Behind The Peace

Capítulo 8 — Poder Inigualável

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De uma hora para a outra, o grupo corria por entre aquilo parecido com uma floresta. Estavam sendo seguidos por Formigas Quimeras voadoras. Todos levataram suas guardas, sendo que Kaito, Mackenzie e Dante ditavam por que lado as quimeras estavam vindo.

Como numa perseguição, os insetos desceram na altura do grupo, tentando os atacar. A ruiva conseguiu cortar uma parte da asa de um deles, mas as árvores atrapalhavam demais.

Do que adiantava sair da floresta se aquela era uma armadilha? Flutter comandava as libélulas, enquanto Hina e Hagya esperavam entre os matos. Iriam atacar quando as “presas” estivessem ao alcance.

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— Humano raro? O que é isso?

A quimera cozinheira — parecida com um porco — parecia confusa diante das palavras de Ramotto e Peggy, que procuravam por Pokkle (o humano raro que Zazan dizia que capturara).

— Ele foi capturado e trazido aqui pelo esquadrão da Zazan.

— Número 4-933… não me traz lembranças. Ele já deve ter sido entregue à Rainha. O apetite dela está cada vez mais voraz. O rei que ela dará à luz será incrível. Mas ele já deve ter sido devorado pela Rainha.

— Você tem certeza? - indagou Peggy, enquanto o outro examinava uma pilha de humanos não entregues à Rainha ainda ao seu lado;

— Se não está aqui! Onde mais ele poderia estar?

— Será que fugiu?

— Qualquer criatura envenenada pela nossa toxina… - começou Ramotto. - ficaria paralisada por ao menos um mês. Por apenas três dias, ele não conseguiria se mover assim.

— Não podemos ter tanta certeza quando se tratando dos raros. Eles não são como os humanos normais. Você deveria saber muito bem disso.

— Eu não sou a mesma criatura que era antes. - dito isso, o corpo de Ramotto fora coberto por aquela aura; liberando seu Nen. - Da próxima vez que os vir, eu irei fazê-los em pedaços para depois devorá-los.

Atrás de Ramotto, numa pilha de crânios, estava o tão procurado humano raro, escondido. Ele havia escondido um antídoto nos dentes, e aquilo acabou sendo útil para ele. Assim, as quimeras não haviam o percebido ali, então era melhor permanecer onde estava.

“Mas o que está acontecendo? Como uma Formiga Quimera pode usar Nen?”

— Você poderia olhar novamente? - pediu Peggy para o cozinheiro, que já ficava um tanto irritado.

— Qual é, dá um tempo… eu não preciso de mais trabalho. Você não me ouviu dizer que a Rainha está com apetite cada vez mais voraz?

— Eu sei bem disso.

— Eu não sei nada sobre esse seu “raro”, mas por que tanta obsessão por um humano?

— Eu gostaria de fazer algumas perguntas… você não consegue ver a luz que cerca o corpo dele? - dito aquilo, Peggy encarou Ramotto, induzindo o outro a fazer o mesmo.

— Luz? ...Não, não estou vendo nada.

— Entendo. Então é verdade que apenas alguns podem identificar esse poder.

— É um talento. - completou Ramotto.

“Sim, esse é o meu destino… de um poder que me foi entregue pelo céus! Se eu dominar esse poder, poderei me tornar o rei!”

— Eu serei o rei! - Ramotto exclamou, cerrando os punhos com força.

No mesmo momento em que disse aquilo, uma aura esmagadora tomou conta do local. Ramotto ficou sem reação. A pressão era muita atrás de si, nas suas costas.

Era uma sensação de morte.

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“Recuar! Recuar”

“O que foi, Flutter?!”

Hagya e Hina viram uma cortina de fumaça formar-se na floresta e os insetos mandados por Flutter caíram nas direções deles. Todos foram divididos ao meio.

As quimeras encararam tudo assustadas e a imagem de Kaito apareceu-lhes na frente, logo após, Gon, Mackenzie, Killua e Dante.

— Vamos embora. - disse Hagya, recuando e já andando para trás.

— O quê? E quanto ao banquete?

Hina, ao ver que fora ignorada, correu até Hagya, acompanhando-o. Flutter juntou-se à eles em pouco tempo. Mackenzie riu debochada, exclamando:

— Arregão! - Kaito repreendeu-a com um olhar e a mesma abaixou a cabeça lentamente.

— Ele foi capaz de entender que nossos níveis são diferentes e recuou calmamente. Provavelmente era um Líder de Esquadrão. Vamos atrás deles. O formigueiro deve estar por perto. Se nós o seguirmos, poderemos encontrar a Rainha.

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Aquela aura aumentava. A criatura se aproximava lentamente. Ramotto temia virar-se para aquela coisa; Peggy apenas virou-se surpreendendo-se com o que viu.

Ramotto, convencido de que não poderia ficar de costas — tamanha falta de respeito —, virou lentamente a nuca, abaixando ambas as orelhas. Sentia o suor correr frio por sua face, tinha alguma coisa vindo.

Aquela pessoa trazia consigo algo parecido com uma nuvem de um poder inigualável, do qual ocupava toda a sala. Era como se estivessem encarando a morte por si só. Perto o suficiente, eles conseguiram ver. Uma quimera com traços bem mais humanos do que — quase — todos ali. Cabelos brancos ondulados, orelhas e cauda felinas. Um sorriso peculiar formava-se amargamente em seus lábios.

Aqueles olhos transmitiam o que havia dentro e através de toda aquela aura, e era perturbador.

— Que conversa fascinante. Vocês mencionaram algo sobre um talento. Eu também quero conversar.

