PV EDWARD

Eu e minha família havíamos acabado de nos mudar para Forks, pois já fazia sete anos que morávamos em Michigan, a cidade na qual estávamos desde que minha filha nasceu, as pessoas já estavam mais que desconfiadas que ninguém de nós além de Eliza envelhecia, esticamos ao máximo a estadia por lá por causa de Eliza que estava bem adaptada, mas o dia inevitável da mudança chegou e Carlisle sugeriu que mudássemos para cá, enfim ele havia criado coragem para voltar depois de tanto tempo. E após termos deixado o antigo casarão habitável saímos todos para caçar, eu e minha filha nos afastamos um pouco dos outros da nossa família quando pegamos o cheiro de dois leões da montanha era a nossa caça favorita, quando de repente senti um cheiro horrível e algo muito grande se aproximando, os leões da montanha fugiram e eu peguei minha menina que estava assustada em meus braços e a coloquei em minhas costas passando suas pernas por minha cintura, e ela passou os braços pelo meu pescoço se segurando firme para que eu pudesse ter minhas mãos livres caso eu tivesse que lutar e corri até onde meus pais e irmãos estavam.

— Mas que droga de cheiro ruim é esse? – perguntou Rosalie.

Todos já estavam sentindo e pressentindo algo perigoso se aproximar e ficamos em estado de alerta.

— Ruim? Parece-me bom, é amadeirado, combina com o cheiro bom da floresta. – comentou Eliza baixinho.

— Deve ser sua parte humana achando bom, porque se depender da vampira te garanto que estaria achando ruim. – sussurrei para Eliza que apenas assentiu concordando.

—Droga! Eu não consigo ver o que vai acontecer. - praguejou Alice baixinho ao perceber que não poderíamos contar com o seu dom de clarividência. E Jasper usou o dom dele para acalmá-la.

Ofegamos surpresos quando vimos um lobo enorme com os pelos marrons avermelhados a nossa frente. Não existem lobos desse tamanho.

— Ele disse parte humana e vampira?— inacreditavelmente pensou o lobo olhando intrigado, e algo a mais que não pude identificar direito, para minha filha.

— Hei pare de olhar fixamente para ela assim. - digo irritado.

— Surtou mano? Você está falando com um animal. Animais não pensam.

— Esse pensa Emmet. – afirmo e minha família me olhou surpresa.

— Então é mesmo verdade que alguns vampiros têm dons.— pensou o lobo surpreso quando se deu conta de que eu posso ler mentes. – e argh! Eu não consigo me acostumar com esse cheiro extremamente doce que sanguessugas têm.

— Pode me explicar o que você é?- perguntei curioso ao lobo e quando ele ia me responder ouvimos sons de patas pesadas vindo em nossa direção.

— Céus! Há uma matilha com ele. - digo apreensivo e todos da família ficaram em posição de ataque quando cinco lobos quase tão grandes quanto o marrom avermelhado apareceram se posicionando um pouco atrás dele.

— Parem! – ordenou o lobo marrom avermelhado por pensamento quando os demais lobos fizeram menção de atacar, e minha família ficou tensa, mas não se moveram quando os viram parar.

— Mas eles são vampiros. – questionou o lobo cor de areia.

— Eles são diferentes.— afirmou o lobo de cor marrom avermelhada.

— Diferente como? Sanguessuga é sanguessuga.— diz o lobo de pelagem preta.

— E a gente mata. -adicionou o lobo de pelagem cinza.

— Nós protegemos os humanos deles, mas esses não estão aqui atrás de humanos eles caçam animais.

E os lobos nos olharam incrédulos.

— É eu sei é difícil de acreditar, mas eu vi. — continuou dizendo o lobo de pelagem avermelhada mostrando seus pensamentos aos outros.

Uau! É impressionante como as mentes deles são conectadas. Ele mostrou eu e minha família indo ir atrás de nossas presas, viu quando Emmet e Esme se alimentaram de sangue de urso e até quando ele simplesmente não conseguia desviar os olhos de Eliza, o que ele sentiu foi tão intenso, fora do comum. O que diabos aconteceu entre ele e minha filha? Mas não importa ele não vai  ficar perto dela, nem que eu tenha de matá-lo.

Minha família me perguntava em seus pensamentos o que eles discutiam. Mas neguei com a cabeça dizendo que não era o melhor momento para falar.

— E além do mais aquela garotinha é meu imprint, e ninguém fará mal a ela e isso se estende aos que estão com ela.

Imprint? O que diabos é isso?

— Você não percebe? Ela é uma humana no meio deles, temos de salvar seu imprint deles.— diz o lobo de pelagem preta.

— Ninguém vai tirar minha filha de mim. –soou firme e Eliza se agarrou mais fortemente a mim, com medo deles a levarem de mim, segurei sua mão com firmeza para mostrá-la que isso não ia acontecer.

