu o que ele quis dizer com aquilo.

A Chase o beijou rapidamente, e Percy sorriu antes de completar a sua explicação.

— Tem mais. – o rapaz garantiu e ela sorriu animada.

— Mais? – perguntou por força do hábito e o rapaz assentiu com os olhos começando a lacrimejar.

— Tem um período do ano que os machos e as fêmeas se separam por algum tempo, e quando eles voltam aos lugares que fizeram os ninhos no ano passado sabem exatamente o local que estiveram, e normalmente os machos chegam primeiro que as fêmeas e quando elas chegam sempre conseguem encontrar o seu parceiro. – Percy contou e Annabeth soltou algumas lágrimas durante a explicações, lágrimas estas que Percy secou com paciência e carinho – Dizem que eles reconhecem os seus parceiros por causa do som das batidas do coração deles, que é única. – o moreno terminou e aguardou uma reação de Annabeth, esta que sorriu e o beijou lenta e ternamente.

O gosto de morango como sempre estava presente, e o moreno sorriu em meio ao beijo ao notar tal detalhe. Sem ligar se estavam ou não em público os dois se dedicaram ao máximo, e só se separaram quando seus pulmões pediram socorro.

— Então, quer dizer que você é o meu pinguim? – a loira perguntou, enquanto sorria lindamente para Percy.

O rapaz assentiu com os olhos lacrimejados, e a loira o olhou com ternura.

— Eu também sou seu pinguim. – a garota garantiu com os olhos embebidos em lágrimas e Percy sorriu antes de beijá-la na testa.

Primeira chamada com destino final para Recife, Brasil. Voo 7548. Portão de embarque G4.— uma voz polida disse em um dos alto falantes próximo a eles, avisando assim que o tempo deles estava perto de acabar.

O Jackson fez uma rápida varredura com o olhar e não se admirou ao ver todos olhando em sua direção, até mesmo alguns desconhecidos.

— Acho que essa é a minha deixa, Pinguim. – o rapaz brincou e Annabeth começou a chorar. – Ei, por favor, não chora. – ele pediu e a garota rapidamente o abraçou, tentando se controlar.

— Não quero ter que dizer adeus. – a garota resmungou perto do ouvido do moreno, e ele negou dizendo:

— Não é um adeus, é um até logo.

— Você promete? – ela perguntou olhando-o nos olhos, e ele assentiu antes de beijá-la.

Percy se afastou com pequenos selinhos, como já era de praxe e a olhou nos olhos.

— Eu prometo, Annabeth. – o homem garantiu com seriedade e a loira assentiu roubando-lhe um outro selinho.

— Então, até logo, Percy. – a garota disse e ele voltou a abraçá-la.

— Não deixa o Peter esquecer de mim, por favor. – o rapaz pediu baixinho e com a você embargada rente ao ouvido da Chase, e a garota voltou a chorar baixinho.

— Nunca. – a mulher garantiu abraçando-o mais forte. – Você é o pai dele, Percy. Ele não vai te esquecer.

O moreno assentia enquanto ela falava, e nesse momento permitiu derramar algumas lágrimas que já estavam entaladas desde o momento que Peter fora tirado de seus braços por Luke.

— Ele te ama. – a garota garantiu sorrindo em meio as lágrimas ao se lembrar de toda a cumplicidade entre o seu peixinho e o seu Cabeça de Algas. — É o amor mais puro que eu já conheci, meu amor.

— Obrigado. – Percy agradeceu, pois depois dessas palavras seu coração passou a bater um pouco mais aliviado. – Eu também o amo, e muito. – o rapaz resmungou ainda rente ao ouvido da garota, fazendo-a se arrepiar.

— Eu sei.

— E eu também te amo, Annabeth. Não se esqueça. – o rapaz pediu olhando-a nos olhos, e a garota assentiu antes de sorrir e tentar brincar:

— Você é o meu pinguim, Percy. Não tem mais como voltar atrás. – a garota declarou, fazendo-o abrir um meio sorriso – E eu também te amo, com todo o meu coração. – a mulher garantiu e ele assentiu antes de beijá-la uma última vez.

Penúltima chamada com destino final para Recife, Brasil. Voo 7548. Portão de embarque G4.— a voz voltou a repetir, e eles se abraçaram ainda mais forte.

Quando eles se afastaram, todos que estavam com eles faziam uma espécie de meia lua envolta deles. Percy sorriu brevemente e deu um último selinho em Annabeth, antes de se afastar e acenar para todos.

— Até logo. – o rapaz disse alto, e todos acenaram de volta, enquanto gritavam algumas recomendações ou o zoam, como no caso de Nico e os Stoll.

Percy rapidamente caminhou até um dos guardas que olhava o passaporte e as passagem dos passageiros, e antes de sumir pelas portas da sala de embarque, Percy se voltou para Annabeth e lhe sobrou um beijo, e a garota devolveu da mesma maneira, antes de segurar seu mais novo pingente e beijá-lo em seguida, fazendo-o sorrir com o gesto.