“Um dos Guardas Reais da Rainha!”

Ramotto riu. Não do guarda, ou de alguma coisa ali. Mas de si mesmo. Aquele poder, dominar e se sentir como rei fora uma mera ilusão, que durou poucos segundos.

Ele realmente achava que poderia ultrapassar limites?

Ele era um soldado, e nada mudaria dali. Ele tinha os seus limites, e aquilo era tudo. O que um dia quisesse ser talvez já nasceram com. Aquele poder absurdo.

“Que calúnia.”

O guarda riu, aproximando-se de Ramotto.

O que fazer? O que fazer?

Impulsos. Curvou-se diante daquela criatura, sem se permitir olhar nos olhos do mesmo. Ele, Ramotto. Um mero soldado.

Fora tão tolo… era impotente.

Nunca escapará da posição em que nasceu.

O guarda colocou sua mão sobre a nuca de Ramotto, que tremeu sutilmente com o toque. Era como se ameaçasse o esmagar ali. Com um simples toque, pôde sentir toda a força que quis algum momento ter ali. Era absurdo, simplesmente.

Aquele nervosismo fora facilmente percebido pelo guarda. Ele, por sua vez, não tardou a dizer:

— Pode relaxar. - deu-lhe as costas, tranquilizando a quimera. - Vamos conversar ali.

O guarda andou até um canto próximo do formigueiro, sendo seguido por Ramotto, que abriu um largo sorriso. Ficaria próximo ao Guarda Real da Rainha, naquela força tão esmagadora, sabendo que estava são e salvo.

Incrível.

Aquele poder não era pra ele. Era para servir ao rei, o rei que aquele guarda serviria.

Pokkle, entre os ossos, estava tão apavorado quanto Peggy e Ramotto. Era impossível. Tudo o que saía daquela aura lhe passava um estranha sensação. “Aura maligna”.

O guarda parou de andar repentinamente. Estreitou os olhos, e alargou o seu sorriso. Ele já havia percebido, mas queria confirmar. Apontou para a pilha de ossos ao seu lado, começando:

— Por falar nisso…

— Sim?

— O que um humano vivo faz embaixo dessas ossadas?

Um brilho incomum tomou seus olhos, algo amarelado. Aquela simples frase fez Pokkle simplesmente começar a rezar por sua vida. Tentava bolar algum plano para que não fosse pego. Sentia seu coração batendo contra o seu peito fortemente; indagava até se as outras quimeras ouviam as batidas.

Em alguns segundos, Ramotto o desenterrou dos ossos, com um sorriso maníaco. Aquele era o humano raro que procuravam.

(...)

Naquela sala onde Peggy costumava ficar, o Guarda Real lia alguns livros, murmurando vez ou outra, “nya-entendo”.

A quimera pinguim aproximou-se do outro, tombando a cabeça para o lado.

— O que você está pesquisando?

— Eu estou aprendendo sobre esses humanos raros que você mencionou.

— Eu já tentei estudá-los várias vezes, mas não há escrito em nenhum livro sobre eles.

— Perguntar a um deles é mais rápido que ler um bando de livros. Não era por isso que você o estava procurando?

— Exatamente.

— Aqui está. - o guarda virou uma página do livro que estava lendo, observando uma foto de um cérebro humano e as funções de cada parte dele. - “Novas memórias são armazenadas no hipocampo… enquanto memórias antigas são mantidas no córtex cerebral. Para acessar essas memórias…” Nya–entendi.

A quimera jogou o livro para trás, fazendo com que Peggy o pegasse antes de cair no chão. O guarda apontou para outra quimera, que estava de passagem, depois de verificar se a criatura possuía antenas.

— Você, vem aqui.

A quimera, confusa, aproximou-se do guarda, hesitante. Ele puxou as antenas da cabeça da criatura, assim sorrindo amigavelmente — o que era sarcástico contando com o que fizera.

(...)

“Nen, Zetsu, Ren. Reforço. Transformação. Invocação. Emissão. Manipulação. Especialização.”

…

“Você deve aumentar a quantidade de sua aura além da velocidade com que ela flui.”

…

“Esses são os fatores mais… mais… mais determinantes na escolha do vencedor.”

O guarda mexia no cérebro de Pokkle, forçando-o a revelar tudo o que sabia. Aquela fora a sua última pergunta ao Hunter, ele não aguentaria responder mais coisas.

(...)

O teste da água fez com que descobrissem que Ramotto pertencia ao Reforço, e o guarda, à Especialização.

Ao ver a folha em cima do copo d'água partir-se em vários pedaços, Peggy confirmou:

— Então, Comandante, isso faz com que você seja da Especialização, que não pertence às outras categorias?

— Neferpitou.

As quimeras se entreolharam confusas, logo encarando o guarda novamente.

— Esse foi o nome que a Rainha me deu. De agora em diante, me chamem de Neferpitou.

— Sim! - disseram Ramotto e Peggy, em coro. Neferpitou continuou, apontando novamente para Pokkle:

— Eu não preciso mais dele. Podem entregá-lo à Rainha.

— Sim.

O guarda saiu de lá saltitante, enquanto cantarolava. Peggy e Ramotto ainda encaravam-o confusos com o que acabara de ocorrer, e logo levariam Pokkle para a Rainha.

Aquilo era quase impossível, como se um deles nascesse com a habilidade que Ramotto só conseguira usar levando um forte soco de Gon. Aquela presença certamente estaria enlaçando destinos como se fosse uma sombra.

O que esperava os cinco Hunters estaria mudando o plano tão cuidadosamente formado por Kaito.

~x~