— Eles querem levar Eliza.- Carlisle fala com raiva. Ele sempre é pacífico até mexerem com sua família. Assim como minha mãe e meus irmãos também ficaram.

— Ela não pode ser sua filha sanguessuga, você deve é tê-la roubado de algum casal de humanos, agora me diga por quê? — diz o lobo de pelagem preta.

— Isso não é verdade ela é minha filha biológica.

— Impossível! — fala o lobo de pelagem preta.

— Sam eu vou me transformar de volta.— diz o lobo de pelagem marrom avermelhada.

Se transformar? Como assim?

— Jacob é perigoso. – alertou Sam o lobo de pelagem preta.

— Meu imprint está assustada com tudo isso. — diz Jacob realmente preocupado com Eliza.

— Vamos conversar, de acordo?— diz o Jacob olhando para mim.

— De acordo. - aceitei, pois eu não queria uma luta com minha filha aqui.

E o lobo foi para detrás dos outros lobos que o encobriram totalmente, vi na mente dele ele inacreditavelmente se transformar em um humano e vestir rapidamente uma bermuda que estava presa a uma tira em sua pata e vindo até a nossa frente de novo.

— De onde saiu esse humano? – perguntou Jasper confuso, não havia humano algum aqui.

— Ele é o lobo de pelagem marrom avermelhada. –respondi e minha família arfou surpresa. Segundos atrás ele era um lobo gigante agora um humano moreno, jovem, alto, forte, cabelos e olhos escuros.

— Como isso é possível? – diz Alice.

— Somos lobos quileutes ou transformo como queira chamar, existimos para proteger os humanos de vampiros, portanto se querem continuar vivos não matem nenhum humano.

— Nós nunca matamos humanos, nos alimentamos de animais, como pode ver nossos olhos são dourados e não vermelhos como seria se nos alimentássemos de sangue de humanos. - diz Carlisle.

— Parece bizarro eu sei, mas abominamos a ideia de matar pessoas. –reforço o que papai falou.

— Fico feliz que sejam estranhos. –  Jacob fala de forma sincera- Eu me chamo Jacob Black, o líder alfa desse bando, Sam é o segundo no comando, e estes são Quil, Embry, Jared, Seth e Paul. – indica cada um.

— E eu sou Edward, minha filha Eliza, meus irmãos, Emmet, Jasper, Rosalie e Alice, e meus pais Esme e Carlisle. – indico cada um de minha família também.

— Eles todos são como você? – perguntei a Jacob.

— Sim e podem voltar à forma humana. – pediu Jacob ao seu bando, mas eles hesitaram.

— Isso é uma ordem. – Jacob fala com a voz firme e eles imediatamente se afastaram indo para detrás das árvores e voltaram a sua forma humana, eles todos eram altos, fortes e tinham a pele morena.

— Temos um problema, vampiros não são bem-vindos aqui. – diz Sam.

— Parte dessas terras é nossa. – afirmou Carlisle - Tenho os documentos dela.

— Então vocês são os Cullen os donos de partes destas terras que nunca apareceram.

— Exatamente Jacob, partes dessas terras são heranças de meus pais. – diz Carlisle.

— Pais? Mas são tantos anos, meus bisavós já sabiam que parte dessas terras eram dos Cullen. – diz Jacob sem entender.

— Elas pertencem a mim há quatrocentos anos.

— Quatrocentos? – diz Jacob surpreso.

— Não sabe que vampiros são imortais? –perguntou Carlisle.

— Ah! Claro. Mas realmente nunca veio aqui, não é?

— Essa é a primeira vez em quatrocentos anos, tenho memórias tristes daqui, meus pais morreram, foram  atacados por vampiros.

— Hum então eu acho que foram esses vampiros nômades que desencadearam a magia de nossa tribo aqui na reserva.

— Magia? – diz Carlisle.

— Só nós transformamos quando vampiros ameaçam a tribo, nômades apareceram meses atrás, isso desencadeou nossos genes de lobo dessa nova formação do bando. Assim como os vampiros que atacaram seus pais desencadearam a primeira geração de lobo da tribo quileutes.

— Interessante! 

— Interessante mesmo é você ter se tornado o que matou seus pais.

— Eu também fui atacado, eles acharam que haviam me matado, mas na verdade me transformaram sem querer, por isso não mato pessoas, lembra-me dos meus pais, do que eu passei, e bom eu não quero ser um monstro como eles, quando a transformação acabou passei dias reprimindo a sede, me isolei longe o bastante de qualquer humano, corri até o Alasca fiquei na parte mais remota de lá, até que a sede beirou o insuportável, e vi um urso, o pulsar de seu coração o sangue circulando em suas veias... quando dei por mim eu já estava mordendo a jugular dele e sugando seu sangue.