— Até logo. – o rapaz murmurou lentamente e sorriu.

— Até. – a garota devolveu igualmente e acenou até Percy sumir sala adentro.

Depois do rapaz desaparecer, Sally passou um de seus braços sobre o ombro da pequena Chase, e esta lhe direcionou um sorriso antes de acompanhar a mais velha em direção a saída do aeroporto, sendo seguida de perto por todos que ali estavam.

...

Percy já tinha se acomodado em sua poltrona, e agora lidava sozinho com o frio de barriga tão característico de suas viagens de avião, sintoma que o rapaz tinha desde de pequeno, ou mais precisamente, de quando soubera a forma que seus tios, os verdadeiros pais de Thalia, tinham morrido. Às vezes, Percy desconfia que era capaz de tudo, menos de não sentir medo ao pisar em um avião.

O Jackson já estava cogitando tomar um calmante que sempre o acompanhava nessas viagens, quando uma senhora de um pouco mais de sessenta anos sentou-se ao seu lado, e o olhou por longos segundos, deixando-o um tanto quanto desconfortável.

— Com medo, meu rapaz? – a senhora finalmente perguntou quando Percy já pensava em perguntar se havia algo de errado consigo.

— Um pouquinho. – o jovem admitiu sem temer julgamentos ou brincadeiras, e a senhora limitou-se a sorrir compreensiva – Não sou o maior fã de aviões. – completou, fazendo-a assentir.

— Acho que tenho uma ideia de como fazer você se esquecer disso por um momento. – a mulher disse, e Percy ergueu a sobrancelha em dúvida.

— Primeiro, troque de lugar comigo, a janela não é o lugar mais confortável para alguém que tem acrofobia. – Percy franziu o cenho para a nova palavra e até imaginou Annabeth rindo da sua cara de lerdo naquele momento, e a senhora quase fez o mesmo, mas limitou-se a explicar – Acrofobia é medo de altura, meu rapaz.

— Ah! – Percy soltou antes de se levantar e deixar que a senhora sentasse no seu lugar – E agora? – o Jackson perguntou, vendo as aeromoças começando a se preparar para que o avião alçasse voo.

— Agora conte-me sobre a jovem de quem você estava se despedindo. – a mulher pediu com um sorriso carinhoso e Percy franziu o cenho, afinal não via como a mulher podia saber de Annabeth.

— Como a senhora...

— Passei por vocês antes de entrar na sala de embarque, e devo dizer que o amor que sentem um pelo outro é lindo. – Percy sorriu com a fala da senhora, e antes de dizer alguma coisa, a mulher completou – Ficarão quanto tempo separados?

— Como a senhora...

— Meu marido era oficial da Marinha, estou muito acostumada a despedidas. – a mulher segredou com um semblante saudoso e ao mesmo tempo triste.

— Um ano. – Percy respondeu rapidamente, querendo que o sorriso simpático voltasse para os lábios da mulher.

— Trabalho? – perguntou e o avião começou a andar pela pista.

O Jackson pensou por um minuto, e logo assentiu.

— Estou estudando para ser biólogo e consegui um estágio, terei que ficar fora por um tempo.

— Conte-me sobre vocês, gosto de histórias de amor. – a senhora pediu e se ajeitou a poltrona.

— Bom, o nome dela é Annabeth e nós temos um filho juntos. O nome dele é Peter e...

Percy nem sentiu a barriga gelar quando o avião decolou, embora seu coração tenha se apertado a cada palavra que soltou sobre Annabeth e Peter, visto que a sensação de estar deixando algo para trás era ainda maior ao lembrar-se deles. Mas era necessário, e tudo aquilo era apena um até logo, ou pelo menos foi disso que o rapaz tentou se convencer, enquanto conversava com a simpática senhora da poltrona ao lado.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como estão os seus sentimentos depois desses dois últimos capítulos?

Do fundo do coração espero que vocês esteja bem kkkk

Me contem lá nas reviews.

Vocês repararam que eu fiz um coisa inédita???

Calma, não precisa voltar no capítulo e procurar algo diferente kkkk Eu conto!

Eu postei um capítulo em menos de uma semana O.O Isso NUNCA aconteceu antes. É milagre.

Os fantasminhas podiam me usar de inspiração é fazer algo pela primeira vez também, como deixar um reviewzinho kkkk

Acho que é só isso...

Resumindo:

— Expresse seus feelings nos reviews.

— Me ameace nos reviews.

— Ameace a família Castellan nos reviews.

— Diga que Percy, Annie e Peter são uma família perfeita nos reviews.

— Apareça... Nos reviews kk

— Recomende a fic nos reviews... Brincadeira, isso você faz nas recomendações mesmo.

Até daqui duas a três semanas... Sei que não é o melhor tempo para atualizações, mas é algo que eu consigo manter, de nada adianta prometer para alguns dias ou uma semana e só postar duas semanas depois. Gosto de ser sincera.

Beijos e até o próximo.

P.S.: Obrigada pela paciência.

P.S.2.: O link do colar abriu?



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