Os lobos ficaram enjoados ao imaginar a cena, mas ao mesmo tempo ficaram surpresos com tal atitude de Carlisle.

— Matei mais ursos e me senti satisfeito, a queimação em minha garganta continuava lá, mas sob controle e vi que havia uma opção. E mostrei essa opção a cada um dos novos membros dessa família que todos seguem a risca desde então.

— Então nenhum de vocês matou humano? 

— Não. – afirmou Carlisle a Jacob.

— E espero que não pretendam transformar mais ninguém, porque para nós transformar um humano equivale a matar um.

— Não temos essa intenção. – diz Carlisle.

— Então não teremos problemas com vocês, não é?

— Não seremos um problema Jacob. – garantiu Carlisle.

— Que bom então.

— Agora pode me explicar porque você olha tanto para minha filha, Jacob?

O mesmo tom de cabelo acobreado e até alguns traços do rosto, é possível ela ser realmente filha dele? E ele disse parte vampira e parte humana. Mas vampiros não podem ter filhos, ou será que essa informação é errada?— pensou Jacob.

— Vampiros com vampiras realmente não podem ter filhos, mas Eliza é minha filha biológica com uma humana Jacob.

— Isso é possível mesmo? – perguntou Jacob incrédulo.

— Sim Jacob, Eliza é uma híbrida de humana e vampiro.

— E onde está a mãe dela? – Jacob perguntou e viu o meu semblante e de Eliza ficar triste.

— Ela teve eclampsia na hora do parto, não resistiu.

Vi Jacob se aproximar querendo consolar Eliza, mas dei passos para trás, eu não confiava totalmente nesse lobo.

— Se há uma pessoa nesse mundo que nunca faria mal a sua filha essa pessoa sou eu. Eliza é meu imprint.

— O que é imprint?

— Os lobos quileutes têm a capacidade de encontrar a sua alma gêmea apenas olhando nos olhos dela, no momento que isso ocorre eles se sentem totalmente presos ao seu imprint. Eles serão tudo por ela, um amigo, um irmão ou um namorado. - fiz cara feia para o namorado- O que ela quiser.

— Ela não será obrigada a ficar com você.

Minha filha com um lobo gigante nem pensar.

— Ela não é, Eliza tem a escolha, se ela quiser eu fico se não por mais doloroso que seja eu acatarei sua decisão e a deixo. Mas por enquanto eu só quero ficar próximo, protegê-la. Você pode ler minha mente, sabe que estou sendo sincero.

— Sim, mas ainda não estou contente com isso.

— Só me deixe vê-la de vez em quando.

— Papai eu gostei dele, deixa eu ser amiga dele?

Céus! Minha menina já estava até escolhendo como o queria em sua vida, eu não podia permitir essa aproximação.

— Eliza...

— Por favor, papai ele parece ser legal, deixa papai? – Eliza fala num tom manhoso.

Isso não pode estar acontecendo.

— Papai, por favor. – disse Eliza praticamente me implorando. E me deixando sem escolha.

— Ok, mas suas visitas serão controladas e vigiadas, não quero você perto da minha filha vinte quatro horas por dia Jacob.

— Como desejar sangu... Edward.

— Então para isso Jacob você terá de entrar em nossas terras então nada mais justo que entremos nas suas também.

— Jacob, se permitir isso nossa tribo ficará em pavoroso. – diz Sam.

— Não temos intenções de nos aproximarmos deles, mas nessa área tem leões da montanha, Eliza adora e...

— E eles se escondem próximos aos rochedos que a maior parte deles estão em La Plush. – completou Jacob antes de mim.

— Exato.

— Bom não vejo problema.

— Não acho boa ideia vampiros em nossas terras.

— Sam lá é uma região de difícil acesso, ninguém da tribo além de nós nas patrulhas vai lá.

— Patrulhas?- perguntei.

— É fazemos ronda, para detectar a presença de vampiros, mas não se preocupe não os incomodaremos quando tiverem caçando.

— Acha mesmo que podem fazer isso? Porque vocês espantaram nossas caças agora pouco.

— Bom entenda que para nós vocês eram os inimigos até minutos atrás.

— Verdade.

— Então temos um acordo? - diz Jacob estendendo a mão.

Olhei para minha família e eles assentiram a contragosto, eles faziam isso exclusivamente por Eliza.

— Temos um acordo. – seguro a mão dele selando o acordo.

— Posso visitá-la amanhã?

— Não, Eliza tem escola, visitas só no fim de semana.

— Sábado de tarde então?

— Ok. – concordei, mas não gostando nada disso.

— Tchau! Eliza até sábado.

— Ate sábado Jack. –Eliza fala sorrindo e já até dando apelido a esse cachorro. Argh! O que não se faz para manter o sorriso no rosto de sua filha.